terça-feira, 3 de maio de 2022

"O primeiro carnaval da capital paranaense de que se tem notícia data de 1857, como apontam registros do arquivo público da Casa da Memória. Foi um grande baile no Teatro Curitiba, na Rua 13 de Maio, antiga Rua dos Alemães, com cidadãos mascarados que fizeram batalhas de bolas de cera recheadas com água perfumada.

 "O primeiro carnaval da capital paranaense de que se tem notícia data de 1857, como apontam registros do arquivo público da Casa da Memória. Foi um grande baile no Teatro Curitiba, na Rua 13 de Maio, antiga Rua dos Alemães, com cidadãos mascarados que fizeram batalhas de bolas de cera recheadas com água perfumada.


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O CARNAVAL E O CORSO DE CURITIBA ANTIGAMENTE
"O primeiro carnaval da capital paranaense de que se tem notícia data de 1857, como apontam registros do arquivo público da Casa da Memória. Foi um grande baile no Teatro Curitiba, na Rua 13 de Maio, antiga Rua dos Alemães, com cidadãos mascarados que fizeram batalhas de bolas de cera recheadas com água perfumada.
Algumas décadas depois, em 1870, o carnaval local se inspira no carnaval veneziano e começa a caminhar para os clubes tradicionais, em uma tentativa de afastar o grosseiro entrudo português. [...]
A partir de 1890 as famílias de bom poder aquisitivo e os clubes passaram a organizar os corsos, desfiles de carros abertos enfeitados, puxados a cavalos, que formavam filas e ocupavam toda a Rua XV de Novembro e se estendiam por toda a Rua Comendador Araújo, até a Estação Ferroviária. [...]"
(Extraido da Gazeta do Povo)
Paulo Grani

A criação da Escola de Aprendizes Artífices de Curitiba foi parte de um projeto do então presidente Nilo Peçanha, em 23 de setembro de 1909, o qual criou a instituição em várias capitais do país. No Paraná, a escola foi inaugurada no dia 16 de janeiro de 1910, em um prédio da Praça Carlos Gomes.

A criação da Escola de Aprendizes Artífices de Curitiba foi parte de um projeto do então presidente Nilo Peçanha, em 23 de setembro de 1909, o qual criou a instituição em várias capitais do país. No Paraná, a escola foi inaugurada no dia 16 de janeiro de 1910, em um prédio da Praça Carlos Gomes.


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Solenidade em 1912, com participação da Polícia Militar do PR.

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Alunos desfilam na rua Pedro Ivo, em 1934.

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Formatura diária, década de 1910.

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Exercícios de formatura, década de 1910.

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Aula de ginástica.
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Alunos uniformizados para atividades nas oficinas.

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Formatura para canto do hino nacional.

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Ofício do ministro da agricultura congratulando a direção, corpo docente e discente, pela excelência da escola.
CONHECENDO A ESCOLA DE APRENDIZES ARTÍFICES DE CURITIBA
A criação da Escola de Aprendizes Artífices de Curitiba foi parte de um projeto do então presidente Nilo Peçanha, em 23 de setembro de 1909, o qual criou a instituição em várias capitais do país. No Paraná, a escola foi inaugurada no dia 16 de janeiro de 1910, em um prédio da Praça Carlos Gomes.
O ensino era destinado a garotos de camadas menos favorecidas da sociedade, chamados de “desprovidos da sorte”. Pela manhã, esses meninos recebiam conhecimentos elementares (primário) e, à tarde, aprendiam ofícios nas áreas de alfaiataria, sapataria, marcenaria e serralheria. Inicialmente, havia 45 alunos matriculados na escola, que, logo em seguida, instalou seções de Pintura Decorativa e Escultura Ornamental.
Aos poucos, a escola cresceu e o número estudantes aumentou, fazendo com que se procurasse uma sede maior. Então, em 1936, a Instituição foi transferida para a Avenida Sete de Setembro com a Rua Desembargador Westphalen, onde permanece até hoje. O ensino tornou-se cada vez mais profissional até que, no ano seguinte (1937), a escola começou a ministrar o ensino de 1º grau, sendo denominada Liceu Industrial do Paraná.
Em 1942, o ensino passou a ser ministrado em dois ciclos. No primeiro, havia o ensino industrial básico, o de mestria e o artesanal. No segundo, o técnico e o pedagógico. Com a reforma, foi instituída a rede federal de instituições de ensino industrial e o Liceu passou a chamar-se Escola Técnica de Curitiba. Em 1943, tiveram início os primeiros cursos técnicos: Construção de Máquinas e Motores, Edificações, Desenho Técnico e Decoração de Interiores.
Em 1959, o ensino técnico no Brasil foi unificado pela legislação. A escola ganhou, assim, maior autonomia e passou a chamar-se Escola Técnica Federal do Paraná. Em 1974, foram implantados os primeiros cursos de curta duração de Engenharia de Operação (Construção Civil e Elétrica).
Em 1978, a Instituição foi transformada em Centro Federal de Educação Tecnológica do Paraná (Cefet-PR), passando a ministrar cursos de graduação plena. A partir da implantação dos cursos superiores, deu-se início ao processo de “maioridade” da Instituição, que avançaria, nas décadas de 80 e 90, com a criação dos Programas de Pós-Graduação.
Em 1990, a instituição decidiu implantar o Ensino Médio e cursos de Tecnologia. Em 1998, criou um projeto de transformação da Instituição em Universidade Tecnológica.
Em 2005, Após sete anos de preparo e o aval do governo federal, o projeto tornou-se lei. O Cefet-PR, então, passou a ser a UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ (UTFPR) – a primeira especializada do Brasil. Atualmente, a Universidade Tecnológica conta com 13 câmpus, distribuídos nas cidades de Apucarana, Campo Mourão, Cornélio Procópio, Curitiba, Dois Vizinhos, Francisco Beltrão, Guarapuava, Londrina, Medianeira, Pato Branco, Ponta Grossa, Santa Helena e Toledo.
(Fonte: utfpr.edu.br)
(Fotos: pinterest, curitibaantiga, acervodigital.ufpr.gov, nudhi/cefet.pr)
Paulo Grani

