Cap Lucídio Chaves - In Memoriam Nascimento: 16/12/1903, Curitiba (PR) - Brasil
Falecimento: 25/01/2007, Curitiba (PR) - Brasil
Função: Comandante na Seção de Comunicações
Nome de Guerra: Lucídio
Patente/Registro: 2º Tenente / BO-1152
Nascimento: 16/12/1903, Curitiba (PR) - Brasil
Falecimento: 25/01/2007, Curitiba (PR) - Brasil
Condecorações: Ordem do Mérito Aeronáutico, Medalha da Campanha da Itália, Medalha Militar de Prata por 20 anos de bons serviços, Medalha Bronze Star (EUA) e Presidential Unit Citation (EUA).
Carreira:
Em janeiro de 1932, aos dezoito anos de idade, prestou serviço militar no 15º Batalhão de Infantaria, ficando por nove meses sob o comando do Coronel Fontoura.
No ano de 1924 foi convocado como 3º Sargento para o 1º Batalhão de Sapadores Mateiros. Sua convocação teve como principal motivo, interceptar a "Coluna Prestes", no vale do Rio do Peixe, no estado de Santa Catarina.
Esse Batalhão foi organizado pela primeira vez, com pessoas do lugar, que tinham o conhecimento da região e Lúcidio, que possuía um grau mais elevado de escolaridade foi nomeado "Comandante do Destacamento de Perdizes", sob o comando geral do Coronel Vieira da Costa.
Sua atuação, neste local, durou seis meses, onde prestou relevantes serviços, principalmente no tocante à manutenção da ordem daquele pequeno povoado. Não chegou a combater a "Coluna Prestes", pois ela se desviara seguindo outra direção.
Ao final dessa missão, retornou a Curitiba, indo servir no 5º Batalhão de Engenharia, onde assumiu a lata função de Capitão Ajudante, acumulando com o posto de FURRIEL, devido ao seu adiantado grau de instrução, não havendo nessa unidade alguém mais capacitado que ele.
Esse Batalhão foi organizado pela primeira vez, com pessoas do lugar, que tinham o conhecimento da região e Lúcidio, que possuía um grau mais elevado de escolaridade foi nomeado "Comandante do Destacamento de Perdizes", sob o comando geral do Coronel Vieira da Costa.
Sua atuação, neste local, durou seis meses, onde prestou relevantes serviços, principalmente no tocante à manutenção da ordem daquele pequeno povoado. Não chegou a combater a "Coluna Prestes", pois ela se desviara seguindo outra direção.
Ao final dessa missão, retornou a Curitiba, indo servir no 5º Batalhão de Engenharia, onde assumiu a lata função de Capitão Ajudante, acumulando com o posto de FURRIEL, devido ao seu adiantado grau de instrução, não havendo nessa unidade alguém mais capacitado que ele.
Em janeiro de 1925 chegaram os primeiros aspirantes de engenharia que assumiram as funções de oficiais. Lucídio, dispensado do cargo que ocupava, foi enviado para a Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais, no Rio de Janeiro, em Marechal Hermes. Ficou um ano estudando para concluir o curso de Sargento Eletricista, sob a orientação do capitão Waldemir Aranha.
Em março de 1926, um fato muito importante, marcou definitivamente sua carreira militar. Em um dia de folga foi ao cinema, Cine Palácio, assistir a um filme (uma de suas distrações favoritas), quando na tela chamou-lhe a atenção um anúncio muito interessante que dizia o seguinte:
- "Quereis ser Sargento Aviador? A carreira vai até sargento Ajudante.
O salário é de 860 mil réis. Mais que 1º Tenente!
Então, amigo, comparecei ao Quartel General a fim de fazer vossa inscrição."
Muito entusiasmado foi ao local indicado inscrever-se. Logo em seguida foi chamado para fazer exame de saúde e admissão. De todo o estado do Paraná somente seis candidatos se apresentaram e foram para o Rio de Janeiro, submeterem-se a teste de seleção.
Foram inúmeros candidatos de toda parte do Brasil que se apresentaram e prestaram exame de saúde rigorosíssimo e um teste de conhecimentos. Os candidatos aprovados nessa prévia fizeram os exames classificatórios na Escola de Aviação do Exército, no Campo dos Afonsos.
