sexta-feira, 27 de janeiro de 2023

Curitiba - Bosque Alemão

 

Curitiba - Bosque Alemão


Oratório de Bach no Bosque Alemão
Nossa próxima parada foi no Bosque Alemão, antiga chácara da família Schaffer. Inaugurado em 1996, o Bosque Alemão homenageia a cultura e as tradições que os imigrantes alemães trouxeram para Curitiba. É um memorial a esses imigrantes que chegaram à cidade a partir de 1833 e muito contribuíram para o estilo de vida dos curitibanos. Situado em uma área de fundo de vale com 38 mil metros quadrados, no Bairro Vista Alegre (Jardim Schaffer), local onde no final do século XIX a família que deu nome ao bairro era responsável por uma leiteria famosa na região e é formado por densa mata nativa. 

Oratório de Bach no Bosque Alemão

Torre dos Filósofos
O Bosque é rico em atrações. Conta com equipamentos relacionados à cultura germânica, como o Oratório de Bach, réplica de uma igreja presbiteriana de estilo neogótico que existiu no Bairro do Seminário, em 1933, e é uma homenagem ao compositor alemão Johann Sebastian Bach, que foi um organista e compositor alemão do período barroco, mestre na arte da fuga do contraponto e da música coral ele é um dos mais prolíficos compositores da história da música ocidental. Muitas de suas obras refletem uma grande profundidade intelectual, uma expressão emocional profunda e, sobretudo, um grande domínio técnico em grande parte responsável pelo fascínio que diversas gerações de músicos demonstraram por Bach. Ainda abriga uma sala de concertos, com capacidade para 100 pessoas, lanchonete com várias mesas ao ar livre onde se pode apreciar o lindo visual e desfrutar da cozinha alemã com tortas doces e salgadas, bolachas, cafés, dentre outros produtosGuarda Municipal e sanitários. Tem um palco ao ar livre que pode ser utilizado para apresentações artísticas.


Curitiba vista do Mirante da Torre dos Filósofos no Bosque Alemão

Casa da Bruxa no Bosque Alemão
O Bosque é rico em atrações. Conta com equipamentos relacionados à cultura germânica, como o Oratório de Bach, réplica de uma igreja presbiteriana de estilo neogótico que existiu no Bairro do Seminário, em 1933, e é uma homenagem ao compositor alemão Johann Sebastian Bach, que foi um organista e compositor alemão do período barroco, mestre na arte da fuga do contraponto e da música coral ele é um dos mais prolíficos compositores da história da música ocidental. Muitas de suas obras refletem uma grande profundidade intelectual, uma expressão emocional profunda e, sobretudo, um grande domínio técnico em grande parte responsável pelo fascínio que diversas gerações de músicos demonstraram por Bach. Ainda abriga uma sala de concertos, com capacidade para 100 pessoas, lanchonete com várias mesas ao ar livre onde se pode apreciar o lindo visual e desfrutar da cozinha alemã com tortas doces e salgadas, bolachas, cafés, dentre outros produtosGuarda Municipal e sanitários. Tem um palco ao ar livre que pode ser utilizado para apresentações artísticas.


Casa da Bruxa no Bosque Alemão

Passarelas em madeira no Bosque Alemão
Do jardim externo projeta-se a passarela de madeira ligada ao mirante, o qual está situado a Torre dos Filósofos, uma torre com 15 metros de altura que, como os outros dois equipamentos, possui estrutura em troncos de eucalipto, onde é possível observar a mata e parte da cidade de CuritibaA vista no alto do mirante é de impressionar. Bosque Alemão oferece um dos melhores pontos de Curitiba para observar a cidade junto a Serra do Mar. A Torre foi feita em homenagem à cidade paranaense e pensadores da filosofia alemã como Immanuel Kant, Friedrich Nietzsche e Hannah Arendt, entre outros.  Descendo a Torre, chega-se ao Caminho dos Contos, trata-se de uma trilha feita de paralelepípedos no interior do Bosque que conduz o visitante à outra extremidade no ponto mais baixo do terreno.

Trilha João e Maria no Bosque Alemão
No meio do percurso, que conta a história de “João e Maria” dos irmãos Grimm através de painéis de azulejo, situa-se uma biblioteca denominada Casa da Bruxa (ou Casa de Contos), que é um espaço reservado para desenvolver o interesse pela leitura no público infantil. Diariamente, dezenas de crianças visitam o espaço e participam da “Hora do Conto”, onde bruxas e fadas fazem a leitura teatralizada de contos infantis. De segunda a sexta, o local agenda encontros para grupos de escolas, hospitais e ações sociais. Turistas só podem participar se a casa não tiver atingido sua capacidade máxima.

