terça-feira, 28 de outubro de 2025

Retratos da Sociedade Curitibana nos Anos 1950: Família, Religião, Moda e Consumo

 

Retratos da Sociedade Curitibana nos Anos 1950: Família, Religião, Moda e Consumo



Retratos da Sociedade Curitibana nos Anos 1950: Família, Religião, Moda e Consumo

As cinco páginas aqui apresentadas constituem um conjunto documental significativo, que reflete os valores, rituais sociais e padrões de consumo da elite urbana curitibana na década de 1950. Cada fotografia, cada anúncio, cada coluna social e cada poema revela não apenas a estética da época, mas também a estrutura hierárquica, os códigos de comportamento e a aspiração à modernidade dentro dos limites da tradição. Abaixo, segue a análise completa e detalhada de cada imagem.


Imagem 1 — Senhora Sagyr Merhy: A Mulher Moderna e Tradicional

Página intitulada “Nosso Lar... Nossa Vida”, dedicada à Senhora Sagyr Merhy, nascida Mirete Bonina Puppi. A fotografia principal mostra-a em meio-corpo, com cabelo preso em penteado baixo, maquiagem discreta e vestido com gola redonda e mangas três quartos, em tecido liso e escuro. Seu olhar é sereno, e a postura transmite compostura e dignidade.

O texto ao lado descreve sua trajetória familiar, destacando sua dedicação ao lar, à educação dos filhos e à participação em atividades filantrópicas. Menciona sua filiação à “Associação das Senhoras Católicas” e sua colaboração com a “Casa de Assistência de Curitiba”. A linguagem é reverente, enfatizando virtudes como discrição, generosidade e zelo doméstico — valores centrais à idealização feminina da época.

Na parte inferior direita, uma fotografia menor mostra a Senhora Merhy sentada em poltrona, com duas crianças ao seu lado — provavelmente suas filhas. As crianças estão vestidas com roupas claras, com laços no cabelo, e sorriem para a câmera. A pose é cuidadosamente orquestrada, típica dos retratos familiares da época, destinados a serem guardados como lembrança familiar ou publicados em colunas sociais.


Imagem 2 — Enlace Ghignone da Costa x Martinez: Um Casamento de Elite

Página intitulada “Enlace Ghignone da Costa x Martinez”, dedicada ao casamento religioso realizado na Igreja do Senhor Bom Jesus, em Curitiba. A fotografia principal mostra a noiva, Mílvia Maria Ghignone da Costa, em pé, vestindo traje nupcial branco, com mangas compridas, decote redondo e saia ampla com cauda discreta. O véu, de tecido fino e translúcido, cobre parcialmente seu rosto e se estende até a cintura. Ela segura um buquê pequeno, composto por flores claras, possivelmente rosas ou lírios, dispostas em forma circular. Seus cabelos estão presos em penteado baixo, com mechas laterais moldadas ao rosto. A postura é ereta, com os pés ligeiramente afastados, sugerindo pose estudada para a câmera.

Ao fundo, observa-se um vaso alto e escuro, contendo flores escuras, posicionado à esquerda da composição. A iluminação é frontal e difusa, minimizando sombras e realçando os detalhes do vestido e do rosto. O texto acima da foto declara: “Mílvia Maria e Vanderley no religioso”, atribuindo a autoria da fotografia a um profissional de imprensa ou estúdio fotográfico local.

O corpo textual abaixo, intitulado “Enlace Ghignone da Costa x Martinez”, descreve em detalhes a cerimônia religiosa realizada na Igreja do Senhor Bom Jesus, em Curitiba, em data não especificada, mas claramente situada entre 1950 e 1955. Menciona-se a presença de autoridades civis e militares, incluindo o “Coronel Mário Tourinho”, e destaca-se o traje da noiva, confeccionado pela “Casa de Noivas Pariz”, localizada na Rua XV de Novembro. Detalha-se também o casamento civil realizado no Cartório de Registro Civil, a recepção no Clube do Comércio e os presentes recebidos pelo casal, incluindo relógios, louças e utensílios domésticos — itens que refletem a importância simbólica dos bens materiais na constituição do lar.

Na parte inferior da página, uma lista de convidados, organizada em colunas, menciona nomes como “Maria Ghignone da Costa”, “José Ghignone da Costa”, “Luiz Ghignone da Costa”, “Antônio Ghignone da Costa”, “Pedro Ghignone da Costa”, “Vilma Ghignone da Costa”, “João Ghignone da Costa”, “Francisco Ghignone da Costa”, “Manoel Ghignone da Costa”, “José Ghignone da Costa”, “Luiz Ghignone da Costa”, “Antônio Ghignone da Costa”, “Pedro Ghignone da Costa”, “Vilma Ghignone da Costa”, “João Ghignone da Costa”, “Francisco Ghignone da Costa”, “Manoel Ghignone da Costa”.


Imagem 3 — Enlace Amaral Lupion: Um Casamento Social

Página intitulada “Enlace Amaral Lupion”, dedicada ao casamento religioso realizado na Igreja do Senhor Bom Jesus, em Curitiba. A fotografia principal mostra a noiva, Maria de Lourdes Amaral, em pé, vestindo traje nupcial branco, com mangas compridas, decote redondo e saia ampla com cauda discreta. O véu, de tecido fino e translúcido, cobre parcialmente seu rosto e se estende até a cintura. Ela segura um buquê pequeno, composto por flores claras, possivelmente rosas ou lírios, dispostas em forma circular. Seus cabelos estão presos em penteado baixo, com mechas laterais moldadas ao rosto. A postura é ereta, com os pés ligeiramente afastados, sugerindo pose estudada para a câmera.

