quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018

Avenida do Cruzeiro (atual Manoel Ribas). Foto: Acervo familiar de Maria de Lourdes Arruda e Osman Arruda. Gazeta do Povo, Coluna Nostalgia (Cid Destefani, 31/12/1995)








Gazeta do Povo, Coluna Nostalgia (31/12/1995) - Avenida do Cruzeiro (atual Manoel Ribas)

"Vamos focalizar a antiga Avenida do Cruzeiro, entre as ruas Brigadeiro Franco e Prudente de Morais. A fotografia nos foi fornecida pela leitora Maria de Lourdes Arruda, através de seu sobrinho Osman Arruda. A história deste pequeno espaço do então arrabalde das Mercês nos foi contada pelo Irineu Mazzarotto, o conhecidíssimo Queixinho.

A foto é do início da década de 30, quando a Avenida do Cruzeiro, atual Manoel Ribas, estava sendo preparada para receber o revestimento de macadame. Pelo lado direito vemos a casa de número 867, onde funcionava a Padaria Felicidade, de André Zanetti e Filhos. Um dos filhos de seu André foi famoso beque central do Atlético. As carroças dos colonos de Santa Felicidade faziam ponto obrigatório naquele estabelecimento, tanto na ida para o centro da cidade, quanto na volta. Ali tomavam café e forravam o estômago com pedaços de cuque, ou então degustavam os famosos chineques, especialidade da padaria do velho Zanetti.

Em seguida à padaria vinha a residência da família Zanetti e, após um terreno vago, vinha o Armazém do Albino e Dona Marta Dumke. Pouco tempo depois de ter sido feita esta fotografia, lembra o Queixinho, começou a circular o primeiro ônibus que ligava o bairro ao centro. Era de propriedade do Bertoldi e todos os moradores da região, quando falavam do veículo, o tratavam por Número Um.

Agora, olhando o lado esquerdo da foto, vemos, no alto do barranco, o açougue do Izídio Fabris, cuja irmã, Lola, também açougueira, possuía uma força descomunal. Sozinha transportava nas costas o quarto traseiro de um boi.

Em seguida ao açougue vemos a residência da professora Estela Barbosa e lá, mais ao fundo, a casa de Igino Mazzarotto, onde alguns anos depois funcionaria o Bar Botafogo, dos irmãos Euclides, Sílvio e Irineu Mazzarotto. Depois da casa vinha o armazém de seu Igino e depois a casa que pertencia à Dona Amália Gasparin Mazzarotto, mãe de Dom Jerônimo Mazzarotto.

Nesta época ali residia um irmão do bispo de nome Pedro e que era alfaiate. Nesta casa hoje funciona o Restaurante Tortuga".

Restaurante do Estudante no Passeio Público, inaugurado por Moisés Lupion. Data: 1947. Foto: autor desconhecido. Acervo: Cid Destefani. Gazeta do Povo, Coluna Nostalgia (08/08/1999)


Rua XV. Data: 04/09/1940, após o desfile do "Dia da Raça". Foto: Domingos Foggiato. Acervo: Cid Destefani. Gazeta do Povo. Coluna Nostalgia (13/12/1992)


Vista aérea da Praça Generoso Marques em direção ao leste. Data: outubro de 1966. Foto: autor desconhecido. Acervo: Cid Destefani. Gazeta do Povo. Coluna Nostalgia (06/08/1995)




Gazeta do Povo, Coluna Nostalgia. (Cid Destefani, 06/08/1995) 

"(...) Uma imagem aérea do centro da cidade feita há 28 anos (1966). Era época de mexidas no centro da cidade. Aparece a Travessa Tobias de Macedo, antiga Marumbi, já alargada, mas com velhas casas demolidas esperando a construção de novos edifícios. O sentido do tráfego de automóveis era ao contrário, assim como na Travessa Alfredo Bufren. A Praça Borges de Medeiros atrás do Paço (antiga prefeitura) era um movimentado terminal de coletivos. 

Na Generoso Marques os automóveis contornavam a estátua do Barão do Rio Branco. A Rua Monsenhor Celso ainda era usada pelos veículos que vinham da Rua XV em direção à Praça Tiradentes. Na Rua XV os automóveis desfilavam nos dois sentidos. as ruas Barão do Rio Branco e Riachuelo também eram dominadas pelos carros e por um comércio ativo. Meia dúzia de anos após esta foto ser tomada, tudo isso iria ser modificado. (...)"