Conto "João e Maria"
dos Irmãos Grimm
Em meio à trilha, é possível avistar algumas espécies de animais como gambá, beija-flor, sabiá, pula-pula, bispo, limpa-folhas e morcego, que transitam livremente pelo parque. Na mata, são encontradas espécies de plantas como canela, espora de galo, guabiroba, açoita-cavalo, timbó, pitangueira, paineira e pinus. Ao final da trilha, chega-se ao último equipamento: o pórtico que reconstitui o frontão da Casa Milla que, construída no início do século XIX na antiga Rua Antônio Barbosa Gomes Nogueira, hoje Rua Barão do Serro Azul, no Setor Histórico de Curitiba, representa um dos principais exemplares da arquitetura da imigração alemã. A varanda utilizada na réplica é a original. Lugar bonito para fotografar, com bancos, muitas flores e muito verde à sua volta.

Pórtico do Bosque Alemão









São duas entradas: uma pelo portal, na Rua Francisco Schaffer, e outra pelo Oratório de Bach, na Rua Nicolo Paganini. Se você estiver com crianças, comece pela entrada do Oratório de Bach, pois quando começar a trilha poderá acompanhar a história de João e Maria por meio de painéis de azulejos e chegará até a Casa da Bruxa, onde a bruxa conta histórias às 11, 14 e 16 horas (sábados, domingos e feriados). Um lugar calmo, fresco, com certo toque “mágico” para as crianças. Mas se isso não for importante para você, pode começar pelo portal, sem problemas. Há acesso para deficientes físicos apenas na parte superior ou na fachada da Casa Milla. Não é possível descer o mirante e seguir a trilha. Não possui banheiros equipados para deficientes, e não possui infraestrutura para atividade física. Como fica fora do centro e longe de outros pontos turísticos não tem como ir a pé.


Pórtico do Bosque Alemão

AHÚ – teve colonização italiana e alemã. Suas ruas e avenidas são largas, arborizadas e floridas. O nome “Ahú” vem do tupi que significa “fonte”.

 AHÚ – teve colonização italiana e alemã. Suas ruas e avenidas são largas, arborizadas e floridas. O nome “Ahú” vem do tupi que significa “fonte”.

https://impariamo.com.br/ahu/

Ahú

Antigo presídio do Ahú em Curitiba.

AHÚ – teve colonização italiana e alemã. Suas ruas e avenidas são largas, arborizadas e floridas. O nome “Ahú” vem do tupi que significa “fonte”. A avenida mais famosa é uma homenagem à catarinense Anita Garibaldi. O lado ímpar da avenida é Ahú, pois o lado
par pertence aos bairros Cabral ou Boa Vista (depende da numeração).

No Ahú há uma forte presença de araucárias e jardins floridos, sobretudo nas ruas Guaratuba, São Sebastião, Emílio Cornelsen, Eurípedes Garcez do Nascimento e redondezas.

A Igreja de Santo Agostinho e Santa Mônica é um destaque do bairro.  Santo Agostinho foi um dos mais importantes teólogos e filósofos do início do cristianismo: 354-430, conhecido como Santo Agostinho de Hipona, Argélia; Santa Mônica foi a mãe dele.

Outro destaque do Ahú é o Clube Urca de 1974, que nasceu da fusão do Operário Sport Club do Ahú e Sociedade Cultural Beneficente Ahú.

 

Prédio da Justiça Federal e rua típica do residencial bairro do Ahú.

Prédio da Justiça Federal (que fica na Anita Garibaldi do lado do bairro Cabral) e rua típica do residencial bairro do Ahú.

Antigo presídio do Ahú que hoje é o Centro Judiciário de Curitiba.

Antigo presídio do Ahú que hoje é o Centro Judiciário de Curitiba (pertencente ao bairro Cabral)

A vida no Ahú: arte, lazer em largas e arborizadas ruas.

A vida no Ahú: arte, lazer em largas e arborizadas ruas.

Igreja Santo Agostinho.

Igreja Santo Agostinho e Santa Mônica.

Mapa do bairro Ahú em Curitiba (PR).

