domingo, 21 de agosto de 2022

O ANTIGO CLUBE BALNEÁRIO DA ILHA DO MEL

 O ANTIGO CLUBE BALNEÁRIO DA ILHA DO MEL

O ANTIGO CLUBE BALNEÁRIO DA ILHA DO MEL
Quando vi esta foto da década de 1930, onde curitibanos estão desembarcando de uma grande lancha, no trapiche da Ilha do Mel, fiquei estupefato me perguntando - o quê este caminhãozinho adaptado jardineira está fazendo naquela ilha e como foi parar lá ?
Então recorri ao meu amigo Almir Silvério da Silva, membro do Instituto Histórico e Geográfico de Paranaguá, indagando-o se ele sabia algo à respeito. Imediatamente, ele disse-me já ter escrito algumas linhas sobre o contexto.
Aquela histórica foto, registrava o momento em que curitibanos estão aguardando para serem transportados até o "Hotel Balneário Ilha do Mel" que havia perto da Fortaleza.
Tudo começou quando foi criado na Ilha o 'Clube Balneário da Ilha do Mel', uma sociedade com registro jurídico, que arrendou de Teodorinho Doubek o 'Hotel Balneário Ilha do Mel' que lá existia, com suas instalações em madeira. Como instrumento fomentador de turismo, o Clube adquiriu uma grande lancha batizada "Ilha do Mel", com piso superior, que passou a transitar entre Pontal do Sul e a Ilha do Mel, levando turistas.
" O Clube era dono, também, de um caminhão que um dia servira para carregar material de construção para instalação do Rádio Farol, próximo do Mirante, e fora vendido à sociedade mais ou menos aos pedaços. Um caminhãozinho único em toda a vida da Ilha, que heroicamente transportava passageiros do trapiche do mirante junto à Fortaleza, de enguiço em enguiço, diariamente.
Possuía também uma sede de madeira que constava dum espaçoso salão, onde se realizavam os bailes da temporada. A cada semana, a rapaziada ia buscar um gaiteiro, quase sempre o Turra – o mais famoso das praias. Ele executava boleros, sambas, 'blues' e 'swings', do chótis até as marchinhas tocadas nos fandangos e nos arrasta-pés locais.
Os bailes eram frequentadissimos por jovens maiores de quinze anos e menores de oitenta, numa grande animação. Entre os fundadores da sociedade estavam o Rodolfo Senff, o Vilar e o Valmassoni. Nunca houve festa ou baile sem que este estivesse completamente lotado."
(Texto adaptado de: Fernandes, Hellê Vellozo - Ilha do Mel, Ontem e Sempre, Instituto Histórico, Geográfico e Etnográfico Paranaense e Instituto Histórico e Geográfico de Paranaguá - IHGP)
Paulo Grani

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Foto: Acervo Roberto Santana Gonçalves

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A barca "Ilha do Mel" no trapiche da ilha, em 1935.
Foto: Acervo Luis Venske Dyminski

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Hotel Ilha do Mel, em 1933.
Foto: Acervo de Amilcar, Arquivo digital Prof. Wistuba

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Hotel Ilha do Mel, década de 1940.
Foto: Acervo Luis Venske Duminski

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Hotel Ilha do Mel, década de 1940.
Foto: Acervo Ivan Motta Junior

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Trapiche de embarque da Ilha do Mel, em 1933.
Foto: Acervo Luis Venske Dyminski

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O caminhãozinho adaptado jardineira era a alegria da moçada, década de 1930.
Foto: IHGPguá.

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A jardineira, único meio de transporte a motor na ilha,levando ao hotel um grupo de turistas, em 1932.
Foto: Acervo Luis Venske Dyminski

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O farol com a casinha do faroleiro, anos 1950.
Foto: Acervo IHGPguá.

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Tempo em que os curitibanos podiam entrar no farol e subir ao alto de sua torre, anos 1930.
Foto: IHGPr.

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Farol, década de 1920.
Foto: IHGPguá.

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Farol, década de 1930.
Foto: IHGPguá.

