quarta-feira, 15 de dezembro de 2021

ALBERTO GOMES VEIGA

 

ALBERTO GOMES VEIGA


Alberto Gomes Veiga, nasceu em Paranaguá a 3 de Fevereiro de 1858. Foram  seus  pais  Miguel  José  Gomes  Veiga,  portugues,  e  dona  Arminda  Amalia  Moreira  Veiga, natural desta cidade. Sua  infoncia  transcorreu  dentro  do  ambiente  que  emoldura  os  lares  bem  formados  e,  por  certo, envolvida pelos folguedos e traquinices naturais de uma infancia vivida nesta longínqua Paranaguá de  ha  cem  anos,  calma,  bucólica,  com  seus  magníficos  arvoredos,  seus  amenos  e  sombrios caminhos, suas pacatas e tortuosas ruas. Fêz seus estudos primários na escola do saudoso professor Honorio Décio da Costa Lobo, onde, no dia 15 de Janeiro de 1869, após exames realisados perante banca examinadora compósta do citado professor  e  do  inesquecível  professor  José  Cleto  da  Silva  e  presidida  pelo  sub-inspetor  escolar Ignácio José Caetano da Silva, e nos quais foi aprovado com nota plenamente, recebeu certificado de conclusão de curso primario.Por essa altura e terminando aí o currículo escolar que, na época, se poderia oferecer a um jovem em Paranaguá,  iniciou-se,  menino  ainda,  na  vida  comercial.  Podemos  dize-lo,  que  fêz  toda  a  sua adolescencia e juventude atrás do balcão do estabelecimento comercial de seu pai, onde, de inicio aos onze anos, o seu tamanho não utrapassaria por certo a altura do balcão.  A 30 de Junho de 1881, já então com 23 anos, com o espirito amadurecido na disciplina férrea dos estabelecimentos  comerciais  da  época,  mas  com  o  coração  ainda  bem  jovem  e  voltado  para  os encantos da mocidade, perde o seu pai.  E agora, sob o impacto de uma situação definitiva, compreende bem a sua condição de primogenito, com apenas vinte e poucos anos, responsável daí em deante por uma família compósta de mãe e oito irmãos menores.Assume a tutela de seus irmãos e para poder levar a frente a educação dos mesmos e restaurar o nome de seu velho pai, não tem medo de jogar-se á empreitada com toda a força do seu idealismo, do seu carater e do seu coração, nem que para tanto necessario fôsse hipotecar seus bens. Mas, idealista, acreditando na força do futuro e vendo bem longe, mas segura, a grandeza futura da sua terra, hipotéca não só seus bens presentes, mos também os futuros, em documento assinado em 19 de Agosto de 1882, e que pela originalidade trancrevemos: "Extracto para inscripção do Hypotheca legal que faz Alberto Gomes Veiga, de seus bens prezentes e fucturos, na forma da Art. 213 da Lei Hypothecaria. § 1.°) Nome do responsavel: ALBERTO GOMES VEIGA. § 2.°) Seo domicilio: Paranaguá. § 3.°) Sua profissão: negociante. § 4.°) Nomes dos orphãos: Minelvina, Carmen, Silfredo, Randolpho, Weimar, Manoel, Maria e José. § 5.°) Seos domicilios: Paranaguá. § 6.°) Sua filiação: Filhos de Miguel José Gomes Veiga (falecido) e Arminda Moreira Veiga. § 7.°) A razão do responsabilidade: Por ser tutor dativo. § 8.°) Data da responsabilidade: 30 de Junho de 1881. Assim Hypoteca seus bens prezentes e fucturos para garantir os legitimos de seus tutelados.  Assinado sobre uma estampilha do Imperio, de 200 réis.  Paranaguá, 19 de Agosto de 1882. ALBERTO GOMES  VEIGA  Hoje tal atitude seria uma temeridade, por certo o seria maior ainda em 1882.  Porém a certeza da vitoria, certeza que lhe era garantida pela nobreza do compromisso moral para com  os  seus  e  pelo  acrisólado  sentimento  de  honra  que impunha  as  suas  decisões  comerciais, fizéram-no não vacilar diante ao aparente fantasma da hipotéca.  Isto  porque,  como  já  se  vai  observando,  no  instante  exato  em  que  morria  seu  pai,  a  situação comercial  da  firma  da  qual  era  titular,  não  era  nada  lisongeira.  