segunda-feira, 20 de março de 2023

PROJECTO de um deposito para o Sr Coronel Hildebrando de Araujo a ser construida a rua João Negrão, 1277: Depósito. Curitiba, PR: [s. n.], 1930.

PROJECTO de um deposito para o Sr Coronel Hildebrando de Araujo a ser construida a rua João Negrão, 1277: Depósito. Curitiba, PR: [s. n.], 1930.

 



AGUINALDO, O PROFETA Certamente, você antoninense, já viu o famoso túmulo do profeta. É o túmulo azul, que fica à margem direita da subida do cemitério São Manoel.

 AGUINALDO, O PROFETA
Certamente, você antoninense, já viu o famoso túmulo do profeta. É o túmulo azul, que fica à margem direita da subida do cemitério São Manoel.


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AGUINALDO, O PROFETA

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Certamente, você antoninense, já viu o famoso túmulo do profeta. É o túmulo azul, que fica à margem direita da subida do cemitério São Manoel.

Aguinaldo Vieira da Silva, nascido em 28 de abril de 1914. Nordestino, veio morar em Paranaguá quando adolescente. Sem ninguém de familiar na cidade paranaense, o rapazote, que era aleijado, trabalhava como engraxate nas praças para poder sobreviver.

Desiludido da vida miserável que levava, Aguinaldo pensava em tirar a própria vida.

Em um dia como outro qualquer, depois do árduo trabalho, o adolescente Aguinaldo foi para casa onde morava, no bairro Costeira. Muito faminto e cansado, porém sem condições para ter um jantar, ele come um pão velho com banana, bebe água, toma um banho de bacia e vai dormir. Mas não imaginava ele que Deus estava observando-o, e o usaria como um santo para abençoar muitas pessoas.

Às 3h da madrugada, uma luz invade seu humilde quarto. Aguinaldo, assustado, dá um pulo na cama, que quebra ao meio. A luz resplandescente o envolve. Ele entra em êxtase. Minutos depois, Aguinaldo, milagrosamente, é curado da deficiência em seu braço. Mas a bênção do pobre menino não foi apenas a cura. Ele recebeu um dom divino muito especial. E foi por causa desse dom, que o guri foi perseguido em Paranaguá, pois todos que tinham necessidade, queriam o que ele tinha.

Aguinaldo foi contemplado com o dom de curar. Ao mesmo tempo em que teve fé para receber sua cura, também teve fé para receber um dom todo especial.

Curou muitas pessoas em Paranaguá. Mas por causa da notoriedade na cidade, muitas pessoas o perseguia. Foi aí que o então profeta resolveu vir morar em Antonina, uma cidade menos visada, que traria tranquilidade e paz para a vida do mocinho.

Com 18 anos, o profeta se muda para Antonina, onde vive por mais 3 anos. Aqui, ele não ficou no anonimato. Nem bem chegou, no dia seguinte, dezenas de pessoas rogavam a ele o milagre da cura. Eram doenças dos mais diversos tipos: tuberculose, hepatite, lepra, paralisias...

Dias depois, doentes de várias cidades do litoral e até mesmo da cidade de Curitiba vinham a Antonina buscar a cura de Aguinaldo, o profeta.

Aguinaldo enchia várias garrafas de água da fonte da Carioca e estocava em sua casa para benzer os enfermos e dar-lhes de beber.

E assim seguia o profeta em sua jornada ministerial.

Tudo estava indo bem, até que em 21 de junho de 1935, o corpo sem vida do pobre homenzinho é encontrado em sua casa. Aguinaldo morreu...

A causa da morte até hoje é um mistério.

A cidade entra em choque. Unanimemente, a comunidade capelista chora. Milhares de pessoas vão às ruas para o sepultamento do profeta. Nunca se tinha visto tanta tristeza de uma vez só.

O caixão do santo rapaz, de 21 anos, é erguido como se ergue um troféu pelo time campeão... Ele fica nos braços da multidão, que sai caminhando do centro da cidade até o cemitério São Manoel cantando canções fúnebres.

Mesmo após a morte, os mais antigos dizem que iam no cemitério e ainda recebiam o milagre.

