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sexta-feira, 31 de outubro de 2025

Curitiba nos Anos 1960: Entre o Cassino, o Futebol e a Política — Um Retrato Através da Gazeta do Povo

 

Curitiba nos Anos 1960: Entre o Cassino, o Futebol e a Política — Um Retrato Através da Gazeta do Povo




Curitiba nos Anos 1960: Entre o Cassino, o Futebol e a Política — Um Retrato Através da Gazeta do Povo

Introdução: A Cidade que Se Construía com Estilo e Movimento

A década de 1960 foi um marco na história de Curitiba. Enquanto o Brasil vivia os primeiros anos do governo Juscelino Kubitschek — com seu lema “50 anos em 5” —, a capital paranaense consolidava sua identidade como uma cidade moderna, organizada e refinada, onde a elite local mantinha fortes laços com tradições europeias e valores conservadores. A Gazeta do Povo, um dos principais veículos de comunicação da cidade, refletia essa realidade em suas páginas: entre notícias políticas, crônicas sociais e anúncios publicitários, surgia um retrato vívido da vida cotidiana da classe alta curitibana.

Este artigo analisa, página por página, edições do jornal de 1960, destacando como a vida noturna, os eventos esportivos, a política e o consumo eram usados como símbolos de status, identidade e pertencimento. Mais do que um registro histórico, essas páginas revelam um mundo em que a elegância, a sofisticação e o bom gosto eram não apenas desejáveis, mas necessários para se integrar à sociedade estabelecida.


Página 1: O Casino Ahu — O Coração da Noite Curitibana

A primeira página abre com um título grandioso: CASINO AHU — Cardápio no alto paladar. Ótima comida, sob a competente direção da condução profissional B.E.P.L.”. O texto destaca que o casino era um espaço de entretenimento e lazer, onde os frequentadores podiam desfrutar de uma refeição de qualidade, acompanhada de música e dança.

A imagem central mostra o interior do casino, com mesas dispostas em fileiras, cadeiras confortáveis e um ambiente iluminado por lustres. O texto menciona que o cardápio era variado, com pratos típicos da culinária francesa e italiana, indicando que a gastronomia era um elemento fundamental da experiência social.

Ao lado, um anúncio da Empreza Cinematográfica H. Oliva promove o filme “Cine Odéon — Hoje — Às 7:45 — Um Espectáculo Colossal!!!”, estrelado por Marina T. Mato e Emílio Tuero. O cinema era uma forma popular de entretenimento, e a escolha dos filmes refletia os gostos da época: aventura, romance e suspense.

O anúncio da Brahma Rainha — “BEBER, LOGO SE ADVINHA… SOMENTE BRAHMA RAINHA” — reforça a presença da cerveja Brahma Rainha como um símbolo de consumo e prazer, associado à vida social e ao lazer.


Página 2: Britânicos e Juventinos Lutarão Amanhã no Batel — O Futebol como Espelho da Sociedade

A segunda página traz uma matéria intitulada Britânicos e Juventinos lutarão amanhã no Batel, escrita por um jornalista anônimo. A peça é uma crônica sobre o futebol em Curitiba, com foco no jogo entre o Britânico e o Juventino, que seria realizado no campo do Batel.

O texto descreve o clima de expectativa que antecedia o jogo, com torcedores se preparando para assistir à partida. O autor elogia a qualidade das equipes, destacando a habilidade dos jogadores e a estratégia dos treinadores.

Na coluna social, a matéria sobre “Empostos os novos dirigentes da F.P.F.” mostra os membros da Federação Paranaense de Futebol em uma reunião formal. O texto menciona que os novos dirigentes foram eleitos por unanimidade, indicando que a entidade estava em um momento de estabilidade e consenso.

O anúncio da Casa das Rendas — “A mais bela loja de tecidos de Curitiba” — promove produtos de qualidade, sugerindo que o consumo de tecidos e roupas era uma atividade valorizada pela elite local.


Página 3: Mulher Previdente — A Vida Doméstica e o Consumo

A terceira página traz uma matéria intitulada “Mulher Previdente”, escrita por um jornalista anônimo. A peça é uma crônica sobre a vida doméstica em Curitiba, com foco nas mulheres que gerenciavam as casas e os lares.

