fotos fatos e curiosidades antigamente O passado, o legado de um homem pode até ser momentaneamente esquecido, nunca apagado
quinta-feira, 16 de junho de 2022
NOVA SEDE DOS CORREIOS E TELÉGRAFOS DE CURITIBA Inauguração da nova sede dos Correios de Curitiba, em 1935. Uma obra arrojada e vultuosa do governo para a época, semelhante aos padrões europeus de então. No rodapé da foto, os jardins da Praça Santos Andrade. (Foto: Arquivo Gazeta do Povo) Paulo Grani.
Inauguração da nova sede dos Correios de Curitiba, em 1935. Uma obra arrojada e vultuosa do governo para a época, semelhante aos padrões europeus de então.
(Foto: Arquivo Gazeta do Povo)
quarta-feira, 15 de junho de 2022
Foto de 1945, mostra a Av. Augusto Stelfeld, no Bigorrilho. Tempo em que os curitibanos ainda amassavam barro com os pés. (Foto: Arquivo Gazeta do Povo) Paulo Grani.
Foto de 1945, mostra a Av. Augusto Stelfeld, no Bigorrilho. Tempo em que os curitibanos ainda amassavam barro com os pés.
(Foto: Arquivo Gazeta do Povo)
Paulo Grani.

Campo do Clube Vasco da Gama do Pilarzinho, Curitiba, década de 1930. Naquela época Curitiba já tinha muitos amantes do esporte do "Pé na Bola".
Campo do Clube Vasco da Gama do Pilarzinho, Curitiba, década de 1930. Naquela época Curitiba já tinha muitos amantes do esporte do "Pé na Bola".

Campo do Clube Vasco da Gama do Pilarzinho, Curitiba, década de 1930. Naquela época Curitiba já tinha muitos amantes do esporte do "Pé na Bola".
Quem vai à Rua Raposo Tavares, número 808, no bairro do Pilarzinho, em Curitiba (PR), sente-se praticamente em São Januário, o nome é praticamente o mesmo do Vasco da Gama carioca. A camisa possui a faixa transversal, e no campo há cruz de malta por todos os lados.
O Vasco da Gama Futebol Clube, do Pilarzinho, foi fundado em 1937 e disputa as ligas amadoras de futebol do Paraná.
Há seis anos, o "Vasquinho", como é popularmente conhecido na região, caiu para a Liga Suburbana, espécie de 2ª divisão da várzea curitibana, e de lá ainda não conseguiu sair.
(Foto: Coleção Arnoldo Lieppmann)
Paulo Grani
Antiga "Fabrica de Metro" da família Woss, que funcionava na rua Alberto Bolliger esquina com rua Augusto Stresser, no bairro Juvevê, Curitiba. Nesse local, hoje está construído o Royal Shoping. (Foto: Acervo Ingrid Helga Weldt Golin) Paulo Grani
Antiga "Fabrica de Metro" da família Woss, que funcionava na rua Alberto Bolliger esquina com rua Augusto Stresser, no bairro Juvevê, Curitiba.
Nesse local, hoje está construído o Royal Shoping.
(Foto: Acervo Ingrid Helga Weldt Golin)
Paulo Grani

