PROJECTO de um deposito para o Sr Coronel Hildebrando de Araujo a ser construida a rua João Negrão, 1277: Depósito. Curitiba, PR: [s. n.], 1930.


fotos fatos e curiosidades antigamente O passado, o legado de um homem pode até ser momentaneamente esquecido, nunca apagado

Esta é uma história muito estranha, uma narrativa além da imaginação, algo inexplicável, que por muitos anos vem marcando a cidade de Antonina.

EMÍLIA, A MENINA DA ESTAÇÃO
•••
Geraldo Massena era pai de Emília, uma garotinha de 7 anos de idade. Em 28 de outubro de 1900, Geraldo e Emília saem de trem de Curitiba para Antonina. Eles vinham pela primeira vez à cidade.
Natália, esposa de Geraldo e mãe de Emília, morrera no ano anterior. Desde então, o pai e a filha viviam em muita tristeza. Para amenizar a tristeza, Geraldo se propôs a fazer viagens, e Antonina estava no roteiro.
Na viagem, eles visualizam as lindas e esplêndidas paisagens da serra do mar paranaense. Isso já aliviava a alma de ambos. Chegando a Antonina, eles se hospedam na hospedaria do Chico Rato Branco, na rua XV de Novembro. Os dois passeiam, conhecem vários lugares...
No terceiro dia de estada na cidade, às 19:00, Massena recebe a notícia de que sua mãe havia falecido. Imediatamente ele arruma as malas, pega a filha e vai direto para a estação ferroviária de Antonina. Ele diz para Emília que a senhora Gertrudes — avó da menina — estava doente e que precisava dele por perto.
Já era 19:50... o trem chegaria em 10 minutos.
Na estação havia centenas de pessoas. Geraldo não poderia perder o último trem, que sairia às 20:00. Se isso acontecesse, nunca mais ele iria ver sua amada mãe.
O trem estava para chegar. Então, a garota pede para ir ao banheiro. O pai diz que não seria possível pois o trem não esperaria. (O trem ficava pouco tempo na estação, geralmente 5 minutos).
A menina insistiu. Geraldo deixa a menina ir. O trem chega... Em 5 minutos, o trem partiria a Curitiba numa viagem de 7 horas.
Faltavam 2 minutos e nada da Emília aparecer. Logo Geraldo vai até o banheiro da estação para apressá-la. Para sua surpresa, sua filha não estava lá. O homem, apavorado, pede para Bérne, funcionário da estação chamar a Emília pelo megafone. E nada de a menina aparecer...
Geraldo fica muito nervoso e começa a chorar. Naquela circunstância, o coração daquele homem estava despedaçado. Sua alma abatida gemia...
O trem partiu e Geraldo ficou. Uma coisa já era certa: Geraldo nunca mais iria ver sua mãe nessa vida, pois o sepultamento deveria acontecer pela manhã do dia seguinte e ele não chegaria a tempo. (Naquela época, depois de constatada a morte, a família deveria sepultar seu ente querido em até 12 horas).
Como suportar a dor da perda e da saudade pela mãe que se foi? Como suportar a dor da aflição e do desespero pela filha desaparecida? Infelizmente, esse bom homem morreu com essas dores agarradas em seu coração.
28 de outubro de 2000, um trem chega na estação ferroviária de Antonina por volta das 20:00. Dudu Coveiro é guarda municipal e na ocasião ele estava no pátio. Na época, ele relatou o seguinte:
— Quando o trem parou, uma garotinha com aproximadamente 7 anos saiu do banheiro e me perguntou onde estava o pai dela. Ao que, eu perguntei a ela o nome de seu pai. Então a garota me respondeu dizendo que seu pai se chamava Geraldo e que ela e o pai deveriam ir a Curitiba ver a avó que estava doente. Eu fiquei preocupado e desconfiado, primeiramente porque há muitos anos que não temos transporte de trem com passageiros, e também porque a menina usava um vestido e um chapéu bem antigo. Achei aquilo muito estranho.
Depois daquele dia em que o guarda conversou com a menina, a estação ferroviária de Antonina nunca mais foi a mesma.
