quinta-feira, 16 de dezembro de 2021

Conceito Social e influência regional de Paranaguá nos primórdios do século 18. Por Annibal Ribeiro Filho 1965

 Conceito Social e influência regional de Paranaguá nos primórdios do século 18.
Por Annibal Ribeiro Filho 1965


Nenhuma descrição de foto disponível.Nos primórdios do século 18, quer dizer nos idos de 1700, Paranaguá era uma vila que refletia em seus aspectos econômicos, sociais, culturais e religiosos, o panorama geral das demais localidades do Brasil-colônia, vivendo na dependência de Capitães-Mores, administradores das Capitanias em nome do Rei de Portugal.
Nessa remota época, S. Paulo, Santos, Iguape, Cananéia, S. Francisco, Laguna, eram Vilas, porém a mais importante delas era Paranaguá, embora S. Paulo fosse a sede da Capitania por nela residirem o governador da Capitania, o Ouvidor-geral e demais autoridades.
Explica-se o fato, por uma razão decorrente de necessidades políticas anteriores. Nos séculos 15 e 16, portugueses e espanhóis aventuravam-se temerariamente aos mares, na conquista de novas terras, e o Novo-Mundo, este continente que habitamos, foi visitado pelos primeiros conquistadores europeus, Pinzon, Pizarro, Américo Vespucio, Cristóvão Colombo, Pedro Alvares Cabral etc. que aqui, em várias regiões plantaram a Cruz de Cristo, tomando posse de suas conquistas em nome de seus Reis.
Os Reis de Portugal e Espanha não tardariam em temer pela segurança de suas novas terras, preocupados com as incursões que se sucediam em novas viagens, nas quais se iam dilatando seus reinos.
Foi o Papa Alexandre VI em 1494, que, para dirimir dúvidas e assegurar direitos aos tronos português e espanhol, ratificou os termos do Tratado de Tordesilhas, pelo qual o Novo Mundo foi dividido em duas metades, por uma linha que correndo de norte a sul, distante 370 léguas de Cabo Verde, vinha terminar abaixo de Paranaguá, nas proximidades de Laguna, hoje Sta. Catarina. Conquistadores espanhóis já haviam estado antes do ano de 1500 em costa americana, porém quando Cabral aqui aportou foi assegurado o direito de Portugal de acordo com o Tratado de Tordesilhas. Dessa forma passou a ter excepcional importância a Vila de Paranaguá, fundada pelo Foral Régio de D. João IV em 1648 pela situação geográfica que a colocava como baluarte do mundo português em seu extremo meridional, pois o povoamento da região já datava de quase um século antes. Havia interesse do Rei de Portugal em prover a Vila de recursos materiais e espirituais, para desse modo, robustecer este pedaço do reino em terras da América. Para cá foram destacados homens de reconhecida capacidade administrativa, fidalgos reinóis e pessoas esclarecidas, que em Paranaguá ou na Vila de S. Paulo atuaram de mai.eira decisiva no engrandecimento da região litorânea. Assim se processou durante o século 17, desde a fundação da Vila até começos do século 18, quando Paranaguá se apresentava então, na Capitania de São Paulo, revestida de importância sob vários pontos de vista.
Filho, Annibal Ribeiro. Conceito Social e influência regional de Paranaguá nos primórdios do século 18. 1965. p. 1 e 2.

A VELHA RÁDIO-PATRULHA (Cel. Luiz Eduardo Pesce de Arruda)

 A VELHA RÁDIO-PATRULHA
(Cel. Luiz Eduardo Pesce de Arruda)


Pode ser uma imagem em preto e branco de carro e ao ar livreA velha radio-patrulha não era tão veloz; mas nenhum meliante, ainda que ágil, escapava à sua guarnição. Não era tão espaçosa; mas dezenas de crianças vieram ao mundo em seu estreito banco traseiro. Não era tão possante; mas retirou bois de piscinas, vítimas ilhadas de enchentes, motociclistas de precipícios, carros possantes e majestosos de fétidos atoleiros.
Não era sofisticada; mas rodava no asfalto e na lama, na pedra ou na água e na areia, e chegou mesmo a cruzar pontes trepidantes, sobre as quais nenhum outro veículo se arriscaria a passar.
E como era frágil de aparência… a rádio-patrulha não parecia um cavalo fogoso, um tigre ou uma águia, era mais parecida com um besouro, de que, aliás, imitou a técnica de parecer inviável, mas de dar certo; pois resistia às balas, ao serviço ininterrupto. Às mudanças abruptas de temperatura e a manutenção insuficiente, e, modesta, só exigia em troca combustível para rodar.
Seu rádio era tosco, mas acionava todo um povo nas calamidades. Não poderia ser classificada como bonita ou nobre, mas escoltou com dignidade rainhas e presidentes.
Não era tão confortável, mas serviu de habitat, dia e noite, sob chuva ou sob sol, às gerações de patrulheiros que com ela se pareciam. Pois atletas, isso não eram, mas não se tem notícia de que perdessem uma corrida, na maratona de perseguir um assaltante. Não eram pilotos festejados, mas eram inigualáveis, rápidos e seguros na babel do trânsito da cidade, socorrendo uma vítima ao hospital distante.
Não eram heróis de revistas de quadrinhos, e seu cinto, singelo como o de um franciscano, não possuía artifícios ou mil e uma utilidades, mas salvaram pessoas de carne e osso, deram conselhos, reconciliaram casais, sorriram e se emocionaram, impediram crimes e orientaram crianças, fizeram amigos e batizaram legiões de recém-nascidos.
E algumas vezes, morreram. Longe de casa, olhando para o teto da rádio-patrulha e para as estrelas cintilantes muito além, seus rostos banhados pela luz intermitente, vermelha, que piscava, nos braços de seu companheiro de guarnição.
Humildes e discretos, poucos os apontavam, reverentes, pelas ruas, mas os criminosos os odiavam e temiam. E os cidadãos de bem, que um dia deles precisaram, os veneravam.
Ninguém fez Polícia como eles; ninguém era tão versátil como eles; e ninguém viveu mais intensamente do que eles.
A eles, a Polícia Militar de nossos dias deve sua personalidade, sua autoridade, o respeito que a sociedade lhe devota. E o que sabe — e sabe muito — sobre como fazer Polícia.
E ninguém pode dizer que, um dia, foi Patrulheiro, sem haver sentido a vibração interior de haver sentado em seu banco, operado seu rádio, integrado uma guarnição; ou comandado um pelotão de rádio-patrulha.
Luiz Eduardo Pesce de Arruda é graduado pela Academia de Polícia Militar do Barro Branco (1981), publicidade e propaganda pela ESPM (1986) e Direito (1997) pela FIG (Faculdades Integradas de Guarulhos.
Foto: Governo do estado entrega viaturas à Paranaguá - Acervo IHGP.
Pesquisa: Almir SS - IHGP

