segunda-feira, 27 de outubro de 2025

Palacete Guimarães – O “Castelo do Batel”: Uma Joia Arquitetônica da Curitiba dos Anos 1920

 


Palacete Guimarães – O “Castelo do Batel”: Uma Joia Arquitetônica da Curitiba dos Anos 1920

Ficha Técnica

  • Projetista e Administrador: Luiz Guimarães Eduardo Fernando Chaves
  • Denominação inicial: Projecto do Palacete para o Snr. Luiz Guimarães
  • Denominação atual: Castelo do Batel: Eventos
  • Categoria de uso: Residência
  • Subcategoria: Residência de Grande Porte
  • Endereço: Avenida Batel, esquina com Rua Bento VianaCuritiba (PR)
  • Número de pavimentos: 2 (térreo e superior) + sótão
  • Área construída: 1.286,82 m² (área total registrada, referente ao corpo principal)
  • Técnica/Material construtivo: Concreto armado – inovação notável para a época
  • Data do projeto arquitetônico: 22 de março de 1924
  • Alvará de construção: Talão nº 389, nº 1349/1924
  • Situação em 2012: Existente e em uso para eventos
  • Uso atual: Espaço cultural e de eventos (Castelo do Batel)

Contexto Histórico e Arquitetônico

Projetado em 1924 pelo arquiteto Eduardo Fernando Chaves — profissional de destaque na cena arquitetônica curitibana da Primeira República —, o Palacete Guimarães foi concebido como residência de luxo para Luiz Guimarães, membro da elite econômica da capital paranaense.

Localizado em um dos pontos mais nobres da cidade — a esquina da Avenida Batel com a Rua Bento Viana, no então emergente bairro do Batel —, o palacete destacava-se não apenas pelo porte, mas pela modernidade técnica: foi uma das primeiras residências de grande porte em Curitiba a utilizar concreto armado, material que permitia vãos maiores, fachadas mais ousadas e maior durabilidade.

Com dois pavimentos e um sótão, o edifício somava uma área construída impressionante de 1.286,82 m², configurando-se como uma das residências mais suntuosas de sua época. Seu projeto revela influências do ecletismo tardio, com elementos neomanuelinos, góticos e renascentistas reinterpretados em linguagem moderna — daí a alcunha popular de “Castelo”, que perdura até hoje.

O projeto original, composto por quatro pranchas detalhadas, inclui não apenas plantas e cortes, mas também o desenho do portão e dos gradis, demonstrando a preocupação com a integração entre arquitetura e paisagismo urbano.


Documentação e Iconografia Preservada

O acervo documental, preservado em microfilme e em coleções fotográficas, oferece um panorama completo da evolução do imóvel:

  1. Fachada principal – com torre central, janelas em arco, ornamentos em concreto e simetria clássica.
  2. Plantas dos pavimentos térreo e superior – revelando salões nobres, escadaria monumental, dormitórios amplos e áreas de serviço claramente segregadas.
  3. Secção transversal – evidenciando o uso do sótão e a estrutura em concreto armado.
  4. Detalhes do portão e gradis – elementos de ferro forjado que complementavam a estética palaciana.
    5 a 7. Fotografias da década de 1940 – mostram o imóvel em pleno esplendor, com jardins bem cuidados e integração harmoniosa com o entorno.
  5. Fotografia de 2010, por Elizabeth Amorim de Castro – registra o estado de conservação do edifício já adaptado para uso como espaço de eventos, mantendo sua fachada original preservada.

Esses registros estão arquivados no Arquivo Público Municipal de Curitiba, na Casa da Memória (Fundação Cultural de Curitiba) e em acervos privados, sob referências como 0656 PPM e 0269 PPM.


Trajetória e Uso Contemporâneo

Diferentemente de muitas residências históricas demolidas em Curitiba, o Palacete Guimarães sobreviveu às transformações urbanas do século XX. Em vez de ser substituído por edifícios comerciais, foi adaptado com sensibilidade para novas funções, mantendo sua identidade arquitetônica.

Atualmente conhecido como Castelo do Batel: Eventos, o imóvel é utilizado para casamentos, recepções, exposições e atividades culturais, tornando-se um espaço de memória viva — onde o patrimônio histórico dialoga com a vida contemporânea da cidade.

Sua preservação física e funcional é um exemplo raro e valioso de reuso compatível, demonstrando que edifícios históricos podem permanecer relevantes sem perder sua alma.


Legado e Significado Cultural

O Palacete Guimarães não é apenas uma construção imponente: é um testemunho do desenvolvimento urbano, econômico e cultural de Curitiba nas primeiras décadas do século XX. Representa a ambição de uma elite que investia em arquitetura como expressão de status, mas também a capacidade técnica de profissionais como Eduardo Fernando Chaves, que aliaram tradição e inovação.

Hoje, como Castelo do Batel, continua a encantar moradores e visitantes — não mais como residência privada, mas como patrimônio coletivo, aberto à celebração, à memória e à beleza.


Referências Arquivísticas

  1. CHAVES, Eduardo Fernando. Projecto do Palacete para o Snr. Luiz Guimarães. Implantação, plantas dos pavimentos térreo e superior, corte, fachada frontal e gradil apresentados em quatro pranchas. Microfilme digitalizado.
  2. Coleção Palacete Guimarães – Fotografias das décadas de 1940.
  3. CASTRO, Elizabeth Amorim de. Fotografia do imóvel (2010). Acervo: Casa da Memória / Diretoria do Patrimônio Cultural / Fundação Cultural de Curitiba (ref. 0656 PPM e 0269 PPM); Arquivo Público Municipal de Curitiba; Castelo do Batel: Eventos.

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Eduardo Fernando Chaves: Projetista e Administrador

Denominação inicial: Projecto do Palacete para o Snr. Luiz Guimarães

Denominação atual: Castelo do Batel: Eventos

Categoria (Uso): Residência
Subcategoria: Residência de Grande Porte

Endereço: Avenida Batel esquina com Rua Bento Viana

Número de pavimentos: 2 (mais sótão)
Área do pavimento: 1.286,82 m²
Área Total: 1.286,82 m²

Técnica/Material Construtivo: Concreto Armado

Data do Projeto Arquitetônico: 22/03/1924

Alvará de Construção: Talão Nº 389; N° 1349/1924

Descrição: Projeto Arquitetônico para construção do Palacete Guimarães e fotografias do imóvel.

Situação em 2012: Existente


Imagens

1 – Desenho da fachada principal.
2 – Plantas dos pisos térreo e superior.
3 – Secção Transversal da residência.
4 – Plantas do portão e gradis.
5 – Fotografia do imóvel (década de 1940).
6 – Fotografia da parte posterior do imóvel (década de 1940).
7 – Fotografia da parte posterior do imóvel (década de 1940).
8 – Fotografia do imóvel em 2010.

Referências: 

1, 2, 3 e 4 - CHAVES, Eduardo Fernando. Projecto do Palacete para o Snr. Luiz Guimarães. Implantação, plantas dos pavimentos térreo e superior, corte, fachada frontal e gradil apresentados em quatro pranchas. Microfilme digitalizado.
5, 6 e 7 - Coleção Palacete Guimarães.
8 – Fotografia de Elizabeth Amorim de Castro (2010).

Acervo: Casa da Memória/Diretoria do Patrimônio Cultural/FCC (Fundação Cultural de Curitiba) – referências: 0656, PPM e 0269, PPM; Arquivo Público Municipal de Curitiba; Castelo do Batel: Eventos.

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