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A Ilha do Mel tem seus encantos e não deixa o tempo passar alheio à história, em 1936 flagrante da passagem do Gráf Zeppelin.
Foto: Acervo Eloi Voss

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O vento aberto do Atlântico Sul, deixa sua marca nos arvoredos da Costa.
Foto: Acervo Luis Venske Dyminski

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Os frequentadores das areias da praia, nunca esquecerão os dias agradáveis de descanso e lazer.

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Cartão Postal da década de 1940.
Foto: Acervo IHGPguá.

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Quiosque à beira da praia, em 1930.
Foto: Acervo Antomar Figueira Pereira JR.

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Aspecto da fachada do Hotel Ilha do Mel, em 1930.
Foto: Acervo Antomar Figueira Pereira Jr.

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Restaurante da ilha, anos 1930.
Foto: Acervo Luis Venske Dyminski
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O recém-inaugurado Radio Farol, em 1939.
Foto: Acervo IHGPguá.

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A fortaleza, década de 1930.
Foto: Arthur Wiscral, acervo Paulo José da Costa

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A lancha Ilha do Mel, à todo vapor, em seus anos dourados, década de 1940.
Foto: IHGPguá.

DEPÓSITO DA FÁBRICA CERÂMICA ARTÍSTICA DE VILLA COLOMBO Nesta foto da primeira década de 1900, vemos o prédio sito à Rua Barão do Serro Azul nº 71, esquina com a Travessa Júlio de Campos, construído em 1892

DEPÓSITO DA FÁBRICA CERÂMICA ARTÍSTICA DE VILLA COLOMBO
Nesta foto da primeira década de 1900, vemos o prédio sito à Rua Barão do Serro Azul nº 71, esquina com a Travessa Júlio de Campos, construído em 1892

DEPÓSITO DA FÁBRICA CERÂMICA ARTÍSTICA DE VILLA COLOMBO
Nesta foto da primeira década de 1900, vemos o prédio sito à Rua Barão do Serro Azul nº 71, esquina com a Travessa Júlio de Campos, construído em 1892; apresenta dois pavimentos, e abrigou em seu primeiros anos o “Depósito da Premiada Fábrica Cerâmica Artística de Villa Colombo”, mais conhecida como Fábrica de Loucas Colombo. Após algumas décadas o edifício foi propriedade da família Hauer e abrigou o Hotel Borsenhalle que se destacava por suas dimensões no trecho em que se encontrava.
A Fábrica de Louças Colombo, também chamada São Zacarias, foi uma indústria cerâmica especializada em louças brancas localizada no município de Colombo, região metropolitana de Curitiba, fundada em 1880 pelo imigrante italiano Francisco Busato, oriundo da região de Vêneto, sendo considerada como um dos estabelecimentos pioneiros na fabricação de louça no Brasil.
Foi instalada em Colombo em uma colônia de imigrantes italianos originários de lugares onde se produziam artesanatos cerâmicos e por isso já tinham conhecimentos técnicos para a produção da cerâmica branca de boa qualidade. Além de italianos, também houve a participação de imigrantes alemães no processo produtivo da fábrica neste período. A região próxima à Curitiba foi escolhida pelo fundador devido a grande quantidade de matéria-prima para a produção das louças.
Sua mão de obra era composta majoritariamente por imigrantes e suas máquinas foram importadas da Europa. A Fábrica de Louças Colombo cresceu, sendo reconhecida pela qualidade de seus produtos, ganhando prêmios nas exposições nacionais e regionais que participava.
Em 1903, o ervateiro coronel Zacarias de Paula Xavier tornou-se sócio da Louças Colombo em parceria com Francisco Busato e, a partir dali, a fábrica introduziu novas tecnologias de fabricação de cerâmica com aquisição de modernos equipamentos e contratou novos especialistas, vindos da Alemanha, tornando-a uma das empresas mais importantes do Paraná à época. Foi neste período que a Fábrica de Louças Colombo foi renomeada Fábrica de Louças São Zacarias e também substituiu a pintura dos artefatos à mão para o processo decorativo de transfer ou decalque. Infelizmente, a fábrica encerrou suas atividades em 1925, em decorrência de um incêndio que destruiu suas instalações.
Cogita-se que esta tenha sido a primeira produção em escala industrial de louças no país e seu legado pode ser verificado nas inúmeras fábricas deste tipo que surgiram na região metropolitana de Curitiba, muitas fundadas por grupos familiares com experiência no estabelecimento em Colombo.
Com a abundância de caulim (matéria-prima da fabricação da louça) em Campo Largo, somado ao conhecimento acumulado das técnicas produtivas, a fabricação de cerâmica prosperou em Campo Largo, garantindo que a cidade se tornasse hoje a “capital da louça”.
Paulo Grani