Créditos da imagem: Alcimar Meira

Jhonny Arconi

PEGA-CRIANÇA: O SOBRENATURAL PERTO DE VOCÊ Hoje é normal quando uma pessoa morre sepultar o seu corpo no cemitério. Aqui em Antonina temos o São Manoel e o Bom Jesus.

 PEGA-CRIANÇA: O SOBRENATURAL PERTO DE VOCÊ Hoje é normal quando uma pessoa morre sepultar o seu corpo no cemitério. Aqui em Antonina temos o São Manoel e o Bom Jesus.


Nenhuma descrição de foto disponível.Esta é uma história muito estranha, uma narrativa além da imaginação, algo inexplicável, que por muitos anos vem marcando a cidade de Antonina.


Hoje é normal quando uma pessoa morre sepultar o seu corpo no cemitério. Aqui em Antonina temos o São Manoel e o Bom Jesus. Mas, os primeiros habitantes de Antonina, até onde se sabe, não tinham uma área definida como cemitério, isto é, eles não delimitavam um terreno, ou território como o local para sepultarem os seus mortos; o costume era enterrar o cadáver em qualquer lugar. Eles enrolavam o morto num pano e abriam uma cova, geralmente no terreno da casa do defunto ou também no terreno de igrejas.

Principalmente nas áreas rurais, são encontrados ainda ossadas de pessoas que foram enterradas há mais de 300 anos. Um dos lugares mais comuns para encontrar esses ossos é na localidade de Faisqueira e Cedro, além também de Bairro Alto. Mas já foram encontrados alguns ossos na Ilha do Corisco, Igreja Nossa Senhora do Pilar, Igreja São Benedito e ainda nos fundos do Colégio Moysés Lupion. Não é raro pessoas relatarem ter visto muitas visagens nestas paragens.

A mais famosa das aparições é a da "Pega-Criança", uma mão que surgia, sem mais nem menos da terra, e puxava o vivente para o chão; dizem que era pior do que pegada de siri, e olha que de siri eu entendo. A mão do morto não solta nem com reza braba... fica retendo o cristão por um bom tempo; essa tal mão prefere crianças endiabradas, sem educação e que não gostam de estudar.

Quando seu Toninho Pé-de-Anta comprou um terreno atrás do Moysés Lupion, e construiu uma casa, no início dos anos 2000, os mais velhos avisaram: "Cuidado, Pé-de-Anta! Tem morto enterrado nesse lugar, tem gente que já ouviu as suas falarias antes do nascer do Sol."

Toninho Pé-de-Anta era um senhor de 60 anos na época, descrente, se bem que uma de suas irmãs se transformou por um bom tempo em "mula sem cabeça", mas depois ela casou com o padre Jair Bolo e o encanto passou. Pé-de-Anta era pai de Braulino, uma criança de 12 anos, aprontão, e que gostava de passarinhar no mato no morro da Penha, coletar ovos de diferentes pássaros e caçar animais silvestres, além de jogar bola no campinho do colégio Moysés Lupion.

Choveu na parte da manhã, o terreno de Pé-de-Anta estava pura lama, Braulino pegou o estilingue e foi saindo de fininho; sua mãe havia proibido as caçadas durante o Haloween. Já estava quase no portão quando sentiu que algo segurava a sua perna perto do tornozelo...
Era uma mão que saía da terra.

O berro foi tão alto que até os vizinhos deixaram as suas casas, e foram bisbilhotar o que acontecia. O guri estava com os cabelos em pé, sua mãe aflita clamava pela sangue de Cristo. Chegou o padre Jair Bolo e pedia calma e informava que ao lado de Braulino estava, em pé, um demônio infantil sem uma das mãos.

Braulino ficou plantado no mesmo lugar até as dezoito horas, a hora da Ave-Maria. O padre tratou de confessar o moleque, e depois pediu que o povo ali reunido rezasse um terço, jogou água benta na negra e descarnada mão... Que nada! A mão apertou ainda mais a perna do guri, que já havia mijado duas vezes nas calças.

