terça-feira, 14 de outubro de 2025

Família Schaitza, 1908: Uma Foto de Estúdio que Capturou a Alma de uma Geração em Curitiba

 Família Schaitza, 1908: Uma Foto de Estúdio que Capturou a Alma de uma Geração em Curitiba



Família Schaitza, 1908: Uma Foto de Estúdio que Capturou a Alma de uma Geração em Curitiba

Há fotos que não precisam de legendas. Que não precisam de explicações. Que, apenas ao serem vistas, tocam o coração — porque nelas, há algo mais do que imagens. Há memórias. Há afeto. Há vida.

Esta é uma dessas fotos.

Em preto e branco, granulada pelo tempo, mas viva em cada detalhe, vemos a família Schaitza posando para a câmera em Curitiba, no ano de 1908. Não são apenas pais e filhos. São membros de uma geração, testemunhas silenciosas de uma cidade que ainda estava se construindo, herdeiros de tradições europeias que se adaptavam ao solo paranaense.

Eles estão ali, em formação perfeita — adultos em pé, crianças sentadas ou ajoelhadas, todos olhando para a câmera com expressões sérias, mas carinhosas. Porque, naquela época, fotografar era um evento. Era uma celebração. Era uma honra.


O Enquadramento: Uma Família Unida em Torno da Tradição

A fotografia é clássica, típica dos estúdios fotográficos da época — fundo pintado, iluminação suave, poses cuidadosamente arranjadas. Mas o que realmente toca o coração é o que não foi planejado: os olhares, os gestos, as expressões.

Na parte de trás, em pé, estão Mathias e Theodoro Schaitza — dois homens de barba e bigode, vestidos com ternos escuros, camisas brancas e gravatas finas. Seus rostos — marcados pelas rugas do tempo, mas iluminados por um ar de dignidade — transmitem força, responsabilidade, orgulho. Eles são os patriarcas. Os provedores. Os guardiões da família.

Na frente, sentadas, estão Bertha Jarcynska e Elisabeth Schaitza — duas mulheres de vestidos longos, com colares e broches discretos. Suas expressões são serenas, quase solenes, como se soubessem que estavam prestes a entrar para a história. Elas são as matriarcas. As educadoras. As protetoras.

E entre elas, as crianças — Irmã (no colo), Bertholdo (ajoelhado), Oscar (atrás) e “Thea” (Theodora) — pequenos, curiosos, engraçados, com olhares atentos, como se estivessem tentando entender o que estava acontecendo. Eles são o futuro. O presente. A continuidade.


O Contexto: Curitiba em 1908 — Quando a Cidade Era Pequena e o Coração Era Grande

Curitiba, em 1908, era uma cidade que ainda respirava o cheiro da terra, do café, da madeira. Não havia carros, nem telefones, nem eletricidade em todas as casas. O transporte era a pé, a cavalo, ou de bonde. As ruas eram de terra batida, as casas eram de madeira ou tijolo, e os vizinhos se conheciam pelo nome.

Nesse cenário, a família Schaitza — cujos nomes aparecem na legenda da foto — era parte integrante da comunidade. Eles eram imigrantes, provavelmente de origem alemã ou polonesa, como muitas famílias que chegaram ao Paraná no final do século XIX e início do XX. Eles trouxeram consigo tradições, valores, costumes — e os adaptaram à nova terra.

E esta foto — tirada em um estúdio, com fundo pintado, iluminação controlada, poses ensaiadas — era mais do que uma lembrança. Era um presente. Um testemunho de amor. Um registro de uma época em que as famílias se reuniam, se abraçavam, se amavam — e deixavam marcas.


A Legenda: Um Testemunho de Afeto

Na borda inferior da foto, lê-se:

“Família Schaitza em foto de estúdio. Aparecem, da esquerda para direita..: [em pé, atrás] Mathias e Theodoro; [sentados] Bertha Jarcynska e Elisabeth; [as crianças] Irmã [no colo], Bertholdo [ajoelhado], Oscar [atrás] e "Thea" [Theodora]"

A grafia imperfeita — “Irmã” em vez de “irmã”, “Thea” em vez de “Theodora” — é um detalhe adorável. É um sinal de que esta foto não foi feita por profissionais frios, mas por pessoas reais, com sentimentos reais, com erros reais. É um sinal de que, mesmo em 1908, as pessoas cometiam erros — e ainda assim, amavam.

E o fato de que a família Schaitza posou para a foto com todos os membros — adultos, crianças, bebês — é outro detalhe significativo. Talvez fosse a primeira vez que todos estavam juntos. Talvez fosse a última vez que todos estariam juntos. Talvez fosse um momento especial — como um aniversário, um casamento, uma celebração religiosa. Talvez fosse apenas um dia comum — mas que, por algum motivo, mereceu ser registrado.


O Legado: Quando a Vida Vira Memória

Hoje, em meio a telas e algoritmos, talvez seja difícil entender o impacto que uma foto como esta teve na vida das pessoas. Mas esta imagem — guardada no acervo da Casa da Memória — é um testemunho silencioso de que, sim, houve um tempo em que o amor era expresso em gestos simples, em presentes humildes, em fotos cuidadosamente compostas.

Ela não é apenas uma fotografia — é uma carta de amor. Uma declaração de afeto. Um pedido de lembrança. Um convite para o futuro.

Porque, no fundo, a família Schaitza não é apenas uma família de 1908 — é uma parte de nós. Da nossa história. Da nossa identidade. Da nossa alma curitibana.

E talvez, ao olhar para esta imagem, você sinta algo familiar — como se já tivesse visto aqueles rostos, como se já tivesse ouvido aquelas vozes, como se já tivesse participado daquela celebração.

Porque, no fundo, a vida não passa. Ela apenas se transforma em memória. Em afeto. Em amor.


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