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Nesta foto da primeira década de 1900, vemos o prédio sito à Rua Barão do Serro Azul nº 71, esquina com a Travessa Júlio de Campos, construído em 1892; apresenta dois pavimentos, e abrigou em seu primeiros anos o “Depósito da Premiada Fábrica Cerâmica Artística de Villa Colombo”, mais conhecida como Fábrica de Loucas Colombo. Após algumas décadas o edifício foi propriedade da família Hauer e abrigou o Hotel Borsenhalle que se destacava por suas dimensões no trecho em que se encontrava.

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Desenho litográfico das instalações da Fábrica de Loucas Colombo, em Colombo.

Pode ser uma imagem de 8 pessoas, ao ar livre e texto que diz "HOTEL BORSENHALLE BORSENHALLE"
Nesta foto da década de 1920, vemos o prédio sito à Rua Barão do Serro Azul nº 71, esquina com a Travessa Júlio de Campos, construído em 1892; apresenta dois pavimentos, e abrigou em seu primeiros anos o “Depósito da Premiada Fábrica Cerâmica Artística de Villa Colombo”, agora de propriedade da família Hauer, abrigando o Hotel Borsenhalle que se destacava por suas dimensões no trecho em que se encontrava.

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À direita, face parcial do edifício do "Depósito da Premiada Fábrica Cerâmica Artística de Villa Colombo”, mais conhecida como Fábrica de Loucas Colombo. Após algumas décadas o edifício foi propriedade da família Hauer e abrigou o Hotel Borsenhalle que se destacava por suas dimensões no trecho em que se encontrava.

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vaso (floreiro) em faiança fina, com homenagem a Venancio Trevisan (coleção Hilton Trevisan). 1900
foto: Martha Helena L. B. Morales

Pode ser uma imagem de texto que diz "Peça 12 floreiro com aplicação de dourado e decoração floral 1922) Reprodução fotográfica de Newton arneiro, 1979"

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Prato em faiança fina, com a efígie de Francisco Xavier da Silva. 1903. Coleção Museu Paranaense.

Pode ser uma imagem de texto que diz "Peça 1 calçado feminino produzido em faiança tina (1897-190 Em detalhe, selo de fabricação no verso da peça."

Pode ser uma imagem de texto que diz "leque policromado, com varetas e pingente em relevo."

Pode ser uma imagem em preto e branco de ‎texto que diz "‎دmml aso (floreiro) com homenagem ao Bispo D. José Camargo Barros Reprodução fotográfica de Newton Carneiro. 1979‎"‎
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Pode ser uma imagem de texto que diz "cafeteira decorada com motivos florais. Pintura de Germano Felsner. Colecão Museu Paranaense,"

sexta-feira, 19 de agosto de 2022

— Rua 1º de Março (Monsenhor Celso) - 1920 - — Acervo Cid Destefani.

  Rua 1º de Março (Monsenhor Celso) - 1920 -
— Acervo Cid Destefani.


