Tonya Harding foi a primeira patinadora norte-americana a executar um “triple axel”, um giro triplo no ar. Ela nasceu em 12 de novembro de 1970, em Portland, nos Estados Unidos. Cresceu em uma família pobre e enfrentando intensa pressão de sua mãe que, ao descobrir o seu talento para a patinação, passou a forçá-la a treinar cada vez mais.
Treinando desde os três anos de idade e enfrentando fortes abusos de sua mãe, Harding se tornou uma patinadora de excelência, mas, ao mesmo tempo em que evoluía na patinação artística, se sentia cada vez mais oprimida pela genitora.
Depois dos abusos maternos, ela passa a lidar com um novo algoz, Jeff Gillooly, com quem se casou aos 20 anos de idade. Os abusos físicos e psicológicos contra Tonya Harding se tornaram tão intensos, que ela chegou a pedir uma ordem de restrição contra o marido.
Enquanto brilhava nas pistas de patinação, Tonya vivia dramas pessoais bastante intensos e isso piorou quando Nancy Kerrigan, sua maior rival na patinação artística, foi atacada com um bastão de metal após um treino. Harding passou a ser considerada a principal suspeita e isso destruiu a sua carreira.
O ataque tinha sido feito for Shane Stant, homem contratado por Jeff Gillooly, na época, ex-marido de Tonya, e por seu guarda-costas, Shawn Eckhardt. O plano era tirar Kerrigan da Olimpíada de Inverno. Então, no dia 6 de janeiro de 1994, Nancy Kerrigan teve as suas pernas atacadas por um bastão e gritou de desespero diante do ocorrido.
Os ferimentos, porém, foram pequenos e a patinadora conseguiu competir. As consequências para Tonya Harding, no entanto, foram terríveis. Mesmo sem provas de sua participação no crime, foi a ela que coube o peso de vilã da história.
Até hoje não ficou provado qual foi exatamente o seu envolvimento no ataque a Nancy Kerrigan. Ela apenas admitiu que sabia do envolvimento do ex-marido, mas não avisou as autoridades. Esse fato, porém, manchou para sempre a sua carreira e muitos só se lembram dela por causa desse escândalo. Todo o seu talento na pista de patinação foi esquecido e restou a ela somente o título de criminosa que mandou atacar a rival.
Tonya Harding e Nancy Kerrigan
Harding ainda tentou carreira como boxeadora, mas não teve sucesso e acabou abandonando o esporte.
Tonya Harding sempre negou qualquer envolvimento com o crime, mas o título de maior vilã do esporte americano acabou ficando com ela. Depois dos abusos sofridos pela mãe e pelo marido, ela se tornou alvo da imprensa e da sociedade americana, viu a sua carreira se esfacelar e seus feitos na pista de patinação darem lugar a uma trama policial que a colocam como cúmplice de uma atitude criminosa e antidesportiva.
Nunca foi confirmado qual o grau de envolvimento da patinadora no atentado contra Kerrigan, mas a sua condenação foi dada pelo mundo esportivo e pela opinião pública e ela viu a sua carreira ruir em meio às acusações que sofrera.
Roland Ratzenberger nasceu em 4 de julho de 1960 em Salzburgo, Áustria. Desde muito cedo se apaixonou por carros, filho de funcionários públicos, teve uma boa educação e ao completar o ensino de base passou a trabalhar como mecânico em oficinas de carros de luxo. Com 19 anos conseguiu um trabalho de instrutor na escola de pilotagem Walter Lechner, famosa por formar pilotos para a fórmula 3000, categoria conhecida por fornecer pilotos para a famosa Fórmula 1.
Foi entre uma e outra instrução que Roland decidiu que deveria correr atrás do sonho de virar piloto de F1, então passou a juntar dinheiro para correr e campeonatos menos badalados.
