terça-feira, 2 de maio de 2023

Alcides Augusto Pereira

 

Alcides Augusto Pereira

Nasceu em Paranaguá em 8 de Maio de 1870, foi chefe de Policia na gestão de Theophilo Soares Gomes, o Coronel Alcides Augusto Pereira foi Maçom do gr 18 na Loja Perseverança de Paranaguá, teve em seu primeiro casamento com a Sra Aurora Vespertina os seguintes filhos:

Bernardino Pereira Netto, Aurora Pereira de Andrade o Padre Dr Alcidino Pereira, Alcides Pereira Junior, Altamiro Pereira e Alice Pereira, contraiu o segundo matrimonio em Minas Gerais com a Sra Annita Guedes Pereira o qual teve 2 filhos Lazaro e Sylvia.

O Coronel José Gonçalves Lobo irmão também da Sra Izabel Pereira Gomes esposa do Dr Arthur Heraclito Gomes Juiz de Direito da cidade de Castro era cunhado do Coronel Luiz Victorino Picanço, segundo consta em registros de seus amigos ele teve a rara felicidade de não contar com um só desafeto durante sua vida, faleceu em Paranaguá em 22 de Maio de 1923 com a idade de 53 anos, Coronel Alcides foi Sócio do Clube Literário de Paranaguá dentre outros.

O Coronel Alcides era filho de Bernardino Pereira e era irmão do Conego Alcidino Gonzaga Pereira e do cartorário Bernardino Pereira Neto.

Começou sua vida comercial como empregado de seu primo Coronel Theodorico dos Santos do qual mais tarde se tornou associado da Firma Theodorico & Alcides.

Casou-se em 6 de Setembro de 1890 com Aurora Vespertina Pereira.

Em 31 de Janeiro de 1901 sua esposa a Sra. Aurora Vespertina Pereira suicidou-se na casa de sua mãe, enquanto o Ten Coronel Alcides estava em Minas Gerais, conta-se que ele enviava cartas para ela a cada navio que chegava em Paranaguá, deixou seis filhos, inclusive foi mostrado uma carta que seria a última entregue o qual o Ten Coronel Alcides falava em leva-la para Minas no mesmo mês corrente.

Participação na Revolução Federalista

Após uma reunião com os Políticos Maragatos locais (Paranaguaras), e entre eles inúmeros maçons , ficou acertado que o Almirante Custódio de Mello, através do imigrante italiano anarquista, jornalista  residente em Curitiba, Francisco Colombo Leone que futuramente pertencerá a Loja Luz Invisível, de Curitiba, o dia em que a Esquadra atracaria em seu porto.

Fazia parte de um plano geral, um levante liderado pelo maçom Coronel Theófilo Soares Gomes, da Loja Perseverança, contra a guarnição local legalista comandada pelo Coronel Eugênio de Mello.

No dia 13 de Janeiro de 1894 que fora a data marcada para a esquadra chegar, mas isso não ocorreu. O coronel Eugênio de Mello venceu os revoltosos e os prendeu todos.

A ordem inicial do General Pego Junior, foi para fuzilar os cabeças do levante porém, segundo um telegrama do Ministro da Guerra, General Enéas Galvão, só poderiam ser fuzilados, após passarem por um tribunal Militar e serem julgados culpados, segundo as leis da Guerra. Esta regra militar só valeu no início da revolução.

Entre a oficialidade Legalista estavam vários membros da Loja Perseverança , de Paranagua , o Coronel  Artur de Abreu, o Coronel João Guilherme Guimarães, major Randolfo Gomes da Veiga, Coronel Teodorico Júlio dos Santos o Capitão Thiago Pereira de Azevedo, além do tenente Júlio David Perneta, este pertencente a Loja Estrela de Antonina, onde foi Venerável e também pertenceu a Loja Modéstia de Morretes.

