terça-feira, 14 de outubro de 2025

Essas Páginas de 1972 Me Mostraram a Alma da Curitiba que o Tempo Quase Apagou — E Eu Não Consigo Deixar de Sentir

 Essas Páginas de 1972 Me Mostraram a Alma da Curitiba que o Tempo Quase Apagou — E Eu Não Consigo Deixar de Sentir



Essas Páginas de 1972 Me Mostraram a Alma da Curitiba que o Tempo Quase Apagou — E Eu Não Consigo Deixar de Sentir

Há algo quase sagrado em segurar um jornal antigo. Não é papel. É tempo. É memória. É voz de quem já não está mais aqui, mas deixou suas marcas em letras, em desenhos, em números de telefone que hoje parecem códigos de uma civilização perdida.

Estas cinco páginas — extraídas de um jornal ou revista comercial de 1972 — são como janelas para uma Curitiba que respirava madeira, metal, esforço e sonho. Cada anúncio, cada retrato, cada linha de texto é um pedaço de história que merece ser contado — não como curiosidade, mas como homenagem.


Na primeira imagem: O Congresso Florestal Brasileiro e o Coração da Madeira

A página abre com um título em negrito, centralizado, quase solene: “2º CONGRESSO FLORESTAL BRASILEIRO — SETOR MADEIREIRO. Logo abaixo, um logotipo em preto e branco, com uma árvore estilizada e o nome Bemol — talvez uma marca de serraria ou equipamento florestal. A composição é densa, dividida em blocos retangulares, cada um com seu próprio mundo.

À esquerda, o anúncio da I.P. Cunha — Comércio e Importação de Madeiras traz um pequeno desenho de uma serra circular em movimento, cortando uma tora — um símbolo poderoso da indústria que sustentava o Paraná. O endereço? Vieiras — Palmeira — PR. Telefone: 24-3045. Uma cidade interiorana, conectada ao mundo por meio de um número de quatro dígitos.

Ao lado, a Sibisa Madeiras, localizada na Estrada Velha de Araucária — Km 2, oferece “madeiras de lei, pinus, eucalipto” — com telefones 23-6616 e caixa postal 2373. O nome “Sibisa” soa como um eco de uma época em que as empresas tinham identidade própria, não eram apenas marcas globais.

No centro, a Madeiras São Cristóvão Ltda. aparece com um design mais formal, listando seus produtos: “materiais para construções, estruturas, engradados, vigas, postes, ripas”. O endereço? Rua Marechal Deodoro, 200 — Curitiba — Paraná. Um nome que ainda existe, mas que hoje é apenas um número — enquanto antes, era um destino.

Na parte inferior, a Imadex Ind. Exportadora de Madeiras “Cariel” Ltda. exibe um logotipo simples, com uma silhueta de árvore e o slogan “Madeiras de Inho e Lei”. O texto fala de “tacos, lambris, aplacados, portas e janelas”, tudo feito com cuidado artesanal. O endereço? Rua Padre Anchieta, 18 — Curitiba — Paraná. Caixa Postal: 2220.

E no canto direito, a Alfonso Ritzmann — Madeiras Ltda., com endereço na Rua João Pandin, 264 — Bairro Pinheirinho — Curitiba — Paraná. Telefone: 24-8041. Um nome que ecoa como uma família, como uma oficina, como um legado.


Na segunda imagem: Personalidades do Ano de 1972 — Quando o Nome Valia Mais que o Cargo

A página começa com um título em caixa alta, quase solene: “PERSONALIDADES DO ANO DE 1972”. E logo abaixo, o primeiro destaque: Osmário Zilli. A foto é em preto e branco, granulada, mas o olhar dele é intenso — sério, firme, como se estivesse olhando para o futuro. Ele é descrito como “presidente do Conselho Regional de Biologia – PR”, “membro da Diretoria da Sociedade de Estudos Econômicos e Sociais”, e “representante do Estado do Paraná junto à Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação”.

O texto é longo, quase biográfico. Fala de sua formação em biologia, de sua atuação política, de sua defesa da educação pública. Ele não é apenas um nome — é um homem que lutou por causas, que acreditou em ideias, que deixou marcas.

Ao lado, outro destaque: Magibé Mendes. A foto mostra um homem de terno, gravata fina, cabelo penteado para trás — um retrato de autoridade. O texto diz que ele foi “eleito presidente da Associação Brasileira de Imprensa — ABI — para o ano de 1972”. Mas o que realmente toca o coração é a menção à sua origem: “natural de Curitiba, filho de imigrantes italianos, iniciou sua carreira como repórter no jornal ‘O Estado do Paraná’”.

É uma história de ascensão, de trabalho, de humildade. Ele não chegou ao topo por acaso — chegou porque escreveu, porque lutou, porque acreditou na palavra.