" O prédio da antiga Farmácia Stellfeld ainda permanece imponente no cenário da Praça Tiradentes. É um dos poucos exemplares datados do século XIX que restaram no local – se tornando testemunha de uma Curitiba marcada pela chegada de imigrantes europeus.

 " O prédio da antiga Farmácia Stellfeld ainda permanece imponente no cenário da Praça Tiradentes. É um dos poucos exemplares datados do século XIX que restaram no local – se tornando testemunha de uma Curitiba marcada pela chegada de imigrantes europeus.


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Pharmacia Stellpheld em 1910.

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Destaque do relógio de sol, no eitao do estabelecimento.

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Imóvel atualmente, mantendo parte do projeto original.
A PHARMACIA E O RELÓGIO DE SOL
Milhares de olhares voltavam-se diariamente para o eitão daquela fachada procurando acertar-se do horário do dia, numa época em que poucos podiam ter um relógio às mãos.
Com certeza, o acerto entre Gottlieb e Augusto para colocar aquele milenar invento, naquele lugar, para servilmente ajudar a população, teve por motivação os costumes nas suas origens germânicas. Abertas as portas da Botica, Augusto realiza sua maior paixão, o exercício de "pharmacêutico", para atender a população.
" O prédio da antiga Farmácia Stellfeld ainda permanece imponente no cenário da Praça Tiradentes. É um dos poucos exemplares datados do século XIX que restaram no local – se tornando testemunha de uma Curitiba marcada pela chegada de imigrantes europeus.
Augusto Stellfeld – fundador do estabelecimento – nasceu em 1817 no Ducado de Braunschweig (então sob domínio dinamarquês). Teve como formação o ramo farmacêutico e angariou destaque militar ao se tornar voluntário nas guerras de independência de 1848 a 1850. Carreira breve que obteve destaque.
Em 1851 – aos 34 anos – Stellfeld migrou para o Brasil com destino à Colônia Dona Francisca (Joinville). Se dirigiu para Paranaguá e posteriormente ao Rio de Janeiro para prestar exame de reavaliação na Faculdade de Medicina.
Em Curitiba – o farmacêutico observou melhores possibilidades de trabalho. Stellfeld montou uma botica provisória na Santa Casa de Misericórdia e em seguida se instalou na Rua Direita. A sede definitiva, no Largo da Matriz, ficaria finalizada em 1866 e também serviria de moradia para Stellfeld. O projeto foi do engenheiro Gottlieb Wieland e contou com conceitos alemães avançados para a época.
Outro fato que chamava a atenção dos transeuntes da época, foi o "Relógio de Sol", colocado bem ao centro da fachada da edificação.
Com o passar dos anos, Stellfeld conquistou um amplo respeito na sociedade curitibana. Envolveu-se politicamente; participou de ações sociais como o atendimento gratuito as famílias dos voluntários na Guerra do Paraguai; e recebeu a comenda da Ordem da Rosa conferida por D. Pedro II – em 1880.
A morte de Stellfeld, em 1894, fez com que a administração do comércio passasse para suas gerações seguintes. Passou dificuldades durante o período da Primeira Guerra Mundial, porém, a Farmácia Stellfeld prosperou economicamente com o passar dos anos, até ser vendida, na década de 1970, para outra rede de farmácias em Curitiba.".
(Fonte: Casa Romário Martins. Fotos: Pinterest, curitibaantiga.com, gazetadopovo.com)
Paulo Grani.

