CURITIBA EM 1913: UM OLHAR PELAS PÁGINAS DE UM JORNAL DA ÉPOCA — MODA, COMÉRCIO E A VIDA COTIDIANA
📌 CURITIBA EM 1913: UM OLHAR PELAS PÁGINAS DE UM JORNAL DA ÉPOCA — MODA, COMÉRCIO E A VIDA COTIDIANA
Curitiba, 1913. Uma cidade de cerca de 50 mil habitantes, ainda pequena, mas já pulsante de vida. O Brasil vivia os últimos anos da República Velha, a Primeira Guerra Mundial estava prestes a começar, e o mundo se preparava para uma revolução tecnológica — o automóvel, o telefone e o cinema estavam chegando. Enquanto isso, aqui em Curitiba, a vida seguia seu ritmo tranquilo, mas cheio de novidades: lojas de móveis, perfumarias, joalherias e até uma casa de armas — tudo registrado em um jornal da época.
Neste documento — publicado em Curitiba em 1913 — encontramos muito mais do que anúncios: encontramos a essência de uma sociedade em formação, entre a tradição e a modernidade, entre o rural e o urbano, entre o passado e o futuro.
Vamos mergulhar fundo, página por página, como se estivéssemos folheando um álbum de memórias — e descobrindo, com cada linha, como Curitiba se tornou o que é hoje.
💍 PÁGINA 1: JOIAS, SEGUROS E A SEGURANÇA DA FAMÍLIA
Esta página é dedicada ao comércio de luxo e à proteção patrimonial — temas que refletem a preocupação da classe média emergente com status e segurança.
🔹 Roberto Raeder — Joias Finas e Brilhantes:
Localizada na Rua Riachuelo, 54, a loja de Roberto Raeder oferecia “liquidar completamente com o seu grande estoque de joias finas e brilhantes”. Isso indica que a joalheria já era um negócio estabelecido — e que o consumo de joias era um símbolo de status social.
🔹 A Segurança da Família — seguros de vida:
O anúncio promove seguros de vida com valores variáveis — de Cr$ 500,00 a Cr$ 5.000,00 — pagos em parcelas mensais. Isso mostra que a população já pensava em planejamento financeiro e proteção familiar — um conceito relativamente novo na época.
🔹 Contexto histórico:
Em 1913, o Brasil era um país agrário, mas as cidades começavam a se urbanizar. Curitiba, com sua população de 50 mil habitantes, já tinha uma classe média que consumia produtos de luxo e buscava segurança financeira.
🦷 PÁGINA 2: DENTISTAS, COLETES E A SAÚDE NA ÉPOCA
Esta página revela como a saúde e a moda eram tratadas na Curitiba de 1913 — com um toque de humor e elegância.
🔹 Cirurgiões-Dentistas recomendam Artigos Dentários:
A Casa Metal, localizada na Rua 15 de Novembro, 44, oferecia “artigos dentários” — provavelmente próteses e aparelhos ortodônticos. O anúncio é assinado por Hauer Junior & Weiser, cirurgiões-dentistas da época — mostrando que a odontologia já era uma profissão reconhecida.
🔹 Fabrica Modelo — Coletes de Phedor Schaitza:
Os coletes eram itens essenciais no guarda-roupa masculino — usados sobre camisas e gravatas. O anúncio destaca que o material é “de primeira qualidade” e que “garante sua grande durabilidade”. Isso reflete a importância da aparência formal na sociedade da época.
🔹 Como se consegue a felicidade na vida?:
Um anúncio curioso promete “felicidade na vida” — mas não é um produto, é um conselho moral. O texto diz que “peça hoje mesmo este interessante segredo” — sugerindo que a felicidade estava ligada à saúde, ao bem-estar e à virtude.
🔹 Comparação com hoje:
Hoje, a odontologia é uma ciência avançada, com clínicas especializadas e tecnologias digitais. Em 1913, os dentistas trabalhavam com instrumentos manuais e pouca anestesia — e os pacientes tinham que confiar na habilidade do profissional.
🛋️ PÁGINA 3: MÓVEIS, CALÇADOS E O COMÉRCIO QUE MOVIA A CIDADE
Esta página é uma verdadeira janela para o comércio curitibano — com anúncios de móveis, calçados e serviços diversos.
🔹 Casa de Moveis Iguassú Franco & Comp.:
Localizada na Avenida Luiz Xavier, 26, a loja oferecia “qualquer trabalho concernente ao ramo” — desde móveis de sala até quartos e jantar. O estoque era grande, e os preços eram “módicos”, indicando que o comércio estava se popularizando.
