quinta-feira, 5 de maio de 2022

ENTRANDO NO PALACETE GARMATTER Quase todos os curitibanos já conhecem ou ouviram falar do Palacete Garmatter, construído de frente à Praça João Cândido, em Curitiba. Durante muito tempo foi residência da família Garmatter.

 ENTRANDO NO PALACETE GARMATTER
Quase todos os curitibanos já conhecem ou ouviram falar do Palacete Garmatter, construído de frente à Praça João Cândido, em Curitiba. Durante muito tempo foi residência da família Garmatter.


Pode ser uma imagem de ao ar livre, monumento e texto que diz "Figura 5- Palacete Garmatter, sem data. Fachada Frontal. 25"
Pode ser uma imagem de ao ar livre e texto que diz "กก OETR Figura 6- Palacete Garmatter, sem data. Fachada posterior. 28"
Pode ser uma imagem de texto que diz "Figura 9- Escritório do palacete Garmatter, sem data.37"
Pode ser uma imagem de texto que diz "Figura 10 Sala de estar do palacete Garmatter, sem data. 38"
Pode ser uma imagem de área interna e texto que diz "Figura 11- Hall do palacete Garmatter, sem data. 39"
Pode ser uma imagem de área interna e texto que diz "Figura 12 安 Hall do palacete Garmatter, sem data.40"
Pode ser uma imagem de texto que diz "Figura 13 Sala de refeições do palacete Garmatter, sem data.47"
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Pode ser uma imagem de área interna e texto que diz "Figura 17 Sala da familia. sem data.61"
Pode ser uma imagem de área interna e texto que diz "Figura 18- Quarto do senhor Garmatter, sem data."
Pode ser uma imagem de área interna e texto que diz "Figura 19- Quarto da senhora Edith Garmatter Rıtzmann sem data. 63"
Pode ser uma imagem de área interna e texto que diz "Figura 20 Banheiro dos aposentos do senhor Garmatter, sem da"
Pode ser uma imagem de 2 pessoas, pessoas em pé, ao ar livre e texto que diz "Figura 21 -Família Garmatter, nos fundos de seu palacete, sem data.67"
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Pode ser uma imagem de andar e texto que diz "2 7 10 Térreo Hall Entrada Escritório Copa Cozinha Sala Intima Salad Estar Salade Jantar Salad Estar Intima Copa Corredor da Cozinna Cozinha Armariod Vassouras Area Serviço Dispensa Hall Serviço Lavabo Corredor Serviço Terraço Coberto Figura 8 tuel térreo palacete Garmatter. 32 12 14 15 16 17 18"
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ENTRANDO NO PALACETE GARMATTER
Quase todos os curitibanos já conhecem ou ouviram falar do Palacete Garmatter, construído de frente à Praça João Cândido, em Curitiba. Durante muito tempo foi residência da família Garmatter.
A construção se enquadra com a paisagem urbana e faz composição com os detalhes da Praça João Cândido. Foi construída em concreto armado, em estilo eclético, apresentando influência do modernismo e Art Déco germânico. Sendo baseada em uma construção alemã, teve seu interior ricamente pensado para abrigar com conforto essa importante família da capital paranaense.
Idealizado e financiado por Julio Garmatter, alemão nascido em Krepe-Bei-Posen, em 1878, que emigrou para o Brasil no ano de 1894. Se estabeleceu na cidade de Curitiba, tornando-se um grande comerciante de carnes e proprietário de terras, com grande açougue e fábrica de banha, linguiça e presunto. Casou-se em 1902 com Maria Meister, com quem teve cinco filhos, três meninos, Reinaldo, Julio e Carlos, e duas meninas, Carlota e Edith. Sua participação no desenvolvimento na cidade de Curitiba foi ampla, possuiu um grande comércio de carnes no centro da cidade, localizado na esquina das Travessas Nestor de Castro e José Bonifácio, construção que existe até os dias atuais.
Criou amizades com importantes personalidades da elite, conseguindo casamentos para seus filhos com descendentes de grandes famílias da capital paranaense, de empresários de bens de uso e produtores de erva mate. Sua influência atingiu até o âmbito político, participando da Associação Comercial do Paraná e sendo membro de comitês civis em assuntos de desenvolvimento e avanços tecnológicos na indústria.
Entre os anos de 1926 e 1928, Julio Garmatter articulou a compra de três terrenos na região do Alto São Francisco para a construção de sua residência. Hoje em dia ela fica localizada na rua Dr. Kellers, de frente à praça João Cândido, sendo delimitada nas laterais pelas ruas Ébano Pereira e Ermelino de Leão.