Coveiro ainda trabalha na estação. Ele diz que não são raras as vezes em que ele ouve a voz de uma criança dizer a seguinte frase:
"Papai, papai onde o senhor está?"
O guarda ainda ressalta que olha para todos os lados e não vê ninguém a não ser a si mesmo no espelho.
— Jhonny Arconi
A rodovia PR-340 — ligação entre Antonina (com início na região do complexo portuário antoninense) e a BR-277 (Marta) — é um projeto que perdura por quase 30 anos.
Caetano Munhoz da Rocha nasceu em Antonina, em 14 de maio de 1879. Era filho de Bento Rocha e Maria Leocádia Munhoz Carneiro.
Ainda jovem, mudou-se para São Paulo, onde se matriculou no Colégio São Luiz, em Itu, e em seguida conclui o curso de humanidades. Próxima a virada de século, ingressou na Faculdade Nacional de Medicina, formando-se em 1902. No ano seguinte, retornou ao Paraná, para ser médico na Santa Casa de Misericórdia de Paranaguá e trabalhar na Inspetoria de Saúde dos Portos.
Em 1904, Rocha foi eleito para o Congresso Legislativo estadual, cargo que, após sucessivas reeleições, ocupou até 1917. Nesse período, por uma permissão na lei, foi também Prefeito de Paranaguá, de 1908 a 1915, ano em que se mudou para Curitiba. Foi Vice-Governador do Estado, no mandato de Affonso Camargo. O sucesso foi tanto, que quatro anos depois se tornou Governador do Paraná, em 1920.
Empenhou-se na construção do Porto de Paranaguá, em retirar o estado de uma significativa dívida e em reduzir os custos do setor, durante o seu mandato, que durou até 1928.
Após sair do posto de Governador, Caetano elegeu-se Senador, cargo que ocupou até a eleição de Getúlio Vargas, em 1930.
Caetano Munhoz da Rocha faleceu no dia 23 de abril de 1944, em Curitiba. Na cidade, o político recebeu várias homenagens. Uma das mais fáceis de encontrar é um prédio do Governo do Estado, localizado ao lado do Museu Oscar Niemeyer. Inaugurado durante o governo de Jayme Canet, o Edifício Caetano Munhoz da Rocha é sede da Secretaria de Estado da Administração, da Secretaria de Turismo, da Empresa de Obras Públicas do Paraná e de alguns outros setores administrativos. O prédio fica na Rua Deputado Mário de Barros, no Centro Cívico. Caetano Munhoz da Rocha ainda foi homenageado em Paranaguá com o Instituto de Educação Dr. Caetano Munhoz da Rocha, localizado na rua João Eugênio, bairro Costeira.
Fonte: História Biográfica da República no Paraná. David Carneiro; Túlio Vargas.

ATO DA CRIAÇÃO DAS CAPITANIAS DOS PORTOS.
Foi com a abertura dos Portos do Brasil, por decreto de D. João VI, datado de 28 de janeiro de 1808, que surgiu no país a noção de controle da navegação marítima. Pelo Decreto de 7 de junho de 1809, criou-se o Despachante das Embarcações que saíam dos portos e, mais tarde, em 1810, o Alvará de 3 de fevereiro, criou a Mesa de Despacho Marítimo que, além de outras atribuições, regulava a maneira pela qual deviam ser efetuados os Despachos dos navios que saíam dos portos. Essas Mesas de Despacho eram situadas nos principais portos do país, depois Capitais das Províncias, culminando com a sua regulamentação, pelo Decreto de 26 de março de 1833 que, além do Despacho Marítimo tratava, igualmente, da arqueação de embarcações, registros, etc.
Mais tarde, pelo Decreto 358, de 14 de agosto de 1845, o Governo do Império resolveu estabelecer uma Capitania em cada Província Marítima, com as atribuições específicas de polícia naval, conservação dos portos, inspeção e administração dos faróis, balizamento, matrícula do pessoal marítimo, praticagem, etc.
