Izabel Luiz Tigre Nascida cerca 1666 - Curitiba, Pr, Brasil Falecida a 21 de dezembro de 1739 (segunda-feira) - Curitiba, Paraná, Brasil, com cerca de 73 anos
Izabel Luiz Tigre: A Matriarca Silenciosa de Curitiba — Vida, Fé e Linhagem no Século Colonial Brasileiro
Nas serras ainda bravas do sul do Brasil, sob a proteção de Nossa Senhora da Luz e o zelo dos primeiros colonizadores luso-brasileiros, nasceu por volta do ano de 1666, em Curitiba, então um pequeno povoado da Capitania de São Paulo, Izabel Luiz Tigre — mulher cuja existência, embora registrada com parcimônia nos arquivos da época, foi fundamental na construção de uma das mais antigas linhagens familiares do Paraná.
Filha de João Luís Tigre (c.1641–1687), um dos primeiros moradores da região, e de Maria Cordeira (c.1645–?), Izabel cresceu em um mundo rude, mas profundamente marcado pela fé católica, pela estrutura familiar e pelo trabalho coletivo. Era filha do meio de uma fratria numerosa: entre seus irmãos estavam Maria Luís Tigre (c.1661–1731), Felipe Luiz Tigre (1664–?), Antônio Luiz Tigre (1667–?), Clara Luiz Tigre (1667–?), outra Maria Luís Tigre (1667–?) e Ana Luiz Tigre (1665–?). Em meio a esse núcleo familiar estreito, forjou-se sua identidade — devota, resiliente e profundamente ligada ao lar.
Por volta do ano de 1687, com aproximadamente 21 anos, Izabel contraiu matrimônio com Francisco de Melo Coutinho (c.1653–1736), homem de origem portuguesa ou luso-descendente, estabelecido em Curitiba e já com certa posição social, como atestam os registros civis e paroquiais da época. O casal fixou residência na nascente vila, onde ergueram um lar que se tornaria berço de seis filhos conhecidos, cujos nomes ecoam ainda hoje nos livros de batismo da Catedral de Nossa Senhora da Luz, coração espiritual da cidade.
Entre os primeiros frutos dessa união, nasceram Maria Anna de Pina (batizada em 24 de dezembro de 1688) e Izabel de Mello (batizada em 7 de julho de 1690) — filhas cujas vidas, embora pouco documentadas, certamente foram moldadas pelos rigores e devoções do mundo colonial. Nos anos seguintes, o lar de Izabel e Francisco expandiu-se com o nascimento de Ana de Melo Coutinho (c.1700–1777), mulher que viveria quase oito décadas, testemunhando a transformação de Curitiba de povoado a vila; Maria Coutinho (1704–c.1729) e Maria do Rosário Coutinho (1704–?), gêmeas ou quase contemporâneas, batizadas no mesmo dia — 19 de outubro de 1704 —, como se o destino quisesse entrelaçar suas trajetórias; e, por fim, Salvador de Melo Coutinho (c.1711–1736), o único filho homem, cuja breve vida terminaria apenas alguns meses antes da de seu pai.
Izabel não foi apenas mãe — foi matriarca, figura central na teia de relações que se estendia por netos, genros e noras. Seus registros mostram que, já aos 60 anos, celebrava o nascimento dos primeiros netos: Estevão Padilha (1719), Antônio Gonçalves Padilha (batizado em 1726), Leocádia (ou Euzebia) Gonçalves Coutinho (1728), Maria da Penha de França Passos (1729), Felipe Gonçalves Padilha (1731), Francisca de Paula França (1733), Joanna Gonçalves Padilha (1735), Ignácio Gonçalves Padilha (1738) e Ignácia Padilha (1739). Cada batismo, cada nome inscrito nos livros paroquiais, era um novo elo na corrente genealógica que Izabel, com suas mãos calejadas e seu coração de mãe, ajudava a forjar.
Mas a vida não lhe poupou dores. Em 1729, viu uma de suas filhas — Maria Coutinho — partir ainda jovem. Sete anos depois, em 1736, perdeu seu companheiro de quase meio século, Francisco de Melo Coutinho, com quem dividiu alegrias, trabalhos e orações. No mesmo ano, o destino foi ainda mais cruel: seu único filho, Salvador, também faleceu, deixando-a sem herdeiro masculino direto. Aos 70 anos, Izabel carregava o peso de múltiplas perdas, mas também a força silenciosa de quem vê sua descendência florescer — mesmo na ausência.
