terça-feira, 13 de junho de 2023

Emiliano David Perneta (Curitiba, 3 de janeiro de 1866 — Curitiba, 19 de janeiro de 1921)

 Emiliano David Perneta (Curitiba3 de janeiro de 1866 — Curitiba19 de janeiro de 1921)


Emiliano Perneta
Nome completoEmiliano David Perneta
Nascimento3 de janeiro de 1866
Curitiba[1]Paraná
Morte19 de janeiro de 1921 (55 anos)
CuritibaParaná
Nacionalidadebrasileiro(a)
Ocupaçãopoeta
Principais trabalhosIlusão (1934) e Pena de Talião (1914)

Emiliano David Perneta (Curitiba3 de janeiro de 1866 — Curitiba19 de janeiro de 1921) foi um advogadopromotor de justiçajornalista, professor e poeta brasileiro, um dos fundadores do simbolismo no Brasil. Irmão do escritor Júlio Perneta, Emiliano é considerado o maior poeta paranaense em seu tempo.[2][3]

Biografia

Filho de Francisco David e Christina Maria dos Santos Perneta, nasceu em um sítio na zona rural de Curitiba,[4] região que a partir de 1992 passou a ser o município de Pinhais. Seu sobrenome originou-se de um apelido de seu pai, o comerciante Francisco David Antunes, que era conhecido como "o Perneta".[5]

Foi abolicionista, tendo feito palestras em defesa dos ideais libertários. Publicou artigos políticos e literários, assim como passou a incentivar, em Curitiba, a leitura de Baudelaire. Em seu início de carreira, foi influenciado pelo parnasianismo. Publicou seus primeiros poemas em "O Dilúculo", de Curitiba, em 1883.

Mudou-se para São Paulo em 1885, onde fundou, em 1888, a Folha Literária, com Afonso de Carvalho, Carvalho Mourão e Edmundo Lins. No mesmo ano publicou "Músicas", de versos parnasianos, e o panfleto "Carta à Condessa D'Eu". Foi também diretor da Vida Semanária, com Olavo Bilac, e colaborador do Diário Popular e da Gazeta de São Paulo.

Republicano, no dia 15 de novembro de 1889, formou-se em direito pela Faculdade do Largo de São Francisco[6], e como orador da turma fez um discurso inflamado em defesa da República, sem saber que esta havia sido proclamada horas antes no Rio de Janeiro.

Mudou-se para o Rio de Janeiro em 1890, onde colaborou em vários periódicos. Em 1891, foi secretário da Folha Popular, na qual foram publicadas as manifestações iniciais do movimento simbolista, assinadas pelos poetas B. Lopes, Cruz e Sousa e Oscar Rosas.

Após residir, de 1893 a 1896, no interior de Minas Gerais, onde atuou como Promotor de Justiça, voltou ao Paraná e fixou-se definitivamente em Curitiba, onde além de trabalhar como auditor do Exército, exerceu o jornalismo, a advocacia e o magistério. Criou a revista simbolista Victrix, em 1902.[7]

Em agosto de 1911, foi aclamado Príncipe dos Poetas do Paraná”, na festa de lançamento de seu livro Ilusão, no Passeio Público[8]. Em 1913, publicou o libreto Papilio Innocentia, para a ópera do compositor suíço Léo Kessler, baseado no romance Inocência, do Visconde de Taunay.

Sua obra poética mais importante inclui Pena de Talião (1914) e Setembro (póstumo, em 1934).

Em 19 de dezembro de 1912, participou da fundação do Centro de Letras do Paraná[9], sendo seu presidente de 1913 a 1918.

Morreu no dia 19 de janeiro de 1921, aos 55 anos de idade, na pensão de Oto Kröhne, na rua XV de Novembro, 84, em Curitiba.[10]

Estilo

Emiliano Perneta foi o expoente do simbolismo no Paraná e um dos precursores do movimento no Brasil.

