terça-feira, 21 de outubro de 2025

CURITIBA EM 1923: A PRAÇA GENEROSO MARQUES — O NASCIMENTO DA MODERNIDADE URBANA NA CAPITAL PARANAENSE

 

CURITIBA EM 1923: A PRAÇA GENEROSO MARQUES — O NASCIMENTO DA MODERNIDADE URBANA NA CAPITAL PARANAENSE

CURITIBA EM 1923: A PRAÇA GENEROSO MARQUES — O NASCIMENTO DA MODERNIDADE URBANA NA CAPITAL PARANAENSE


Em uma fotografia em preto e branco, datada da primeira metade da década de 1920 — provavelmente entre 1922 e 1925 —, a Praça Generoso Marques se revela como o verdadeiro coração comercial e urbano de Curitiba. Não é apenas um espaço público — é um palco de movimento, comércio, transporte e vida cotidiana. Nela, vemos bondes deslizando sobre trilhos, automóveis antigos estacionados, transeuntes caminhando com chapéus e vestidos longos, e fachadas de lojas que contam a história da modernização urbana do Paraná.

Esta imagem não é apenas um retrato de uma praça. É um documento histórico vivo, que nos permite entender como Curitiba se transformou de uma pequena capital provinciana em um centro econômico e cultural em ascensão.

Vamos mergulhar fundo nessa fotografia, analisando cada detalhe — desde os nomes das lojas até os modelos dos carros, passando pelas roupas das pessoas e pela arquitetura dos prédios — para reconstruir a atmosfera de uma Curitiba que, mesmo em 1923, já olhava para o futuro com confiança.


IMAGEM 1: “PRAÇA GENEROSO MARQUES” — O PALCO DA MODERNIDADE CURITIBANA

📸 DESCRIÇÃO VISUAL DETALHADA

A fotografia é tirada de um ângulo elevado, provavelmente de um dos prédios ao redor da praça, oferecendo uma visão panorâmica do espaço público. A praça é pavimentada com pedras irregulares — típicas das ruas e praças brasileiras da época — e está dividida por calçadas largas e postes de iluminação pública.

No centro da praça, há um pequeno jardim ou canteiro, com alguns bancos e árvores esparsas — um espaço de descanso para os transeuntes. Ao fundo, vê-se uma fileira de edifícios comerciais de dois a três andares, com fachadas ornamentadas e varandas proeminentes.

Na parte inferior direita da foto, há uma legenda manuscrita:

“PRAÇA GENEROSO MARQUES — CURITIBA”

Isso confirma que a imagem foi catalogada como um registro oficial ou turístico da cidade — algo comum na década de 1920, quando as prefeituras começavam a documentar seus espaços públicos.


🏢 ANÁLISE DAS CASAS COMERCIAIS

As fachadas dos prédios ao redor da praça são repletas de letreiros e placas publicitárias — um sinal claro da vitalidade comercial da época. Vamos identificar cada uma delas:

1. “CASA ABDO”

Localizada no prédio à esquerda, esta loja parece ser um armazém ou loja de departamentos. O nome “Abdo” sugere origem árabe — comum entre comerciantes imigrantes da Síria e Líbano que chegaram ao Brasil na virada do século XIX para o XX. A Casa Abdo era uma das principais lojas de Curitiba, especializada em tecidos, móveis e artigos domésticos.

2. “CASA BRASIL”

Ao lado da “Casa Abdo”, a “Casa Brasil” é outra loja de departamentos, possivelmente especializada em produtos nacionais. O nome evoca o patriotismo da época — comum em estabelecimentos comerciais que queriam se associar à identidade nacional.

3. “EDIFÍCIO MARIA”

No topo do prédio da Casa Abdo, há um letreiro que diz:

Edifício Maria — onde funciona a Casa Abdo”

Isso indica que o prédio tinha um nome próprio — “Edifício Maria” — e que a Casa Abdo era apenas um dos estabelecimentos comerciais que ocupavam o local. Esse tipo de organização — com vários negócios em um mesmo edifício — era comum na época, refletindo a densidade urbana e a economia de espaço.

4. “BANCO DO BRASIL”

No prédio ao fundo, à direita, vê-se um letreiro que diz:

BANCO DO BRASIL

Isso confirma que o Banco do Brasil já estava presente em Curitiba — e que a praça era um centro financeiro da cidade. O banco era responsável por financiar projetos de infraestrutura, comércio e indústria — e sua presença na praça mostra a importância econômica do local.


🚋 ANÁLISE DOS MEIOS DE TRANSPORTE

Na parte central da praça, vemos dois tipos de veículos:

1. Bondes

Os bondes elétricos são o principal meio de transporte público da época. Eles circulam sobre trilhos, conectando os bairros da cidade. O modelo é típico dos anos 1920 — com carroceria de madeira e vidros laterais grandes.

2. Automóveis

Dois automóveis antigos estão estacionados na praça:

  • Um Ford Modelo T (produzido entre 1908 e 1927), com capô longo e rodas de aro alto.
  • Um Chevrolet (provavelmente um modelo de 1920), com linhas mais arredondadas e faróis integrados.

Esses carros eram símbolos de status — apenas as famílias mais abastadas podiam affordar um automóvel na época.


👥 ANÁLISE DOS TRÂNSEUNTES

As pessoas na praça estão vestidas com roupas formais, típicas da década de 1920:

  • Homens: Usam ternos escuros, gravatas e chapéus de feltro. Alguns carregam pastas ou jornais — sugerindo que são comerciantes, advogados ou funcionários públicos.
  • Mulheres: Vestem vestidos longos, com cintura marcada e saias amplas. Muitas usam chapéus e luvas — um sinal de elegância e distinção social.
  • Crianças: Algumas crianças caminham com os pais, vestidas com roupas simples, mas bem cuidadas.

A presença de tantas pessoas na praça indica que ela era um ponto de encontro social e comercial — onde se faziam negócios, se encontravam amigos e se assistia ao movimento da cidade.


CONTEXTO HISTÓRICO: CURITIBA EM 1923

Em 1923, Curitiba tinha cerca de 80 mil habitantes — uma cidade em rápido crescimento, impulsionada pela imigração europeia, pelo comércio e pela industrialização. A Praça Generoso Marques era o centro administrativo e comercial da cidade, cercada por prédios públicos, lojas e escritórios.

O governo estadual, liderado pelo presidente Epitácio Pessoa, estava implementando políticas de modernização urbana — como a construção de ruas pavimentadas, a instalação de iluminação pública e a expansão do transporte coletivo.

A presença de bancos, lojas e farmácias na praça mostra que a saúde e a medicina estavam se profissionalizando — e que a população tinha acesso a serviços médicos de qualidade.


CONCLUSÃO: UMA PRAÇA, MIL HISTÓRIAS — O LEGADO DE CURITIBA EM 1923

Essa fotografia da Praça Generoso Marques não é apenas um retrato de uma praça. É um documento histórico vivo, que revela como Curitiba se construiu nos anos 20: através de comércio, transporte, saúde e vida cotidiana.

  • As lojas mostram que a cidade já tinha uma economia diversificada e moderna.
  • Os bondes e automóveis revelam que o transporte público e privado estavam em expansão.
  • Os transeuntes mostram que a sociedade curitibana era dinâmica, elegante e em constante movimento.
  • Os bancos e farmácias confirmam que a saúde e a medicina estavam se profissionalizando.

Cada detalhe dessa foto — desde os nomes das lojas até os modelos dos carros — conta uma história. E juntos, eles formam o mosaico de uma Curitiba que, mesmo em 1923, já olhava para o futuro com confiança, estilo e determinação.


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