O  ultimo  balanço  apresentara  um passivo superior ao ativo e os credores eram em grande número.Tanto  que,  na  ocasião  da  abertura  do  seu  inventario,  quando  se  procurava  arrecadar  bens  para partilhar, os credores nele se habilitaram. E verificou-se então que, dentre esses, aparecia um jovem empregado do balcão da firma que era o próprio Alberto Gomes Veiga com um credito de 4.060$000 (quatro contos e sessenta mil réis), referente a ordenados atrazados e não recebidos.Liquidada a firma do seu pai, em cujo inventario lhe coube apenas partes nos sobrados 19  e 21 da Rua General Carneiro, 540$500 em dinheiro e um escravo de nome Ezequiel que fora avaliado em 117$800, inicia ele uma nova vida. Bem pequeno capital para quem tinha responsabilidades tão grandes.  Agora, sob a razão individual do seu nome, continua com o mesmo ramo de negocio, no mesmo logar e na mesma casa a honrar a tradição do seu querido e honrado progenitor.  Inspirando  aos  credores  do  seu  poe  aquela  confiança  que  só  os  homens  de  bem  e  que  têm  uma determinação nobre são capazes de o fazer, e encontrando em seu dileto amigo Afonso de Camargo Penteado  um  sustentaculo  para  a  batalha  que  surgia,  isto  porque  na  ocasião  este  lhe  fez emprestimos em dinheiro, inicia a verdadeira jornada de sua existencia.  E começa a lutar. O organismo comercial embora combalido ainda tem forças para reagir. Esperava apenas um sangue novo que lhe imprimisse novos rumos e que lhe désse novos destinos.Passam-se alguns anos, saldam-se os credores, liquida- se a conta do seu velho amigo. Mas então o jovem Alberto em 1896 está com 38 anos de idade.Verifica que teve toda a sua mocidade dedicada aos seus, ao seu negocio e á restauração comercial de uma firma que já contava então com mais de cinquenta anos. Nesse  momento,  resolveu  pensar  um  pouco  em  si  mesmo  e,  destarte,  na  cidade  de  Montevideo, contrai  matrimonio  a  4  de  junho  desse  ano,  com  a  Snra.  Dolores  Varese,  doma  de  grandes predicados morais e pertencente á destacada família daquela cidade.  Começava assim, com seu casamento, a construir a sua propria vida, iniciava a gosar dos encantos maviosos  que  o  lar  que  formamos  a  nós  proprio  oferece.  Consolida  então  um  grande  património constituído  de  onze  filhos:  Silfredo,  Luiz,  Maria  Estér,  Elviro,  Alberto  (falecido  em  S.  Paulo),  Alba (falecida em Curitiba), Raul, Laura, Rosina, Maria Helena e Amalia, que hoje continuam em nossos dias a honrar e dignificar o respeitavel nome que trouxeram do berço.Com uma visão magnifica do futuro e uma rigidez incontestavel na execução dos atos comerciais, faz com que sua firma progrida. Saía do caos em que se iniciou, levanta-se da situação difícil em que se encontrava e alcança os pinaculos da solidez.  Ora associado. a seus irmãos Randolpho e  Henrique,  ora  formando  sociedade  com  Herculano Alves da Rocha e, por último, em 1917,criando nova razão social, agora com seus filhos Silfredo e Luiz, formados também na ardua escola do trabalho e dotados da pratica natural que a luta pela vida a todos determina, fez com que a firma Alberto Veiga & Cia. subisse pelos contrafortes do sucésso até atingir os paramos da vitoria.  Ainda  temos  lembrança  do  velho  casarão  da  rua  15,  de  portas  altas,  cinzento  escuro,  verdadeira fornalha de trabalho, fôrma de homens dignos, situado onde hoje se encontra o novo salão crediario da firma.  No entretanto, era preciso evoluir porque a organização expandia-se cada vêz mais e então veiu-lhe a visão do magnifico predio da rua 15.Em Junho de 1928, já setuagenario, adquire por quarenta contos de réis o velho predio da esquina contiguo á sua casa.  E sonha ainda com um grande estabelecimento.  Do sonho passa á realidade, da demolição da velha casa para a execução da nova obra.  