Porto de Paranaguá - 1937
Empresa Rocha - lote de madeira para carregamento em navio.
Foto reprodução: Revista Marinha
Acervo: IHGP

fotos fatos e curiosidades antigamente O passado, o legado de um homem pode até ser momentaneamente esquecido, nunca apagado



Fernando Amaro de Miranda (1831-1857)(1º POETA PARANAENSE) Filho de Antônio Dionízio de Miranda e de Ana Rosa de Miranda, nasceu em Paranaguá no dia 24 de junho de 1831. De profissão, foi guarda-livros. Cronologicamente, é considerado o primeiro poeta paranaense, dos principais representantes do Romantismo. Passou a maior parte da vida na cidade de Morretes. Teve infância triste. Do pai não herdara nem nome nem fortuna.Dedicou-se ao comércio, confiante na prosperidade pessoal. Dotado de rara sensibilidade, mesmo no meio acanhado em que vivia foi-lhe possível desenvolver os dotes poéticos. Seus versos, impregnados de melancolia, revelavam uma alma sofrida e inconformada. Segundo Maria Nicolas em Vultos Paranaenses, era excelente seu talho da letra. Os versos são rebuscados do mesmo tom romântico, da mesma tristeza dolente que caracterizavam as composições rimadas de Casemiro de Abreu e Fagundes Varela. Um exemplo: As mágoas que rebentaram / Que tão cruéis me roubaram / A cor e o brilho do rosto / Bem ocultá-las quisera / De quem pior que uma fera / Se ri de alheio desgosto. Não conseguiu vôos mais altos no firmamento poético em face da idade, do meio e da época em que viveu, praticamente sem recursos para publicar seus trabalhos. Recorreu, todavia, aos jornais e revistas para levar ao público os frutos de seu talento criativo. Escreveu também peças teatrais, dramas que infelizmente acabaram por extraviar-se, entre as quais Ialmar, Triunfo dos Agredidos e Alboim. Suas colaborações são encontradas nos seguintes órgãos: Dezenove de Dezembro, Almanaque Paranaense, Almanaque da Câmara Municipal de Paranaguá, O Sapo, O Itiberê, Álbum do Paraná e Sonetos Paranaenses. Seu único livro, publicado post-mortem, é de 1901, sob o título Versos, pela Editora Sapo. Tentou em vida publicar Pulsações de MinhAlma, mas em vão. Faleceu em Morretes, dia 16 de novembro de 1857. 



O jovem Euphrásio Correia era filho do Dr. Manoel Euphrásio Correia e de da. Maria Carmelina Correia. Nasceu no ano de 1874. Na cidade de Salvador, Estado da Bahia, fêz o curso primário no Colégio "Sete de Setembro". Obteve sempre as melhores notas, tanto pela aplicação, como pelo bom comportamento. Na época em que Euphrásio Correia cursava o secundário, havia o uso da palmatória pelos desalmados professores. Pois bem. Enquanto os seus colegas ganhavam dúzias de "bolos" nas mãos, o nosso jovem só recebeu um, durante todo o curso. Findos os preparatórios, ingressou na Faculdade Livre de Direito do Rio de Janeiro, continuando como um dos alunos mais distintos."Republicano ardoroso, alistou-se no Batalhão Acadêmico, organizado para a defesa da República”."Trocou os livros pelas armas e, levado pela paixão patriótica, procurou os postos mais avançados para combater os seus adversários". Tomou parte em vários combates. Pela denodada atuação, recebeu as divisas de cabo e, posteriormente, as de sargento. Comandou uma peça de artilharia. Estando seriamente ameaçada da Armação, Niterói, Estado do Rio, êle fora enviado para esse local. Fazia-se mister evitar o desembarque dos rebeldes. A luta foi cruenta e demorada; a guarnição legal enfraqueceu de tal sorte que, ao desembarque dos marinheiros revoltosos, feriu-se luta corpo a corpo. Euphrásio Correia embora, assistindoa deserção das suas fileiras e a morte dos que defendiam com denodo, a posição assaltada, permaneceu no seu posto, guardando a peça de artilharia que fora confiada ao seu comando. Ai recebeu morte heróica, trucidado a macha dadas pelos marujos federalistas, no memorável combate ocorrido a 9 de fevereiro de 1894. "Pagou com sua promissora vida de jovem estudante, que era uma das legítimas esperanças do Paraná, a sua dedicação ao regime republicano".