Em 1981, ganhou o troféu Jim Russel na F-Ford. Juntou dinheiro e financiou as próprias corridas na Áustria, Alemanha e Itália. O financiamento não era muito bom, mas funcionou. Seu apelido era ‘Rolando Topo di Montana’. Mesmo correndo e se destacando por onde passava, faltava dinheiro no bolso de Roland, sua história era bem diferente dos outros pilotos, geralmente de famílias muito ricas.
Em 1985, o proprietário de uma pedreira financiou um carro de F-Ford Van Diemen RF 85 para Roland em troca de ele treinar seu filho. Apesar de boas vitórias pelos campeonatos onde passava, o piloto não era considerado um grande talento, mas sim um atleta dentro da média. Também pudera, o piloto tinha sérias dificuldades para se dedicar integralmente às corridas, pois não tinha apoio financeiro significativo.
Mas foi 1986 que Roland se muda para o Japão e passa a ganhar um bom dinheiro como primeiro piloto Europeu a estar a frente de um carro da Toyota, em corridas organizadas em território japonês, a frente da Toyota ele consegue finalmente ingressar na Fórmula 3000, a ante-sala da F1 . Com o sucesso batendo à porta, o piloto passou a guardar dinheiro para financiar sua entrada na grande Fórmula 1. Até que no final de 1993 uma empresária resolveu patrocinar Roland para entrar na modesta equipe inglesa Simtek Ford e fazer as primeiras cinco corridas, o atleta, com poucos recursos financeiros pagava viagens e outras custos do próprio bolso. O sonho de correr na categoria principal durou apenas 53 dias, até o fatídico 30/04/1994. Durante o treino de qualificação para o GP de San Marino, Ratzenberger fazia uma tentativa de classificação quando, na entrada da veloz curva Villeneuve, a asa dianteira do carro Simtek soltou-se e o piloto, sem controle do carro, chocou-se violentamente contra o muro, a 314,9 km/h.
O piloto teve fraturas múltiplas no crânio e no pescoço. Logo após o acidente, uma tentativa de reanimação cardíaca foi feita na própria pista. Sua morte foi anunciada oito minutos após o piloto ter dado entrada no Hospital Maggiore de Bolonha. Após o acidente, a Simtek anunciou que não iria se retirar da corrida, alegando que Roland gostaria que David Brabham, seu companheiro de equipe, participasse da corrida. Andrea Montermini, piloto de testes da Simtek, ocupou o lugar do austríaco.
As investigações da tragédia geraram grande controvérsia especialmente porque, no dia anterior (sexta), Rubens Barrichello sofreu um acidente grave e no domingo, outro piloto morreria na mesma pista: Ayrton Senna. A discussão se concentrou na determinação da hora e local da morte de Ratzenberger.
Os organizadores da corrida alegaram que ele foi levado ainda com vida a Bolonha enquanto os investigadores atestaram que ele teve morte instantânea ou, no mínimo, ainda dentro do circuito de Ímola. Segundo as leis italianas, se um esportista morrer durante um evento esportivo, o evento deve ser cancelado e todo o complexo desportivo colocado à disposição dos peritos até o fim da investigação que pode durar meses ou anos. Se isso tivesse acontecido, a morte de Senna teria sido evitada, segundo a imprensa da época e historiadores: a direção da FIA foi resistente em cancelar o GP, mesmo com os acontecimentos macabros dos dois dias que sucederam a morte do piloto brasileiro.
A vida de Roland é pouco conhecida pela maioria das pessoas, o atleta geralmente é lembrado como uma personagem acessória para explicar a morte de Senna. Mas vale a pena a lembrança e o conhecimento sobre um pouco da trajetória desse austríaco. Ratzenberger foi velado no dia 7 de maio de 1994, em seu funeral compareceram poucas pessoas ilustres, entre elas estavam os austríacos Gehard Berger, que também foi ao funeral de Ayrton, e Niki Lauda, além de Max Mosley, então presidente da FIA, que ao ser entrevistado anos após o enterro, disse: “Roland havia sido esquecido. Então fui ao seu funeral porque todos foram ao do Senna. Pensei que seria importante alguém ir ao dele”.