E em Dezembro de 1930 inaugura solenemente a nova lója onde hoje se situa. Quanta  confiança  no futuro  da  sua  terra,  para  que,  nos  idos  de  1928  a  1930,  quando  o  Brasil  se debatia  numa  dos  mais  graves  crises  financeiras  do  sua  história,  crise  que  teve  aliás  a  sua repercussão até aos nossos pagos, pensasse ele em erguer aquele austéro predio.  Era  preciso  coragem  e sobretudo  era  necessário  crer  na  capacidade  de  sua  gente  e  nos  dias  de Paranaguá de hoje, para que, em 1929, erguesse esse monumento de granito e ferro da rua 15.  Logo  após  ter  usufruido  a  satisfação  de  ver  concretisado  um  velho  sonho  e  um  ideal  antigo,  é acometido de grave enfermidade que o obriga em Outubro de 1930 a retirar-se da firma, passando o seu capital para a nova sócia sua Exma. esposa Dona Dolores Varese Veiga.  Em  13  de  Novembro  de  1931,  com  setenta  e  três  anos,  vem  a  falecer,  cercado  do  carinho,  do respeito e da admiração de sua esposa, de seus filhos, de seus amigos, de seus empregados e de seus admiradores.  Temos ainda bem viva em nossa rotina a recordacão de um lutador, trajando roupa escura e trazendo a  cabeça  coberta  com  um  bonézinho  preto,  sentado  em  uma  cadeira  de  rodas  porque  insidiosa moléstia  o  obrigara  a  amputar  uma  das  pernas,  com  as  vistas  como  que  voltadas  para  o  Infinito contemplando o eufórico e convicto da vitória que alcançara, o bulício que sua nova casa despertava no gente de sua terra.  Ao lado de sua intensa atividade comercial, atividade que fê-lo transformar-se em vanguardeiro do comercio  de  Paranaguá,  dedicou-se  também  em  certo  periodo  de  sua  existencia  á  atividades políticas.  Filiado ao velho Partido Republicano foi eleito camarista, hoje vereador, no ano de 1908, cargo do qual tomou pósse a 21 de Setembro desse ano.  Em  1912  reeleito  para  o  mesmo  cargo,  foi  também,  nessa  oportunidade,  eleito  por  seus  pares Presidente  da  Câmara.  Nesse  cargo  permaneceu  até  7  de  Dezembro  de  1914  data  em  que  se exonerou.  Cidadão afeito intimamente á atividades comerciais e espiritualmente por índole e por necessidade preparado para a rigidez do mundo, do comercio, nunca pode amoldarse aos entreveros da política, jamais pode acomodar-se aos impactos que a politica muitas vêzes determina em nossos espiritos, fazendo-os  retroceder,  tergiversar,  para  alcançar  mais  adiante  o  caminho  primitivo.  Por  isso,  da politica afastou-se definitivamente em 1914.  Eviden- temente só quem nasceu com vocações políticas pode suportar os desenganos, as desilusões e os desesperos que, muitas vêzes, o político é obrigado a sofre-los para que assim possa atingir o obietivo visado.  O Coronel Alberto Gomes Veiga, pela sua formação, pelo muito que dele exigiram os seus no instante em  que  praticamente  surgia  para  a  vida,  não  poderia  mesmo  se  empolgar  com  os  sucéssos  da politica.  Sua  trabalhosa  vida,  pois,  foi  sempre  cheia  de  exemplos  magnificos  da  dedicação  ao trabalho,  de  honestidade  intransigente  aos  compromissos  assumidos,  de  firmesa  de  carater  do homem  probo,  dedicado  inteiramente  aos  seus  e  empolgado  pelas  vibrações  apaixonantes  dos episodios comerciais.  E  no  instante  em  que  Paranaguá  comemora  o  centenario  do  seu  nascimento,  justo  é  que reverenciemos o seu nome prestando-lhe a homenagem que de nós exigem todos aqueles que, por qualquer  circunstancia,  no  sociedade,  na  politica,  no  comercio,  na  Igreja,  no  função  pública,  nas funções liberais, tudo fizeram para elevar o nosso passado, legando ás gerações presentes exemplos de dignidade, de honra e de amor a nossa gente, á nossa Terra e ás nossas mais caras tradições. ALBERTO GOMES VEIGA  -Nasceu em  3-2-1858 e  Faleceu em  13-11-1931 