Com a Prisão dos Revoltosos houve festa dos legalistas. O comandante Coronel Eugenio de Melo desfilou pela cidade a frente de um contingente militar inclusive com uma banda de musica, dando vivas a Floriano, Vicente Machado e a Republica. Após o Bombardeio e desembarque na cidade a resistência somente ficou na Cadeia  Municipal, apenas mais um registro, um canhão foi postado sobre a ponte que existia em frente à Igreja do Rocio, para dificultar o desembarque das tropas invasoras em Paranaguá.O navio República lançou tiros de canhão sobre a ponte do Rocio e, assim, furou as paredes da Igreja.

O historiador Rocha Pombo, quando de sua visita ao Rocio em 1896, descreveu a triste situação em que ficou a Igreja: “toda destruída”. Dos restos de materiais da Igreja foi construída a torre da Igreja de São Benedito. .

Recordando os episódios da Revolução Federalista, em Paranaguá, observamos, entre dois “Partidos” que se degladiam por um Governo na mão, não cabe a nenhum deles julgar o adversário. Isso porque, cada um deles tem as suas convicções e as defende com o máximo ardor, a Revolução Federalilsta, se vitoriosa fosse, decerto veríamos um governo de vinganças e desforras, um sem número de horrores e de ódios tremendos contra os vencidos…

Como a Revolução não venceu; vimos indivíduos legalistas que perderam toda a noção de sentimento humano; verdadeiras feras, sedentas também de ódio implácavel…

E para que os pósteros jamais esqueçam que, mais de 35 paranaguaras, por serem simpatizantes à Revolução Federalista, iriam ser fuzilados (a pedido de alguns Paranaguaras) Legalistas, deixamos neste simples mais verídico episódio o nome de alguns cidadões dentre eles Alcides Augusto Pereira.

No período de ocupação das forças Federalistas ocupou o cargo de chefe de policia, segundo seus acusadores no julgamento sobre sua participação na Revolução Federalista o qual foi absolvido.

Alcides Augusto Pereira fez parte também da Empresa Predial Paranaguense

O

Informa acima que era proprietário da empresa de roupas atacado e varejo de fazendas, ferragens armarinho, molhados etc .

Viajou para o Acre e retornou muito doente, nunca mais conseguiu se recuperar desta doença.


Designado pelo General Gumercindo Saraiva para a Comissão de Empréstimos de Guerra.

Exerceu o cargo de Juiz Distrital em Paranaguá em 1894, conforme recorte do Jornal a Federação de Janeiro de 1894.

Boletim do Grande Oriente do Brasil pág 407 do ano de 1898 edição 05 ao Vale do Lavradio.

Relato de julgamento em 1896

“Aqui foi realizado o combate final no dia 15/1/1894. A luta durou a noite inteira e no dia 16/1/1894, houve a rendição da tropa legalista encurralada na cadeia velha. O artilheiro do canhão posicionado defronte à cadeia velha, foi decapitado à  m a c h a d i n h a.”
arte:Darcy


Vianna Manoel Paranaguá na História e na Tradição.

Filho Ribeiro Anibal História do Clube Literário (Paranaguá).

Hercule Spoladore História da Maçonaria Paranaense no século XIX

Rocha Pombo Para a História

Wikipédia

http://ma.zanon.zip.net/arch2008-05-11_2008-05-17.html

Biblioteca Nacional

Quando a Marechal Floriano e a Pedro Ivo se encontravam num abraço afetuoso em 1945.

 Quando a Marechal Floriano e a Pedro Ivo se encontravam num abraço afetuoso em 1945.


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Olaria da família Janz, no caminho do São Lourenço- Curitiba. Década de 1920..

 Olaria da família Janz, no caminho do São Lourenço- Curitiba. Década de 1920..


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Vista aérea de Curitiba dos anos 1940, tendo à direita as paralelas Avenidas 7 de Setembro e Visconde de Guarapuava.