Massaud Moisés, professor da USP, diz que "a poesia de Emiliano Perneta não apresenta evolução nítida, uniforme. Todavia, alguns temas e modismos prediletos, relacionados com o Amor, a Mulher e a Natureza, marcam-lhe a obra. Pode-se dizer que passou de um ceticismo entediadamente ultra-romântico (ou pré-simbolista) mesclado de seduções parnasianas, a um paganismo dionisíaco, com evidentes notas simbolistas e decadentes [...]

Simbolista, Emiliano Perneta manteve-se, contudo, ligado ao Parnasianismo, fiel à forma do soneto, que enriqueceu com novas e ricas soluções métricas e rítmicas. Ainda segundo M. Moisés, Perneta "teve intuições avançadas" e só não foi mais moderno "porque carregava às costas o pesado fardo da tradição parnasiana."[2]

Obras

  • Músicas (1888);
  • Carta à Condessa D'Eu (1889);
  • O Inimigo (prosa dramática - 1889);
  • Alegoria (prosa dramática - 1903);
  • Papilio Innocentia (libreto de ópera - 1913);
  • A Vovozinha (libreto de ópera infantil- 1917);
  • Ilusão (poemas – 1911);
  • Pena de Talião (1914);
  • Setembro (poemas – 1934) (póstumo).

Homenagens póstumas

Emiliano Perneta recebeu inúmeras homenagens, com seu nome nome batizando ruas e escolas em diversos municípios, especialmente no Paraná. Na Praça Osório, em Curitiba, encontra-se um busto e uma placa, inaugurados por ocasião do centenário de seu nascimento, em 1966.[11]

Empresta seu nome a uma importante rua no centro da capital paranaense. Outras vias de inúmeros municípios também recebem a mesma denominação.[12]

Em Curitiba e em Cruzeiro do Oeste existem escolas denominadas Emiliano Perneta.[13][14]

Referências

  1.  O grande poeta que tem Pinhais como berço - Emiliano Pernetta nasceu em 3 de janeiro de 1866 na chamada Várzea Grande, onde é atualmente a Vila Perneta, em Pinhais Site do Município de Pinhais - acessado em 9 de abril de 2015
  2. ↑ Ir para:a b «Emiliano Perneta»educacao.uol.com.br. Consultado em 5 de julho de 2020
  3.  Cultural, Instituto Itaú. «Emiliano Perneta»Enciclopédia Itaú Cultural. Consultado em 5 de julho de 2020
  4.  Emiliano Perneta (Curitiba PR 1866 - 1921) Site Escritas.org - acessado em 12 de abril de 2019
  5.  Pilotto, Erasmo (1946). Emiliano. Curitiba: GERPA
  6.  «Emiliano Perneta». Consultado em 5 de fevereiro de 2010
  7.  «Verbete Emiliano Perneta - by Enciclopédia Mirador». Consultado em 5 de fevereiro de 2010
  8.  Curitiba de musas e símbolos Portal GRPCOM (Gazeta do Povo) - acessao em 3 de abril de 2011
  9.  «página oficial do Centro de Letras do Paraná»
  10.  «Quem foi: Emiliano Perneta | Curitiba Space - Sinta a sua cidade»Curitiba Space. 1 de setembro de 2016. Consultado em 15 de julho de 2020
  11.  «IBGE | Biblioteca | Detalhes | Busto de Emiliano Perneta : Curitiba, PR»biblioteca.ibge.gov.br. Consultado em 5 de julho de 2020
  12.  «Ruas com nome Emiliano Perneta». Ruas Brasil. Consultado em 5 de julho de 2020
  13.  Cidade, Portal da. «Escola Municipal Emiliano Perneta - Cruzeiro do Oeste | Portal da Cidade»Portal da Cidade Cruzeiro do Oeste / PR. Consultado em 5 de julho de 2020
  14.  escolas. «Escola - EEF Emiliano Perneta C M - Curitiba - PR»Escol.as. Consultado em 5 de julho de 2020