O início das construções não tem uma data definida, pois como descoberto nos arquivos da Coordenação do Patrimônio Cultural, os registros que possuíam tal informação e as plantas originais foram queimados em um incêndio. Contudo, em relatos da filha do senhor Garmatter, Edith Garmatter Ritzmann, "a construção da casa demorou quase dois anos". Portanto, partindo da data da última compra e unificação dos lotes, presumiu-se a construção entres os anos de 1928 e 1929.
A autoria do projeto da residência (figura 3) é de Fernando Eduardo Chaves, que a pedido do proprietário projeta o palacete “de grande porte com três pavimentos de 1.145,00 m2”, baseado na Rash Haus, de autoria do arquiteto alemão Hermann Muthesius, de 1913, em Wiesbadem, nas proximidades da cidade de Frankfurt, Alemanha.
A neta de Julio Garmatter, Annemarie L. R. Glaser, comenta que “Meu avô visitou esta casa na Alemanha, gostou e trouxe o projeto da casa para construir em Curitiba”, também “trouxeram o projeto da casa e, depois, compraram os sanitários, as maçanetas, as torneiras, os pisos e os vitrais, afinal, tudo o que era necessário para a casa foi importado da Alemanha”.
Descrição do palacete:
Annemarie afirma que “entrando pela porta principal da casa havia um pequeno hall (cômodo 1 da planta pavimento térreo – Figura 8 ), em seguida, à esquerda, o escritório do vovô (cômodo 2 – Figura 8 ), e, à direita, uma saleta (cômodo 3 – Figura 8 ) e uma cozinha (cômodo 4 – Figura 8 ) montada para a tia Edith.” Assim, os aposentos que são classificados como escritório também tinham outra função, como espaço para a filha do proprietário e sua família. O mesmo pode ser dito a respeito do aposento “sala do café-da-manhã” (cômodo 8 – Figura 8 ) que, seguindo o princípio da configuração das janelas e portas, seria uma sala de estar intima (figura 10). De acordo com o livro “As virtudes do bem-morar”, seria “saleta do Palacete Garmatter, década de 1930. Ambiente feminino, com cadeiras e conversadeiras estofadas e revestidas em gobelin.”
Observação: Onde foi referido como “hall”, a senhora Glaser comenta “na sala de visitas (cômodo 6 – Figura 8 ) havia uma lareira e móveis de estilo, feitos à mão.” As fotografias do álbum do proprietário (Figuras 11 e 12) mostram “a madeira escura – presente no piso, no teto, nos lambris e nas esquadrias – e os papéis de paredes importados com motivos florais”, contrastando com o mobiliário moderno: “mesas, sofás e poltronas de linha futuristas.”
Quanto à sala de refeições (cômodo 7 – Figura 8 ) fala que “na sala de jantar – que se comunicava com a de visitas e a copa – tinha a mesa, dois buffets, a cristaleira e o relógio com pé em madeira”, a respeito da mesa (Figura 13), ainda comenta que “a mesa de jantar tinha 14 lugares e aumentava com mais sete tábuas.”
Descrevendo a cozinha (cômodo 11 – Figura 8 ), é dito: “tinha fogão a lenha, grande e com serpentina, e ainda um fogão e um forno elétrico”49 (Figura 14); sobre o reservado ao lado da cozinha (cômodo 14 – Figura 8 ), Annemarie acrescenta “embaixo da escada de serviço, havia uma pequena despensa com enlatados, que ficava sempre trancada.”
A garagem do Palacete Garmatter (cômodo 1 da planta porão, Figura 7) ficava no porão sob a cozinha, sendo disposta da seguinte maneira: "a garagem ficava no subsolo e, ao lado, tinha o depósito de lenha, a lavanderia, o armário para limpeza e para o jardim, etc.”
O pavimento superior no palacete abrigava a área íntima da família, mantendo as diferenças com a Rasch Haus, que abrigava áreas comuns: Subindo a escada principal, sobre a sala de refeições e com planta idêntica, temos a sala da família. Neste pavimento estão todos os quartos ocupados pela família, mais dois banheiros completos. O terceiro e ultimo pavimento destinava-se exclusivamente aos empregados.
Em palavras da neta do proprietário, “tinha um quarto para meus avós; um para o tio Julio; outro para tia Edith, seu marido e filho; e, ainda, a sala íntima, muito gostosa e bem iluminada pelos vitrais.” Afirmava ainda que “o quarto dos meus avós, no pavimento superior, era próximo ao do filho solteiro, Julio. Do outro lado, estava o quarto da filha casada, Edith, e do seu primeiro filho.” A respeito do jardim de inverno (cômodo 9 – Figura 15), relatou que “a sala utilizada por minha avó nos momentos de descanso era bem viva e iluminada pelos vitrais de motivos florais, coloridos e lindos, que vieram da França.” No último pavimento (planta sótão, Figura 16) ela revelou que “o Julio tinha um laboratório instalado na mansarda, onde ficavam os quartos do motorista – homem de confiança de meu avô, que também cuidava do jardim –, da cozinheira e da empregada.”