LISTA DE PROFISSIONAIS PARANAENSES DE 1877 Reveladora lista de profissionais e suas atividades, divulgada no "Almanak Administrativo, Mercantil e Industrial da Província do Paraná", de 1877.

 LISTA DE PROFISSIONAIS PARANAENSES DE 1877
Reveladora lista de profissionais e suas atividades, divulgada no "Almanak Administrativo, Mercantil e Industrial da Província do Paraná", de 1877.

LISTA DE PROFISSIONAIS PARANAENSES DE 1877

Reveladora lista de profissionais e suas atividades, divulgada no "Almanak Administrativo, Mercantil e Industrial da Província do Paraná", de 1877.

Relacionados por ocupação/atividade, os nomes revelam pessoas que se destacaram na história curitibana e outras cidades do Paraná.

Muitos destes profissionais foram homenageados com nomes de ruas e praças, e revela serem antepassados de muitos integrantes da página.

Paulo Grani

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Pode ser uma imagem de texto que diz "Gabriel Ribas Cordeiro Netto, (Veados.) Guilherme Josẻ Corrêa. Henrique Mehl, (Rocio.) Jacob Kuhmer. João Alves Marcellino, (Ribeirão da Onça.) João Desiderio Baebler, (Rocio.) João Foster. Joaquim Gonçalves de Oliveira, (Rocio.) Joaquim de Oliveira Braga, (Borda do Campo.) Joaquim Pinto de Macedo, (Capivary.) José Antonio de Oliveira, (Campo Grande.) José Goncalves Baitaca. (Atuba.) José Ignacio de Faria, (Marmelleiro.) Jose Joaquim Teixeira Ramos. José Martins de Araujo Marques."

Pode ser uma imagem de texto que diz "Antonio Francisco Corrêa de Bittencourt. Antonio Marçal de Oliveira. Antonio Teixeira Falcão, (Campo Magro.) Anlonio Ventura de Jesus, (Campo Grande.) Augusto de Assis Teixeira. Bandeira & Duarte. Bento José de Castilho, (Rocio.) Carlos da Motta Bandeira e Silva. Christiano Riesse, (Juruquy.) Christiano Weissenger, (Pilarzinho.) Claro José Lisboa. Emilio Silveira de Miranda. F. Fowler & Tod, (Rocio.) Felippe Wagner, (Colonia Argelina.) Fernando Schneider. Francisco das Chagas Freitas, (Juruquy.) Francisco Gonçalves dos Santos. Francisco José de Christo Rosa, (Tranqueira.) Francisco Nunes da Costa, (Rocio.) Francisco de Paula Guimarães Alves, (Boixi-. ninga.)"
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Pode ser uma imagem de texto que diz "Gustavo Mensing João Leitner. Ferrarias Augusto Kug. Augusto Salmon. Augusto Schtüz, (Rocio.) Carlos Parchen. Firmino de Paula Ferreira. Francisco Ferreira da Silva. Francisco Sprenger. Germano Krüger, (Florestal.) João Gerber. Josẻ Weigert. Luiz Melzer, (Rocio.) Miguel José Picheth. Miguel Miller. Samuel Maeder. Theodoro Sprenger."
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Pode ser uma imagem de texto que diz "—107- Carvalho e Albu- Medicos Dr. Antonio Carlos Pires Pires de querque. Dr. Josẻ Candido da Silva Muricy. Dr. José Joaquim Franco do Valle. Dr. José Justino de Mello. Dr. Otto Rautemberg. Dr. Trajano Joaquim dos Reis. Boticas Augusto Stelfeld. Francisco Jeronymo Pinto Requião. Dentistas"

CURITIBA, VOCAÇÃO PARA METRÓPOLE " [...] A Curitiba do final do século 19 e início do século 20 já era uma cidade em final de transição urbana. A pequena vila transformada em capital de província em 1854, passa a partir daí, e com maior intensidade a partir de 1870, por um acentuado processo de urbanização e crescimento populacional.