ÁGUA VERDE – o nome do bairro tem origem à coloração esverdeada do Ribeirão Água Verde que corta o bairro e deságua no Rio Belém, que fica no Prado Velho.

 ÁGUA VERDE – o nome do bairro tem origem à coloração esverdeada do Ribeirão Água Verde que corta o bairro e deságua no Rio Belém, que fica no Prado Velho. 

https://impariamo.com.br/agua-verde/

Água Verde

Praça do Japão na Água Verde em Curitiba.

ÁGUA VERDE – o nome do bairro tem origem à coloração esverdeada do Ribeirão Água Verde que corta o bairro e deságua no Rio Belém, que fica no Prado Velho. A cor da água era decorrente das algas que formavam massas verdes.

A povoação teve impulso em meados do século XIX com a chegada dos imigrantes italianos.

Um dos pontos mais famosos do bairro é a Praça do Japão, uma homenagem aos imigrantes japoneses que chegaram a Curitiba em 1910. Na praça há monumentos, jardins, uma escultura de Buda e uma loja de artesanatos japoneses.

Praça do Japão - famosa pelas cerejeiras japonesas que florescem no inverno!

Praça do Japão – famosa pelas cerejeiras japonesas que florescem no inverno!

 

Av. República Argentina, a deliciosa Doce Pecado e o Calçadão ao lado do Shopping Água Verde (postes com fiação subterrânea).

Av. República Argentina, a deliciosa Doce Pecado e o Calçadão ao lado do Shopping Água Verde (postes com fiação subterrânea).

 

Arena da Baixada - o estádio do Atlético (PR). O único estádio com teto retrátil da América Latina, com capacidade para 43.900 espectadores, fica na Praça Afonso Botelho.

Arena da Baixada – o estádio do Atlético (PR). O único estádio com teto retrátil da América Latina, com capacidade para 43.900 espectadores, fica na Praça Afonso Botelho.

 

Monumento de homenagem à migração italiana na entrada do Cemitério da Água Verde.  Nesse monumento, i cognomi (os sobrenomes) das famílias que para cá migraram...

Monumento de homenagem à migração italiana na entrada do Cemitério da Água Verde.  Nesse monumento, i cognomi (os sobrenomes) das famílias que para cá migraram…

 

Cenário múltiplo na Água Verde: prédios, conjuntos de casas e outras ainda em madeira.

Cenário múltiplo na Água Verde: prédios, conjuntos de casas e outras ainda em madeira.

 

Avenida Silva Jardim (calçada mais larga que a avenida), o  Jardinete Prof. Erasmo Pilotto (pessoa ligada à educação e cultura paranaense, nascido em 21 de outubro de 1910) e o tradicional colégio estadual "Lysimaco Ferreira da Costa" na Avenida Iguaçu. 

Avenida Silva Jardim (calçada mais larga que a avenida), o  Jardinete Prof. Erasmo Pilotto (pessoa ligada à educação e cultura paranaense, nascido em 21 de outubro de 1910) e o tradicional colégio estadual “Lysimaco Ferreira da Costa” na Avenida Iguaçu. 

 

Avenida República Argentina com as estações tubo (ícone da cidade de Curitiba, criação de 1991) com o Edifício Capital (onde é a sede da Impariamo) e a Capela Imaculada Conceição.

Avenida República Argentina com as estações tubo (ícone da cidade de Curitiba, criação de 1991) com o Edifício Capital (onde é a sede da Impariamo) e a Capela Imaculada Conceição.

Mapa do bairro Água Verde em Curitiba (PR).

A Colônia Dantas e a Imigração Vêneta no Paraná

 

A Colônia Dantas e a Imigração Vêneta no Paraná





A partir de 1878, aos poucos, os imigrantes italianos, e principalmente os vênetos, foram espontaneamente abandonando as estruturas públicas que a eles estavam designadas na Colônia Nova Itália, em Morretes, e procuraram se fixar em terras localizadas em torno de Curitiba. Assim, nasceu a chamada Colônia Dantas, dando início ao rico e conhecido bairro italiano de Água Verde, o qual deve o atual nome do ribeirão que nascia e cortava a região, passando pelo bairro Rebouças e desaguando no rio Belém.