Utilizando destes dados, podemos supor a distribuição da ocupação dos aposentos da seguinte forma: o quarto do casal Garmatter (figura 18) ocupava o aposento ao fundo do lado esquerdo (cômodo 6 da planta pavimento superior – Figura 15), com acesso ao banheiro (cômodo 7 – Figura 15 e Figura 20) e a um pequeno hall (cômodo 8 – Figura 15) com janela para o jardim de inverno. O quarto do casal Ritzmann (cômodo 15 – Figura 15 e Figura 19) ficava nos dois aposentos na frente à direita, onde o quarto dos filhos do casal (cômodo 14 – Figura 15) continha acesso ao quarto dos pais, ao banheiro (cômodo 13 – Figura 15) e ao terraço. A sala de estar da família (cômodo 2 – Figura 15 e Figura 17) se localizava ao centro do edifício com projeção abaulada. Com as descrições não podemos definir a localização exata do quarto do filho solteiro do casal Garmatter, e a única descrição afirmava que ficava próxima ao dos pais.
Não é possível identificar quatro aposentos do pavimento superior; sendo os dois aposentos (cômodos 10 e 11 – Figura 15) do lado direito do jardim de inverno que possuía acesso ao banheiro e janelas para o jardim de inverno, e dois quartos (cômodos 3 e 4 – Figura 15) localizados na frente ao lado esquerdo da sala de estar da família, que possuía acesso ao banheiro do casal Garmatter, e a sala de estar. Quanto a estes quatro aposentos, podemos supor que os dois primeiros se destinavam ao “quarto das visitas”, como deixa a entender a neta do proprietário ao dizer que “também residiram temporariamente no palacete até construir sua casa, o quarto filho do casal Garmatter, Carlos, e sua esposa.” Quanto aos outros dois aposentos, o com acesso a sala de estar da familia, poderia ser uma antessala para os quartos, e o segundo, com acesso ao banheiro, o quarto do filho mais novo do casal Garmatter, Julio.
Com um breve relato da parte externa do edifício, o terreno era enorme [4.455,00m2]. "Nos fundos do terreno, havia um portão de serviço (rua Ermelino de Leão), um canil e um cercado com um tanque para os marrecos. Aos domingos, toda família se reunia no almoço. Os parentes e os amigos vinham com seus carros brilhando e estacionavam no pátio dos fundos", relata a senhora Glaser. Na fotografia abaixo (figura 21), podemos ver o pátio ao fundo da casa, aos pés da escadaria que tinha em suas colunas pontos de luz, e também vemos a entrada da garagem e o piso de ladrilho de cimento.
A família Garmatter residiu no palacete até 1938, quando a residência foi comprada pelo Governo do Estado do Paraná. Por fim a senhora Glaser conta o destino de seus avós após a venda da casa, “com a mudança de Edith para sua própria residência, meus avós construíram outra, no bairro das mercês e venderam o palacete para Manoel Ribas”.
No início de 1938, durante o governo do interventor Manoel Ribas, o Sr. Garmatter vendeu a casa para o governo do estado, por “… quasi 500 contos …”, segundo o jornal “Diário da Tarde”.
Em fevereiro de 1938, a sede do governo estadual foi transferida para o Palacete Garmatter que logo passou a chamá-lo de Palácio São Francisco. Com a inauguração do Palácio Iguaçu em 19 de dezembro de 1954 a sede do governo deixou o local.
Em 1961, o prédio foi cedido ao governo federal e passou a ser utilizado pelo Tribunal Regional Eleitoral, que ocupou-o até 1987. O prédio foi então devolvido para o governo estadual e em 28 de novembro de 1987 o prédio foi tombado e passou a fazer parte do Patrimônio Cultural do Paraná.
No anos 1960, o TRE ampliou consideravelmente a casa. No livro do tombo está escrito: “… com a construção do edifício contíguo ao Palácio, sacrificando uma de suas elevações laterais e alterando a relação volumétrica do edifício com o seu jardim e o espaço urbano da Praça João Cândido. O tombamento do Palácio diz respeito só ao edifício construído na década de 20. …”.
O restauro efetuado em 1987 recuperou o que foi possível do antigo palacete, eliminando divisórias e recuperando a divisão original das peças. Também foi feito um trabalho que revelou parte da cobertura original das paredes. Mas mantiveram a ampliação feita nos anos 1960.
Depois de restaurado o conjunto passou a ser ocupado pelo Museu de Arte do Paraná.
(Adaptado do livro Palácio São Francisco - De Residência Garmatter a Museu Paranaense, do escritor Antonio Carlos de Carvalho)
Paulo Grani