 Texto Na íntegra do DR. JOAQUIM TRAMUJAS

Jornal Diário do Commercio - 06/01/1917 Telegrapho Paranaguá

 Jornal Diário do Commercio - 06/01/1917 Telegrapho Paranaguá


Nenhuma descrição de foto disponível.A Estação Telegráphica desta cidade está situada na Rua General Gomes Carneiro, antiga Rua da Praia, em um prédio reconstruido no anno passado (1916), tendo todas as suas secções excellentemente montadas e bem regularisados o seu serviço, satisfaz plenamente o fim a que é destinada.
Até a bem pouco tempo esteve sob a competente administracção do sr. Modesto Linhares, que, sendo transferido para Palmeiras, foi substituido pelo sr. Manoel Pedro do Nascimento, que ainda não assumio o seu posto. O encarregado interino é o sr. João Therezio da Costa.
- Foi inaugurada em 1867, e pertence á 3 a classe.
Tem communicações directas com Morretes, Antonina, Fortaleza da Barra e Coritiba.
Communica-se com a estação da Estrada de Ferro para fazer o serviço de tráfego mútuo.
O seu pessoal é o seguinte:
Encarregado interino - João Therezio da Costa,
Auxiliar - Bento Antonio da Costa Júnior,
Telegraphistas - Candido de Freitas e Antonio Britto Buquéra,
Mensageiros - José Theodoro Pereira e Antonio Olegário de Carvalho.

A Estação da Fortaleza da Barra, que foi inaugurada em 1907, communica-se directamente com Paranaguá e Pharol das Conchas, o qual somente dá a passagem dos vapores. É de 4a classe, e o seu encarregado é o sr. Adão Ruth. (Grafia da época)

Uma detalhe de foto aérea do centro de Paranaguá, onde já aparece o novo prédio do Clube Literário, Caixa Econômica, Banco do Brasil, etc. nos seus devidos lugares..

 Uma detalhe de foto aérea do centro de Paranaguá, onde já aparece o novo prédio do Clube Literário, Caixa Econômica, Banco do Brasil, etc. nos seus devidos lugares..


Nenhuma descrição de foto disponível.

ferrovia paranagua curitiba

 

ferrovia paranagua curitiba

Nenhuma descrição de foto disponível.

Onde está o Shopping OMAR, na COMENDADOR ARAÚJO, funcionou, desde sua fundação, em 1912, até meados de 1914, a UNIVERSIDADE DO PARANÁ. Passou a ocupar, então, o novo prédio na PRAÇA SANTOS ANDRADE.

 Onde está o Shopping OMAR, na COMENDADOR ARAÚJO, funcionou, desde sua fundação, em 1912, até meados de 1914, a UNIVERSIDADE DO PARANÁ. Passou a ocupar, então, o novo prédio na PRAÇA SANTOS ANDRADE.


Pode ser uma imagem de ao ar livre

No cine AVENIDA, AS AVENTURAS DE ROBIN HOOD, , com ERROL FLYNN e OLIVIA DE HAVILLAND.

 No cine AVENIDA, AS AVENTURAS DE ROBIN HOOD, , com ERROL FLYNN e OLIVIA DE HAVILLAND.


Pode ser uma imagem em preto e branco de ao ar livre

CINE AVENIDA.

 CINE AVENIDA.


Pode ser uma imagem em preto e branco de rua

Os Cines ODEON e ÓPERA.

 Os Cines ODEON e ÓPERA.


