segunda-feira, 13 de janeiro de 2025

Carlota Joaquina, a Imperatriz brasileira, Megera de Queluz e Consorte de Dom João VI

Olá Curiosos!

A História que vou contar agora é da polêmica Dona Carlota Joaquina. Uma das personagens que mais rendeu fofocas, no Brasil e em Portugal, no Período Colonial. Uma Rainha que chegou a ser chamada de assassina e até de "A Megera de Queluz". Aliás, Queluz é um belo Palácio, em Portugal, que foi, exatamente, onde Dom Pedro I nasceu e também morreu.

Mas sendo redundante, como adoro ser, vamos começar pelo começo. Carlota era Espanhola, nascida em 1775, na Corte de Aranjuez. Uma autêntica taurina como essa que vos fala. Ciumenta, mandona e comilona, - como toda taurina tem que ser. Nasceu em 25 de abril. Casou-se, e pra variar, em um casamento dinástico, com objetivo de as famílias unirem forças. Assim, os Braganças e os Borbouns mandariam em uma boa fatia da Europa.

Dom João tinha quinze anos e Carlota tinha dez anos. Estamos falando de um período quando se casavam crianças. Eles não transavam logo de cara. Eles mandavam a criança para ser criada na Corte, onde iria viver. Lá, aprenderia os hábitos da corte e a língua do futuro esposo e, só transavam quando ela menstruasse. Quem demorava pra menstruar se dava bem nesse tempo.

Mas, quando Carlotinha chegou à Corte foi uma decepção. Logo ela, que era festeira e morava em uma Corte super badalada, que promovia festas quase todos os dias. Afinal, ela era filha da não menos "polêmica" Maria Luiza de Parma, que se casou com seu pai para a Espanha se aliançar a França. Fora criada em Versailles. A corte mais festeira que havia. Então, levou esses hábitos para a Espanha, que não curtia a rainha. Se Carlota foi odiada e chamada de depravada, a mãe foi mais ainda. Mas voltemos à Carlota.

Carlota era interessante, ela achava que faria o mesmo que sua mãe, ou seja, iria crescer e mandar e desmandar em tudo. Mas, isso não rolou.

Ela ficou sendo a consorte, mais "sem sorte" do mundo.

Mas, ela nunca aceitou essa condição. Ela queria mesmo ser a Rainha e gritar "Cortem as Cabeças". Dessa maneira, passou a vida toda tentando dar uma banda no marido e subir ao trono. No entanto, o sujeito, que tinha cara de bobo, mas de bobo não tinha nada, passou a vida toda cortando os planos dela. Ele devia rir muito dela, quando estava sozinho no quarto. Ah devia! (Filho da mãe)

Existiram duas Carlotas. Uma, antes de Portugal e, outra, depois de Portugal. Carlota era a alegria na Corte Espanhola. Era inteligentíssima. Ela gostava de fazer imitações do pessoal da nobreza. E, ainda, se apresentava para a família. Tipo comediante stand up. Fazia mais sucesso que o bobo da corte. Até mortal Carlota sabia dar. Imagine, naquela época, uma princesa dando mortal? Em um país conservador como Portugal. Pois bem, assim nossos pombinhos se conheceram.

Sua tutora passou a ser nada menos que, a Rainha Louca. Ela adorava a norinha esperta. Ensinou a jovem a falar em português. Juntas percorriam o Reino de carruagem todas as manhãs. Dona Maria a tratava como uma filha e, Carlota gostava de Dona Maria como se fosse uma mãe. Inclusive, trocavam cartas muito ternas. - Mas sair de uma mãe doida pra outra, não deve ser algo muito legal. Então já viu, né?

Ela aprendeu rapidinho a falar o Português. Mas a menina era muito agitada. E ao chegar naquela corte foi aquele choque. Já que se tratava de uma corte sem festas. E para acentuar o seu estranhamento, seu futuro cônjuge só pensava em comer e era paradão. Agora, imaginem: Ela o chamava pra brincar, pra cavalgar, pra nadarem nos rios... Ele não queria fazer nada. Se naquela época existisse vídeo game, ele iria passar o dia jogando, viciado e bebendo Coca-cola. Sem olhar pra ninguém da casa (certamente vocês conhecem gente assim ,né?). Pois bem.