Relação de famílias pioneiras da Colônia Dantas, hoje o bairro curitibano da Água Verde:

Alberti, Alessandrini, Andreoli, Andretta, Antonietti, Antonietto, Baggio, Baglioli, Baptista, Baronti, Barusso, Bassan, Bassani, Basso, Beghetto, Belinari, Belon, Benedetti, Benetello, Berno, Bertoli, Bertollini, Bettega, Bizotto, Bobbato, Bonilaure, Borsato, Bortoletto, Bot, Bozza, Bozzi, Bruneto, Brunetti, Buso, Buzzato, Cantorida, Cardon, Carnieri, Carraro, Casagrande, Castellano, Cavichiolo, Ceccato, Ceccon, Celli, Ceschin, Cemim, Colleone, Conte, Contogna, Cortadelli, Cortiano, Costa, Costacurta, Cunico, Dalazuana, Dalcol, De Carli, De Costa, De Cristiani, De Lazzari, De Mio, De Pauli, De Poli, Deconto, Demetrio, Denico, Derosso, Destefani, Dorigo, Fabris, Foltran, Fontana, Franceschini, Fressatto, Fruet, Gabardo, Gagno, Giacomazzi, Gianini, Giovannoni, Girardi, Gottardi, Granatto, Grossi, Gusso, Guzzi, Honorio, Lanzoni, Lazarini, Lazzari, Lazzarotto, Levorato, Lorenzi, Magrin, Maito, Maragno, Marchesini, Marchetti, Marchioro, Marcobon, Marcon, Marconi, Marello, Marodin, Marosin, Massolin, Massuci, Mattana, Meller, Melnai, Meneguzzo, Merlin, Micheletto, Moletta, Molinari, Moreschi, Motta, Nadalin, Nardino, Negrello, Oerso, Pacce, Pansolin, Parolin, Pasello, Pellissari, Percegona, Perfetti, Perolla, Piazzetta, Piccoli, Pichette, Pierini, Pierobon, Pinton, Pizzato, Poitevin, Pontello, Pontoni, Postai, Prin, Razzolin, Rigoni, Rissetti, Romanel, Rossetto, Salsi, Sandri, Sartori, Scaramuzza, Schiavon, Scotti, Scremin, Scrocaro, Segalla, Senegaglia, Serafin, Solieri, Stevan, Stocco, Stofella,Tasca, Tedeschi, Tedesco, Thá, Tiepo, Thomaz, Todeschini, Tomazzi, Toniolo, Torquatto, Tortato, Tosin, Trevisan, Turin,Valente, Valentini, Vardanega, Veltorazzo, Vendrametto, Vendramin, Veronese, Vollatore, Zagonel, Zanardi, Zanardini, Zadonona, Zanetti, Zaniollo, Zanon, Zardo, Zilli, Zonta.


Dr. Luiz Carlos B. Piazzetta
Erechim RS

Colônia Nova Itália e a Imigração Vêneta no Paraná

 

Colônia Nova Itália e a Imigração Vêneta no Paraná


 