CHEGADA DA COMPANHIA TAUROMACHICA EM CURITIBA " [...] Em outubro de 1895, a imprensa noticiava um dos entretenimentos mais inusitados em Curitiba
CHEGADA DA COMPANHIA TAUROMACHICA EM CURITIBA
" [...] Em outubro de 1895, a imprensa noticiava um dos entretenimentos mais inusitados em Curitiba
CHEGADA DA COMPANHIA TAUROMACHICA EM CURITIBA
" [...] Em outubro de 1895, a imprensa noticiava um dos entretenimentos mais inusitados em Curitiba, anunciando a apresentação de uma "Companhia Tauromachica", instalada na Praça Thereza Christina (hoje, Praça Santos Andrade). A realização de touradas, contudo, não era novidade em terras curitibanas.
Os comentários tecidos pelos jornais, quanto à organização do evento e o comparecimento regular do público, registraram a presença do evento:
' Realizou-se anteontem a estréia da companhia de que é diretor o toureiro José Vieira. A função começou fora da hora, bastante tarde. A praça estava regularmente cheia, pois é uma das maiores que temos visto neste gênero de circo. É preciso, porém, que todas as tábuas sejam repregadas, pois apesar da comodidade, notamos que as arquibancadas, não estavam muito firmes, sendo o madeiramento um tanto fraco. A primeira parte da função desagradou, pois os touros negavam-se aos trabalhos, e eram naturais de bom gênio. Alem disso os artistas estavam muito encaiporados e a direção dos trabalhos não era nada regular. À segunda parte, um como que "brio" se apoderou dos toureiros e touros, havendo de parte a parte excelentes sortes, boas quedas admiráveis e cornadas que arrancaram aplausos.[...] '.
Apesar das críticas iniciais, a companhia permaneceu até dezembro, atraindo grande número de espectadores e enriquecendo suas apresentações. O jornal A República, de 15 de dezembro de 1895, anunciava um variado programa, composto por bandarilhamento de touros, a interessante prova de força de um homem, conhecido por Hércules, que deveria sustentar um arranque de quatro cavalos "bem nutridos", e ainda arrastar vinte homens dos "mais forçosos". Os preços para assistir ao espetáculo variavam entre os lugares reservados, diferenciando-se entre aqueles que ficavam na sombra ou os que ficavam no sol. Ao final das apresentações, geralmente, abria-se espaço para os chamados "profanos", aventureiros que saltavam para o picadeiro a fim de arriscar-se a domar o touro à unha.
No final do ano, o desmoronamento das arquibancadas construídas para os espectadores prejudicou as apresentações. O desastre valeu uma acirrada pendenga entre Pedro Falce, responsável pela construção da praça, e o engenheiro Carlos Barromei, chefe da Ia seção da Secretaria de Obras Públicas da Secretaria de Estado, acusado de ter liberado o local, estando ele sem as condições de segurança adequadas.
Nos anos seguintes, novas companhias tauromachicas visitaram Curitiba, sempre estabelecendo-se na Praça Thereza Christina. Em 1897, a companhia de João Vieira retornou à cidade. Desta feita, para incrementar o espetáculo, Vieira anunciava uma corrida de quatro touros trazidos da Fazenda Cambuguy, além de artistas vindos diretamente do Rio de Janeiro. Também estavam previstas apresentações de pantomimas, como encerramento do programa. A imprensa, procurando evitar novo desastre, alertava para a solidez da praça de touros, solicitando à prefeitura uma vistoria prévia. [...].
(Extraído de: acervodigital.ufpr.br)
Paulo Grani

Praça Osório, Curitiba, em 1916. Foto publicada na Revista do Povo. Paulo Grani
Praça Osório, Curitiba, em 1916. Foto publicada na Revista do Povo.
Paulo Grani

Ao centro, a Rua Riachuelo, Curitiba, tendo ao final dela a Praça 19 de Dezembro, em fins da década de 1950. À direita o arborizado Passeio Publico. Mais ao fundo, os arredores da cidade, quase sem ocupação. (Fotografo: Tibor Jablonsky) Paulo Grani
Ao centro, a Rua Riachuelo, Curitiba, tendo ao final dela a Praça 19 de Dezembro, em fins da década de 1950. À direita o arborizado Passeio Publico.
Mais ao fundo, os arredores da cidade, quase sem ocupação.
(Fotografo: Tibor Jablonsky)
Paulo Grani