Você sabia que já existiu o "Banco de Curityba? Pois sim, foi uma instituição bancária com sede neste prédio, na esquina das Avenidas Marechal Floriano e Marechal Deodoro e tinha filiais nas principais cidades do estado do Paraná, na época em que funcionou, entre as décadas de 1920 e 1940.

Você sabia que já existiu o "Banco de Curityba?
Pois sim, foi uma instituição bancária com sede neste prédio, na esquina das Avenidas Marechal Floriano e Marechal Deodoro e tinha filiais nas principais cidades do estado do Paraná, na época em que funcionou, entre as décadas de 1920 e 1940.


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Prédio da sede do Banco de Curitiba, já inativo, em foto dos anos 1950.
Foto: gazetadopovo.com.br

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Propaganda veiculada em períódico da cidade, em 1923, apresentava o projeto do Edifício que seria construído naquela época.
Foto: Curitiba.pr.gov.br
ANTIGA SEDE DO BANCO DE CURITYBA
Você sabia que já existiu o "Banco de Curityba?
Pois sim, foi uma instituição bancária com sede neste prédio, na esquina das Avenidas Marechal Floriano e Marechal Deodoro e tinha filiais nas principais cidades do estado do Paraná, na época em que funcionou, entre as décadas de 1920 e 1940.
O banco tinha suas transações financeiras garantidas pela União e pelo Estado do Paraná, conforme texto de sua propaganda.
O imóvel foi demolido na década de 1950, pouco tempo depois do encerramento das atividades do banco.
Paulo Grani.

"PARTI DE PARANAGUÁ A 03/04/1820, COM DUAS PIROGAS ..." O famoso naturalista francês, Auguste Saint Hilaire, passou por Matinhos e Caiobá em 1820 e sobre o local, escreveu: “Para ir de Paranaguá a Guaratuba era preciso que houvesse pirogas e remadores para chegar à extremidade da baía (Pontal de Paranaguá).