Cidade de Morretes


Após o fracasso da Colônia Alexandra, ainda o número de imigrantes italianos, e vênetos em particular, continuava a aumentar nas terras do Paraná. Os recém-chegados eram recebidos em Paranaguá e depois levados para os barracões destinados para os imigrantes na cidade de Morretes, amontoados, com grande promiscuidade, sem conforto e em precárias condições higiênicas. Ali foi criada a Colônia Nova Itália, inaugurada em 22 de Abril de 1877, a qual também teve uma vida curta e muito atribulada, com revoltas e desmandos administrativos que muito caracterizaram a história desta colônia, e também de outras iniciativas colonizadoras similares do período. O rítmo dos trabalhos para a colocação definitiva dessa grande massa de imigrantes que chegava, era muito lento e a organização administrativa deixava muito a desejar. Em Janeiro de 1878 ainda se encontravam nos barracões mais de 800 famílias, portanto há aproximadamente 9 meses, na espera do seu lote de terra para trabalhar. No mês de Março do mesmo ano viviam 3000 pessoas nos barracões esperando a sua colocação. 
Em um artigo, surgido no mês de Março de 1878, no jornal Dezenove de Dezembro já se relatava que: "existem mais de trezentos lotes já demarcados, cento e poucos estão ocupados e os restantes tem casas construídas já há seis meses, mas, ainda sem teto, quase todas danificadas por estarem expostas ao tempo, por terem sido construídas com péssimo material adquirido a preço esorbitante. Não existe uma estrada para os lotes e os colonos os recusam pois são invadidos pelas águas durante as cheias dos rios ou localizados em terreno muito montanhoso. Os colonos estão quase na miséria, sem roupas, sem casas habitáveis, sem sementes para as suas primeiras plantações. Estão completamente desencorajados, ainda mais que muitos terrenos distribuídos são ruins e pantanosos".
Ainda em Fevereiro as condições sanitárias continuavam muito precárias. Assim, em comunicado ao Ministério a presidência advertia que: "Situada em uma localidade pouco salubre, circundada por terrenos pantanosos e baixos, sujeitos à inundações do Rio Nhundiaquara, muito frequentes naquela zona, acarretando, como está acontecendo atualmente, febre tifóide, malária e outras enfermidades graves". 
Em Março do mesmo ano, proveniente do Rio de Janeiro, chegaram alguns navios e com eles doentes com febre amarela. Já no dia 20 de Março a cidade de Antonina foi atingida por uma epidemia desta terrível doença, que apesar dos esforços para contê-la rapidamente atingiu Morretes e Paranaguá, e também a notícia das primeiras mortes. 
A Colônia Nova Itália foi bastante atingida pela epidemia de febre amarela e as mortes foram muitas. Porém, outras doenças também graves ceifavam a vida dos primeiros imigrantes: a anemia por verminoses que atingiam especialmente as crianças, as doenças transmitidas por mosquitos que infestavam aquela zona assim como aquelas provocadas por outros parasitos, menos conhecidos, como o bicho-de-pé, que tornavam um inferno a vida daqueles pioneiros. O descontentamento era geral entre os colonos. Alguns procuravam meios para retornarem a seus países, sem encontrarem muita ajuda. Finalmente no mês de Julho o governo do Paraná resolveu transportar parte dos habitantes da Colônia Nova Itália, para colônias localizadas ao redor de Curitiba, a capital do Estado, o que veio a solucionar este problema.


Dr. Luiz Carlos B. Piazzetta

Erechim RS

Colônia Alessandra e a Imigração Vêneta no Paraná

 

Colônia Alessandra e a Imigração Vêneta no Paraná




A Colônia Alessandra, ou Alexandra, também conhecida pelos imigrantes italianos como "O Purgatório", foi fundada em 10 de Fevereiro de 1872, localizada a aproximadamente 14 km de Paranaguá, cidade litorânea e porto de mar do Estado do Paraná.O clima muito quente e úmido predominante naquela zona, propiciava o aparecimento de inúmeras doenças tropicais causadas por insetos, as quais muito breve foram motivo de irritação e descontentamento entre os imigrantes com muito sofrimento e mortes.As desventuras dessa colônia, que chegou a ter um grande número de imigrantes, começaram muito antes da sua fundação, já na escolha do local a ela destinado.O homem de negócios Savino Tripoti, natural de Teramo, província de Abbruzzo, fugindo da justiça italiana, veio se refugiar na América, primeiramente na Argentina por volta de 1864, foi posteriormente absolvido das acusação que lhe pesavam. Na Argentina, ainda antes de 1870, adquiriu experiência com projetos de colonização tendo chegado a assumir o cargo de diretor a Colônia Emilia, província de Santa Fé e na Colônia Ausonia, esta na província do Chaco. Em 07 de Junho de 1871 este empresário assinou contrato com o governo imperial brasileiro que previa a chegada de 2.500 imigrantes nos próximos 6 anos.Tripoti, como tantos outros empresários daquela época que se dedicavam a ganhar rapidamente dinheiro com projetos de colonização, equiparavam os agricultores imigrantes com qualquer outro tipo de mercadoria e pouco distinguiam as necessidades dos homens com aquelas dos animais. Muito sofrimento, desespero e vidas perdidas durante este processo de colonização mal conduzido.Também o governo imperial brasileiro teve a sua parcela de culpa, na medida que pouco exigia na escolha dos seus contratados, mergulhado em uma burocracia que tornava ineficaz a vigilância do trabalho desses empresários. A Colônia Alessandra durou até meados de 1877, quando após uma série de acontecimentos trágicos, que se sucederam em rítmo contínuo, apressaram a sua extinção.