RELEMBRANDO O LAR DAS MENINAS DE CURITIBA
RELEMBRANDO O LAR DAS MENINAS DE CURITIBA
RELEMBRANDO O LAR DAS MENINAS DE CURITIBA
Em 1963, ao terminar o segundo ano primário, meus pais permitiram que eu passasse uns dias de férias na casa dos meus tios Alceu Greinert e Leanete Daru Greinert, que moravam nas Mercês em uma casa cujo terreno fazia fundos para o bosque do Lar das Meninas.
Pois bem, numa certa tarde lá estava eu olhando para aquele lugar interessante. O bosque tinha um conjunto de árvores, próximas umas das outras, e algumas tinham balanços onde as meninas brincavam. Meu tio Alceu, apontando uma determinada árvore disse-me ela chamar-se "Pau-de-Bugre" e, então, explicou-me que ao avistar um pau-de-bugre tínhamos que cumprimentá-lo com respeito, cumprindo certo cerimonial: "Se for durante o dia, deveríamos dizer por 3 vezes, em voz alta: 'Bom dia sr. Bugre; se à noite, 'Boa noite sr. Bugre' e, em seguida, dizer, 'o sr. nos concede a licença de passar?'. Eu, criança, fiquei impressionado e indaguei o por quê daquela reverência. Ele explicou-me que, para quem desconhecia o fato, ao passar por baixo da árvore Pau-de-Bugre, a pessoa ficava com caroços e bolhas na pele. Impressionado, questionava-me, como podia aquela árvore fazer algo, quase sobrenatural. Mais tarde, estudando, descobri que algumas pessoas possuíam reação alérgica em seu contato ou proximidade, causando reação dérmica local (bolhas, vermelhidão e coceira, que persiste por vários dias.
Mas, retomando a lembrança do "Lar das Meninas", descobri que o prédio foi inaugurado em 1954, como Lar-Escola Hermínia Lupion, instituição de acolhimento de meninas entre zero e dezoito anos, em regime de internato, que fossem abandonadas, órfãs, estivessem em situação de risco, possuíssem deficiências físicas ou mentais ou problemas de comportamento.
A instituição possuía capacidade para atender até 200 menores, embora exista relatos de ter abrigado até 300 crianças em determinados períodos. A partir de 1979, passou também a atender meninos, mas em número reduzido.
O projeto do Lar das Meninas foi elaborado no ano de 1948, assinado por Ernesto Guimarães Máximo, abrangendo um total de 11.843,36 m² de área construída. Seus pavilhões foram concebidos com funções distintas: Casa Central: salas de aula e ambientes administrativos, dormitórios das internas; Pavilhão Médico; Capela; Clausura das Irmãs;,Ginásio; Casa-lar; Refeitório; cozinha e lavanderia.
A direção administrativa da instituição era realizada por religiosas pertencentes à Congregação das Irmãs Filhas da Caridade de São Vicente de Paula e as crianças atendidas eram provenientes do Juizado de Menores e Secretaria do Trabalho e Assistência Social. As causas de internamento decorriam em geral de: Qualquer problema em casa a menina era internada como castigo; órfão bilateral; órfão unilateral; mãe ou pai, que precisava trabalhar não podendo cuidar da filha; menor internada para estudar; genitores em condições econômicas precárias precisando trabalhar; menor adolescente que apresentava problemas de comportamento; menor que havia cometido furto; menor cujos responsáveis não possuíam idoneidade moral para educá-la; abandonada pela família; apreendida pela polícia; encontrada perambulando pelas ruas; maltratada pela família; menina trazida do interior, da casa dos pais, por família que necessitava de seus serviços, não se adaptando era entregue ao Juizado de Menores ao invés de ser devolvida à sua família; com deficiência física e/ou mental; com deficiência auditiva; filhas de pais doentes (tuberculosos); epiléticas; filhas de mães solteiras.
As meninas eram divididas por faixa etária: existia o berçário, para os bebês; a creche, para crianças que não haviam atingido a idade de escolarização; no prédio central ficavam os dormitórios daquelas que possuíam entre 3 e 17 anos de idade; e na Casa Lar viviam as jovens que estavam completando 18 anos. As meninas estudavam em escolas próximas e aos finais de semana iam à missa, realizavam atividades de recreação dirigida e, algumas raras vezes, saíam para assistir espetáculos de teatro ou dança.
No bosque, podiam brincar, praticar esportes, cultivar hortas e flores. As mais velhas possuíam maior liberdade e em alguns fins de semana podiam sair sozinhas ou namorar dentro da escola. No dia a dia, auxiliavam na limpeza e manutenção da instituição e também aprendiam trabalhos manuais, como tricô, bordado, crochê, bem como tinham aulas de cabeleireiro, manicure, limpeza de pele e culinária. Após atingirem a maioridade, algumas meninas saíam noivas ou casadas; outras, contratadas para trabalhar (grande parte das vezes em casas de família); e outras ainda saíam grávidas, circunstância em que eram encaminhadas para o Lar da Mãe Solteira.
O Lar das Meninas funcionou nesta sede até fevereiro do ano de 1996, quando esta foi interditada, devido a rachaduras nos prédios. As moradoras foram transferidas para outro espaço, o Educandário das Irmãs Oblatas, no bairro Tarumã, sob protestos da Associação dos Amigos do Lar das Meninas. A decisão da mudança foi realizada durante reunião entre representantes da comunidade, da Secretaria da Criança e Assuntos da Família e do Instituto de Assistência Social do Paraná, após laudos técnicos de engenheiros da Secretaria Estadual de Obras, empresa Consultesp e Universidade Federal do Paraná. Houve grande demora na reforma, o que inquietou a comunidade e também aventou a possibilidade de o prédio servir a outra instituição, o que de fato acabou ocorrendo.
Após passarem um período de cerca de dois anos alojadas no bairro Tarumã, as internas do Lar das Meninas foram novamente trazidas para o bairro Mercês, em 1998, sob nova gestão. Porém, para seu retorno, o governo do estado construiu um novo espaço, um condomínio de Casas-Lares em terreno atrás do bosque. A criação das Casas-Lares buscava promover um contato mais individual no atendimento às crianças, proporcionando a elas um núcleo de convivência com características familiares. Em cada uma das casas, uma “mãe social” cuidava de cerca de nove crianças. [...]
(Extraído de: apjc.com.br)
Paulo Grani

Fachada do prédio central.



LEGENDA: 1. Casa Central (térreo: salas de aula e ambientes administrativos; 1.° andar: dormitórios das internas); 2. Pavilhão Médico; 3. Capela; 4. Clausura das Irmãs; 5.. Ginásio; 6. Casa-lar; 7. Refeitório, cozinha e lavanderia.
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