Essas primeiras Capitanias eram subordinadas diretamente ao Ministro da Marinha do Império e foram criadas sucessivamente por diversos decretos, desde 15 de maio de 1846 (Belém, São Luís, Recife, Salvador, Rio de Janeiro, Florianópolis, Rio Grande); 3 de outubro de 1847 (Natal, João Pessoa, Maceió, Santos); 12 de janeiro de 1848 (Aracaju); 1º de outubro de 1853 (Paranaguá); 10 de fevereiro de 1855 (Parnaíba); 12 de janeiro de 1856 (Vitória); 11 de julho de 1857 (Fortaleza); 16 de março de 1861 (Corumbá); e 18 de novembro de 1874 (Manaus).
Decreto nº 358 de 14 de agosto 1845, autorizou o Governo a estabelecer uma Capitania dos Portos em cada província marítima do Império. Em consequência do citado decreto, surgiu o primeiro Regulamento para as Capitanias dos Portos, o qual se apresentava desta maneira:
Decreto nº 447 - de 19 de maio de 1846, manda colocar em execução o Regulamento para as Capitanias dos Portos em conformidade com o parecer das Seções de Guerra e Marinha, e de Fazenda do Conselho d'Estado, emitido em Consulta de vinte e quatro de dezembro de 1845, e o faça executar, com os despachos necessários
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA CAPITANIA DOS PORTOS DO PARANÁ - CPPR:
Ao ser criada a Província do Paraná, também se criou a Capitania dos Portos do Paraná, que passou a funcionar em 1854. Ela foi criada através do Decreto nº. 1241 de outubro de 1853. “Era um elo da cadeia que nos ligava a São Paulo que se partia”.
A partir de 1872, passou a ocupar um prédio localizado a Rua da Praia n° 88.
O Jornal Diário do Commércio, edição de 07 de dezembro de 1912, informa sobre as novas instalações da Capitania dos Portos, que na semana seguinte passaram a funcionar no prédio nº 3 da Rua Paissandu (atual Rua Princesa Isabel), juntamente com a Associação dos Práticos desta cidade.
Sua primeira sede foi na Rua Visconde de Nácar, onde hoje está localizado o Próprio Nacional do Capitão dos Portos.
Em 1952, a Capitania passou a funcionar no prédio da antiga Escola de Aprendizes-Marinheiros, conforme relatório do Ministério da Marinha, onde ressaltava a necessidade de "construção de uma nova sede, mais próxima ao porto".
No ano de 1958, a Capitania dos Portos ficou instalada em salas alugadas, enquanto se aguardava o término da construção, em terreno transferido da União.
Em 1960, mudou-se para as atuais instalações, às margens do Rio ltiberê, em Paranaguá.
ELEVAÇÃEA CATEGORIA DA CPPR.
Em 23 de dezembro de 1989, pela Portaria Ministerial n° 131, foi elevada à Categoria de 1 ° Classe.
JURISDIÇÃO DA CPPR.
Pela Portaria nº 61, de 28 de maio de 2007, do Comando de Operações Navais, fixou-se as áreas de jurisdição da Capitania dos Portos do Paraná, que abrangem: ao sul, os rios limítrofes com o Estado de Santa Catarina, a partir do município de Tijucas do Sul (PR) e, ao norte, os rios limítrofes com o Estado de São Paulo, a partir do município de Ribeirão Claro (PR), até o limite do município de Guaraqueçaba (PR).
As cidades sob sua jurisdição, além das já citadas, são as seguintes: Adrianópolis, Antonina, Bocaiúva do Sul, Colombo, Curitiba, Fazenda Rio Grande, Guaratuba, Mandirituba, Matinhos, Morretes, Paranaguá, Pinhais, Piraquara, Pontal do Paraná, Quatro Barras, São José dos Pinhais, Tunas do Paraná.
Pesquisa: AlmirSS – #IHGP.
Fontes:
https://www.marinha.mil.br/cppr/historico
Acessado em 28/12/2020, por AlmirSS- IHGP.
https://www.marinha.mil.br/.../hist%C3%B3rico-da...
Acessado em 02/10/2021, por AlmirSS-IHGP.
Fotos: Acervo IBGE e CPPR