O padre não sabia mais o que fazer com as pessoas se aglomerando, aquele fedor de carne podre, Toninho Pé-de-Anta desesperado, foi quando apareceu o famoso carnavalesco Pitu Pitu, um pai de santo que morava no Portinho. Pai Pitu Pitu benzeu a mão, e falou: "Pega-Criança, solta a perna de Braulino! Solta a perna dele. Me obedeça que sou teu pai."

Todos viram, todos ficaram horrorizados, a negra e descarnada mão se contorcendo no ar, unhas negras e sujas de sangue; ela soltou o tornozelo do menino, foi afundando lentamente na lama e voltou para baixo do chão... Acredito que diretamente para o inferno.

Toninho Pé-de-Anta pegou sua família e suas trouxas de roupa e zarpou daquele lugar. Hoje, dizem que toda aquela região nas proximidades do colégio Moysés Lupion está alastrada de demônios Pega-Criança. Depois disso, Pé-de-Anta passou a acreditar no sobrenatural, se tornou pastor e desapareceu. Dizem que foi arrebatado. Se é verdade, não sei, mas todo mundo diz.

Geraldo Massena era pai de Emília, uma garotinha de 7 anos de idade. Em 28 de outubro de 1900, Geraldo e Emília saem de trem de Curitiba para Antonina. Eles vinham pela primeira vez à cidade.

 Geraldo Massena era pai de Emília, uma garotinha de 7 anos de idade. Em 28 de outubro de 1900, Geraldo e Emília saem de trem de Curitiba para Antonina. Eles vinham pela primeira vez à cidade.


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EMÍLIA, A MENINA DA ESTAÇÃO

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Geraldo Massena era pai de Emília, uma garotinha de 7 anos de idade. Em 28 de outubro de 1900, Geraldo e Emília saem de trem de Curitiba para Antonina. Eles vinham pela primeira vez à cidade.

Natália, esposa de Geraldo e mãe de Emília, morrera no ano anterior. Desde então, o pai e a filha viviam em muita tristeza. Para amenizar a tristeza, Geraldo se propôs a fazer viagens, e Antonina estava no roteiro.

Na viagem, eles visualizam as lindas e esplêndidas paisagens da serra do mar paranaense. Isso já aliviava a alma de ambos. Chegando a Antonina, eles se hospedam na hospedaria do Chico Rato Branco, na rua XV de Novembro. Os dois passeiam, conhecem vários lugares...

No terceiro dia de estada na cidade, às 19:00, Massena recebe a notícia de que sua mãe havia falecido. Imediatamente ele arruma as malas, pega a filha e vai direto para a estação ferroviária de Antonina. Ele diz para Emília que a senhora Gertrudes — avó da menina — estava doente e que precisava dele por perto.

Já era 19:50... o trem chegaria em 10 minutos.

Na estação havia centenas de pessoas. Geraldo não poderia perder o último trem, que sairia às 20:00. Se isso acontecesse, nunca mais ele iria ver sua amada mãe.

O trem estava para chegar. Então, a garota pede para ir ao banheiro. O pai diz que não seria possível pois o trem não esperaria. (O trem ficava pouco tempo na estação, geralmente 5 minutos).

A menina insistiu. Geraldo deixa a menina ir. O trem chega... Em 5 minutos, o trem partiria a Curitiba numa viagem de 7 horas.

Faltavam 2 minutos e nada da Emília aparecer. Logo Geraldo vai até o banheiro da estação para apressá-la. Para sua surpresa, sua filha não estava lá. O homem, apavorado, pede para Bérne, funcionário da estação chamar a Emília pelo megafone. E nada de a menina aparecer...

Geraldo fica muito nervoso e começa a chorar. Naquela circunstância, o coração daquele homem estava despedaçado. Sua alma abatida gemia...

O trem partiu e Geraldo ficou. Uma coisa já era certa: Geraldo nunca mais iria ver sua mãe nessa vida, pois o sepultamento deveria acontecer pela manhã do dia seguinte e ele não chegaria a tempo. (Naquela época, depois de constatada a morte, a família deveria sepultar seu ente querido em até 12 horas).