Paranaguá recebeu viaturas da Rádio Patrulha atr5avés de convênio com o governo do estado do Paraná na década de 1970. O serviço de telecomunicação das Rádios Patrulha foi implementado pela Telepar em 1971. Pesquisa: AlmirSS - IHGP.

 Paranaguá recebeu viaturas da Rádio Patrulha atr5avés de convênio com o governo do estado do Paraná na década de 1970. O serviço de telecomunicação das Rádios Patrulha foi implementado pela Telepar em 1971.
Pesquisa: AlmirSS - IHGP.


Pode ser uma imagem de uma ou mais pessoas e texto que diz "CONVÊNIO GOVÊRNO DO ESTADO- MUNICÍPIO DE PARANAGUÁ POLICIA RADIO PATRULHA"

quarta-feira, 15 de dezembro de 2021

Capela do Bom Jesus dos Perdões - Paranaguá/PR.

 Capela do Bom Jesus dos Perdões - Paranaguá/PR.


Pode ser uma imagem de ao ar livreEm 1710, foram solicitadas à Câmara de Paranaguá terras próximas às casas do Alferes João da Veiga da Silveira, para a construção da Capela do Bom Jesus dos Perdões, obra iniciada em 1711. De acordo com Vieira dos Santos (2001, p.143, Vol. II), ...sua altura é bastantemente baixa com um alpendre e coberto na entrada da porta principal, com botaréus aos lados para segurança das paredes.
A capela, na época de sua construção, situava-se em uma região afastada da concentração urbana. Mantinha-se no eixo da igreja Matriz, no qual os três edifícios religiosos estão alinhados em uma mesma via, começando com a igreja das Mercês (Hoje São Benedito) na rua da Gambôa (Rua Conselheiro Sinimbu), deslocando-se para a igreja Matriz ao centro e finalmente com a capela do Bom Jesus dos Perdões, ao fim da rua Direita.
A rua Direita (Rua Marechal Deodoro) que se inicia no largo da Matriz, ... é bastante larga, mas alguma coisa em linha curva, não correspondendo ao nome de direita ...(VIEIRA DOS SANTOS, 2001, p.16, v. II). Esta angulação definiu o ponto focal das duas igrejas que se localizavam no início e no fim desta via. A rua converge, em suas extremidades, para o largo da Matriz e para a capela do Bom Jesus, o que demonstra certa intencionalidade para que esta rua se tornasse curva, com o intuito de criar uma conexão visual entre os dois edifícios. Outro exemplo de solução perspectiva, foi a determinação do Ouvidor Pardinho, em 1720, para a abertura de uma via em frente a porta principal da Matriz, em função de melhorar a sua visual através desta rua.

Jabur, R S, As Transformações Arquitetônicas e Urbanas nos Séculos XVIII e XIX na Cidade de Paranaguá, Paraná, São Carlos - 2010.
Foto: Acervo IHGP
Pesquisa: Almir SS - IHGP

1951. A curva/ cachoeira da Santa na antiga estrada Curitiba- Joinville.

 1951. A curva/ cachoeira da Santa na antiga estrada Curitiba- Joinville.


Pode ser uma imagem de ponte

À esquerda , a JOALHERIA BERTHA.

 À esquerda , a JOALHERIA BERTHA.


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TRAVESSA OLIVEIRA BELO. À esquerda, a PANIFICADORA BERBERI.

 TRAVESSA OLIVEIRA BELO. À esquerda, a PANIFICADORA BERBERI.


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TRAVESSA OLIVEIRA BELO. À direita, a CASA COMBATE e o CAFÉ ALVORADA.

 TRAVESSA OLIVEIRA BELO. À direita, a CASA COMBATE e o CAFÉ ALVORADA.


Pode ser uma imagem em preto e branco de uma ou mais pessoas e rua

Av. LUIZ XAVIER.

 Av. LUIZ XAVIER.


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1940. PRAÇA SANTOS ANDRADE. À esquerda, está , hoje, o TEATRO GUAÍRA.

 1940. PRAÇA SANTOS ANDRADE. À esquerda, está , hoje, o TEATRO GUAÍRA.


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