Carlota chegou até a pedir aos pais pra voltar e disse que ia morrer de tédio naquele marasmo. Ela soltava até tiro de canhão pra zoar. Isso fazia um barulho ensurdecedor e em Portugal queria fazer, Mas também foi proibida.

Dom João não era o Príncipe que assumiria o trono nessa época. Motivo que frustrou mais ainda os planos de Carlotinha. Afinal, ela queria ser rainha.

Gente vou contar uma coisa. Ela era feia. Realmente feia. Imaginem. E a menina ainda era manca, pois havia sofrido um acidente de cavalo. Tinha cicatrizes de varíola no corpo. Os dentes tortos. Era muito pequena e esmirrada. Achavam até que não conseguiria procriar de tão pequeninininha. Mas procriou. Até demais. E olha só, fazia até o quadradinho de oito. Ela era tão danada que mordeu a orelha de Dom João, no dia do casamento.

Eles se casaram quando ela tinha catorze anos. Quando Dom João ainda não era o Rei (Regente). Foi quando decidiu fugir para o Brasil. Carlota não queria vir de jeito algum. Ela queria voltar para a casa dos pais. Já tinha um monte de melequentos pra virarem Rei. Já tinha filhos até com um jardineiro gostosão, da Quinta do Ramalhão, que era de sua propriedade. Já tinha feito seu papel de gerar filhos e não tinha perdido nada aqui. Mas, seu pai não a deixou voltar. E vendo que Napoleão iria trucidar geral, ela foi obrigada a vir.

Quando Dona Maria, que era a Rainha, morreu, ela queria o lugar da sogra. Mas não aceitaram. Ela e Dom João brigavam tanto, que sempre moravam em lugares separados. Assim, ninguém se metia nas puladas de cerca dela. Quando chegou ao Brasil, odiou logo de cara. Pra começar o "abestalhado" do Governador da Bahia não preparou uma festa pra chegada Real. Quando saíram no porto, levaram um susto. Não tinha ninguém. Só o governador.

Carlota:

- Cadê o povo?

- Hummm... Deve estar dormindo. Ontem, teve show do Chiclete com Bacalhau. Teve carroça elétrica e tal... O povo comeu água. (Comer água é uma gíria baiana pra dizer que bebeu muito)

- Eu não acredito Senhor Governador. Eu viajo mais de sessenta dias. Chego aqui careca com esse turbante na cabeça, por causa de piolhos, nesse lugar com

pra tudo que é lado e, você nos recebe assim? Que P... é essa? Esse gordinho zoiudo aqui cara - puxou Dom João pelo casaco - Não parece não, mas é o rei, cara. Tu tá maluco? Receber um rei assim?

- Não, Dona Carlota, o povo deve ter trocado a data.

- Vamos voltar pro navio e fingir que não vimos isso.

Eles voltam pro navio e saíram no dia seguinte. Aí, Salvador estava todo enfeitado. A multidão na rua. Música e tudo mais. Rolou missa e beija mão. Aí sim, né?

Carlota já não gostou do Brasil, de cara.

Quando ela chegou ao Rio de Janeiro, ela mandou uma carta para Buenos Aires. Queria tentar fazer uma regência espanhola lá e ser Rainha.

Neste momento, a Espanha já estava sob domínio de Napoleão. Seu pai já havia sido deposto e ela podia ser rainha lá. Passaria pela fronteira, largaria Dom João para trás e, pela segunda vez, seus planos de ser a rainha não deram certo.

Quando chegou Carlota achou que tinha pretos e mestiços demais e, assim, chamava os brasileiros. "Odeio essa terra de pretos e mestiços". Mas, depois... passou a achar os negões bem interessantes e a usá-los para seus prazeres carnais. Dizem as más línguas que nenhum queria ser sentinela da sua casa, pois o chicote comia, se não fizesse direitinho.

Ela fumava um cigarro suspeito, que a deixava doidona e bebia até 15 litros de bebida alcoólica, por dia. Carlota, realmente, estava tentando não ficar sã, nem por um minuto. Queria era acordar do pesadelo em que estava vivendo.

Logo ela, que nasceu pra ser rainha na Europa, vir parar aqui? Em Londres, já estavam bolando ferrovias e, aqui, não tinha nem carruagens descentes.

Ela morava em Botafogo e, Dom João em São Cristóvão. E a Dona Maria, vivia presa no Convento do Carmo. Então, era cada um com sua vidinha. Cada um no seu quadrado.