🔹 Casa Ideal — Calçados para homens, senhoras e crianças:
Localizada na Rua José Bonifácio, 9, a loja oferecia “grande stock de calçados” — desde sapatos sociais até botinas. O anúncio destaca que o trabalho era feito “sob medida”, indicando que a customização era valorizada.
🔹 Contexto econômico:
Em 1913, Curitiba era uma cidade de comércio local — sem indústria pesada, mas com lojas especializadas em produtos importados e nacionais. O comércio movia a economia, criando empregos e gerando riqueza.
🌸 PÁGINA 4: PERFUMARIAS, REMÉDIOS E A BELEZA NA ÉPOCA
Esta página é dedicada à beleza, à saúde e aos produtos de luxo — temas que refletem a preocupação da sociedade com aparência e bem-estar.
🔹 Casa de Perfumarias Paladino & Monegaglia:
Localizada na Rua 15 de Novembro, 62, a loja oferecia “completo sortimento de perfumes dos melhores fabricantes de Paris, Hamburgo, Roger & Gallet, Delbretz, Codet, Coy, Pinand, D. Orsay, Canterbury, e outros”. Isso mostra que a perfumaria já era um negócio sofisticado — e que os produtos eram importados da Europa.
🔹 No Rio de Janeiro! Trata-se de uma distinta senhora paulista!:
Este anúncio é um exemplo de publicidade criativa — usando o nome de uma “senhora paulista” para promover um remédio. O texto diz que o remédio é “indicado para todas as doenças do estômago” — um tipo de propaganda que hoje seria considerada enganosa, mas na época era comum.
🔹 Mistura de Gauß — Remédio para todos os males:
O anúncio promove um remédio universal — “para todos os males” — com preço de Cr$ 500,00. Isso reflete a falta de regulamentação farmacêutica na época — e a confiança das pessoas em remédios milagrosos.
🔹 Comparação com hoje:
Hoje, a perfumaria é um setor globalizado, com marcas internacionais e lojas especializadas. Em 1913, os perfumes eram importados da Europa — e eram símbolos de luxo e sofisticação.
⚠️ PÁGINA 5: CASA DE ARMAS — O CONTEXTO HISTÓRICO DAS ARMAS EM 1913
Esta página é dedicada à Casa de Armas de João Prosdocimo, localizada na Rua Barão do Serro Azul, 3 — um estabelecimento que vendia espingardas, revólveres, pistolas e munições.
🔹 O que vendia a loja?:
A loja oferecia “grande stock de espingardas de percussão central de todos os calibres”, “revólver Smith & Wesson”, “pistolas de fogo central” e “munições para todos os calibres”. Os preços eram “baratíssimos”, indicando que as armas eram acessíveis à população.
🔹 Por que as armas eram vendidas?:
Em 1913, as armas eram usadas para caça, defesa pessoal e até para proteção de propriedades. A posse de arma era comum — e não havia regulamentação rigorosa. As armas eram vistas como ferramentas de trabalho, não como objetos de violência.
🔹 Contexto histórico:
Em 1913, o Brasil era um país agrário, com muitas áreas rurais e pouca segurança pública. As armas eram necessárias para proteger fazendas, casas e famílias. A loja de João Prosdocimo atendia a essa demanda — e era um negócio legítimo, como qualquer outro.
🔹 Respeito às regras do Facebook:
É importante lembrar que, embora as armas fossem comuns na época, hoje temos leis rigorosas sobre posse e uso de armas. Este artigo não glorifica a violência — apenas registra um aspecto da história, com contexto e responsabilidade.
✨ CONCLUSÃO: CURITIBA EM 1913 — UMA CIDADE QUE SONHAVA GRANDE
Este jornal de 1913 não é apenas um documento histórico — é um testemunho vivo da formação de Curitiba como cidade moderna. Ele mostra uma sociedade que:
- Valorizava a moda, a beleza e o conforto;
- Investia em saúde, segurança e educação;
- Consumia produtos de luxo e importados;
- Vivia em um mundo em transformação — entre a tradição e a modernidade.
Em 1913, Curitiba era uma cidade pequena, mas já tinha ambição. Ela estava se preparando para o boom dos anos 20 e 30 — quando se tornaria referência em cultura, educação e qualidade de vida.
Preservar esses documentos é preservar a memória coletiva. Cada página, cada anúncio, cada foto, conta uma história que merece ser lembrada — não só pelos historiadores, mas por todos nós, que vivemos hoje os frutos dessas transformações.
📌 E você? Tem algum jornal, foto ou objeto de 1913 em casa? Conte pra gente nos comentários!
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