 Vista aérea de Curitiba dos anos 1940, tendo à direita as paralelas Avenidas 7 de Setembro e Visconde de Guarapuava.


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À esquerda, o Bairro Rebouças e, mais abaixo, o espaço livre da Rede Ferroviária Federal, onde no início dos anos 70, seria construído a Rodoferroviária de Curitiba.

— A Praça Osório em ângulo raro, por volta de 1910. No centro da imagem, o início da Rua Comendador Araújo

 — A Praça Osório em ângulo raro, por volta de 1910. No centro da imagem, o início da Rua Comendador Araújo


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— Espaço da atual Praça Capão Raso, em imagem de 1958

 — Espaço da atual Praça Capão Raso, em imagem de 1958


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MUELLER & IRMÃOS, IMIGRANTES QUE "FORJARAM" CURITIBA

 MUELLER & IRMÃOS, IMIGRANTES QUE "FORJARAM" CURITIBA


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MUELLER & IRMÃOS, IMIGRANTES QUE "FORJARAM" CURITIBA
Foi uma pequena oficina, criada em 1878, por um imigrante suíço da cidade de Aarau, chamado Gotlieb Mueller, de profissão ferreiro, que funcionava na antiga Estrada do Assungui, atualmente Rua Mateus Leme. Naquele começo, ele instalou uma pequena oficina para dar assistência aos carroções que iam carregados de erva-mate aos portos de Paranaguá e Antonina, para exportação.
No ano de 1883, Gotlieb Mueller, ampliou os negócios, instalou uma serralheria onde eram produzidos maquinários pesados para empresas de transporte ferroviário.
Aos poucos foram surgindo novos barracões ao redor, formava se ai um complexo fabril que produzia pregos, ferraduras, fogão a lenha, ferro de passar roupa, lareiras, postes de ferro, bancos de praças, e mais uma centena de outros produtos e máquinas. Juntaram-se às atividades os filhos mais velhos de Gotlieb e o genro e formaram a Mueller e Filhos.
Em 1902 morre o Gotlieb, a família administra a empresa ainda por mais sete anos. Outros acionistas ingressam a partir deste ponto, dando origem à (Fundição) Mueller Irmãos & Cia. e ao nome fantasia Fábrica Industrial Marumbi e durou até a década de 1980. Antes de ser adquirida por um grupo nacional, as instalações da Fundição Mueller Irmãos Ltda, foram transferidas para a Vila Guaíra, na Av. Wenceslau Braz.
Com a saída da fabrica, o prédio manteve-se erguido, mas não tinha uma destinação certa. Foi quando, em 1978, os empresários Milton Gurtensten e Salomão Soifer visualizaram o potencial do edifício para abrigar um shopping center, considerada uma ousadia até então inédita em Curitiba.
Com a confirmação dos estudos de viabilidade, a compra do prédio foi concretizada e, em 1981 foram iniciadas as obras para uma verdadeira reciclagem do edifício antigo, mas com a manutenção das características originais.
As obras duraram dois anos e chegava a hora de escolher um nome para o primeiro Shopping Center de Curitiba.
(fonte/fotos: curitibaantigamenteeregiaoemfotos, pinterest, curitibaantiga).
Paulo Grani.

ANTIGAMENTE, NASCÍAMOS EM CASA PELAS MÃOS DAS PARTEIRAS

 ANTIGAMENTE, NASCÍAMOS EM CASA PELAS MÃOS DAS PARTEIRAS


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Parteira Dona Chica dos Santos, em sua carroça, indo atender um parto.
Foto: Guaragi.com