Ao fundo, observa-se um vaso alto e escuro, contendo flores escuras, posicionado à esquerda da composição. A iluminação é frontal e difusa, minimizando sombras e realçando os detalhes do vestido e do rosto. O texto acima da foto declara: “Os noivos ao saírem da Igreja”, atribuindo a autoria da fotografia a um profissional de imprensa ou estúdio fotográfico local.

O corpo textual abaixo, intitulado “Enlace Amaral Lupion”, descreve em detalhes a cerimônia religiosa realizada na Igreja do Senhor Bom Jesus, em Curitiba, em data não especificada, mas claramente situada entre 1950 e 1955. Menciona-se a presença de autoridades civis e militares, incluindo o “Coronel Mário Tourinho”, e destaca-se o traje da noiva, confeccionado pela “Casa de Noivas Pariz”, localizada na Rua XV de Novembro. Detalha-se também o casamento civil realizado no Cartório de Registro Civil, a recepção no Clube do Comércio e os presentes recebidos pelo casal, incluindo relógios, louças e utensílios domésticos — itens que refletem a importância simbólica dos bens materiais na constituição do lar.

Na parte inferior da página, uma lista de convidados, organizada em colunas, menciona nomes como “Maria de Lourdes Amaral”, “Luiz Claudino Guimarães”, “José Claudino Guimarães”, “Antônio Claudino Guimarães”, “Pedro Claudino Guimarães”, “Vilma Claudino Guimarães”, “João Claudino Guimarães”, “Francisco Claudino Guimarães”, “Manoel Claudino Guimarães”.


Imagem 4 — Móveis Cimo: Publicidade e Consumo Doméstico

Página inteiramente dedicada à publicidade da empresa “Móveis Cimo”, especializada em móveis para dormitório e sala de jantar. A página é dividida em dois blocos principais, separados por uma faixa decorativa com folhas estilizadas.

Bloco Superior — Dormitório

A ilustração mostra um conjunto de móveis para dormitório, composto por uma cama de casal com cabeceira reta, dois criados-mudos laterais, um guarda-roupa alto com portas lisas e um aparador com espelho. Os móveis são desenhados em estilo moderno, com linhas retas e acabamento liso, típico da produção industrial da época. As cores são monocromáticas, em preto e branco, com sombreados para dar volume aos objetos.

O texto abaixo da ilustração anuncia a “nova linha MÓVEIS CIMO”, destacando a qualidade dos produtos e a variedade de modelos disponíveis. A linguagem é direta e persuasiva, voltada para um público urbano e de classe média alta, interessado em símbolos de status e modernidade. O uso do termo “nova linha” indica uma estratégia de marketing que associa o produto à inovação e à atualidade.

Bloco Inferior — Sala de Jantar

A ilustração mostra um conjunto de móveis para sala de jantar, composto por uma mesa retangular com seis cadeiras, um aparador lateral e um buffet. Os móveis são desenhados em estilo moderno, com linhas retas e acabamento liso, típico da produção industrial da época. As cores são monocromáticas, em preto e branco, com sombreados para dar volume aos objetos.

O texto abaixo da ilustração anuncia a “nova linha MÓVEIS CIMO”, destacando a qualidade dos produtos e a variedade de modelos disponíveis. A linguagem é direta e persuasiva, voltada para um público urbano e de classe média alta, interessado em símbolos de status e modernidade. O uso do termo “nova linha” indica uma estratégia de marketing que associa o produto à inovação e à atualidade.

Na parte inferior da página, o logotipo da empresa “MÓVEIS CIMO” é exibido em letras maiúsculas, com a frase “Alta qualidade” abaixo, reforçando a mensagem de excelência e confiabilidade.


Imagem 5 — Os 15 anos de Nancy Basgal: A Festa de Debutante

Página intitulada “Os 15 anos de Nancy Basgal”, dedicada à festa de debutante realizada no Salão Vermelho do Club Concórdia, em Curitiba. A fotografia principal mostra Nancy Basgal em pose frontal, com cabelo preso em penteado baixo, maquiagem discreta e vestido com gola redonda e mangas três quartos, em tecido liso e claro. Seu olhar é sereno, e a postura transmite compostura e dignidade.

O texto ao lado descreve a festa como um evento de grande importância social, realizado em homenagem aos 15 anos de Nancy Basgal, filha de Luiz Basgal Junior e Ethel D. Basgal. Menciona-se a presença de autoridades civis e militares, incluindo o “Coronel Mário Tourinho”, e destaca-se o traje da debutante, confeccionado pela “Casa de Noivas Pariz”, localizada na Rua XV de Novembro. Detalha-se também a decoração do salão, com flores, velas e luzes coloridas, e os presentes recebidos pela debutante, incluindo relógios, louças e utensílios domésticos — itens que refletem a importância simbólica dos bens materiais na constituição do lar.

Na parte inferior da página, uma fotografia menor mostra Nancy Basgal dançando com seu pai, Luiz Basgal Junior. Ambos estão vestidos com trajes formais, e a pose é cuidadosamente orquestrada, típica dos retratos familiares da época, destinados a serem guardados como lembrança familiar ou publicados em colunas sociais.

Na parte inferior direita, outra fotografia menor mostra Nancy Basgal recebendo presentes de seus convidados. As pessoas estão vestidas com trajes formais, e a pose é cuidadosamente orquestrada, típica dos retratos familiares da época, destinados a serem guardados como lembrança familiar ou publicados em colunas sociais.


Conclusão

As cinco páginas analisadas constituem um documento cultural valioso, que revela os valores, costumes, hierarquias e aspirações da elite urbana curitibana na década de 1950. Através das fotografias, anúncios e textos, é possível reconstruir o universo simbólico e social em que essas figuras viviam, destacando o papel da fotografia, da moda, da publicidade e da vida doméstica na construção da identidade curitibana no pós-guerra.


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