 "PARTI DE PARANAGUÁ A 03/04/1820, COM DUAS PIROGAS ..."
O famoso naturalista francês, Auguste Saint Hilaire, passou por Matinhos e Caiobá em 1820 e sobre o local, escreveu:
“Para ir de Paranaguá a Guaratuba era preciso que houvesse pirogas e remadores para chegar à extremidade da baía (Pontal de Paranaguá).


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Primeiras casas de veranistas, anos 1920.
Foto: HJ Construtora

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Enseada junto às pedras, década de 1940.
Foto: litoralparanaense.blogspot.com
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Primeiras casas de veranistas, ano de 1949.
Foto: meunomeenedier.blogspot.com

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Antiga moradia de caboclos de Matinhos.
Foto: HJ Construtora.

Pode ser uma imagem de 4 pessoasCasa de caboclo de Matinhos.
Foto: HJ Construtora
"PARTI DE PARANAGUÁ A 03/04/1820, COM DUAS PIROGAS ..."
O famoso naturalista francês, Auguste Saint Hilaire, passou por Matinhos e Caiobá em 1820 e sobre o local, escreveu:
“Para ir de Paranaguá a Guaratuba era preciso que houvesse pirogas e remadores para chegar à extremidade da baía (Pontal de Paranaguá). Após desembarcar no Pontal, era preciso encontrar carroças puxadas por bois, que pela orla do mar me levassem e à minha bagagem até a “baía de Caiobá”.
Disseram-me que para atravessar essa baía era preciso ter certeza de encontrar em Caiobá gente que, por um caminho muito difícil, levasse meus trens nas costas até Guaratuba. Num país onde as comunicações são pouco frequentes, a preguiça excessiva, a inexatidão extrema, ser-me-ia impossível obter uma perfeita coincidência entre estes diversos meios de transporte se não recorresse à autoridade. [...]
Parti de Paranaguá a 3 de abril de 1820, com duas pirogas conduzidas por cinco remadores. Nossas pirogas avançaram com velocidade; deixamos para trás a parte montanhosa da ilha da Cotinga, e costeamos a extremidade mais próxima do oceano, que é baixa e coberta de mangue… Desembarquei no Pontal de Paranaguá. Fui aí recebido por um cabo de milícia, que comandava um destacamento acantonado nas proximidades. Esse homem recebera ordem de velar para que as carroças, que deviam transportar a minha bagagem, a minha gente e eu a Caiobá, chegassem à hora dita: todo mundo foi perfeitamente exato.
As carroças de proprietários dos arredores eram grandes e puxadas por quatro bois. Eram cobertas de arcos de bambu revestidos de folhas de bananeiras seguras por uma espécie de trançado feito de cipó. Não havia no Pontal nem casa nem vegetação, a não ser areia pura. Apenas desembarcamos, foi feito fogo na margem para cozinhar feijão e arroz que, com água e farinha, constituiriam nosso jantar.
Havia muito que o sol desaparecera quando partimos. Costuma-se percorrer de noite essa praia, porque os bois andam mais depressa sem a claridade do dia. Entrei eu e Laruotte numa das carroças; José e Firmiano noutra e Manuel na terceira. Laruotte estendeu sobre uma esteira, uma coberta e meu ponche. Deitei-me com o ruído do mar logo adormeci. Entretanto acordava-me frequentemente e via ao luar uma praia de areia pura, onde as ondas vinham às vezes bater nas rodas de nossas carroças. [...]
De madrugada chegamos à embocadura dum riozinho chamado Rio do Matinho. Aí foi preciso esperar a maré baixa para que se pudesse passar. Depois de ter-se feito mais ou menos uma légua, sempre pela praia, chegamos a Caiobá (do guarani cairoga- casa dos macacos). De Matinho a Caiobá o terreno eleva-se acima da praia com uma vegetação cheia de arbustos. É de se crer que vegetação semelhante margeia também a extensão da praia que à noite percorrêramos. Caiobá é uma enseada semi-circular designada como baía de Caiobá. Nesse lugar, o terreno não é mais baixo e alagadiço como em Paranaguá. Montes elevados e cobertos de mato estendem-se até o mar e não permitem mais aos carros de bois costear. O caminho não é praticável senão por cavalos e pedestres.
Normalmente atravessa-se a enseada com piroga. Amedrontaram-me sobre a travessia e por isso pedi ao capitão-mor de Paranaguá que minha bagagem fosse transportada por terra. Encontrei em Caiobá 16 homens que me esperavem, comandados por um sargento de milícias. A vista do mar, perfeitamente tranquilo, deixou-me seguro e não fiz levarem por terra senão as malas mais importantes, as outras foram embarcadas numa piroga enorme. Montei a cavalo e costeei uma parte dos contornos semi-circulares acompanhado do sargento e de Laruotte. Chegando a beira do canal que forma a entrada da baía de Guaratuba, foi preciso, necessariamente que eu embarcasse…”
Relato de Auguste Saint Hilaire, trecho publicado no livro “Matinhos: Homem e Terra. Reminiscências…” João José Bigarella.
Auguste Saint Hilaire escreveu importantes livros sobre os costumes e paisagens brasileiros do século XIX. O francês veio para o Brasil em 1816, acompanhando a missão extraordinária do duque de Luxemburgo, que tinha por objetivo resolver o conflito que opunha Portugal e França quanto à posse da Guiana e, paralelamente fazer seus estudos.".
(Compilado de RJ Construtora)
Paulo Grani.

