ANTENAS AOS ANTENADOS ...
Estava a me lembrar da epopéia que era sintonizar os canais de televisão, antigamente.
Estava a me lembrar da epopéia que era sintonizar os canais de televisão, antigamente.
A alegria com a compra dos receptores, transformava-se quase em decepção quando as pessoas tentavam sintonizá-los. A tela mostrava chuviscos e o som atrapalhado, parecia vir de outra dimensão, até que fosse sintonizado.
As emissoras mais próximas eram as de Curitiba e, além da distância, no meio do caminho as montanhas da serra do mar, eram fatores adversos para a recepção das imagens.
Era muito frustrante para os que adquiriam o dispendioso aparelho, ver as imagens distorcidas e imprecisas. Até um automóvel passando na rua gerava interferência elétrica, criando chuviscos ou fazendo a imagem rodar.
A saída era colocar antenas para tentar melhorar a recepção. Então a família toda era convocada para o processo. A antena de alumínio era fixada na ponta de um cano longo e, no alto colocavam-se quatro estirantes de arame para a sustentação ereta do cano. Todos a postos, o ritual era deslocar a antena em volta da casa, até achar o ponto mais ideal.
Duas pessoas sustentavam o cano fora do chão e quatro seguravam os estirantes a certa distância. Dentro de casa, mais uma galera gritando: "volta um pouco, mais pra frente, tá bom, chuviscou, gira prá direita, passou, de novo, aííí, etc. Eita coisa difícil. Isso era batata em cada casa, não tinha outro jeito! Também, quando chovia ou ventava, tudo saia do ar e, de novo, alguém tinha que ir lá fora, girar a antena e tal.
Depois veio a moda da antena "espinha de peixe" que, pelo seu formato, diziam, capturava mais ondas eletromagnéticas que as tradicionais.
Aparelhos de televisão também eram colocados em lugares estratégicos da cidade ou em lojas, para que o público que não tinha condições de comprá-las, pudesse apreciar o novo entretenimento, tudo em preto e branco, ainda.
Foi um tempo em que, de uma forma ou de outra, fomos partícipes de um passo importante dado em direção às tecnologias que hoje inundam o dia-a-dia dessa geração que nunca saberá o que sofremos naquele saudoso começo.
Paulo Grani
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