Nos últimos anos de sua vida, já com mais de 70 anos, continuou presente nos registros, não como protagonista, mas como referência familiar, como avó cujo nome era invocado nos batismos dos netos — sinal de respeito e continuidade. Até que, em 21 de dezembro de 1739, uma segunda-feira de inverno tropical, Izabel Luiz Tigre entregou sua alma ao Criador, aos 73 anos, em Curitiba, a mesma terra que a viu nascer, amar, criar filhos e enterrar os seus.
Seu legado não está em monumentos ou títulos, mas nos nomes que persistem, nas linhagens que se cruzaram com as famílias Padilha, Gonçalves, França, Passos e tantas outras que hoje compõem o tecido social do Paraná. Ela é uma das primeiras matriarcas documentadas de Curitiba — uma mulher do século XVII que atravessou o XVIII com dignidade, fé e amor familiar.
Hoje, ao caminharmos pelas ruas do centro histórico de Curitiba ou ao folhearmos os antigos livros da Catedral, podemos sentir sua presença — não em palavras altivas, mas no sussurro dos nomes antigos, na força silenciosa das mulheres que construíram famílias com orações, trabalho e coragem.
Izabel Luiz Tigre vive — não apenas na memória, mas na carne, no sangue e na alma de todos os seus descendentes.
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- Nascida cerca 1666 - Curitiba, Pr, Brasil
- Falecida a 21 de dezembro de 1739 (segunda-feira) - Curitiba, Paraná, Brasil, com cerca de 73 anos
Pais
- João Luís Tigre ca 1641-/1687
- Maria Cordeira ca 1645-
Casamento(s) e filho(s)
- Casada cerca 1687, Curitiba, Pr, Brasil, com Francisco de Melo Coutinho ca 1653-1736 tiveram
Ana de Melo Coutinho ca 1700-1777
Maria Coutinho 1704-ca 1729
Maria Do Rosario Coutinho 1704-
Salvador de Melo Coutinho ca 1711-1736
Izabel De Mello 1690-
Maria Anna De Pina 1688-
Irmãos
Maria Luís Tigre ca 1661-1731
Felipe Luiz Tigre 1664-
Izabel Luiz Tigre ca 1666-1739
Antonio Luiz Tigre 1667-
Clara Luiz Tigre 1667-
Maria Luiz Tigre 1667-
Anna Luiz Tigre 1665-
| (esconder) |
Acontecimentos
| cerca 1666 : | Nascimento - Curitiba, Pr, Brasil |
| --- : | Residência Address: |
| cerca 1687 : | Casamento (com Francisco de Melo Coutinho) - Curitiba, Pr, Brasil |
| 21 de dezembro de 1739 : | Morte - Curitiba, Paraná, Brasil |
Fontes
- Pessoa:
- José Augusto Ferreira de Castro - Castro Web Site (Smart Match)
- Árvore Genealógica do FamilySearch - <p>Isabel de Melo Coutinho (nascida Luís Tigre)<br />Nome de nascimento: Izabel Luiz Tigre<br />Também conhecido como: Izabel Luiz<br />Gênero: Feminino<br />Nascimento: Perto de 1666 - São Paulo, Brasil<br />Casamento: 1687 - Curitiba, Paraná, Brasil<br />Residência: Curitiba, Paraná, Brasil<br />Morte: 21 de dez de 1739 - Curitiba, Paraná, Brasil<br />Pais: João Luís Tigre, Maria Tigre (nascida Cordeira)<br />Esposo: Francisco de Melo Coutinho<br />Filhos: Maria Anna de Rosado (nascida Pina), Isabel de Melo, Ana Gonçalves Padilha (nascida de Melo Coutinho), Maria Coutinho, Maria do Rosario Gracia (nascida Coutinho), Salvador de Melo Coutinho<br />Irmãos: Maria Fernandes de Siqueira (nascida Luís Tigre), Felipe Luiz Tigre, Anna, Clara Luiz Tigre, Antonio Luiz Tigre, Maria Luiz Tigre<br />Esta pessoa parece ter parentes duplicados. Veja no FamilySearch para ver a informação completa.</p> - Record - 40001:105973656:
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Nascimento
Nascimento de uma irmã
Nascimento de uma irmã
Nascimento de um irmão
Casamento
Baptismo de uma filha
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Morte do cônjuge
Morte de um filho
Nascimento de um neto
Nascimento de uma neta
Morte
Antepassados de Izabel Luiz Tigre
| João Luís Tigre ca 1641-/1687 | Maria Cordeira ca 1645- | |
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| Izabel Luiz Tigre ca 1666-1739 | ||
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