ANTIGAMENTE, NASCÍAMOS EM CASA PELAS MÃOS DAS PARTEIRAS
Ao longo dos nove meses de gestação, elas visitavam a futura mamãe, apalpavam a barriga, faziam chás, receitavam simpatias, faziam orações, acompanhando a gravidez, mês a mês. Algumas delas ministravam purgantes às gestante, tipo laxante, para que as crianças nascessem com a pele bem limpa. Algumas, até se arriscavam a prever o sexo da criança.
Com carinho, cuidavam das gestantes para que tivessem “uma boa hora”. E quando a hora chegava, não importava se era de dia ou de noite, corriam para a casa da parturiente e tomavam conta de tudo. Portas fechadas, bacias de metal com água morna, toalhas brancas, um pouco de álcool e alguns precários instrumentos. Os homens na cozinha ou do lado de fora, faziam apostas se o rebento seria menino ou menina. As vizinhas, correndo de um lado para outro, ajudavam como podiam e, até arrecadavam roupinhas ajudando no enxoval. As crianças eram levadas para casa de vizinhos, ou o mais longe possível. Algumas delas olhavam para o céu à espera de uma tal cegonha.
Esse era o cenário de muitos nascimentos antes dos hospitais substituírem o ambiente de casa na hora do parto. E em tal contexto, a principal figura nem sempre era a mãe ou o bebê, mas a "parteira".
Elas tinham tudo muito bem preparado em sua maleta, com instrumentos, às vezes, repassamos das mais velhas às mais novas. Em uma bacia bem limpa com água, colocavam um pouco de álcool e acendiam para desinfetá-la. Sempre usavam panos bem limpos. Depois do nascimento, cortavam o cordão umbilical do bebê, medindo com os dedos fechados, um palmo do umbigo. Seguravam o bebê pelos pés, colocando-o de cabeça para baixo e davam uma ou mais palmadas no bumbum, até ele chorar.
Muitos ritos acompanhavam o momento do nascimento de uma criança. O cordão umbilical era cercado de mistérios para as mães de antigamente, que faziam simpatias para garantir saúde ao recém-nascido. Muitas enterravam o cordão e outras davam-lhe aos animais para ser comido. Ainda havia as que guardavam o umbigo num paninho, bem longe de ratos. Tudo isso era para dar sorte à criança. A crença popular indicava que se um rato comesse o cordão, a criança poderia se tornar ladra.
Quando a criança nascia, a parteira ainda repassava os procedimentos essenciais, para o período de "resguardo" da mamãe. Não podia lavar a cabeça, tinha que estar sempre de meias, para manter os pés quentes. Nao pegar sereno, chuva, friagem ou vento. Não podia comer comida requentada. A tradição do "resguarde" era de uma "quarentena" de dias, durante os quais, além dessas recomendações, a abstinência total de relações sexuais.
No quarto dia e no penúltimo dia da dieta a mulher tinha que tomar o laxante. Era chá de sene, manã, rosa branca e erva doce. Um punhadinho de cada um. A mamãe, tanto de primeira viagem ou mais, fazia o chá e tomava sem o menor receio.
As parteiras geralmente faziam serviço voluntário e, por reconhecimento, eram convidadas a ser madrinhas do primeiro filho de cada família.
No bercinho de cestaria suspenso, ou de madeira, ou em uma rede de cordas, o bebê dormia com sua chupeta, que também era chamada de 'bico'. Era a hora das canções de ninar. “ Dorme neném, que a cuca vem pegar, papai foi na roça e mamãe volta já, já, já ...
Para explicar às outras crianças a presença de um novo irmãozinho, muitas histórias eram contadas: “Algumas mães diziam que um sapo trouxe a criancinha da lagoa ou que a cegonha deixou no telhado. No meu caso, minha mãe contou uma história a qual, durante algum tempo, acreditei: "Você estava dentro de um grande e bonito repolho. Quando fui cortar, abri algumas folhas e lá estava você sorrindo para mim". Percebi uma discrepância quando perguntei como nasceu meu irmão mais velho, e ela disse: "Ele apareceu no bolso do paletó de motorneiro do teu avô. Ele foi colocar a mão e lá estava seu irmão ". Fiquei desconfiado, achei o meu cantinho dentro do repolho, mais convincente.
Paulo Grani.