Capela de São Francisco de Paula ao lado das Ruínas do Alto São Francisco. Data: aproximadamente 1910. Foto: autor desconhecido. Acervo: Cid Destefani. Gazeta do Povo. Coluna Nostalgia (07/03/1999)




A idéia original era construir uma igreja de pedras, mas a obra não prosperou e as pedras foram utilizadas na construção da atual Catedral, inaugurada em 1893.

A capela (que funcionava como um anexo da igreja em construção) foi inaugurada em 13 de abril de 1811 e demolida em 1913 pelo prefeito Cândido de Abreu, que a substituiu em 1915 pelo prédio do "Belvedere".

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"Procedência das rochas nas Ruínas de São Francisco e calçadas antigas da Praça Tiradentes". Liccardo, Antonio;  Vasconcellos, Eleonora Maria Gouveia e Chmyz, Igor (Resumo)

Santos Dumont em visita ao Colégio Santos Dumont. Data: 1916. Foto: autor desconhecido. Acervo Cid Destefani. Gazeta do Povo, Coluna Nostalgia (15/03/1998)












Gazeta do Povo, Coluna Nostalgia (15/03/1998) 

"Alberto Santos Dumont ao término da visita que acabara de fazer à escola que levava seu nome, em maio de 1916. A Escola Santos Dumont, fundada em Curitiba dez anos antes pela professora Mariana Coelho, funcionava na Rua José Loureiro, nº. 27. A foto mostra o inventor do avião e do relógio de pulso com as autoridades e a professora Mariana Coelho ao lado direito. Ao lado esquerdo, os alunos da escola".

Rua Ermelino de Leão com Augusto Stellfeld, em direção à Rua XV. Ao fundo, o prédio Moreira Garcez. Data: 1938. Foto: Domingos Foggiato. Acervo: Cid Destefani. Gazeta do Povo, Coluna Nostalgia (09/06/1991)




Gazeta do Povo, Coluna Nostalgia, Cid Destefani – 09/06/1991 – A Ermelino 

"A piazada reunida esperava ansiosa o surgimento do carro do governador, não era por respeito ou admiração à figura sizuda de Manoel Ribas, isso se notava logo que o veículo apontava na Rua Saldanha Marinho e dobrava a esquina da Ermelino de Leão com destino ao Palácio do Governo no Alto São Francisco. Alguns piás mais eufóricos gritavam: “Ganhei! Ganhei!”. Haviam apostado entre si qual era a placa do carro que o “Maneco Facão” estaria usando, o PG1, o PG 2 ou o PG3. E, no meio da algazarra o ganhador ou ganhadores recolhiam os tostões apostados. Esta é uma faceta da Rua Ermelino de Leão do início dos anos 40, segundo um dos piás que vivia na época o cronista esportivo Vinícius Coelho. 

A fotografia hoje nos mostra a Rua Ermelino viista do cruzamento com a Augusto Stellfeld para o centro. A imagem, gravada em 1938 apresenta, ao fundo, em destaque, o edifício Moreira Garcez na imponência dos seus oitos andares, o maior prédio de Curitiba. A casa de esquina, ao lado esquerdo, ainda existe em na época, era ocupada pela família de Hermógenes Bartolomei e, a da direita, pelo advogado Jorge Magno Loyola Borges. 

Descendo a rua estavam instalados os Pajuaba, os Salamuni e os Gomel. Na esquina da Saldanha o japonês José Noguti já funcionava com seu bar, que está lá até hoje. Em cima do bar moravam as famílias de Isaac Guelmann e os Cury. No cruzamento com a Cruz Machado existia uma “casa suspeita” onde hoje está o prédio do HOTEL Caravelle. Na outra esquina ficava o Juizado de Menores vis-a-vis com um terreno baldio usado pela meninada da região como campinho de futebol. Aguns craques que esfolavam sua canela por ali: Elpídio Loureiro (o Tico), Mário Smolka, Laertes Comandulli, Aderbal Fortes de Sá, Cícero Fernandes, Vinícius Coelho e o Alfredo “Abobrinha”, além de muitos outros. 