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UMA ILHA CHAMADA MEL E SEU FAROL

 UMA ILHA CHAMADA MEL E SEU FAROL

UMA ILHA CHAMADA MEL E SEU FAROL
Seu nome, Ilha do Mel, aparece desde 1666, num mapa constante do “Livro de Toda a Costa da Província Santa Cruz”, feito por João Teixeira Albernas. Outro mapa, de Antônio Vieira dos Santos, publicado em 1850, também já constava como Ilha do Mel. Em alguns mapas europeus de navegação, ela foi anotada como “Ilha da Baleia”, talvez pelo seu formato.
Ponto geográfico mapeado na 6ª Carta da Costa do Brasil, em meados do século 18, desde a Ponta de Araçatuba até a Barra do Guaratuba, pelo padre M. Diogo Soares, geógrafo do Império de Portugal, a ilha foi citada por inúmeros viajantes estrangeiros que ao Brasil vieram entre os séculos 16 e 19. Foi registrada iconograficamente através de xilogravura no livro de Hans Staden (1555), por aquarelas de Debret (1827) e tema de inúmeros quadros a óleo de Alfred Andersen (1930), Theodoro de Bona (1946) e outros.
A ocupação humana remonta à pré-história, conforme testemunham inúmeros sambaquis lá descobertos. No período colonial, a Ilha do Mel, pela posição estratégica à entrada da Baía de Paranaguá, passou a ter um papel importante de defesa, construindo-se no sopé de um morro, em uma ponta, diante do canal de acesso, uma fortaleza, sob a invocação de N. Sra. dos Prazeres.
Em 1872, na extremidade Leste, na Praia das Conchas, à boca da barra, foi erguido um farol, denominado "Farol das Conchas", para apoio à navegação, obra do tempo do Império, todo em ferro e cuja aparelhagem veio da Escócia. Uma placa em sua base, registra o fato: “O Senhor D. Pedro II, I.C., o Barão de Cotegipe, Ministro da Marinha, mandou construir este pharol. Eng. Zozimo Barrozo. Construtores P&W Maclellan, Glasglow. 1870”. Essa praia junta beleza e função vital, pois graças à luz do farol, que à noite a ilumina, podem os pescadores ter orientação.
Na época de sua construção, as peças foram desembarcadas em um trapiche, junto ao morro, especialmente construído para este fim. Apesar de sua lâmpada ser relativamente pequena, o que resulta no longo alcance do Farol (cerca de 20 milhas) são suas lentes que ampliam a luz.
Com uma torre de 18 m de altura, mais 50 m de altura do morro onde está instalado, o Farol das Conchas é marcado por duas características específicas: sua coloração, branca, e a frequência do lampejo (dez segundos apagado e um segundo aceso). Segundo um especialista, estes elementos permitem que os navegantes o diferenciem entre outros faróis da costa brasileira, tanto durante o dia como também à noite - “É a sua identidade”.
Os 150 degraus da escada que sobe o morro, maravilha construída pelo homem em meio a natureza, nos levam a um lugar fora do comum, possibilitando a visão de diversas praias do Paraná.
(Fontes: patrimoniocultural.pr.gov.br, gazetadopovo.com.br, radiolitoranea.com.br)
Paulo Grani

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O farol em manutenção, década de 1940.
Foto: Acervo Fujita.

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A placa em sua base, registra o momento da edificação: “O Senhor D. Pedro II, I.C., o Barão de Cotegipe, Ministro da Marinha, mandou construir este pharol. Engenheiro Zozimo Barroso. Construtores P&W Maclellan, Glasglow. 1870”.
Foto: gazetadopovo.com.br

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Os 150 degraus do morro levam à base do farol.
Foto: radiolitoranea.com.br

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Vista aérea do farol e parte da ilha, tendo o mar à sua volta.
Foto: radiolitoranea.com.br