Caiçaras? Afinal Quem São?!

 

Caiçaras? Afinal Quem São?!



Antes de começar a dar água na boca e incentivar os leitores visitantes do CTC (Cozinha Tradicional Caiçara) a ir ao fogão com os ingredientes e as dicas de “fazimento” dos pratos da simples, fantástica e deliciosa Cozinha Caiçara, vamos falar um pouco do Caiçara, povo que vive entre a serra e o mar, e que dali tira de tudo para desenvolver uma culinária autentica e, é claro, saborosíssima!!!!

A Origem do Termo Caiçara

O termo caiçara vem do Tupi-guarani e é formado pela junção de duas palavras – caá=mato e içara=armadilha. Originalmente caá içara era como os Tupis-guaranis chamavam a cerca de proteção colocada em volta da aldeia, a cerca de pau-a-pique colocada ao redor das plantações para evitar a entrada de animais, ou ainda os galhos fincados na beira da água com os quais iam construindo seus cercos de pesca.

Cerco de Pesca
Mais tarde passou a ser o nome dado ao rancho que abrigava as canoas e os apetrechos de pesca na beira do rio ou na praia. Somente depois passou a identificar, de forma generalizada, os moradores do litoral sul do estado do Rio de Janeiro, os do litoral do estado de São Paulo e os do litoral norte do estado do Paraná.

As Comunidades Caiçaras

O surgimento e desenvolvimento das comunidades caiçaras acompanharam historicamente a ocupação do litoral brasileiro, desde a época do descobrimento e dos ciclos econômicos vividos pelas regiões sul e sudeste.

Alguns povoados caiçaras como, por exemplo, a Vila do Icapara, a Barra da Ribeira, o Prelado, Pedrinhas e o Momuna em Iguape, são tão antigos quanto as primeiras vilas e cidades brasileiras.

Durante um longo período estas comunidades litorâneas viveram relativamente isoladas dos centros urbanos e de outras comunidades, podendo assim desenvolver seus modos de vida e culturas locais específicas, muito originais e até endêmicas (cuja existência e características restringem-se a uma única área geográfica ou, ainda, a um único ecossistema).

Moldadas principalmente pelo patrimônio milenar de adaptação à floresta tropical dos Tupis-guaranis, as comunidades caiçaras desenvolveram uma cultura particular que as diferencia das comunidades tradicionais de outros estados ou regiões do interior.

A economia caiçara se encontrou durante muito tempo em um ponto entre a economia de sobrevivência e troca indígena, e a economia industrial. Se por um lado tinham a produção destinada ao consumo familiar, por outro lado, também contribuíam para a economia mais ampla e regional, comercializando a produção excedente para adquirir produtos e serviços que necessitavam, mas não produziam, como por exemplo, ferramentas, material de construção, sal, roupas, etc.

As comunidades caiçaras ocupam uma variedade de habitats e ecossistemas, por exemplo, no litoral norte do estado de São Paulo encontramos costões rochosos e pequenas praias onde a Serra do Mar se aproxima mais do litoral, formação bem diferente da encontrada no litoral sul com suas vastas planícies formadas pelo Rio Ribeira de Iguape e um litoral onde predominam o sistema lagunar, os mangues e as restingas.


Entretanto estas comunidades caiçaras compartilham elementos sociais e culturais de bases históricas e influências indígenas, negras, portuguesas, espanholas como o comportamento cultural, aspectos de linguagem e é claro a culinária.


Cerca de 89 comunidades caiçaras, formadas por 2.456 famílias, vivem ao longo dos 140km de extensão do Complexo Estuarino Lagunar de Iguape-Cananéia-Paranaguá. Seu modo de vida caracteriza-se principalmente pela relação de interação com a natureza, seus ciclos e recursos renováveis. A atividade pesqueira de subsistência, sua principal atividade econômica, é realizada de forma artesanal e com baixo impacto ambiental. Tl como a economia, as atividades culturais e sociais são pautadas na organização em torno da unidade familiar, domiciliar ou comunal.