Fonte: Google Street

Partindo em direção à Ébano Pereira, tínhamos a pensão Grechele & Mendes que alugava quartos para a estontada de fora que vinha cursar a Universidade. Nesta quadra ainda moravam as famílias Zgoda, Cunha e Barbosa, sendo que desta última saiu um campeão brasileiro de ciclismo: o Adolfo “Batatinha”. Por ali também morou Lauro Grein. Existiu ali um prédio cinzento e soturno, misterioso para os olhos da criançada, onde funcionava o Templo Adventista do 7º Dia. Não sai e nossa memória o muro baixo que fronteava o templo, com um pequeno portão de madeira que vivia eternamente quebrado. 

Finalmente chegamos à primeira quadra da Ermelino, entre Cândido Lopes e Avenida João Pessoa (Luiz Xavier), onde já se fazia notar a presença de maior número de casas comerciais e escritórios. Funcionavam ali as agências da Western Telegraph Company, a Universal Pictures, a Warner Brothers Pictures, a United Arts of Brazil, a barbearia do Saul, a Eletrolândia estava começando, o Açougue Paulista, o açougue de aves, o primeiro especializado no gênero em Curitiba e o Paraíso das Frutas. 

Não poderíamos deixar de mencionar, embora não apareçam na foto, as residências de AbdoTacla, José Ferrani, de Mansur Guérios e Affonso Ritzmann, que se localizavam entre a Rua Augusto Stellfeld e a Praça Dr. João Cândido".

Rua Riachuelo. Data: 10/12/1946. Foto: Domingos Foggiatto. Acervo: Cid Destefani. Gazeta do Povo, Coluna Nostalgia (31/01/1993)




Gazeta do Povo, Coluna Nostalgia (Cid Destefani, 31/01/1993)

"(...) No início dos anos 40 vamos encontrar ainda com endereço na Praça Generoso Marques a casa de instrumentos musicais dos irmãos Hertel, a Casa Ideal de calçados que pertencia a dona Paula Elias e Reinaldo Schiebler com sua Casa Alumínio, além da loja dos irmãos Muggiati, cuja variedade de artigos carnavalescos era a parada obrigatória dos foliões de então.

Agora já estamos pisando na calçada da Riachuelo. Os endereços vão apontando os nomes que ali estavam instalados, tais como: Eurico Heisler, Italo Marquesine, Hotel Martins, Casa Yvone, Alfaiataria do Marquart, Carlos Schlosser, Joaquim Elias, Farmácia Sommer, Doutor Antônio Amarante e, na esquina do Beco do Marumbi, a Óptica e Relojoaria Raeder.
Já na segunda quadra a Casa Luhm, os irmãos Riskalla seguidos pela Casa Favorita dos irmãos Hatchback. Na esquina com a rua São Francisco ficava a famosa Casa de Porcelana Schmidlin e Tamm.

Seguiam-se a Casa Tokio Dr. Alcindo Lima, Dr. Nicolau Petrelli Júnior, Casa Verde, a família dos Campelli, Afonso Hey, o estabelecimento de Madame Odette, a agência de caminhões N. Barbieri & Cia, Paulo Ernesto Riedel, a Cia Jensen, o Salão José, a casa de Rádio Helios, o Salão Affonso, o depósito da cervejaria Atlântica, o Instituto Comercial Nela Vista e Quentel & Filhos.

Na esquina da Carlos Cavalcanti ficava então o quartel do Centro de Preparação de Oficiais da Reserva e lá no fim da rua, quase na praça 19, a sucursal dos Laboratórios Andrômaco.

Nos anos 50, destaque para a Casa Romeu, que comprava e vendia roupas usadas; Ney Traple, professor de dança de salão e o Restaurante Paris, famoso ponto de encontro da boemia".

Carroceiros reunidos em frente ao Mercado Municipal onde posteriormente seria construído o Paço. Data: 1905. Foto: autor desconhecido. Acervo: Cid Destefani. Gazeta do Povo, Coluna Nostalgia (07/01/1996)

























Segundo Cid Destefani em texto recente - Gazeta do Povo, 01/05/2011 -, a reunião seria uma manifestação dos carroceiros contra a concorrência dos então recém-instalados serviços de bondes de mulas.

Passeio Público. Ponte sobre o Rio Belém. Data: 1900. Foto: Adolph Volk. Acervo: Cid Destefani. Gazeta do Povo, Coluna Nostalgia (02/10/1994)




Passeio Público. Ponte sobre o Rio Belém. Data: 1900. Foto: Adolph Volk. Acervo: Cid Destefani/FCC-Casa da Memória. Gazeta do Povo, Coluna Nostalgia (02/10/1994).