Egon Albrecht (Curitiba, 19 de maio de 1918 — Creil, 25 de agosto de 1944)

 Egon Albrecht (Curitiba19 de maio de 1918 — Creil25 de agosto de 1944)

Egon Friedrich Kurt Albrecht
Nascimento19 de maio de 1918
CuritibaParaná
Brasil
Morte25 de agosto de 1944 (26 anos)
CreilFrança
NacionalidadeBrasileiro
Alemão
Serviço militar
PaísAlemanha Nazista Alemanha Nazista
ServiçoBalkenkreuz.svg Luftwaffe
Anos de serviço1939-1944
PatenteHauptmann
UnidadesZG 76SKG 210ZG 1JG 76
ConflitosSegunda Guerra Mundial
CondecoraçõesCruz Germânica em ouro
Cruz de Cavaleiro da Cruz de Ferro

Egon Albrecht (Curitiba19 de maio de 1918 — Creil25 de agosto de 1944) foi um piloto de caça alemão, nascido no Brasil, que combateu na Segunda Guerra Mundial pela Luftwaffe, tendo conquistado 25 vitórias aéreas confirmadas.[1]

Egon Albrecht foi o único brasileiro condecorado com a Cruz de Cavaleiro da Cruz de Ferro. Neste total de 25 vitórias, estão incluídos 15 vitórias na Frente Oriental e outras 10 na Frente Ocidental, incluindo pelo menos 6 bombardeiros quadrimotores. Ele ainda destruiu 11 em solo na Frente Oriental.

Filho dos imigrantes alemães Frederico Albrecht e Hedwig Elditt Albrecht,[2] do ponto de vista do Direito Internacional Privado da época, para a Alemanha, Egon Albrecht era cidadão do Terceiro Reich, ou seja, era alemão (Jus sanguinis), mas para o Brasil, era brasileiro, porque nasceu no território brasileiro (Jus soli), podendo optar por uma das duas nacionalidades.

Luftwaffe

Um dos apelos de Hitler era de que as pessoas de ascendência germânica que vivessem fora da Alemanha, não só podiam mas deveriam se juntar ao Terceiro Reich para assegurar a sua expansão. Como o Brasil foi o destino de muitos imigrantes alemães desde o final do século XIX, principalmente nos estados da região sul, e já que o Brasil se declarou do lado dos Aliados, isto não agradou muitos jovens daqui que retornaram para a Alemanha.

O pouco que se sabe dele antes de ingressar na Luftwaffe é que ele nasceu na cidade de Curitiba, no Estado do ParanáBrasil, em 19 de maio de 1918, filho de Frederico Albrecht e Hedwig Elditt Albrecht. Partiu para a Alemanha antes de completar os 18 anos, já que ele era membro da Hitlerjungend, onde só podia se permanecer até os 18 anos de idade, onde ele provavelmente aprendeu a pilotar. Como cadete foi aluno de aviação do hauptmann Rudolf Von Moreau e conviveu próximamente com muitos ases de sua época como Adolf Galand, Erich Hartmann, Hans-Ulrich hudel dentre outros e também conheceu pessoalmente Hermann Goring na Aústria em 1938. O então tenente Egon Albrecht galgou posições rapidamente dentro da Luftwaffe devido a dominar vários idiomas como inglês, alemão e o nativo português bem como por suas excelentes notas obtidas nos cursos de formação.

Em 1940, Albrecht serviu com a 6./ZG 1 operando um Bf 110 Zerstörer caça bi-motor. No dia 26 de Junho, a 6./ZG 1 foi redesignada 9./ZG 76 e em seguida foi novamente redesignada, passando de 9./ZG 76 para 6./SKG 210 em 24 de Abril de 1941.