Dr. Luiz Carlos B. Piazzetta
Erechim RS

Imigrantes Italianos na Província do Paraná e Don Angelo Cavalli

 

Imigrantes Italianos na Província do Paraná e Don Angelo Cavalli




Imigrantes Italianos na Província do Paraná e Don Angelo Cavalli





No Arquivo Público do Paraná encontramos registro dos sobrenomes de um grande número de imigrantes italianos, a quase maioria composta de vênetos, que foram recrutados e vieram com o Padre Angelo Cavalli para a Província do Paraná no ano de 1877. Eles chegaram ao Estado através do Porto D. Pedro II, em Paranaguá, nos dias 15 a 17 de Novembro deste mesmo ano, destinados à Colonia Nova Itália, em Morretes. Trata-se de quase 800 emigrantes italianos que possuiam contrato de emigração e destinação definida. Alguns anos mais tarde, com o falimento do projeto Colônia Nova Itália, a maioria deles subiu a Serra do Mar e se fixou nas várias colônias em formação nos arredores de Curitiba, entre elas a Colônia Dantas, atual Bairro da Água Verde. Na longa relação com todos os nomes, vamos relacionar somente os sobrenomes, os quais, as vezes, identificavam mais de um grupo familiar. Assim nesses dias chegaram as famílias: Accordi, Alberti, Ambrosi, Andreatta, Arcot, Bassani, Basso, Battaglia, Bazza, Bernardino, Bertopetto, Bobbato, Bonato, Bonin, Bonturio, Busato, Caliari, Carazzai, Carrozai, Casagrande, Cativelli, Cavallari, Cavalli, Cavarzin, Ceccon, Cemin, Ceremin, Chemenazzo, Cicanto, Cocchinel, Conte, Costa, Dagostin, Dalazuanna, Daldin, Dalla Zuana, Diapaolo, Disegna, Dolta, Dondeo, Ferronato, Fracaro, Fracarolli, Gabardo, Generini, Gianesin, Giuliani, Grando, Guarise, Guernesini, Lavaro, Lazzaroto, Leonardi, Lusardi, Maestrello, Marchiori, Marconcini, Mareschi, Martin, Martini, Menegato, Mattani, Menon, Migianlaro, Mingleti, Mocellin, Mocellin, Moletta, Moreschi, Mosele, Motin, Motin, Nicoli, Nodari, Panzarim, Pasi, Pasinato, Pieroboni, Polati, Poli, Pomparollo, Pontarollo, Pracaro, Razzolin, Riva, Roza, Sarchetti , Sartore, Sasso, Scamagnotte, Scamoncini, Scopel, Scremin, Settin, Signoretti, Spoladore, Strapasson, Tasca, Tessari, Todeschini, Tomasi, Tosin, Trevensoli, Vittorazzo, Volpe, Zaffari, Zanon, Zanoni, Zem, Zuelle.

Dr. Luiz Carlos B. PiazzettaErechim RS

Colégio Martinus

 

Colégio Martinus


Colégio Martinus
Colégio Martinus 
Colégio Martinus

Esta casa do Colégio Martinus é uma verdadeira joia. Muito bem conservada, fica na Rua Presidente Carlos Cavalcanti, esquina com a Rua Almirante Barroso. É uma Unidade de Interesse de Preservação.

Colégio Martinus


O próprio colégio define-se, em seu site, como uma gemeinde schule – escola de comunidade – desde a sua origem. É ligado à cultura alemã e a Igreja Evangélica de Confissão Luterana.

No final de 1866 a comunidade evangélica fincou raízes do bairro São Francisco, iniciando as atividades educacionais no sótão da casa pastoral (que não é a casa das fotos).
A casa pastoral era também o local dos cultos, uma vez que a comunidade ainda não contava com um templo.

Esta primeira escola foi fechada pelo estado. Um dos motivos alegados foi a promiscuidade no ensino, uma vez que as classes eram mistas. Mesmo sem autorização do Inspetor Geral do Ensino a escola continuou funcionando.

Em 1890 a comunidade conseguiu da câmara municipal um terreno para construir uma escola e recebeu em doação o terreno onde hoje é a Praça Dezenove de Dezembro. Em fevereiro de 1891 iniciaram a construção da escola, que ficou pronta em julho de 1892.
A “Deutsche Schule” foi a primeira escola de lingua estrangeira a receber autorização formal para funcionar no Paraná. As aulas eram ministradas em alemão e recebia também alunos que não eram evangélicos.

Mesmo durante a I Guerra Mundial a escola continuou funcionando, Mudou de nome em 1917, passando a ser Colégio Progresso (mas todo mundo continuava a chamá-la de “Deutsche Schule” ou "Escola Alemã".
Em novembro de 1917, o estado do Paraná criou um novo Código de Ensino e a escola ficou sem funcionar durante o ano de 1918. Antes de fechar o prédio havia sido depredado por populares (parece que as guerras e revoluções têm o dom de revelar esse tipo de gente).