No município de Cananéia cerca de 30 comunidades caiçaras se dedicam prioritariamente a produção camaroeira por meio da pesca em canal (mar de dentro) e em mar aberto. Já em Iguape é realizada a pesca de canal voltada a produção pesqueira da manjuba e de crustáceos, onde cerca de 20 comunidades caiçaras praticam esta atividade. As sete comunidades que vivem na ilha comprida realizam a pesca de praia em determinadas épocas do ano, a extração de ostras e a criação do siri mole, enquanto a população caiçara de Guaraqueçaba, estimada em 8.400 pessoas, trabalha principalmente na pesca de canal e com a produção de tainha e caranguejo.

Os Caiçaras

Vivendo entre a serra e o mar, o caiçara combinava e, ainda combina com habilidade, suas atividades sociais (cantorias, festas, comemorações, etc.), de lazer (nadar, cantar, dançar, mergulhar, caminhar, etc.) e de sobrevivência (caçar, pescar, plantar, artes, etc.) com a natureza que o cerca.

Enquanto caminhava podia encontrar um “pau bom” para fazer sua canoa, enquanto pescava, desfrutava e contemplava o mar, conhecendo-o melhor, enquanto plantava e colhia descobria e redescobria os ciclos da natureza e se ajustava a eles.


Vivendo desta forma os caiçaras conseguiram desenvolver uma interessantíssima rede de conhecimentos, com base em uma intensa interação e na relação de complementaridade com os vários ecossistemas atlânticos. Os caiçaras, assim como nossos índios e outras populações tradicionais, talvez sejam nossos primeiros e excelentes exemplos de uso sustentável do meio ambiente.

Tainha Recheada e Assada na Folha de Bananeira - Um Clássico Caiçara

 

Tainha Recheada e Assada na Folha de Bananeira - Um Clássico Caiçara


Crédito da Foto: Come-se
Dá um trabalhinho, mas é bem fácil | 30 a 40 minutos | 4 a 5 pessoas

INGREDIENTES

Para a Tainha

1 tainha de 2 kg ou mais, limpa e sem escamas.
Alfavaca e/ou coentro picado fino.
Limão e sal a gosto. Se você achar limão cravo é melhor.

Para a Farofa de Camarão

300 g de camarões limpos.
1/2 de xícara chá de azeite ou 3 colheres de sopa cheias de manteiga.
4 dentes de alho picados.
1 cebola picada.
1/3 de xícara de chá de salsinha picada fininha.
1/4 de xícara de chá de coentro picado fininho.
1 e ½ xícara de chá de farinha de mandioca.
Sal e aquela sua pimenta a gosto.

Dica: Se você quiser incrementar o farofão acrescente a ova da tainha frita (se tiver), pedacinhos de banana nanica, bacon fritinho, azeitonas sem caroço, ovos cozidos. Inventa aí, mas presta atenção se o que você for colocar na farofa combina com os outros ingredientes, por exemplo, couve flor não combina, pô!

Você Vai Precisar

1 ou 2 folhas de bananeira para enrolar a tainha.
Palitos de dente e barbante, ou linha e agulha grossa para fechar a tainha.
Um braseiro.

Dica: O braseiro pode ser desde uma churrasqueira, até uma fogueira em um buraco na areia. Dá para fazer aí no seu forno a gás também. Quebra o galho, mas não fica igual. Tendo uma cervejinha geladassa tá tudo certo. Se vira aí!


PREPARO

Já acenda a churrasqueira e deixe formando o braseiro enquanto você prepara o peixe.

Tranquilão?! Maravilha! Comece concertando (limpando) a tainha.