CONHECENDO O DEUTSCHER SÄNGERBUND DE CURITIBA

 CONHECENDO O DEUTSCHER SÄNGERBUND DE CURITIBA

CONHECENDO O DEUTSCHER SÄNGERBUND DE CURITIBA
Um velho ditado diz que “onde dois alemães estão, três clubes são construídos”. Desde a chegada dessa etnia em Curitiba, por volta de 1833, mais de 50 associações diferentes foram criadas. Cada qual com sua própria vocação.
Em 1884, sócios das Sociedades Concórdia e Germânia fundaram a Deutscher Sängerbund (Liga Alemã de Cantores) que reunia a elite da comunidade alemã e tinha por finalidade principal estimular o canto e a música, depois, os esportes e as atividades sociais e recreativas.
Além de ser mais um clube onde a comunidade alemã de Curitiba se reunia para relembrar os costumes da terra natal, o Deutscher Sängerbund era o refúgio dos amantes da boa música, onde famílias inteiras se juntavam para cantar, dançar e tocar seus instrumentos.
Em 1938, o regime do Estado Novo decretou mudança na estrutura das sociedades com denominação estrangeira, então o "Verein Deutcher Saegerbund" passou a se chamar "Club Concórdia". Por ordem do governo, foram afastados da direção os sócios “não brasileiros” e substituídos por uma junta governativa. Em 1942 foram proibidas as reuniões sociais de entidades italianas e germânicas. Após o clube ser chamado de “Casa Olavo Bilac”, ser entregue à Cruz Vermelha, ao Clube Atlético Paranaense e abrigar a Liga Nacional, foi devolvido aos associados no final de 1945 por um decreto do Interventor Manoel Ribas.
O clube foi palco de grandes concertos, apresentações de peças teatrais e cinema, reuniões sociais, bailes, salões de arte, como o "Salão da Primavera do Clube Concórdia" (um dos mais importantes salões de arte do sul do país) e, em 1961, lançou a primeira festa da Cerveja do Brasil, ideia essa que se espalhou pelo país. Outra festa tradicional, sempre presente no calendário do clube, é a Festa da Matança (Schlachtfest), atualmente com nova denominação; Festa da Colheita(Bauernball).
Em junho de 2012 foi oficializada a fusão do Concórdia com o Clube Curitibano, outro clube social da capital paranaense. Todos os bens e associados pertencente ao clube de origem germânica, foram incorporado ao Curitibano, numa tentativa de preservar seu patrimônio físico e cultural.
Cartão Postal da primeira década de 1900, de Bevilacquia Gray, editado por Anibal Rocha & Cia., Acervo Paulo José Costa.
Paulo Grani.