Na terceira imagem: Arno Franciscano Castilho — O Homem que Transformou a Educação

A página abre com um título em negrito: “ARNO FRANCISCANO CASTILHO”. E logo abaixo, uma foto em preto e branco — um homem de óculos redondos, cabelo bem penteado, paletó escuro, gravata fina. Seu olhar é calmo, mas profundo — como se estivesse olhando para além da câmera, para o futuro.

O texto é longo, quase poético. Fala de sua formação no Colégio Positivo, de seus estudos em engenharia, de sua atuação na política. Mas o que realmente toca o coração é a menção à sua contribuição para a educação: “fundador da Faculdade de Ciências Econômicas e Sociais de Curitiba”, “presidente da Associação Brasileira de Imprensa — ABI — para o ano de 1972”, “membro do Conselho Regional de Biologia — PR”.

Ele não é apenas um nome — é um homem que transformou vidas. Que criou escolas, que formou gerações, que acreditou na educação como instrumento de mudança.

Ao lado, o anúncio da Santa Mônica Clube de Praia — um espaço de lazer e entretenimento. O texto diz: “Estamos atendendo à Rua Valentinas da Pátria, 533 — Curitiba — Paraná”. E no final, um pequeno detalhe: “Aluguel em Praia de Leste — Di 15 de abril — sábado de aleluia — mais uma grande promoção da sua clube de praia.”. É um convite para o descanso, para a diversão, para a vida.


Na quarta imagem: O Mundo das Empresas — Quando o Nome Era a Marca

A página é dividida em quatro blocos retangulares, cada um com seu próprio mundo. No canto superior esquerdo, o anúncio da Victorio Poletto S.A. — Com. e Ind.. O texto é claro: “Exportação, Importação, Transporte e Segurança”. E lista os produtos: “Madeiras de Pinho e de Lei, Folhas de Madeiras de Lei, Uplanders, Resinados, Fibra, Assembléia, Caixas Resinadas, Lambris, Etc.”. O endereço? Matriz: Curitiba — Rua General Osório, 240 — Filial: Santa Catarina — Rua 24 de Maio, 157. Telefone: 24-2000.

Ao lado, a Sociedade Três Pinheiros Ltda. oferece “especializados em compensado de lei em painel, medidas standard e também até 3,00m. Lumber limited.”. O texto é técnico, mas preciso. E lista os produtos: “Jacarandá, Peroba, Pinus, Imbuia, Jacarandá, Louro, Louro preto, Cerejeira, Marfim, Amarelo, etc.”. O endereço? Rua Padre Anchieta, 18 — Curitiba — Paraná. Telefone: 23-1500.

Na parte inferior esquerda, a Dasotec — Planejamento e Engenharia Florestal Ltda.. O logotipo é simples, com um triângulo invertido e o nome da empresa em letras serifadas. O texto diz: “Elaboração, Execução e Administração de Projetos Florestais”. O endereço? Chácara da 1ª Região — 1.794.000/1.7 — Curitiba — Paraná. Telefone: 24-6177.

E no canto inferior direito, a Madrasa — Madeiras Brasileiras Ltda.. O texto é curto, mas direto: “Indústria e Comércio de Madeiras em Geral”. O endereço? Rua do Comércio, 305 — Curitiba — Paraná. Telefone: 23-0000.


Na quinta imagem: O Legado dos Transportadores — Quando o Caminhão Era o Herói

A página começa com um anúncio em negrito: “Transportadora Paulista Ltda.”. O texto é curto, mas preciso: “Materiais Longos — Rua Caxias, 30-10 — Curitiba — Paraná”. E no final, um pequeno detalhe: “Filial: Curitiba — Rua General Osório, 240 — Telefone: 24-2000”.

Ao lado, o anúncio da Transportadora “Andrade” S.A.. O texto é longo, quase narrativo: “Estabelecida em São Paulo e Estado do Paraná — Matriz: São Paulo — Rua Senado, 300 — Curitiba — Rua Alfredo Pinto, 2000”. E no final, um pequeno detalhe: “Ramo de Garantia e Reparos”.

Na parte inferior esquerda, o anúncio da Transportadora Cancela Ltda.. O texto é curto, mas direto: “Rua 24 de Maio, n° 2718 — Curitiba — Paraná”. Telefone: 23-4600. E no final, um pequeno detalhe: “Excelência em Transportes”.

E no canto inferior direito, o anúncio da Acogue Garmatter. O texto é simples, mas emocionante: “Uma Tradição no Ramo de Carnes e Derivados”. O endereço? Rua José Bertilino n° 89 — Curitiba — Paraná. Telefone: 23-3058.


Essas páginas não são apenas documentos. São janelas. Cada nome, cada número de telefone, cada traço de caneta ou tinta de impressora é um fio que nos conecta a uma Curitiba de sonhos modestos, mas profundos. Uma cidade que crescia com suor, fé e trabalho — não com algoritmos, mas com humanidade.

E talvez, ao relembrar tudo isso, não estejamos apenas olhando para trás. Talvez estejamos encontrando, nas entrelinhas do passado, o caminho de volta para o que realmente importa.


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