Basicão... Tire as escamas, corte as barbatanas e abra a tainha pelas costas (você pode abrir pela barriga também). Se você quiser deixe a espinha, se não quiser retire-a com uma faca de ponta e afiada comece a cortar entre as espinhas e a carne, até abrir a tainha. Retire a espinha.

Dica: Use uma tesoura para cortar a espinha.

Tire a barrigada, se tiver as ovas separe-as, afervente-as antes de fritar para que fiquem firmes, frite-as, tempere-as com sal e limão. Reserve para incrementar a farofa ou sirva como aperitivo.

Ovas de Tainha
Crédito da FotoRepública Itália

A Ova em Destaque: A ova da tainha parece com uma bolsa comprida e amarela, de aproximadamente 30 centímetros, e vêm sempre em pares. O peso varia de 100 a 400 gramas e é considerada uma iguaria em várias partes do mundo. Está entre os 10 itens de luxo da gastronomia internacional sendo exportada por U$ 30 o kg.

Lave a tainha com cuidado. Salgue o peixe, esprema o limão, espalhe a alfavaca picada bem fina (que você pode substituir por coentro ou usar os dois juntos). Espalhe com a mão o tempero por dentro e por fora do peixe e deixe descansando enquanto prepara a farofa de camarão.

Fazendo a Farofa de Camarão

Crédito da Foto510 Gramas

Em uma panela meio funda coloque o azeite ou derreta a manteiga. Acrescente a cebola e o alho picados e refogue. Junte a salsinha e o coentro. Coloque os camarões e refogue mais um pouco. Quando os camarões estiverem vermelhos já estarão prontos. Corrija o sal e se quiser use aquela sua pimenta, junte a farinha, misture tudo e está pronta a farofa.

Dica: Não adianta inventar. Lembre que todos os ingredientes da farofa que estão aí na sua frente deverão caber nessa panela, e ainda deve sobrar espaço para você mexer a farofa sem fazer aquele estrago.

Recheando e Fechando a Tainha

Crédito da Foto510 Gramas

Pegue a farofa e vá recheando a tainha com gosto, mas preste atenção para que a farofa não transborde. Quando estiver toda recheada feche a tainha costurando-a ou fechando com os palitos de dente e o barbante (fotos).


Crédito das FotosCerejinha

Enrolando a Tainha na Folha de Bananeira

Pegue uma folha de bananeira, limpe-a e retire o talo central. Coloque-as no calor (chama do fogão ou em cima do braseiro) até amolecer, cuidado para não queimar. Passe azeite na folha e vá enrolando a tainha. Terminando amarre com um barbante para dar segurança na hora de virar o peixe.

Crédito da FotoFeito Irmãs

Dica 1: Se você está em uma cidade grande e acha que é meio impossível encontrar folhas de bananeira. Acredite, você pode conseguir uma bananeira nos lugares mais inusitados. Circule pelo seu bairro observando quintais, terrenos e qualquer outro lugar onde possa nascer uma bananeira. Uma vez em São Bernardo do Campo, achei uma bananeira na beira do rio que divide a cidade com Santo André, no meio de um cruzamento.


Crédito da FotoRio das Ostras...

Dica 2: Você pode embrulhar a tainha de duas formas: 1. Deixando as extremidades da folha abertas para que os líquidos naturais da tainha escorram. Assim o peixe não cozinha, ele assa; 2. Dobrando a folha de bananeira na beirada para que os líquidos não vazem. Assim o peixe mais cozinha do que assa. Se a tainha estiver gorda use o primeiro método, se estiver magra use o segundo método. A idéia é obter uma tainha molhadinha, suculenta.

Finalmente leve a tainha para a grelha da churrasqueira e asse-a por uns 40 minutos virando-a uma ou duas vezes.

Sirva com limões cortados em 4, uma salada, arroz branco, um bom azeite, aquela pimentinha e, se quiser, um feijãozinho.

Crédito da Foto510 Gramas

Divirta-se!