Já adaptada as novas regras do estado e com os reparos custeados pela comunidade luterana, voltou a funcionar em 1919.

A escola continuou crescendo até as vésperas da Segunda Guerra Mundial, quando a política educacional do Estado Novo possibilitou uma forte perseguição ao colégio. Paralisou as atividades em 1938. O terreno da escola foi tomado pelo governo e entregue a Faculdade de Medicina da Universidade do Paraná (mais tarde Universidade Federal do Paraná - UFPR).

Como os luteranos sempre deram muita importância a educação, em 1940 o pastor Heiz Soboll abriu um jardim de infância junto à igreja.

Em fevereiro de 1948 (com a guerra terminada) a escola iniciou as suas atividades com o nome de Escola Evangélica de Curitiba, inicialmente com o curso primário.
Em 1952 troca o nome para Colégio Martinus, em homenagem a Martin Lutero. Em 1953 passa a ter também o curso ginasial. Mas tarde a escola oferece também o colegial e um curso Normal, para a formação de professores.

E a história da casa?


Vou ficar devendo, pois não encontrei. Ela, com certeza, é mais antiga que o atual Colégio Martinus (fundado em 1948) e não sei dizer se foi construída pela própria comunidade luterana ou se a adquiriram mais tarde.
Quem sabe algum dia encontre alguém que sabe da história dela.

Referências:

Gymnasio Paranaense

 

Gymnasio Paranaense


Gymnasio Paranaense
Gymnasio Paranaense
Gymnasio Paranaense
Gymnasio Paranaense
Gymnasio Paranaense
Gymnasio Paranaense

O prédio do Gymnasio Paranaense foi inaugurado em 24 de fevereiro de 1904.
Antes o Gymnasio Paranaense funcionava na Rua Emiliano Perneta (antiga Rua Aquidaban) junto como o atual Instituto de Educação do Paraná. Mais tarde, em 1943, ele virou o Colégio Estadual do Paraná, que em 1959 foi transferido para a sede atual, na Avenida João Gualberto.

O jornal “Diário da Tarde” daquele dia publicou a seguinte nota:

“Foi hoje, á uma e meia da tarde, inaugurado o novo edificio do Gymnasio Paranaense e Escola Normal, sito a Rua Borges de Macedo.
Usou da palavra o dr. Cerqueira que, em nome do governador, entregou o edificio inaugurado ao dr. Octavio do Amaral, e este, em pequena allocução, entregou ao director da instrucção publica o referido estabelecimento.
Durante a solenidade tocou a banda musical do regimento de segurança.”

O prédio está localizado na Rua Ébano Pereira (antiga Rua Borges de Macedo), em frente a Praça Santos Dumont. É um bem tombado pelo Patrimônio Cultural do Paraná e uma Unidade de Interesse de Preservação. Atualmente é ocupado pela Diretoria de Assuntos Culturais da Secretaria de Estado da Cultura.

No livro “Espirais do Tempo” o prédio é assim descrito:

“Exemplifica, o antigo ginásio, o ecletismo de vocabulário neoclássico: composição simétrica, monumentalidade através do destaque de um corpo central, colunas greco-romanas e platibanda vazada no coroamento das fachadas.
O prédio é sublinhado pelo torreão central, destacando, em planta, ao avançar em relação ao conjunto, e em elevação, ao sobrepor-se à massa do edifício. A composição dos vãos obedece a duas diretrizes: no térreo, retangulares; no andar superior, arrematados em arco pleno. Colunas de capitel ladeiam os vãos do andar superior. Vale mencionar, internamente, o espaço central, de duplo pé-direito, coberto por clarabóia que cumpre o papel de área de circulação e distribuição, abrindo para ele as salas, dispostas à sua volta. No andar superior a circulação é feita por uma passarela, que sustentada por colunas de ferro desenvolve-se à volta do vazio desta área. São também metálicos o guarda-corpo dessa circulação e a armação da clarabóia. As paredes são de alvenaria de tijolo, possuindo as externas revestimento à bossagem, que confere ao edifício uma austeridade peculiar aos edifícios públicos da época.”

Publicações Relacionadas:
Instituto de Educação do Paraná
Colégio Estadual do Paraná

Referência: