fotos fatos e curiosidades antigamente O passado, o legado de um homem pode até ser momentaneamente esquecido, nunca apagado
sexta-feira, 3 de março de 2023
Transportes Urbanos em Paranaguá, 1931.
Transportes Urbanos em Paranaguá, 1931.
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"Não é nossa intenção atrair sobre nós odiosidade, mas fazendo eco das constantes reclamações que temos recebidos, ventilamos o sério problema dos nossos bondezinhos. O parnanguara já está cansado das risotas dos mais discretos e das chalaças dos que visitam nossa terra. E é de ver, quando tomam o bonde: - Vai mudar o motor! Grita um. Vamos rifar o bondinho, os burricos e tudo? Faz espírito outro. E parece um azar mesmo, pois quando há muita ‘gente de fora’ é que os nossos carrinhos dão para descarrilhar que é uma beleza. Está a Empresa de Transportes merecendo a atenção por parte das operosas autoridades municipais. Cremos que seria oportuno serem examinadas as cláusulas contratuais, pois tudo o que conferido pelo governo passado está virtualmente caduco. Esperamos que o nosso meio de transporte melhore um pouco, pois muito confiamos na energia moça e vigorosa do Te. Vieira da Costa, nosso governador civil." (Texto do Jornal 'O Dia' de 23 de janeiro de 1931).
Festa e Vírus em Paranaguá, 1918.
Festa e Vírus em Paranaguá, 1918.
Em todo o Brasil a gripe espanhola se alastrou a partir dos portos, no Paraná a primeira cidade a ser infectada foi Paranaguá. No relatório enviado ao Secretário do Interior, Justiça e Instrução Pública no dia 8 de janeiro de 1919, o diretor Geral do Serviço Sanitário, Dr. Trajano Reis, conta como a epidemia chegou ao Paraná a partir da cidade de Paranaguá através de uma festa de casamento.
“Em Paranaguá, n’aquella época ia effectuar-se o casamento de uma filha do syrio Barbosa. Do Rio de Janeiro vieram assistir às bodas alguns syrios que estavam com o mal incubado. De Antonina e Morretes seguiram para aquella cidade com o mesmo fim dos do Rio, alguns patrícios do Sr. Barbosa. Folgaram juntos e cada um dos residentes em Antonina e Morretes trouxe consigo o germen do mal, que se dissiminou com rapidez entre as populações das referidas cidades. Em Paranaguá, por sua vez, os hospedes fluminenses, não só padeceram da moléstia como também transmitiram aos patrícios e à população”.
Durante a festa os convidados do Rio de Janeiro, que estavam contaminados com o vírus da gripe, o transmitiram para as outras pessoas e no decorrer dos dias que estiveram em Paranaguá espalharam o vírus pela cidade, e em consequência desse episódio a gripe começou a espalhar-se pelo Paraná. Por causa dessa propagação o Dr. Trajano Reis recebeu um pedido de ajuda do prefeito de Paranaguá.
“No dia 10 de Outubro próximo findo recebi pedido do Exmo. Snr. Prefeito de Paranaguá, de um desinfectador, o qual seguio no dia 11 com apparello e desinfectantes. E que falecera no “Hotel Silverio” um gripado vindo do Rio de Janeiro. Foi feita a desinfecção do Hotel, mas compreende-se que a moléstia fora transmitida algumas pessoas."
Esse que falecera, se tratava de uns dos convidados do casamento da filha do Sr. Barbosa, a partir dessa data outros casos foram registrados em Paranaguá, Morretes e Antonina e frente ao ocorrido medidas foram tomadas pelo diretor geral da saúde pública.
Texto adaptado de Maria Ignês Mancini de Boni “Gripe Espanhola em Curitiba em 1918”