TENTANDO CHEGAR ÀS PRAIAS ANTIGAMENTE Guaratuba foi fundada em 1768, a mando do Marquês de Pombal quando os espanhóis apossaram-se da ilha de Santa Catarina. Depois foi elevada à vila em 27/04/1771, passando desde então a comunicar-se com Paranaguá, por via marítima.

 TENTANDO CHEGAR ÀS PRAIAS ANTIGAMENTE
Guaratuba foi fundada em 1768, a mando do Marquês de Pombal quando os espanhóis apossaram-se da ilha de Santa Catarina. Depois foi elevada à vila em 27/04/1771, passando desde então a comunicar-se com Paranaguá, por via marítima.

Nenhuma descrição de foto disponível.Ponte construída em madeira sobre o rio Guaraguaçú, em foto dos anos 1920.
(Foto: Acervo famil Salles Bitencourt)

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Nesta foto da década de 1920, vemos uma das "Jardineiras" que faziam o transporte público em Curitiba, fretada por um grupo de curitibanos, foram à praia de leste e imediações.
(Foto: Gazeta do Povo)
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Nesta foto da década de 1930, um ônibus que fazia linha Curitiba-Praias, tem suas rodas presas em areias úmidas, ao transitar pela orla da praia, tentando cumprir seu itinerário.
(Foto: Gazeta do Povo)

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Um caminhão com problemas mecânicos, fica à mercê das aguas da maré que aproximam-se das suas rodas.
(Foto: Família Linzmeyer)

TENTANDO CHEGAR ÀS PRAIAS ANTIGAMENTE
Guaratuba foi fundada em 1768, a mando do Marquês de Pombal quando os espanhóis apossaram-se da ilha de Santa Catarina. Depois foi elevada à vila em 27/04/1771, passando desde então a comunicar-se com Paranaguá, por via marítima.
À partir da década de 1880, passou a receber a presença do varporzinho Oyapock que vinha do Rio de Janeiro em uma viagem mensal, primeiramente aportava em Paranaguá, depois seguia até Guaratuba e, por fim, aportava em Florianópolis.
Quando essa linha foi interrompida, o único meio de comunicação marítima de Paranaguá com Guaratuba passou a ser feito, de oito em oito dias, por canoa que saía de Paranaguá, passava pelo Canal da Galheta e chegava até Pontal do Sul. Dali seguia em carroça de toldo, puxada por bois, através das areias da praia deserta até o rio de Matinhos e o lugarejo chamado Caiubá, de onde novamente se fazia a travessia por canoa para a vila de Guaratuba.
Saint-Hilaire, que fez esse trajeto em 1820 conta que o percurso pela praia do Pontal a Matinhos e Caiobá se fazia durante a noite porque os bois andavam mais depressa sem a claridade do dia. Dois dias eram gastos nessa viagem e, às vezes até mais, a fim de esperar a maré baixa, cujas águas vinham às vezes bater nas rodas das carroças. No rio de Matinhos os passageiros eram transportados nos ombros dos carregadores enquanto a carroça, mergulhada nas águas, era retirada sob fortes chicotadas nos animais.
Na primeira década de 1900, com a fundação das colônias agrícolas de São Luiz, Santa Cruz, Quintilha, Maria Luiza, Pereira e Cambará, foi aberta uma estrada carroçável que saía de Paranaguá pela antiga Estradinha (hoje Av. Coronel Elísio Pereira) e seguindo pelo pé da Serra do Mar, se dirigia em direção à baia de Guaratuba.
Durante muito tempo esse transporte de passageiros esteve a cargo da diligência do sr. João Alboite. A viagem partindo de Curitiba durava dez horas até o Porto Parati (ou Porto Barreiro), onde Luiz Rode (genro do Alboite) se incumbia de contratar os canoeiros para a travessia da baía (de Guaratuba) até a Vila Guaratuba.
A diligência fazia ponto de almoço na colônia Maria Luiza e, mais adiante, contornava o perigoso "Morro Ai, Jesus!", cuja denominação por si só traduz o pânico dos passageiros nesse trecho de viagem.
Posteriormente, e até na mesma época, duas outras variantes permitiam o acesso a Guaratuba:
Uma delas, por via marítima, saindo de Paranaguá, adentrava por trás da Ilha do Valadares através do rio Guaraguaçú, em sua maior parte navegável por barcos ou canoas até as proximidades de Matinhos. Depois seguia-se a pé ou à cavalo até o Porto de Passagem (atual ponto de embarque do ferry-boat).
A segunda estrada utilizava o caminho de tropas entre Curitiba-São José dos Pinhais, mais ou menos pelo atual traçado da rodovia Curitiba-Joinville e, na altura da futura usina de Castelhanos, tomava o rio Cubatão por onde, em canoas, atingia-se a Vila de Guaratuba, num trajeto pela baía, que demorava duas horas.
Só na segunda década do século 20, com a introdução do automóvel, foi que se abriu a chamada Estrada do Mar, ou Estrada das Praias.
Partia de Paranaguá, saindo do antigo Posto Fiscal, (km 114) da antiga estrada Curitiba-Paranaguá, seguia-se até o cruzamento com a atual Pr-407 e, tomando-se à esquerda seguia até o rio Guaraguaçú e, transpondo a sua ponte, chegava-se finalmente à Praia de Leste. Ao pé da ponte, foi feito um ramal de estrada à esquerda, seguindo o rio, chegando até Pontal do Sul. Esse ramal permanece inalterado, cuja maioria do leito ainda se vê os cascalhos de berbigão.
Iniciada em princípios de 1925, com revestimento em berbigão extraído das ostreiras dos sambaquis da região, a "Estrada do Mar" foi inaugurada no dia 29/07/1927, dia do aniversário de Paranaguá. Só então o Balneário de Praia de Leste viu surgir as primeiras residências de veraneio. Daí começaram as viagens pela própria praia para Matinhos e Caiobá, não demorando para que linhas regulares de ônibus fizessem essas ligações por Paranaguá.
Entretanto, permanecia a precariedade dessas viagens, de Praia de Leste para Matinhos, Caiobá e Guaratuba, pelo próprio areião da orla da praia onde, não raro, automóveis e ônibus ficavam mergulhados nas ondas do mar, com perdas das cargas e até dos próprios veículos, ao mesmo tempo em que a antiga estrada das colônias e da diligência do Alboite eram desativadas.
Tudo isso produzia consideráveis embaraços ao desenvolvimento dos balneários e, em especial à Guaratuba, já então o mais importante do litoral paranaense. Não obstante os clamorosos apelos ao Governo do Estado, na época sob a Interventoria Manoel Ribas (1932-1945), a orla permaneceu em quase completo abandono, a ponto do Município de Guaratuba ser extinto e seu território ser constituído um distrito de Paranaguá, por um decreto em 1938.
Só após a queda do Estado Novo, em 1945, os caminhos dos balneários paranaenses voltaram a merecer as atenções dos poderes públicos.
Restaurado o município de Guaratuba em 1947, no ano seguinte a cidade era ligada por estrada de rodagem, através de Santa Catarina, diretamente à Curitiba, quando, então, ela assistiu pela primeira vez em sua história, a presença de veiculo motor, representado pelo carro governamental à frente de uma grande comitiva, desfilando por suas ruas.
Ao iniciar-se a década de 1960, inaugura-se o serviço de "ferry-boat" no Porto de Passagem, já então com toda a Estrada do Mar pavimentada, numa extensão de 50 km até Paranaguá e 160 Km até Curitiba, pela antiga Graciosa.
Em 1987, foi inaugurada a Pr-508, ligando Alexandra a Matinhos, a quinta mais rápida e moderna rodovia na ligação turística com os balneários da costa sul do Paraná. Além disso, foi também a primeira via pavimentada cortando por dentro uma região da baixada litorânea, até então isolada e semi esquecida.
Ao colocar Matinhos, Caiobá e Guaratuba à menor distância de Curitiba e, inclusive Paranaguà, a nova estrada do mar vem enriquecer uma bela paisagem, emoldurada de um lado pela proximidade dos contrafortes serranos e, de outro, pela majestosa visão do encontro azul do céu com o verde das águas do Atlântico.
(Compilado de: der.pr.gov.br)
Paulo Grani