Lucídio obteve uma excelente classificação, conseguindo o segundo lugar de todo o Brasil.
Lucídio como havia terminado o curso em segundo lugar, teve que abdicar de sua carreira de piloto para assumir o posto que lhe foi designado.
Ele e seus colegas que se classificaram em primeiro e terceiro lugar, Abílio Pereira de Almeida e Pedro de Freitas Ribeiro, respectivamente, foram promovidos a sargento Ajudante e nomeados "Instrutores". Este último chegou ao oficialato e pode habilitar-se aos estudos da Escola Militar do Realengo, por estar dentro de idade limite exigido.
Lucídio obteve uma excelente classificação, conseguindo o segundo lugar de todo o Brasil.
Durante o ano de 1926 e 1927 estudou. Ao final do curso, o 'Estado Maior" propôs aos três primeiros colocados dessa turma, uma nova carreira, não mais a de piloto como era o esperado, mas de rádio-telegrafista de voo, onde era necessário uma boa cúpula para dar início às comunicações de aviões no Brasil.
Lucídio como havia terminado o curso em segundo lugar, teve que abdicar de sua carreira de piloto para assumir o posto que lhe foi designado.
Ele e seus colegas que se classificaram em primeiro e terceiro lugar, Abílio Pereira de Almeida e Pedro de Freitas Ribeiro, respectivamente, foram promovidos a sargento Ajudante e nomeados "Instrutores". Este último chegou ao oficialato e pode habilitar-se aos estudos da Escola Militar do Realengo, por estar dentro de idade limite exigido.
A partir de 1928 trabalhou em inúmeras funções: instrutor, no Correio Aéreo como piloto e co-piloto, como rádio-telegrafista, etc.
Nessa época, em que pouco do Brasil se conhecia, teve oportunidade de viajar por todos os seus rincões, conhecendo-o de uma maneira primitiva, vivenciando grandes aventuras e emoções com os antigos pequenos aviões, fracos e rudimentares.
Lucídio afirma que foram os melhores anos da sua vida. Conheceu todas as capitais brasileiras. Chegou a pontos inóspitos, nunca antes desbravados, como Aragarças e o território dos índios Xavabtes, então recém contatados.
Ele esteve na 1ª salto de paraquedas militar brasileiro em 1934!
No ano de 1941 teve uma excelente oportunidade, foi convidado a trabalhar na fábrica de aviões North American, nos Estados Unidos, em Ingliwood, na Califórnia, vizinha de Los Angeles, onde ficou hospedado.
Durante um mês, ele e seus companheiros acompanharam a montagem de cinco aviões AT-6. Esses aviões foram os primeiros de uma grande série que o Brasil comprara para da início a FAB da qual ele se orgulhava de ser um dos fundadores e do que seria em seguida o "Ministério da Aeronáutica".
Nesse mesma ano, com alguns companheiros, trouxe da Califórnia para o Brasil os primeiros cinco aviões AT-6 da Força Aérea Brasileira, que começava a ser formada.
Para transportar esses aviões houve algumas dificuldades devido a falta de campos de pouso na costa Atlântica e sua pouca autonomia. Tiveram que trazê-los voando pela costa do pacífico até o Rio de Janeiro, via Buenos Aires.
Chile:
Foi bastante difícil de terem que cruzar os Andes, a 6.200 metros de altura, sem equipamentos adequados, como máscaras de oxigênio. As pessoas tinham que suportar as condições adversas de falta de oxigênio e de grande frio, pois os aviões não eram herméticos.
Selfie:
Lucídio lembra:
-"Era o primórdio da aviação brasileira! Tudo muito rústico e primitivo, mas reitero, de grande emoção e prazer em poder ser um dos desbravadores do ar de meu País e poder colaborar pelo seu engrandecimento, Em poucas palavras, uma grande euforia, emoção e profunda alegria! Momentos inesquecíveis de minha vida!"
Foi voluntário para ir para a guerra com 40 anos. O então 2.º tenente de Comunicações queria mesmo era ser piloto de guerra – sabia voar desde a década de 20, fazia acrobacias e trabalhou no Correio Aéreo Nacional –, e foi assim que se apresentou ao comandante Nero Moura. O diálogo entre os dois está reproduzido no livro escrito por Ceci, filha de Chaves:
- "Escuta, tchê, não estás muito velho para ires à guerra?", perguntou o gaúcho Moura.
