domingo, 9 de outubro de 2022

O PAI DA PINTURA PARANAENSE

 O PAI DA PINTURA PARANAENSE

O PAI DA PINTURA PARANAENSE
"Nasceu, Alfredo Andersen, em Cristianssand, na Noruega, aos três dias de novembro de 1860. Aos 12 anos, desenhando com regular perfeição, o Reitor da sua Escola aconselhou aos pais a mandá-lo estudar pintura, tal o seu pendor artístico.
Já mocinho, foi à Itália, deslumbrando-se com as obras de arte que viu. Porém, devido à falta de recursos, não pode matricular-se numa Academia. Em 1879, ganhou um Concurso da Academia Real de Belas Artes de Copenhague. Tornou-se logo professor de Desenho, adotando o modelo vivo.
Com saudades da Pátria, voltou a Cristianssand, abrindo então um Atelier. Concorreu em várias exposições e com êxito, sendo seus quadros vendidos facilmente.
Em 1889, fez um longo cruzeiro, percorrendo alguns países da Europa, a fim de conhecer novas raças e nova gente.
Em 1892, resolveu embarcar para a América, visitando o México e Paraíba do Norte (no Brasil). Descendo, desembarcou em nossa Paranaguá, devido o navio em que viajava estar avariado, necessitando de urgentes reparos, ficando em nosso Estaleiro.
Simpatizando com nossa terra, pensou em ficar alguns meses para conhecer seus habitantes, bem como sua história; seguindo por fim até Buenos Aires.
Mas, aconteceu o inesperado. Gostou de Paranaguá e foi ficando. Fez boas amizades e resolveu fixar residência por algum tempo. Instalou-se então no Porto d'Agua e montou seu Atelier; permanecendo até 1903, quando se mudou para Curitiba.
Na Capital do Estado, pode melhor se expandir, abrindo sua Escola de Desenho e Pintura. Ensinou, então, como um grande mestre, orientando os alunos na beleza da arte pictórica e deixando que cada um seguisse a sua inclinação.
Sempre tolerante, quanto ao pendor de cada um, jamais exigiu Escolas. Apenas pedia aos discípulos que não fugissem da verdade. Alfredo Andersen tornou-se um verdadeiro paranaense, pois trocou sua Pátria pela nossa. Aqui (em Cuirtiba) ficou, amou, sofreu, lutou e, por fim morreu... E ele fez mais que ficar, porquanto, fundou a "pintura paranaense", enriquecendo ao Paraná, com um grupo de artistas, seus alunos, que hoje o glorificam.
Alfredo Andersen recebeu, no dia 3 de novembro de 1931, data do seu natalício, no salão nobre da Municipalidade Curitibana, o precioso documento, em pergaminho, outorgando-lhe o título de Cidadão de Curitiba, pelos relevantes serviços prestados à Arte, no Paraná !
Parece-me que foi a única cidade, no Brasil, que prestou, em vida, homenagem desse teor, a um pintor estrangeiro, no passado. Curitiba tem esse orgulho e essa glória...
Faleceu o grande artista, no dia 9 de agosto de 1935, na sua residência-atelier, à rua Conselheiro Carrão, 336, em Curitiba, deixando centenas de alunos, que até hoje lembram, com saudade, o mestre-amigo ! . . .
Seu melhor discípulo foiFrederico Lange, de Morretes. Outro aluno destacado foi Theodoro de Bona. Uma outra aluna que se salientou foi Maria Amélia Assumpção, pintora de natureza morta. Também foram seus discípulos, com muito valor, Anibal Scheleder, Gustavo Kopp, Ghelfi, Traple e Freyesleben.
Andersen morreu pobre, como quase todos os grandes artistas; pois, os vários Governos que passaram, durante sua vida em Curi tiba, jamais o ajudaram... apenas promessas e mais promessas.. .
Morreu o velho mestre, sem ter alcançado seu único ideal: A ACADEMIA DE BELAS ARTES DO PARANÁ, sob sua direção. . .
Entretanto, para compensar a incúria dos governos passados, seus amigos muito o ajudaram; pois nunca lhe faltaram alunos. Andersen vivia mais da venda de seus quadros, nas várias exposições que fez...
Porém, falemos um pouco mais desse grande artista em nossa terra. Nos 10 anos que permaneceu em nossa Paranaguá, fez grandes amigos; pintando dezenas de quadros; retratos de casas, os mais destacados da cidade. O Instituto Histórico e Geográfico de Paranaguá, no seu Museu Regional, guarda, com carinho, várias telas — retratos de pessoas de destaque do passado.
Paranaguá jamais esqueceu o grande acervo por ele deixado. Entretanto, para compensar a incúria dos governos passados, seus amigos muito o ajudaram; pois nunca lhe faltaram alunos. Andersen vivia mais da venda de seus quadros, nas várias exposições que fez..."
(Extraído do livro Paranaguá na História e na Tradição, de Manoel Viana)
Paulo Grani

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Auto-retrato, 1926.

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Paisagem com canoa no barranco, 1922

Nenhuma descrição de foto disponível.Rocio, 1895.

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Vista do Porto, 1896.

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Porto de Paranaguá, s/data.
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Entrada da Barra do Sul, s/data.

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Porto de Paranaguá, s/data.

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