 CURITIBA, VOCAÇÃO PARA METRÓPOLE
" [...] A Curitiba do final do século 19 e início do século 20 já era uma cidade em final de transição urbana. A pequena vila transformada em capital de província em 1854, passa a partir daí, e com maior intensidade a partir de 1870, por um acentuado processo de urbanização e crescimento populacional.


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" [...] A Curitiba do final do século 19 e início do século 20 já era uma cidade em final de transição urbana. A pequena vila transformada em capital de província em 1854, passa a partir daí, e com maior intensidade a partir de 1870, por um acentuado processo de urbanização e crescimento populacional. Neste momento, a “velha vila enfezada” já é uma cidade de porte médio, com as complexidades peculiares a este tipo de urbe.

A cidade cresce, em área e população, de maneira quase vertiginosa. Nesta época existe um grande incremento populacional para Curitiba, tendo seu ápice na década de 1890-1900, e passando por uma relativa estabilização no período seguinte. A virada do século encontra uma Curitiba já com modos de cidade grande, “mais solene”. Curitiba finalmente se torna uma cidade acabada, pronta. A urbe de 1912 tem muito pouco a ver com a bucólica vila de sua convivência anterior. A afirmação da urbanidade de Curitiba é visível por vários enfoques, notadamente pela arquitetura e urbanização; desenvolvimento comercial e industrial; incremento da vida cultural e intelectual; ampliação do sistema educacional; ampliação e desenvolvimento dos bairros, arrabaldes e colônias da cidade. [...]

A legitimação da cidade se evidencia de maneira clara nos critérios de construção da cidade como espaço privilegiado para a criação, legitimação e irradiação das instituições fundamentais para a ordem burguesa. Curitiba passa a se tornar com o passar do tempo na metrópole do Paraná, e a inevitabilidade deste processo, propiciado quer pelas extremamente favoráveis condições naturais, quer pelo caráter ordeiro e empreendedor de sua população. Civilização e progresso são as constantes desta matriz discursiva, não apenas como referencial futuro, mas também como enunciadoras de práticas e intenções no presente.

A cidade progride nos campos mais diversos, como a educação e a cultura. A população imigrante, a cujas colônias cabem uma parte notável no desenvolvimento do
Paraná, recebe crédito destacado nesta construção da Curitiba metrópole, por sua operosidade, inteligência, solidariedade e fraternidade com a população local.

Este progresso se dá, em seus diversos aspectos, “à européia”. A cidade cresce, se desenvolve e estabelece relações sociais e culturais com esta matriz. São constantes as referências a Europa em diversos aspectos da vida da urbe, aspectos estes que vão desde os comportamentos demográficos até a composição e o caráter de sua população. Curitiba surge, portanto, como uma urbe cosmopolita, de hábitos europeus (civilizados), com uma estrutura física, urbana, econômica e cultural para seu destino já pré-determinado de metrópole do Paraná. Esta “europeização” lhe concede foros de civilização, acima da média brasileira, e suas noções de civilização e progresso se fundamentam em matrizes discursivas próprias, baseadas em aspectos da cidade.

A ocupação urbana empreendida pelos imigrantes europeus teria sido saudável, pois teria propiciado, “um desenvolvimento relativamente contínuo, centrífugo e homogêneo”; e teria, ainda, limitado a especulação terrenista, o parcelamento em lotes e os loteamentos clandestinos, resultado de uma recente migração de nacionais. Uma ocupação urbana racional por uma população saudável teria feito de Curitiba, até pouco tempo, uma cidade orgânica. O planejamento deveria pautar-se pela recuperação dessa condição de equilíbrio propiciada pelos colonizadores portugueses e imigrantes estrangeiros.

O discurso elaborado sobre Curitiba tem como uma de suas matrizes privilegiadas o aspecto urbanístico e arquitetônico da cidade. As estratégias de construção do quadro urbano possibilitam a expressão mais visível e concreta da realização do ideário de progresso e civilização. Este quadro urbano é preenchido materialmente por construções e vias de trânsito e lazer, e fornece o ambiente para a produção das relações urbanas e sua regulamentação. As construções, os grandes prédios, majestosos e sublimes, apontam de maneira inequívoca para o progresso e o poder da burguesia que os constrói. São prédios públicos, de instituições bancárias e comerciais, colégios e palacetes residenciais que têm seu surgimento e proliferação em Curitiba. Prédios que caracterizam a construção do espaço urbano enquanto palco suntuoso e privilegiado das relações burguesas de produção e dominação.

Mas a urbanização da cidade não se dá apenas sobre a construção de edifícios magníficos. O espaço urbano é arranjado convenientemente para alojá-los. Curitiba passa por um reordenamento claro de seu traçado viário e paisagístico. Constroem-se as grandes avenidas e boulevards, as suas amplas ruas alegres, as suas praças, os seus jardins, que são indicativos de uma cidade ordenada e saneada. [...]