- "Não, major, eu só tenho quarenta anos e estou em perfeita saúde", respondeu Chaves.
Os seus colegas os chamavam pelo apelido carinhoso de "lhama peruana". O apelido surgiu no Panamá, onde o 1.º Grupo de Aviação de Caça (GAvCa), a unidade dos pilotos brasileiros na guerra, fazia treinamento em 1944. "Os soldados achavam que eu parecia com o pessoal dos Andes".
No fim, Chaves não pilotou aviões como desejava, mas se tornou um dos homens-chave de Moura, que aproveitou os talentos do tenente na área de comunicações. Quando as antenas ou os rádios dos aviões P-47 eram avariados, a equipe de Chaves fazia os reparos. "Era um trabalho essencial. Se o rádio de um piloto parasse de funcionar durante a missão, ele tinha de voltar", conta Moreira Lima. O brigadeiro lembra que o aproveitamento dos rádios VHF dos aviadores era de 100%.
Os "Homens Chaves de Nero Moura":
Não foi só na área de comunicações que o "lhama peruana" mostrou desembaraço. "Ainda nos Estados Unidos, o oficial do rancho se suicidou. Virei tenente de rancho, sem saber nada de cozinha", conta. Teve de aprender, e foi bem-sucedido no combate a 16 moscas encontradas no refeitório e na preparação de uma feijoada em pleno solo ianque. Não precisou exercer a função na Itália, mas ainda assim deu sua colaboração: "tínhamos sorvete em pó, mas o único gelo que havia era o da neve. Achei uma máquina de fazer sorvete nos escombros de um prédio em Pisa e o gás freon eu consegui com nossos amigos ingleses". O "gelato" de Chaves foi sucesso total.
O tenente aproveitou as folgas durante a guerra para conhecer personalidades como o papa Pio XII, no Vaticano, e o rei Farouk, do Egito, com direito a show de dança do ventre. "Ele era capaz de quase tudo por causa de um rabo de saia", lembra, rindo, Moreira Lima. "Mas deixava a farra de lado por um amigo. No Natal de 1944, eu estava deprimido, com saudade da família. O Lucídio me levou pra um passeio, para me animar", diz o ex-piloto.
Medalha de Campanha da Itália - FAB:
O coronel Nero Moura, não tinha autorização para promover em campanha nenhum Oficial, Suboficial ou 1º Sargento, no entanto Lucídio, recebeu vários elogios em boletim de guerra.
Presente na 1ª reunião do Grupo no RJ em 1946:
Ao regressar para o Brasil, apesar de formado em Medicina (em 1938), assumiu a chefia de comunicações da Base Aérea de Santa Cruz. Função que exerceu até o ano de 1949.
Continuando, foi escolhido para Comissão Aeronáutica Brasileira em Washington, DC (USA), tendo permanecido por um ano na inspeção das compras do governo Brasileiro, referentes a materiais elétricos para aviões e materiais hospitalares. Terminou sua vida de militar no Parque Aeronáutico, no Campo de Marte em São Paulo, quando passou a reserva no Posto de Capitão.
Continuando, foi escolhido para Comissão Aeronáutica Brasileira em Washington, DC (USA), tendo permanecido por um ano na inspeção das compras do governo Brasileiro, referentes a materiais elétricos para aviões e materiais hospitalares. Terminou sua vida de militar no Parque Aeronáutico, no Campo de Marte em São Paulo, quando passou a reserva no Posto de Capitão.
Após sua reforma, foi trabalhar na firma, Gutierrez, Paula & Munhoz, como engenheiro eletrônico. Trabalhou nesta empresa por 26 anos, quando finalmente e definitivamente se aposentou.
NOTA: Gostaríamos de agradecer imensamente ao apoio dado por sua filha Ceci e o nosso amigo e integrante ativo do Museu, prof Luciano Fernandes, pelas informações e autorização para a criação desse homenagem.
SENTA A PÚA! BRASIL!
Jamais serão esquecidos!!
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