DEBS DE 1963: A ELEGÂNCIA DA JUVENTUDE CURITIBANA EM FOCO — UM RETROSPECTO HISTÓRICO
DEBS DE 1963: A ELEGÂNCIA DA JUVENTUDE CURITIBANA EM FOCO — UM RETROSPECTO HISTÓRICO
Página 1: As Debutantes de 1963 — Lucélia Xavier Borba, Maria Pureza Karam e Elizabeth Nascimento
A primeira página deste fascinante documento histórico apresenta três jovens damas que, em 1963, foram oficialmente apresentadas à sociedade curitibana como debutantes — um ritual social de grande importância na elite brasileira da época. Cada uma delas traz consigo uma história familiar, acadêmica e cultural que reflete os valores e aspirações da juventude aristocrática da capital paranaense.
Senhorita Lucélia Xavier Borba
Filha do casal Louco Ferreira Borba e Hélia Xavier Borba, Lucélia era aluna do Colégio Curitibano e já demonstrava interesse pelas artes, tendo cursado aulas de teatro com B. Trilha. Seu perfil revela uma jovem voltada para o cultivo das letras e das artes cênicas, além de estar envolvida em atividades sociais ligadas ao Instituto de Esportes Atléticos — um espaço fundamental para a formação social da época. Sua segunda viagem, acompanhada pelo jovem Renato Artur Macchioni Viana, sugere um relacionamento em fase de amadurecimento, com perspectivas de futuro conjunto. O texto destaca ainda seu desejo de viajar para o exterior, especialmente para países europeus, o que denota uma mentalidade cosmopolita e aberta ao mundo.
Senhorita Maria Pureza Karam
Filha de Jaime Karam e Odny Fonseca Karam, Maria Pureza era também aluna do Colégio Curitibano, onde cursava o ensino ginasial. Seu currículo inclui aulas de inglês e italiano, habilidades altamente valorizadas entre as classes altas da época. Além disso, sua paixão pela moda é evidente: ela criou e confeccionou, com suas próprias mãos, um modelo de vestido para ser apresentado no baile de debutantes. Sua segunda viagem foi feita em companhia do jovem Luiz B. Renato Quaritch, indicando um vínculo social e afetivo em desenvolvimento. Seu sonho de viajar para a Itália e formar-se lá revela uma ambição intelectual e cultural, típica da juventude ilustrada da década de 1960.
Senhorita Elizabeth Nascimento
Filha de Airton Nascimento e Helia Silveira Nascimento, Elizabeth era aluna da 4ª série ginasial do Colégio Rosa Bracher do Rio, e destacava-se por sua aptidão para a dança, tendo frequentado o Instituto de Dança Mary do Rio de Janeiro. Sua paixão pela arte da dança e pelo ballet clássico aponta para uma formação refinada e disciplinada. Sua segunda viagem foi realizada com o jovem Ney Amaral, sugerindo um romance em curso. Seu desejo de conhecer a Europa e se tornar “um repórter de paz e felicidade” é uma declaração poética e idealista, que revela não apenas seus sonhos pessoais, mas também uma visão romântica do mundo.
Página 2: Entrevistas Exclusivas — Carmem Lúcia Pereira da Costa, Ana Luiza de Almeida Marques e Izaria Carnasciali Velloso
A segunda página traz entrevistas com outras três debutantes, oferecendo um retrato mais íntimo e pessoal de suas vidas, interesses e planos futuros. Essas entrevistas são valiosas por revelarem as motivações internas e os desejos de cada jovem, indo além da mera apresentação social.
Senhorita Carmem Lúcia Pereira da Costa
Filha de Demécio Pereira da Costa e Maria de L. B. Costa, Carmem Lúcia era aluna do Colégio Divina Providência e demonstrava um talento especial para a costura e a criação de vestidos. Ela mesma confeccionou o modelo que usaria no baile, um gesto que reflete tanto sua criatividade quanto sua independência. Seu segundo parceiro de viagem foi o jovem Valdemar Marchetti Junior, e seu sonho era visitar Paris — a cidade símbolo da moda, da arte e da cultura europeia. Seu perfil revela uma jovem moderna, com senso estético apurado e aspirações internacionais.