Pode ser uma imagem em preto e branco de uma ou mais pessoas e ao ar livre

ALEXANDRE BOUSQUET

 

ALEXANDRE BOUSQUET


DR. ALEXANDRE BOUSQUET    Rápida biografia da personalidade de um dos fundadores da Loja Perseverança, em Paranaguá, o ilustre filho da França, notável cientista e médico humanitário que tantos serviços prestou com sua dedicaçào à humanidade, passando maior período de suas consultas a servir gratuitamente aos desvalidos da sorte. Consta das crônicas em jornais da época de sua ação em Paranaguá, assegurando cura de diversas moléstias e só recebendo pagamento de seus trabalhos profissionais, se na verdade ficassem curados seus doentes. Atestados de gratidão por curas extraordinárias, surgem em grande número nos orgãos de publicidade daquela época. O Grande médico visitava todos os doentes que o procuravam, até os mais afastados dos meios de fácil transporte e não havia movimento filantrópico em seu tempo do qual não lhe coubesse a chefia. Sua ação foi tão meritória e benfazeja durante muitos anos de sua residência nesta cidade que bem merecia qualquer modalidade de homenagem póstuma, no mundoprofano. Em sessão magna de 3 de dezembro de 1865, foi pelo Ir.`. Martins da Silva Guimarães, proposto o título de membro Honorário e Venerável honorário perpétuo da Perseverança, o Ven.`. Dr. Alexandre Bousquet, que ia se retirar da Província e por isso a Off.`. devia por qualquer forma testemunhar sua eterna gratidão pelos valiosos serviços prestados pelo homenageado. Foi por unanimidade aprovada a proposta. Foi lida em sessão de 14 de julho de 1867 uma comunicação do novo Grão-Mestre Conselheiro Saldanha Marinho dando a conhecer ter sido um dos seus primeiros atos, nomear o Sap.`. Ir.`. Dr. Alexandre Bousquet para o cargo de Delegado do Grande Oriente junto às Off.`. da Províncias: diante deste fato foi consagrado o primeiro Delegado do Grande Oriente dos Benedictinos, no Paraná. Em ata da sessão de 25 de julho de 1867 em sessão de eleição foi lido um diploma da Aug.`. Off.`."Igualdade e Beneficência" ao Val. do Rio de Janeiro, pelo qual nomeava seu membro honorário ao Sap.´. Ir.`. Dr. Alexandre Bousquet gr. 33. Nesta mesma sessão foi lido o diploma de Delegado do Grande Oriente dos Benedictinos, na Provínciado Paraná. O Dr. Alexandre Bousquet chegou em Paranaguá aproximadamente pelo ano de 1858 porque no Comércio do Paraná de 12 de Janeiro de 1862 consta sua despedida de Paranaguá após uma estadia de quatro anos. Retirou-se em companhia de sua esposa D. Carolina e demais pessoas da família, nessa ocasião para a cidade de Iguape onde residiu por pouco tempo porque no mesmo órgão verifica-se a notícia de sua volta à Paranaguá. Em setembro de 1863 lê-se também a sua nomeação para o cargo de Vice-consul da França no Paraná. Residiu em Castro, Paranaguá, Iguape e Morretes, exercera também as funções de médico, operador e parteiro, na enfermaria e hospital provisório de Ribeirão em Alexandra. Debelou a epidemia da varíola, bexiga e tosse comprida que havia se manifestado no litoral com virulência assustadora. Em 16 de janeiro de 1864 o Comercio do Paraná publicou o seguinte: - CARIDADE - O Dr. Alexandre Bousquet, médico dos pobres, sempre incansável como é para o que toca a filantropia e caridade, acaba de obter da Associação Dramática, um espetáculo em benefício das viúvas e órfãos vítimas desvalidas da epidemia de varíola. Esperamos que nossos concidadãos se prestarão a concorrer para um fim tão nobre como piedoso. "Duas outra notícias transcrevo porque foram assinadas pelo próprio Dr. Bousquet e demonstram a sua grande capacidade de cientista e médico. NOVO AGENTE ANESTESICO. O cloroformio até hoje empregado depois de ter sucedido ao éter como anestésico nas operações cirurgicas é ainda de alto preço e muitas vezes não o há em muitas localidades da província. Lembrei-me ultimamente do querozene purificado, como substituto do cloroformio e depois de numerosas experiências posso esseverar a meus colegas que o querozene que nos serve de combustível na iluminação moderna de nossas salas é muito mais agradavel na inhalação que o éter e cloroformio, tendo sobre estas duas últimas uma vantagem sensível. Basta algumas inhalações de querozene puro para demonstrar a sua eficácia como anestésico. O seu uso não causa as dores de cabeça nem vertigens, nem outros sintomas incomodos, superior nisso ao cloroformio e totalmente livre de perigo. Tendo feito entre outras experiências aspirar vapores desse novo agente por uma senhora jovem doente e muito débil, sobreveio em breve tempo uma completa isensibilidade com diminuiçào do volume do pulso; acordada declarou-nos essa doente, ter achado esse estado muito agradavel e não lhe ter ficado nem tonturas, nem cefalgia. As inhalações do querozene puro devem como as do cloroformio, ser misturadas de ar livre. A enorme diferença de preços entre o querozene que custa aqui 1$000 a garrafa, e o cloroformio que além de raro custa de 7 a 8$000 a onça. Basta creio para chamar sobre essa substância a atenção e às experiências de meus habeis e inteligentes colegas do Paraná. Paranaguá, 18 de junho de 1863.as. Alexandre Bousquet CURA RADICAL DO BRONCHOCEFALO.O Dr. Alexandre Bousquet de posse do novo e infalível método descoberto ultimamente na India pelos Drs. Hons e Macnamara, cura radicalmente as papeiras, seja qual for o seu volume ou antiguidade, com uma única aplicação externa do medicamento, sem operação e sem dor. O mesmo remédio é expecífico nas obtenções do baço e empregado do mesmo modo. Desejoso de beneficiar a humanidade de dar provas da eficácia desse novo método, pelo qual o Dr. Hons curou já 60 mil doentes achando um só caso rebelde e o Dr. Macnamara 23 mil. ( Vide anais da ciência médica na India ), O Dr. Bousquet não receberá honorários senão depois de efetuadas as curas. Pode também tratar por correspondência. Paranaguá, 29 de maio de 1863.as. ) Alexandre Bousquet “Como ficam justificadas em pequena biografia as magnificas qualidades de tão ilustre personaldade, sua filantropica ação social, seu sacerdócio médico, sua inteligência e capacidade científica e sobretudo, sua laboriosa vida e perseverança nas realizações mais grandiosas no meio em queviveu. Paranaguá muito deve ao ilustre filho da França que tantos serviços prestou a todos os habitantes do litoral, pois, ricos ou pobres sempre foram atendidos com carinho e capacidade profissional do grande Alexandre Bousquet, fundador da Loja Perseveraça, em 4 de junho de 1864, dia de sua instalação na Rua da Flores, depois Silva Lemos e agora dezembargador Hugo Simas. Aqui fica qual homenagem póstuma a mais viva demonstração de carinho, consideração e estima que serão sempre tributadas ao Dr. Bousquet que por certo será sempre luminoso emqualquermodalidadedeimortalidade.”( Do livro "Histórias da Maçonaria do Paraná" do Prof. e Ir. Dario Nogueira dos Santos.)