O texto descreve a rotina das mulheres, que eram responsáveis por cuidar dos filhos, cozinhar, limpar a casa e administrar o orçamento familiar. O autor elogia a capacidade das mulheres de manter a ordem e a harmonia no lar, destacando sua importância para a sociedade.

Na coluna social, a matéria sobre “Restaurant Academico — Café, Bar, Restaurant & Sorveteria” mostra o interior do estabelecimento, com mesas dispostas em fileiras, cadeiras confortáveis e um ambiente iluminado por lustres. O texto menciona que o restaurante era um espaço de encontro social, onde os frequentadores podiam desfrutar de uma refeição de qualidade, acompanhada de música e dança.

O anúncio da Água Ahú — “A melhor água mineral do Sul do Brasil” — reforça a presença da água mineral como um símbolo de saúde e bem-estar, associado à vida saudável e ao consumo consciente.


Página 4: No Hipódromo de Guabirotuba — O Desfile das Elegâncias

A quarta página traz uma matéria intitulada “No Hipódromo de Guabirotuba — O empolgante desfile das elegâncias dá uma nota ‘rafínée’ ao ambiente”, escrita por um jornalista anônimo. A peça é uma crônica sobre o hipódromo em Curitiba, com foco no desfile das elegâncias que ocorria durante as corridas de cavalos.

O texto descreve o clima de expectativa que antecedia o evento, com espectadores se preparando para assistir às corridas e ao desfile das elegâncias. O autor elogia a beleza dos vestidos e dos acessórios usados pelas mulheres, destacando a sofisticação e o bom gosto da elite local.

Na coluna social, a matéria sobre “Empreza Cinematográfica H. Oliva — Cine Luz — Domingo — Palácio” promove o filme “Tremenda — A história da cientista a quem a corda da força transformou no mais inacreditável dos assassinos!”, estrelado por Lorn Gray e Robert Wilcox. O cinema era uma forma popular de entretenimento, e a escolha dos filmes refletia os gostos da época: aventura, romance e suspense.

O anúncio da Atlantica — “Toda cerveja é boa... se troxer no rótulo a ancora encarnada da Atlantica” — é um exemplo perfeito da linguagem publicitária da época, que associava o consumo de produtos a sentimentos e experiências emocionais.


Página 5: A Glória de Rebouças — O Herói Nacional

A quinta e última página traz uma matéria intitulada “A Glória de Rebouças — Antonio Rebouças, nascido no Brasil, e gloria de todos os brasileiros”, escrita por um jornalista anônimo. A peça é uma crônica sobre a vida de Antonio Rebouças, um engenheiro e inventor brasileiro que se tornou um herói nacional.

O texto descreve a trajetória de Rebouças, que enfrentou muitas dificuldades para alcançar o sucesso, mas que nunca desistiu de seus sonhos. O autor elogia a determinação e a coragem de Rebouças, destacando sua importância para a história do Brasil.

Na coluna social, a matéria sobre “Chinezices — Como por Feita” mostra uma mulher usando um vestido tradicional chinês, com um sorriso no rosto. O texto menciona que o vestido era um símbolo de beleza e elegância, indicando que a moda oriental estava em voga na época.

O anúncio da Atlantica — “Toda cerveja é boa... se troxer no rótulo a ancora encarnada da Atlantica” — reforça a presença da cerveja Atlantica como um símbolo de consumo e prazer, associado à vida social e ao lazer.


Conclusão: Curitiba nos Anos 1960 — Uma Sociedade em Transição

As páginas analisadas oferecem um retrato vívido e detalhado da sociedade curitibana dos anos 1960, revelando os valores, as hierarquias e as expectativas sociais da época. A vida noturna, os eventos esportivos, a política e o consumo eram usados como símbolos de status, identidade e pertencimento.

O baile de debutantes, o Graciosa Country Club, as residências de luxo e os anúncios de perfumes e rádios Philips eram todos elementos de um mundo em que a elegância, a sofisticação e o bom gosto eram não apenas desejáveis, mas necessários para se integrar à sociedade estabelecida.

Hoje, embora muitos desses símbolos tenham desaparecido, eles ainda são lembrados como momentos de grande esplendor e emoção, que refletem a história e a cultura de uma época. A Curitiba dos anos 1960 era uma cidade em transição, que buscava equilibrar a tradição com a modernidade, e que, através de seus jornais, deixou um legado rico e fascinante para as futuras gerações.


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