Dona Maria só podia sair com doze damas de companhia. Pois, já era considerada louca. Mas ela se amarrava em Carlota. (Era a única).

Ela se envolve em uma intriga braba aqui no Brasil. Veja, só! É acusada do assassinato de Gertrudes Pedra Leão. (Vou deixar o link desse post aqui no final). E nesse mesmo ínterim, explode a Revolução em Porto (Portugal). Napoleão já não estava dando conta nem de Josefina. Já estava exilado e ele decide que está na hora de voltarem. Antes que a consorte fosse considerada culpada pelo assassinato da Gertrudes.

Ela ama saber que vai voltar e, nem liga que vai deixar o filho Pedro por aqui. Afinal, ela tinha planos maiores com Miguel, que era o mais novo e aliado à mãe.

Ela parte e dizem que bateu os sapatos no porto, no Rio de Janeiro, dizendo que daqui não queria levar nem o pó.

Em 1820, a corte volta para Portugal e deixa Dom Pedro I, aqui, como Regente.

Ela incentiva Dom Miguel a irem contra a constituição, para darem um golpe de Estado e, não assinam a constituição. E, assim, ela vê, pela terceira vez, seus planos, para tirar Dom João do cargo e ocupar seu lugar, serem frustrados.

Dom João VI, exila Dom Miguel e a Carlota fica em uma espécie de "prisão domiciliar", na Quinta do Ramalhão. Dom Miguel não era filho legítimo de Dom João VI. Era filho do Jardineiro do Ramalhão ou do Marquês de Marialva, Marquês que negociou o casamento de Dom Pedro com Leopoldina.

Isso era sabido, publicamente, em declarações do próprio Dom João, que dizia que Miguel não podia ser rei, pois não era seu filho.

Ela era feia, mas era pegadora. Poderosa a mulher.

Dom João VI falece em 1826. Mas, Dom Pedro I, ainda estava aqui, no Brasil, que já era independente e o correto era ela assumir. Mas, falsificam a assinatura dele, em um documento, passando a regência para a filha Maria Isabel, até Dom Pedro voltar.

Ela gasta a herança, que recebera do pai, tentando fazer Dom Miguel ser o rei, subornando diversos nobres. Ele sobe ao trono, em 1828 dando um golpe na irmã. E não solta a mãe da prisão domiciliar. Aliás, nem vai lá visitar.

Carlota já estava muito doente e nem andava, pois sofria de uma artrose muito severa.

Morreu aos cinquenta e quatro anos, abandonada em sua residência.

Agora, vamos colocar em pratos limpos?

Dona Carlota era uma mulher ambiciosa, que gostava de sexo e morava em um país que não era o dela por obrigação.

A sociedade machista da época, não a engolia de jeito algum. Mas, se fosse um homem ambicioso, gostasse de sexo, tivesse amantes e fosse duro com seus súditos, seria o cara perfeito.

Dona Maria era puritana, católica fervorosa, que tentava acabar com a maldição dos primogênitos Braganças, de joelhos no chão. Proibiu festas e comemorações, que não fossem religiosas por conta disso.

Então, viver com um cara que você não gosta, que não quer transar com você, que não deixa você dar as ordens, com uma sogra carola e ainda ser taxada de promíscua e usurpadora porque queria o poder, devia ser mesmo um saco pra ela, só tomando uns gorós.

Eu seria como ela e ia tramar contra, do mesmo jeito. Então, acredito que Carlota não era essa megera toda que pintam, nem "dava" tanto assim, ou teria mais do que os oito filhos que teve, que aliás se chamavam: Maria Teresa, Francisco Antônio (morreu na infância) , Maria Isabel de Bragança (Foi Rainha) Dom Pedro I, Maria Francisca de Bragança, Isabel Maria de Bragança, Miguel I , Maria da Assumpção de Bragança e Ana de Jesus. E sobre o assassinato de Gertrudes? Isso sim, eu acho possível.

Link lá no final

Izabelle Valladares

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AS LEGIÕES ROMANAS FORAM O PRINCIPAL COMPONENTE MILITAR DA REPÚBLICA E DO IMPÉRIO ROMANO

AS LEGIÕES ROMANAS FORAM O PRINCIPAL COMPONENTE MILITAR DA REPÚBLICA E DO IMPÉRIO ROMANO.