JORNAL DIÁRIO DO COMERCIO - 24/12/1913 O Jardim das Palmeiras volta à logradouro público.

 JORNAL DIÁRIO DO COMERCIO - 24/12/1913
O Jardim das Palmeiras volta à logradouro público.


Nenhuma descrição de foto disponível.O pequeno jardim, situado no Ponto de intersecção entre a rua 15, General Carneiro e Largo Glycerio, onde se altivam frondosas palmeiras, seculares, experimentou notável reforma, segundo planos traçados pela operosa Prefeitura, formaram-se bellos canteiros de relva e de varias plantas, no espaço entre as palmeiras, desdobram-se os passeios que serpeitam o monticulo onde se acha situado o jardim, e outro aspecto se encontra no bosque mignon, que se enfrenta com a entrada de nosso Itiberê, offerecendo encantadora paysagem aos que demandam o nosso caes. Só as elevadas palmeiras traduzem todo o encanto, dando a nota alegre da natureza brazilica. Parece que a gente em percebendo a copada das palmas verdes, que se abrem no espaço, tremendo, balouçando aos ventos, ouve cantar a nostálgica poesia de Gonçalves Dias:
"Minha terra tem palmeiras, onde canta o sabiá..."O jardinsinho assim reformado é um dos úteis melhoramentos com que se dota a nossa cidade, e impressionando agradavelmente, amenisando as agruras da vida. (Grafia da época))