Como suportar a dor da perda e da saudade pela mãe que se foi? Como suportar a dor da aflição e do desespero pela filha desaparecida? Infelizmente, esse bom homem morreu com essas dores agarradas em seu coração.

28 de outubro de 2000, um trem chega na estação ferroviária de Antonina por volta das 20:00. Dudu Coveiro é guarda municipal e na ocasião ele estava no pátio. Na época, ele relatou o seguinte:

— Quando o trem parou, uma garotinha com aproximadamente 7 anos saiu do banheiro e me perguntou onde estava o pai dela. Ao que, eu perguntei a ela o nome de seu pai. Então a garota me respondeu dizendo que seu pai se chamava Geraldo e que ela e o pai deveriam ir a Curitiba ver a avó que estava doente. Eu fiquei preocupado e desconfiado, primeiramente porque há muitos anos que não temos transporte de trem com passageiros, e também porque a menina usava um vestido e um chapéu bem antigo. Achei aquilo muito estranho.

Depois daquele dia em que o guarda conversou com a menina, a estação ferroviária de Antonina nunca mais foi a mesma.

Coveiro ainda trabalha na estação. Ele diz que não são raras as vezes em que ele ouve a voz de uma criança dizer a seguinte frase:
"Papai, papai onde o senhor está?"

O guarda ainda ressalta que olha para todos os lados e não vê ninguém a não ser a si mesmo no espelho.

— Jhonny Arconi

PR-340, LIGAÇÃO RODOVIÁRIA ENTRE ANTONINA E BR-277:

 PR-340, LIGAÇÃO RODOVIÁRIA ENTRE ANTONINA E BR-277:



Nenhuma descrição de foto disponível. A rodovia PR-340 — ligação entre Antonina (com início na região do complexo portuário antoninense) e a BR-277 (Marta) — é um projeto que perdura por quase 30 anos.

O projeto foi idealizado em 1995.

A obra seria um prolongamento de 10,3 quilômetros interligando a BR-277 à cidade de Antonina. Haveria uma ponte entre 1,5 km e 2,1 km sobre o Rio Nhundiaquara, em Morretes. Além da ponte, o novo acesso teria ciclovia ao longo de todos os 10,3 km da PR-340. O investimento na obra seria em torno de R$170 milhões.

A criação da rodovia se tornaria o Corredor Rodoviário do Porto de Antonina, trazendo benefícios visíveis às regiões de Antonina e Morretes, desafogando, sobretudo, o trânsito de veículos pesados nas vias sinuosas entre os dois municípios, que por muitas vezes é motivo de acidentes e é causa de prejuízos às construções.

Com a nova rodovia, a expectativa seria que o fluxo de caminhões mais que duplicasse com o acesso mais viável, subindo dos atuais cerca de 420 por dia para em torno de mil veículos diariamente, trazendo desenvolvimento para a região. Porém, o projeto de construção não saiu do papel devido aos danos que seriam gerados ao meio ambiente, segundo o Ministério Público do Paraná (MP-PR) e o Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Em julho de 2020, o STJ vetou a construção da rodovia, em julgamento de recurso acionado pelo MP-PR.

Na decisão, o STJ destacou que "no aspecto de interesse público (benefícios aos municípios de Antonina e Morretes e aos seus habitantes), não foi demonstrada a necessidade tão urgente e imprescindível de obra de tamanho porte em oposição às suas consequências nocivas ao meio ambiente".

A decisão foi proferida em julgamento de agravo de instrumento interposto pelo Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná (DER-PR).

Em 2010, o STJ já tinha proibido a construção da estrada pela inviabilidade ambiental do projeto. Além disso, foi considerado que a obra não era indispensável para o desenvolvimento da região. Contudo, em 2016, o DER apresentou novos documentos, presentes no EIA-Rima (Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto no Meio Ambiente), não obtendo êxito na decisão proferida em 2020.

Desde então, não houve boas novas a respeito da aprovação total do projeto e subsequente processo licitatório para início das obras.