Com a 6./SKG 210, Albrecht voou em combate na Rússia. No dia 4 de Janeiro de 1942, 6./SKG 210 foi redesignada 6./ZG 1. Albrecht foi designado Staffelkapitän da 1./ZG 1 em 12 de Junho de 1942. O Oberleutnant Albrecht foi condecorado com a Cruz de Cavaleiro da Cruz de Ferro (em alemão: Ritterkreuz) no dia 25 de Maio de 1943 pelas suas 15 vitórias aéreas, outras 11 aeronaves destruídas em solo, 162 veículos motorizados, 254 veículos diversos, 3 locomotivas, 8 posições de Flak, 12 armas antitanques e 8 posições de infantaria destruídos em solo.

Em 9 de Outubro de 1943, Hauptmann Albrecht sucedeu Hauptmann Karl-Heinrich Matern (12 vitórias, RK, morto em ação 8 de Outubro de 1943) como Gruppenkommandeur do II./ZG 1. Em Outubro de 1943, o II./ZG 1 foi deslocado para a frente ocidental com base na Costa do Atlântico de França, onde voou missões sobre a Baía de Biscaia.

Em Outubro de 1943, o Gruppe foi transferido para Wels, na Áustria para combater as incursões da 15ª Força Aérea da USAAF, com base no sul da Itália. Em Julho de 1944, II./ZG 1 retornou para a Alemanha para realizar a conversão dos novos caças Bf 109 mono-motor e foi redesignado III./JG 76. Albrecht liderou o Gruppe para a Frente de Invasão.

Morte

Em 25 de agosto de 1944, durante uma missão de combate, Albrecht foi forçado a abandonar a formação devido a um problema no motor de seu avião (um Messerschmitt Bf 109G-14, werkenummer 460593, código "schwarz 21"). Enquanto retornava para sua base sozinho, seu avião foi atacado por caças norte-americanos - não se sabe qual a unidade específica - e foi abatido próximo a St. Claude, noroeste da cidade de Creil (França). Embora Albrecht tenha conseguido saltar de paraquedas, ele chegou morto ao chão, relatórios da Luftwaffe citam que o paraquedas estava a baixa altura quando abriu e isso aumentou o impacto ao solo, onde seu corpo foi saqueado por civis e maquis. Ainda hoje especula-se se teria sido ferido em combate ou se foi metralhado pelos caças inimigos enquanto estava no paraquedas, sendo isso crime de guerra, algo não tão incomum no período para ambos os lados. Egon Albrecht casou-se com uma alemã em 1940 ainda durante a campanha da França e teve uma filha nascida em 1941, seus descendentes ainda vivem no Paraná nas cidades de Londrina, Curitiba e Rio Negro e no exterior na Alemanha e Estados Unidos.

Condecorações

  • Cruz de Ferro 2ª e 1ª Classe[nota 1]
  • Medaille Winterschlacht im Osten 1941/2 (Medalha da Batalha de Inverno no Leste 1941/2)
  • Frontflugspange für Schlachtflieger und Zerstörer[nota 2]
  • Goldenes HJ-Abzeichen[nota 3]
  • Verwundetenabzeichen[nota 4]
  • Trofeu de Honra (Ehrenpokal) (21 de Setembro de 1942)
  • brevêt de piloto[nota 5]
  • Cruz Germânica em Ouro (3 de Dezembro de 1942)
  • Cruz de Cavaleiro da Cruz de Ferro (22 de Maio de 1943)

—Vista da Praça Tiradentes, do ano de 1914, contemplando um Bondinho Elétrico ainda novo, com apenas 2 anos —

 Vista da Praça Tiradentes, do ano de 1914, contemplando um Bondinho Elétrico ainda novo, com apenas 2 anos —


Pode ser uma imagem de 7 pessoas, trole, rua e texto que diz "TIRADENTES"

Antigo Quarteirão dos Paiva. Ao fundo a torre da Igreja da Água Verde.

 Antigo Quarteirão dos Paiva. Ao fundo a torre da Igreja da Água Verde.

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