Esta nova Curitiba, saneada e com uma nova configuração na distribuição do solo urbano, é palco, de uma intensa vida econômica, industrial e comercial, para a qual, de maneira similar e conforme ao seu destino de metrópole, ela já estava predestinada pela própria natureza.

Curitiba, porém, embora enquadrada no modelo exportador, possuía uma estrutura de manufaturas e serviços desenvolvida para os padrões da época. A visão sobre a atividade econômica da cidade é uma projeção futurista embasada nas condições naturais e de população da cidade. A atividade industrial em Curitiba é o coroamento natural e predeterminado da vocação da cidade para o progresso, colocando-a na vanguarda da industrialização brasileira. É o fruto da adequação lógica do aparato econômico aos recursos naturais e às possibilidades de produção da cidade.

A atividade industrial tem no mate o seu principal expoente. Esta pluralidade de atividades industriais, mesmo com o caráter manufatureiro de algumas delas, delineia um quadro econômico com infra-estrutura já complexa. É um indicador seguro de que a inserção de Curitiba no modelo exportador era relativa; que a erva-mate, apesar de sua grande importância, não capitalizava toda a atividade industrial da cidade, possuindo a capital, no período, uma gama de atividades industriais bastante diversificadas, também voltadas ao mercado interno, local e estadual, que a caracterizam como um pólo de irradiação industrial no Estado.

Estes indicadores comerciais e de serviços, aliados aos industriais vistos acima, apontam para uma cidade de infra-estrutura econômica complexa e diversificada. Esta complexidade e diversificação indicam uma atividade econômica plural e de caráter de irradiação interna. Curitiba se apresenta aqui como pólo econômico do Estado, como uma cidade que tem sua atividade econômica centrada no mercado interno, em que pese à importância da exportação do mate para sua economia. Sua infra-estrutura de comércio e serviços e a abrangência dos serviços públicos nela sediados fazem de Curitiba, neste discurso, uma cidade geradora de atividade econômica interna, a nível estadual e municipal, que ultrapassa as limitações monocultoras do modelo exportador. O discurso já constrói uma cidade de atividade diversificada, complexa e múltipla, que extrapola e avança adiante da “civilização do mate”.

A população curitibana é vista, no tocante a seu caráter, como ordeira, disciplinada, empreendedora e, principalmente, civilizada. Com ênfase em aspectos diferentes deste quadro, constroem-se discursos que se consubstanciam no quadro final de uma população mitificada, portadora natural dos requisitos para habitar a urbe mítica do discurso burguês.

É o povo perfeito para habitar a cidade perfeita. E esta população, sã física e mentalmente, empreendedora e, principalmente, de um “ar cosmopolita”, vem num crescer constante, realizando a vocação de Curitiba para metrópole.

O elemento imigrante é privilegiado na elaboração do discurso como fator de progresso e civilização da cidade. O imigrante é posto como elemento de capital importância para a construção do progresso e da civilização de Curitiba. Esta matriz discursiva não aponta contradições nem conflitos de adaptação e de integração dos contingentes imigrantes à cidade. Ele é visto através de uma ótica fraternal, cujo enfoque central é a sua rápida integração à sua nova pátria e a fraternidade que impera nas relações entre os brasileiros natos e os grupos imigrantes. A população imigrante é vista, enfim, como elemento integrado e fraterno da cidade, como construtora da nova urbe, seu progresso e civilização.

Curitiba recebe cada vez mais visitantes em função de sua excelente infra-estrutura.
Atualmente, com aproximadamente 1,6 milhões de habitantes, possui a quarta maior rede hoteleira do país, gastronomia rica e intensa atividade cultural, modernos centros de convenções. Localizado no centro da região mais industrializada da América Latina, está apenas a 90 km do Porto de Paranaguá.

O Aeroporto Internacional Afonso Pena, distante 18 km da área central, é um dos mais modernos do Brasil e possui vôos diretos para toda a América Latina e sul dos Estados Unidos, está ligada a São Paulo pela BR–116 e a Santa Catarina pela BR– 101 e 376.
(Adaptado de: diaadiaeducacao.pr.gov.br)

Foto: Curitiba, em 1.902. Rua XV de Novembro, a arquitetura da época seguia o modelo europeizado, entremeio às carruagens e bondes puxados por mulas.

Foto: Autor desconhecido / Acervo Paulo José Costa.

Paulo Grani.