CAETANO MUNHOZ DA ROCHA: MÉDICO, PREFEITO DE PARANAGUÁ, SENADOR DA REPÚBLICA E GOVERNADOR DO PARANÁ

 CAETANO MUNHOZ DA ROCHA: MÉDICO, PREFEITO DE PARANAGUÁ, SENADOR DA REPÚBLICA E GOVERNADOR DO PARANÁ


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Caetano Munhoz da Rocha nasceu em Antonina, em 14 de maio de 1879. Era filho de Bento Rocha e Maria Leocádia Munhoz Carneiro.

Ainda jovem, mudou-se para São Paulo, onde se matriculou no Colégio São Luiz, em Itu, e em seguida conclui o curso de humanidades. Próxima a virada de século, ingressou na Faculdade Nacional de Medicina, formando-se em 1902. No ano seguinte, retornou ao Paraná, para ser médico na Santa Casa de Misericórdia de Paranaguá e trabalhar na Inspetoria de Saúde dos Portos.

Em 1904, Rocha foi eleito para o Congresso Legislativo estadual, cargo que, após sucessivas reeleições, ocupou até 1917. Nesse período, por uma permissão na lei, foi também Prefeito de Paranaguá, de 1908 a 1915, ano em que se mudou para Curitiba. Foi Vice-Governador do Estado, no mandato de Affonso Camargo. O sucesso foi tanto, que quatro anos depois se tornou Governador do Paraná, em 1920.

Empenhou-se na construção do Porto de Paranaguá, em retirar o estado de uma significativa dívida e em reduzir os custos do setor, durante o seu mandato, que durou até 1928.

Após sair do posto de Governador, Caetano elegeu-se Senador, cargo que ocupou até a eleição de Getúlio Vargas, em 1930.

Caetano Munhoz da Rocha faleceu no dia 23 de abril de 1944, em Curitiba. Na cidade, o político recebeu várias homenagens. Uma das mais fáceis de encontrar é um prédio do Governo do Estado, localizado ao lado do Museu Oscar Niemeyer. Inaugurado durante o governo de Jayme Canet, o Edifício Caetano Munhoz da Rocha é sede da Secretaria de Estado da Administração, da Secretaria de Turismo, da Empresa de Obras Públicas do Paraná e de alguns outros setores administrativos. O prédio fica na Rua Deputado Mário de Barros, no Centro Cívico. Caetano Munhoz da Rocha ainda foi homenageado em Paranaguá com o Instituto de Educação Dr. Caetano Munhoz da Rocha, localizado na rua João Eugênio, bairro Costeira.

Fonte: História Biográfica da República no Paraná. David Carneiro; Túlio Vargas.

01/10/1853 - 2022 - CAPITANIA DOS PORTOS DO PARANÁ

 01/10/1853 - 2022 - CAPITANIA DOS PORTOS DO PARANÁ 


Pode ser uma imagem de ao ar livre

ATO DA CRIAÇÃO DAS CAPITANIAS DOS PORTOS.
Foi com a abertura dos Portos do Brasil, por decreto de D. João VI, datado de 28 de janeiro de 1808, que surgiu no país a noção de controle da navegação marítima. Pelo Decreto de 7 de junho de 1809, criou-se o Despachante das Embarcações que saíam dos portos e, mais tarde, em 1810, o Alvará de 3 de fevereiro, criou a Mesa de Despacho Marítimo que, além de outras atribuições, regulava a maneira pela qual deviam ser efetuados os Despachos dos navios que saíam dos portos. Essas Mesas de Despacho eram situadas nos principais portos do país, depois Capitais das Províncias, culminando com a sua regulamentação, pelo Decreto de 26 de março de 1833 que, além do Despacho Marítimo tratava, igualmente, da arqueação de embarcações, registros, etc.
Mais tarde, pelo Decreto 358, de 14 de agosto de 1845, o Governo do Império resolveu estabelecer uma Capitania em cada Província Marítima, com as atribuições específicas de polícia naval, conservação dos portos, inspeção e administração dos faróis, balizamento, matrícula do pessoal marítimo, praticagem, etc.
Essas primeiras Capitanias eram subordinadas diretamente ao Ministro da Marinha do Império e foram criadas sucessivamente por diversos decretos, desde 15 de maio de 1846 (Belém, São Luís, Recife, Salvador, Rio de Janeiro, Florianópolis, Rio Grande); 3 de outubro de 1847 (Natal, João Pessoa, Maceió, Santos); 12 de janeiro de 1848 (Aracaju); 1º de outubro de 1853 (Paranaguá); 10 de fevereiro de 1855 (Parnaíba); 12 de janeiro de 1856 (Vitória); 11 de julho de 1857 (Fortaleza); 16 de março de 1861 (Corumbá); e 18 de novembro de 1874 (Manaus).
Decreto nº 358 de 14 de agosto 1845, autorizou o Governo a estabelecer uma Capitania dos Portos em cada província marítima do Império. Em consequência do citado decreto, surgiu o primeiro Regulamento para as Capitanias dos Portos, o qual se apresentava desta maneira:
Decreto nº 447 - de 19 de maio de 1846, manda colocar em execução o Regulamento para as Capitanias dos Portos em conformidade com o parecer das Seções de Guerra e Marinha, e de Fazenda do Conselho d'Estado, emitido em Consulta de vinte e quatro de dezembro de 1845, e o faça executar, com os despachos necessários

EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA CAPITANIA DOS PORTOS DO PARANÁ - CPPR:
Ao ser criada a Província do Paraná, também se criou a Capitania dos Portos do Paraná, que passou a funcionar em 1854. Ela foi criada através do Decreto nº. 1241 de outubro de 1853. “Era um elo da cadeia que nos ligava a São Paulo que se partia”.
A partir de 1872, passou a ocupar um prédio localizado a Rua da Praia n° 88.
O Jornal Diário do Commércio, edição de 07 de dezembro de 1912, informa sobre as novas instalações da Capitania dos Portos, que na semana seguinte passaram a funcionar no prédio nº 3 da Rua Paissandu (atual Rua Princesa Isabel), juntamente com a Associação dos Práticos desta cidade.
Sua primeira sede foi na Rua Visconde de Nácar, onde hoje está localizado o Próprio Nacional do Capitão dos Portos.
Em 1952, a Capitania passou a funcionar no prédio da antiga Escola de Aprendizes-Marinheiros, conforme relatório do Ministério da Marinha, onde ressaltava a necessidade de "construção de uma nova sede, mais próxima ao porto".
No ano de 1958, a Capitania dos Portos ficou instalada em salas alugadas, enquanto se aguardava o término da construção, em terreno transferido da União.
Em 1960, mudou-se para as atuais instalações, às margens do Rio ltiberê, em Paranaguá.

ELEVAÇÃEA CATEGORIA DA CPPR.
Em 23 de dezembro de 1989, pela Portaria Ministerial n° 131, foi elevada à Categoria de 1 ° Classe.

JURISDIÇÃO DA CPPR.
Pela Portaria nº 61, de 28 de maio de 2007, do Comando de Operações Navais, fixou-se as áreas de jurisdição da Capitania dos Portos do Paraná, que abrangem: ao sul, os rios limítrofes com o Estado de Santa Catarina, a partir do município de Tijucas do Sul (PR) e, ao norte, os rios limítrofes com o Estado de São Paulo, a partir do município de Ribeirão Claro (PR), até o limite do município de Guaraqueçaba (PR).
As cidades sob sua jurisdição, além das já citadas, são as seguintes: Adrianópolis, Antonina, Bocaiúva do Sul, Colombo, Curitiba, Fazenda Rio Grande, Guaratuba, Mandirituba, Matinhos, Morretes, Paranaguá, Pinhais, Piraquara, Pontal do Paraná, Quatro Barras, São José dos Pinhais, Tunas do Paraná.

Pesquisa: AlmirSS – #IHGP.
Fontes:
https://www.marinha.mil.br/cppr/historico
Acessado em 28/12/2020, por AlmirSS- IHGP.
https://www.marinha.mil.br/.../hist%C3%B3rico-da...
Acessado em 02/10/2021, por AlmirSS-IHGP.
Fotos: Acervo IBGE e CPPR