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CONHECENDO O THEATRO MUNICIPAL DE ANTONINA

 CONHECENDO O THEATRO MUNICIPAL DE ANTONINA

CONHECENDO O THEATRO MUNICIPAL DE ANTONINA
Duas fotos históricas mostram a beleza arquitetônica do Theatro Municipal de Antonina, erigido no auge da exportação da erva-mate paranaense escoada pelo seu Porto.
Construído na segunda metade do século XIX, durante a fase áurea da economia de Antonina. Consta que o “Theatro” teria sido construído pela Sociedade Teatral de Antonina, fundada em 1875, sendo que a prefeitura adquiriu o espaço no início do século XX. Possui uma área construída de 630 m2, estilo eclético, rico em adornos.
Sabe-se que em 1898, o Sr. Arthur Balter e um grupo de amadores restauraram um edifício pertencente a uma sociedade teatral particular fundado em 1875, passando a denominá-lo Theatro Municipal.
Entre os anos de 1930 e 1935, quando em Antonina a assistência social era amparada pelos parcos recursos da população antoninense que, na ocasião, se valia de festivais esportivos e teatrais para angariar fundos com o qual amenizava as despesas do Hospital de Caridade de Antonina, apareceu num domingo chuvoso, em Antonina, uma Companhia de Artista do Teatro Alhambra do Rio de Janeiro, em excursão para Argentina, no Navio de Passageiros e Cargas “Almirante Jaceguay” do Lloyd Brasileiro, que aportou para descarregar e carregar “cabotagem".
Aproveitando o tempo que permaneceram neste porto, o qual seria das 3h da tarde até 11h da noite, ocasião que terminado a operação de carga e descarga o navio rumaria para Buenos Aires, os Artistas e demais passageiros desceram para a terra a fim de conhecer a cidade (naquele tempo não se falava em turismo, mas já se fazia sem saber). Andando pela cidade, conhecendo pontos pitorescos, encontraram-se com nosso Theatro Municipal, principalmente com sua fachada, verdadeira obra prima de escultura, que representava nos seus instrumentos e figuras de comédia teatral. E sabedores dos espetáculos que ali se realizavam, todos em benefício do Hospital, resolveram de acordo com o Provedor do Hospital, Sr. Álvaro Rodrigues da Costa (Álvaro Paciência) e o empresário do cinema, aproveitando o tempo, um festival de última hora o qual fariam “cenas rápidas, anedotas e shows artísticos”. Assim tudo acertado, às 6h da tarde o Teatro Municipal já se encontrava lotado, com a Banda de Música Lyra Antoninense, só de menores (a primeira no Paraná), comandada pelo Maestro Urqueza Roberto Franco, tocando na porta do Theatro para atrair espectadores ao mesmo.
Iniciando o “Show” improvisado, tivemos oportunidade de assistir artistas como Jayme Costa, Maria Della Costa, Ítala Ferreira, Procópio Ferreira, e no ato de Variedades, ainda “meninotes”, ou seja mocinhos Silvio Caldas que cantou “Faceira”, Mesquitinha cantou “Não tenho um tostão no bolso”, Luiz Barbosa, Almirante e ainda a famosa Carmen Miranda, Aurora Miranda, Aracy de Almeida, Linda e Dircinha Batista, todos acompanhados pela famosa orquestra sob o comando do inesquecível Ari naquela oportunidade era pianista e maestro e cursava direito.
No intervalo do espetáculo, antes de começar o Ato Variado, ou seja, o “Show”, o antoninense Izidoro da Costa Pinto, um dos grandes oradores que Antonina possuía, da platéia pediu a palavra e num brilhante improviso, agradeceu ao espetáculo e oferenda dos artistas que se prontificaram para essa missão piedosa e alegre ao mesmo tempo dizendo que ele Costa Pinto, representava a tristeza neste ato, etc. Findo o discurso de agradecimento, Jayme Costa que estava no palco com todos os artistas, disse não ser orador e legava os poderes de tal para o nosso estudante de direito Ary Barroso que, subindo ao palco por cima do piano, agradeceu as palavras de Costa Pinto, exaltou o povo altruístico de Antonina e disse que recebia as palavras do representante da Tristeza que era Antonina através do seu orador, e ele representava como Embaixador da Alegria, o bem estar, o carinho, a solidariedade humana não só para os doentes como para o próprio povo que os recebeu de braços abertos, etc. Esse foi mais uma dos grandes feitos teatrais quer se passou no Theatro Municipal.
Elementos da sociedade local também participavam de grupos amadores, apresentando espetáculos quase sempre beneficentes, escritos e dirigidos por: José Cadelhe, Flávio Chichorro, Carvalhinho e Wilson Rio Apa. O Theatro de Antonina ficou sendo considerado um dos melhores do Estado.
A instalação do cinema no antigo Theatro, no início dos anos 60, fez com que os espetáculos teatrais ficassem limitados a pequenas apresentações em clubes recreativos e em escolas.
No início do século XX, o Prefeito de Antonina Coronel Theóphilo Soares Gomes, resolveu adquirir o referido edifício para a municipalidade. Entretanto, foi no governo de Heitor Soares Gomes, que se iniciou a restauração do Theatro Municipal, com modificações para permitir o emprego de cenários modernos e a dotação de mobiliário de imbuia. A obra foi concluída pelo Prefeito sucessor, João Ribeiro da Fonseca.
Em 1962, o então Prefeito Pedro Dias Pinheiro realizou um contrato de arrendamento pelo prazo de vinte anos com a empresa cinematográfica da capital. Essa empresa que se propunha a restaurar o prédio, submeteu-o a uma total mutilação em sua fachada e demais dependências. Somente em 1982, com o término do contrato, o Theatro foi devolvido para o Município, totalmente em ruínas, teto caído e instalações destruídas.
Localizado na Rua Dr. Carlos Gomes da Costa, nº 322, reinaugurado em 06 de novembro de 1994, tendo como o espetáculo de inauguração o corpo de Bale do Theatro Guairá de Curitiba, com o espetáculo “O Quebra Nozes”.
(Extraído de: portalantonina.com)
Paulo Grani.
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