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-Representando uma das forças armadas mais organizadas, disciplinadas e eficazes da história antiga. Essas unidades de elite não eram apenas forças de combate, mas também símbolos do poder e da glória de Roma, sendo essenciais para a expansão e manutenção de seu vasto império.
Uma legião romana, no período clássico, consistia em aproximadamente 4.500 a 6.000 soldados, divididos em unidades menores chamadas coortes, sendo cada coorte subdividida em centúrias(com cerca de 80 soldados cada, liderados por um centurião). As coortes permitiam flexibilidade no campo de batalha, possibilitando que os romanos adaptassem suas estratégias a diferentes situações. Durante o período imperial, a estrutura básica de uma legião era composta por dez coortes, sendo a primeira coorte geralmente maior e mais prestigiada, composta pelos soldados mais experientes.
As legiões eram conhecidas por sua disciplina rígida e treinamento intensivo. O treinamento incluía combate, construção de fortificações, marchas de longa distância e manobras táticas. A disciplina era mantida por um sistema de recompensas e punições severas, com deserção ou desobediência frequentemente punidas com a morte.

Os soldados das legiões eram cidadãos romanos que se alistavam voluntariamente ou eram recrutados. Durante o período republicano, o serviço militar era inicialmente reservado a cidadãos proprietários de terras, mas com as reformas de Caio Mário no final do século II a.C., o alistamento foi aberto a cidadãos sem propriedade, o que transformou o exército em uma força profissional e permanente. Essa mudança também criou uma relação de lealdade direta entre os soldados e seus comandantes, o que teve consequências políticas significativas, como as guerras civis entre generais rivais.
Os legionários eram equipados com uma variedade de armas e armaduras. Seu armamento típico incluía o gládio, uma espada curta ideal para combates corpo a corpo, o pilum, uma lança pesada projetada para perfurar escudos inimigos, e o scutum, um escudo grande e retangular que oferecia proteção e permitia formações defensivas eficazes, como a famosa tática da testudo (tartaruga). Eles também usavam armaduras de metal, como a lorica segmentata, e capacetes reforçados.
As legiões romanas eram conhecidas por sua capacidade de adaptação em combate. No campo de batalha, elas usavam formações e táticas que se ajustavam às circunstâncias. A coorte substituiu a formação rígida das antigas falanges gregas, permitindo mais mobilidade e flexibilidade. As legiões eram acompanhadas por tropas auxiliares, que incluíam arqueiros, cavaleiros e lanceiros recrutados de regiões conquistadas, complementando as habilidades dos legionários.

As legiões não se limitavam a combates. Elas eram forças multifuncionais que desempenhavam papéis cruciais na construção de estradas, pontes, aquedutos e fortificações. Esses projetos de engenharia foram essenciais para integrar as províncias ao império e facilitar a movimentação de tropas e suprimentos. As legiões também atuavam como forças de manutenção da ordem, protegendo fronteiras e reprimindo rebeliões.
Durante o Império Romano, cada legião recebia um número e, frequentemente, um nome ou título que refletia suas origens, feitos ou lealdade. Por exemplo, a Legio X Equestris era famosa por sua associação com Júlio César, enquanto a Legio IX Hispana se destacou em campanhas na Britânia. As legiões estavam estacionadas em fortalezas ao longo das fronteiras do império, como o Reno, o Danúbio e o Eufrates, atuando como baluartes contra invasões bárbaras.

Os estandartes das legiões, especialmente o águila (águia de ouro), eram símbolos sagrados. A perda de um estandarte em batalha era considerada uma desonra grave e frequentemente motivava expedições para recuperá-lo.
Com o tempo, especialmente a partir do século III d.C., as legiões enfrentaram desafios crescentes. A pressão constante de invasores externos, a instabilidade política interna e a descentralização do poder enfraqueceram sua eficácia. Durante as reformas de Diocleciano e Constantino, as legiões foram reorganizadas em unidades menores e mais móveis para lidar com ameaças rápidas nas fronteiras.
Apesar do declínio, as legiões romanas deixaram um legado profundo. Elas estabeleceram um padrão de organização militar que influenciou exércitos ao longo da história. A disciplina, a engenharia e as táticas das legiões são estudadas até hoje, e o conceito de um exército profissional permanece como um marco da influência romana no mundo moderno.
As legiões romanas foram mais do que forças de combate; elas foram o alicerce do poder de Roma, contribuindo para a expansão territorial, a manutenção da ordem e a construção de uma civilização que moldou o Ocidente.