Curitiba, 06 de janeiro de 1899.
Um terrível encontro de conterrâneos italianos na Colônia Acqua Verde, atual bairro da Água Verde

Curitiba, 06 de janeiro de 1899.

Um terrível encontro de conterrâneos italianos na Colônia Acqua Verde, atual bairro da Água Verde.

A família de meu bisavô Ernesto Zanetti chegou no Porto de Rio Grande-RS em janeiro de 1887, estando meu bisavô com 10 anos de idade. Vieram de Preganziol, comuna vizinha a Treviso para tentar uma vida melhor no Brasil, pois seu pai Luigi já não conseguia criar os três filhos na Itália e já ficara viúvo.

No mesmo navio, Piroscafo Righi Savona, chegou também a família Schiavon, Domenico e a esposa Luiza Barzan com vários filhos, entre eles Antonia com 8 anos e seu irmão Angelo com 7 anos de idade. Eram de Casier, uma cidadezinha também perto de Treviso.

Meu bisavô Ernesto e Antonia foram morar na Colônia Maciel em Pelotas, e acabaram se casando em 1897. Em 1899 vieram para Curitiba, onde se estabeleceram na Colônia Dantas, atual bairro da Água Verde, colonizado por italianos. Foram uma família feliz com 15 filhos.

O irmão de minha bisavó, Angelo com 19 anos também foi morar na àgua Verde com seus pais. Ele vivia no esplendor da juventude com seus 19 anos feliz, na companhia de seus amigos da Colônia. Seu melhor amigo era um jovem imigrante com mesma idade chamado Antonio Gabardo.

Um terrível encontro:

Esatavam os dois amigos no então "distrito de Santa Quitéria" e se desentenderam por "intrigas amorosas" com um conterrâneo chamado Luiz Cavicchiolo ( Cavechiolo, conforme narra o jornal da época). Luiz pegou uma faca a assassinou os dois compatriotas, meu tio-bisavô Angelo Schiavon e seu amigo da família Gabardo, tradicional família da Água Verde.

Meu avô, nonno Luiz sempre contava que sua mãe chorava muito quando falava da morte de seu tio, com apenas 19 anos.

Um acontecimento triste da Curitiba antiga, que estou narrando. Coloco as fotos do Epitáfio, a placa preservada em seu túmulo, escrita em italiano, com a tradução:

"Uma recordação de Antonio Gabardo e Angelo Schiavon.. Enquanto chegavam em honesta juventude, e que eram vivamente amados, aqui foram miseravelmente assassinados em jovem idade. Os membros da Colônia Água Verde possuiam grande afeto por eles".

Coloco as fotos do epitáfio em seu túmulo e também da notícia dada pelo jornal República da morte e também do julgamento de Luiz Cavechiolo em 12/08/1899, condenado a 30 anos de prisão, dizendo que iria recorrer.

A amizade entre os jovens foi eterna.

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