Senhorita Ana Luiza de Almeida Marques
Filha de Rubens Marques e Acelinda Almeida Marques, Ana Luiza era aluna do Colégio Curitibano e tinha como hobbies a costura e o aprendizado de línguas — particularmente o inglês. Seu modelo de vestido foi idealizado por ela mesma e confeccionado por Dr. Berla. Sua segunda viagem foi feita com o jovem Rafael Contador, e seu desejo era retornar à sua residência, reencontrar seus familiares e amigos. Esse desejo de retorno e de reconexão com o lar revela um lado emocional e afetivo muito presente em sua personalidade.
Senhorita Izaria Carnasciali Velloso
Filha de Arnaldo F. Velloso e Ira Carnasciali Velloso, Izaria era aluna do Colégio Novo Centro de Maria, e demonstrava um forte interesse pela literatura, frequentando cursos de francês e inglês. Seu modelo de vestido foi exclusivo, criado por Evelyn, e ela planejava estudar jornalismo na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras. Seu perfil revela uma jovem intelectual, com vocação para a escrita e a comunicação, antecipando-se às transformações sociais que viriam nos anos seguintes.
Página 3: “Brazilian-Look” — Um Desfile de Modas Elegante e Moderno
A terceira página marca uma mudança de foco: do retrato individual das debutantes para o espetáculo coletivo — o desfile de modas intitulado “Brazilian-Look”. Este evento, organizado sob o patrocínio do Clube Lady, foi um dos pontos altos da temporada social de 1963, reunindo cerca de 700 convidados e apresentando modelos inspirados em tendências internacionais, mas com um toque genuinamente brasileiro.
O texto destaca três modelos distintos:
- Modelo com biquíni: Um look original e ousado, com uma sombrinha, que reflete a influência da cultura praiana e do verão tropical.
- Interessante modelo esporte: Um vestido leve e prático, ideal para o dia a dia, mostrando a adaptação da moda às necessidades contemporâneas.
- Três lindos modelos: Um estampado para noite, um estampado para tarde e um “dress-piece”, que combinam elegância e versatilidade.
Este desfile não era apenas um evento de moda, mas um manifesto cultural — uma celebração da identidade brasileira através da roupa, da postura e da atitude. Os modelos eram criados por artistas plásticos brasileiros, inspirados em mestres internacionais como Lilia, Noita, Malta, Rita e Sula, e apresentavam linhas fluidas, cores vibrantes e cortes modernos que antecipavam as tendências dos anos 1970.
Página 4: Detalhes do Desfile — Patrocínio, Organização e Participação Social
A quarta página oferece mais detalhes sobre o desfile “Brazilian-Look”, enfatizando sua importância social e cultural. Sob o patrocínio do Clube Lady, o evento contou com a presença de figuras importantes da sociedade curitibana, incluindo Dona Leda Leão, que presidiu o evento, e Fernando José-Vogue, S. Paulo, José Ronaldo, João M. randa e Guilherme — nomes que representam a elite intelectual e artística da época.
Além disso, o texto menciona a colaboração de estilistas locais e a participação de debutantes como modelos, reforçando o caráter comunitário e simbólico do evento. A organização foi impecável, com decoração temática, música ao vivo e um jantar de gala que encerrou a noite com requinte e sofisticação. O “Brazilian-Look” não apenas celebrou a beleza feminina, mas também a criatividade nacional, posicionando Curitiba como um centro de cultura e elegância no cenário brasileiro.
Conclusão
As páginas deste documento de 1963 são muito mais do que registros de um baile de debutantes: são janelas abertas para uma época em que tradição, arte, educação e aspiração se entrelaçavam na formação da identidade social brasileira. As jovens retratadas aqui não eram apenas figuras decorativas — eram agentes de mudança, portadoras de sonhos que desafiavam os limites de seu tempo. Ao resgatar essas histórias, honramos não apenas a memória individual, mas também o espírito coletivo de uma geração que soube equilibrar elegância e ambição, tradição e modernidade.
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