PROIBIDO CAÇAR PERDIZES E TIRAR SEUS OVOS Em 07/09/1765, a Câmara da Vila de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais, discutia sobre a caça de animais:

 PROIBIDO CAÇAR PERDIZES E TIRAR SEUS OVOS
Em 07/09/1765, a Câmara da Vila de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais, discutia sobre a caça de animais:

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PROIBIDO CAÇAR PERDIZES E TIRAR SEUS OVOS
Em 07/09/1765, a Câmara da Vila de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais, discutia sobre a caça de animais:
“'Proebimos' que pessoa alguma não casse nem tire ovos de perdises nos tempos que são proebidos que são de setembro a dezembro com pena de que todo aquele assim matar perdises ou lhes tirar os ovos pagar dous mil réis por cada vez”. Era prometido também dar a metade deste valor para quem denunciasse o feito.
E, por falar em caçar perdizes, vamos degustar as lembranças de Adair Dittrich, de um tempo, quase recente, em que elas eram abundantes e ainda caçadas:
"Ao tempo que meu pai era ferroviário e tinha saúde passava o seu tempo de folga e de férias preparando os apetrechos para as caçadas e correndo pelos campos que rodeavam Marcílio Dias atrás daquelas aves de sabor delicioso, as famosas perdizes.
Havia o tempo certo para as caçadas, o tempo regulamentado pelo ciclo de vida das aves. Não se podia caçar ao tempo da postura e quando as crias eram pequenas sob pena de extinção da espécie.
Para meu pai e seus amigos e companheiros de caçada isto era não apenas lei, mas um dogma, uma doutrina de vida.
Sei que muitas pessoas participavam deste esporte, mas não me lembro ou nunca soube ao certo quem eram. O que não esqueço é daqueles aficionados de sempre.
Eram os dois Olsens, do tempo que me lembro: Seu Wiegando e Seu Waldemiro. Muitas vezes o médico Dr. Oswaldo de Oliveira ia para os campos com eles. Depois também o Seu Alfredo Lepper veio a participar.
E da companhia de Dr. Oswaldo o que se contava depois é que ele é que fazia a partilha das perdizes com uma aritmética sui-generis. Quando ia ele, seu Wiegando e meu pai então a divisão, a partilha que era para ser para três a que ele fazia era assim:
A primeira para ele, Dr. Oswaldo, e falava assim: “Uma para mim (e punha a perdiz junto dele), outra para você (e a entregava para seu Wiegando), outra para você (e colocava uma ao lado de meu pai) e outra para mim (mais uma para ele). E depois continuava sempre nesta sequência: uma para mim, uma para o seu Wiegando, outra para meu pai e mais outra para ele. Ao final ele sempre ficava com o dobro dos demais... Claro que todos percebiam a história e só davam risadas contando a façanha depois... Mas... era para o Dr. Oswaldo...então podia ficar assim mesmo, não tinha importância.
O preparatório era intenso, minucioso e gradual. As armas que eram as espingardas de dois canos tinham que ser diariamente limpas e lubrificadas. Meu pai tinha os seus apetrechos que incluía uma maquininha de manivela onde colocava os cartuchos e os enchia com a pólvora, o chumbo e algo mais que não lembro; era como se fosse um pouco de serragem de madeira, mas não posso afirmar com certeza. E por último a espoleta que era encaixada num orifício situado na parte proximal (ou final) do cartucho. Os cartuchos eram de metal de cor dourada, talvez feitos de alguma liga que continha cobre e latão, não sei.
Sem dúvida que, sem os cães, não haveria caçada. Eram os chamados perdigueiros. E iam animados, porque para eles era uma festa. Encontravam as aves escondidas nas moitas e ao chegar perto faziam com que elas alçassem voo e então o caçador da vez mirava e atirava. E depois o cachorro ia buscá-la onde tivesse caído e a entregava aos pés do caçador. Os melhores cães não machucavam as perdizes, abocanhando-as sempre pela cabeça para que não se estragasse a parte que iria para a mesa dos banquetes especiais.
Perdiz em casa era sempre uma festa. Era sempre um almoço ou um jantar especial. Mamãe a preparava “à cacciotore”, ou seja, à moda de como se prepara uma ave silvestre que foi caçada.
Eram depenadas a seco, sem água fervente como se faz com as galinhas e outras aves domésticas. O preparo restante era igual. Cortadas em pedaços corretos, obedecendo a um plano de clivagem que não deixava partes agudas nos ossos; os cortes eram jusantes às articulações. Eram temperadas e colocadas para assar nos fornos dos fogões à lenha. Em cima de cada pedaço da ave era espetado um pequeno pedaço de toicinho e uma ou duas folhas de sálvia. E durante o todo tempo em que estavam no forno deveriam ser regadas com o molho do tempero, acrescido de muita manteiga. Imagine o sabor! Que saudade! São coisas que, como sempre diz uma sobrinha minha: “Quem aproveitou o que a vó fazia, aproveitou; quem não aproveitou, não aproveita mais!”
E, claro está que, em nossa casa, sendo casa de italianos, era sempre servida em cima da polenta. As travessas já iam para a mesa com a polenta por baixo e as peças das perdizes assentadas em verdadeiros ninhos que minha mãe fazia com uma concha.
Uma surpresa muito grande aconteceu no casamento de minha irmã Avany que foi em janeiro: o prato principal do almoço do casamento era polenta com perdiz, à moda da Dona Nena. Como poderia ter perdiz ao forno em pleno mês de janeiro. E minha mãe ria explicando que tudo tinha sido muito simples. À época propícia das caçadas ela preparou normalmente as perdizes, sem, no entanto, deixá-las assando ao ponto, mas retirando-as antes e as colocava em vidros de conserva, mergulhadas em azeite. E colocou os vidros para fervura assim como ainda hoje são preparadas as conservas. No dia da festa foi só abrir os vidros, colocar as peças nas assadeiras e levá-las ao forno a fim de ficarem no ponto certo para serem servidas.
A época certa para a caça não sei ao certo, mas creio que só a partir do mês de maio até setembro, talvez que é quando começa a fase da postura.
Talvez não se fale mais em caçar perdizes por aqui porque a população delas tenha diminuído. Os campos e banhados, que eram seu habitat natural e que se estendiam pelas margens de nossos rios estão hoje já quase “urbanizados”...
Não me lembro de restrições à caça de perdizes e nem que alguém fosse contra. Mesmo hoje em dia esta caça é estimulada com a finalidade da preservação da espécie o que parece ser uma contradição. Mas é que assim a difusão dessas aves é estimulada e há também muitas criações delas em cativeiro com a finalidade única de serem servidas como uma iguaria especial."
(Texto/Foto: de Adaír Dittrich)
Paulo Grani

quarta-feira, 4 de maio de 2022

Debret pintou está histórica tela retratando Paranaguá em 1827. No primeiro plano à esquerda, o primeiro caminho que levava ao planalto (hoje rua Domingos Peneda). Ao centro, o trapiche levado quase ao meio do rio Itiberê onde atracavam as embarcações que transportavam as riquezas produzidas no Paraná e traziam as mercadorias do Primeiro Mundo. Lamentavelmente, também desembarcavam, à época, os escravos africanos para serem comercializados junto ao Pelourinho que ficava na pracinha adjacente.

 Debret pintou está histórica tela retratando Paranaguá em 1827. No primeiro plano à esquerda, o primeiro caminho que levava ao planalto (hoje rua Domingos Peneda). Ao centro, o trapiche levado quase ao meio do rio Itiberê onde atracavam as embarcações que transportavam as riquezas produzidas no Paraná e traziam as mercadorias do Primeiro Mundo. Lamentavelmente, também desembarcavam, à época, os escravos africanos para serem comercializados junto ao Pelourinho que ficava na pracinha adjacente.


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Histórica foto do edifício que abrigava a Casa Crystal de Curitiba, em determinado momento de sua existência. A publicação "Impressões do Brazil no Seculo Vinte", editada em 1913 e impressa na Inglaterra por Lloyd's Greater Britain Publishing Company, Ltd., assim referiu-se sobre ela:

Histórica foto do edifício que abrigava a Casa Crystal de Curitiba, em determinado momento de sua existência.


A publicação "Impressões do Brazil no Seculo Vinte", editada em 1913 e impressa na Inglaterra por Lloyd's Greater Britain Publishing Company, Ltd., assim referiu-se sobre ela:


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A publicação "Impressões do Brazil no Seculo Vinte", editada em 1913 e impressa na Inglaterra por Lloyd's Greater Britain Publishing Company, Ltd., assim referiu-se sobre ela:

"Wendler, Schneider & Cia. - Esta importante firma da praça de Curitiba importa em larga escala, da Europa e Estados Unidos, cristais, vidros, porcelanas, louças, talheres de Cristofle, mobílias, tapetes, ferragens, armas, munições, máquinas de costura, tintas, vernizes, óleos, telhas de zinco etc. etc.

A casa, geralmente conhecida por Casa Crystal, foi fundada em 1907 e os seus sócios são os srs. Eraldo Wendler, Theodor Schneider e Gusttavo Keil, este último comanditário. A Casa Crystal faz avultado movimento em vendas por atacado e a varejo, não só na capital, como por todo o estado do Paraná."

Paulo Grani

São José do Ararapira foi uma das vinte uma vilas fundadas pela coroa portuguesa na então Capitania de São Paulo no século XVIII. Sua disposição no espaço geográfico é vista no livro Imagens de Vilas e Cidades do Brasil Colonial, de Nestor Goulart Reis, da coleção Uspiana Brasil 500 anos

 São José do Ararapira foi uma das vinte uma vilas fundadas pela coroa portuguesa na então Capitania de São Paulo no século XVIII. Sua disposição no espaço geográfico é vista no livro Imagens de Vilas e Cidades do Brasil Colonial, de Nestor Goulart Reis, da coleção Uspiana Brasil 500 anos

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São José do Ararapira foi uma das vinte uma vilas fundadas pela coroa portuguesa na então Capitania de São Paulo no século XVIII. Sua disposição no espaço geográfico é vista no livro Imagens de Vilas e Cidades do Brasil Colonial, de Nestor Goulart Reis, da coleção Uspiana Brasil 500 anos, como um modesto exemplo do empenho civilizatório e modernizador da administração pombalina, que levava à fixação de padrões de regularidade nos traçados do urbanismo e da arquitetura, mesmo em pequenas povoações.
Segundo Antônio Paulino de Almeida, no artigo Sabaúna, Vila Nova de Lage e Ararapira, publicado na Revista do Arquivo Municipal em 1952, sua população era constituída, em parte, por índios de uma antiga aldeia e, em parte, por moradores de áreas rurais mais próximas.
A história de Ararapira perde-se no tempo da história do Brasil. Um indício disso é o testemunho de Hans Staden, o arcabuzeiro da expedição espanhola do Almirante Sanabria, que chegou ao Brasil em 1547. Em seu célebre livro Duas Viagens ao Brasil, este aventureiro alemão conta como quase por milagre entraram na barra do Superagui, num dia de tempestade. E como nesta baía ao Sul da hoje ilha de Superagui durante a noite aproximou-se de novo uma canoa repleta de homens, dentre os quais estavam dois portugueses, que nos perguntaram de onde vínhamos .
Deste tempo à fundação da vila, a memória da região não tem outros registros conhecidos.Mas é certo que a ocupação deu-se desde o primeiro contato dos europeus com a nova terra. Antes de serem expulsos do Brasil, os jesuítas estiveram aqui, no ístmo de Superagui, que é mencionado nas cartas de Anchieta como Supraya - caminho para o Paraguai.
Aldeamentos? Fazendas? Ararapira localizava-se num ponto estratégico: meio caminho entre Iguape e Paranaguá, passagem obrigatória de todos os viajantes entre São Paulo e Curitiba. Entreposto, Ararapira cresceu e prosperou com o comércio da região até meados do séc 19, enquanto Iguape era um porto mais importante e com mais movimento do que Santos.
Nos anos trinta do século XX, a vila, habitada por cerca de 500 famílias, era servida por diversas casas de comércio e diversas padarias. Um motor a diesel fornecia energia. E as festas eram as mais animadas e concorridas da região.
No século XX, as estradas pelo interior absorveram todo o tráfego entre São Paulo e Curitiba. O canal do Varadouro foi aberto na década de 40. E o regime das marés continuou roubando as casas da vila. São José do Ararapira é hoje uma vila abandonada, mas seu cemitério continua sendo usado pelas comunidades da região.
Para ver o vídeo, é só clicar no linque abaixo: