sexta-feira, 14 de novembro de 2025

SINOS DE BODAS — A NOBREZA CURITIBANA EM 1960

 

SINOS DE BODAS — A NOBREZA CURITIBANA EM 1960

SINOS DE BODAS — A NOBREZA CURITIBANA EM 1960

Crônicas Sociais — Novembro de 1960

Curitiba, em 1960, respira elegância, tradição e modernidade. Enquanto a cidade se prepara para os festejos do centenário da imigração italiana e acolhe novos ventos da indústria e da aviação, sua elite social mantém viva a arte de celebrar o amor — nos altares, nos salões e nos campos de golfe. Este mês, os sinos das igrejas tocaram mais vezes que o habitual, anunciando uniões que unem famílias, fortalecem laços e enriquecem a história da capital paranaense.


Página 1: Um Casamento Real — Gravina-Schtrappe

No dia 27 de outubro de 1960, sob o olhar atento de centenas de convidados, realizou-se na Igreja de Santa Terezinha a cerimônia nupcial entre Míria Maria Bittencourt Gravina e Carlos Gravina. O casamento, celebrado pelo Padre José Alves de Camargo, foi marcado por uma solenidade digna de uma corte europeia.

A noiva, filha de D. Carlos Gravina e D. Leda Maria Bittencourt Gravina, deslumbrava em vestido branco de seda com véu longo e coroa de flores naturais. Seu pai, à frente, conduziu-a até o altar, onde esperava o noivo, trajado com terno escuro e gravata borboleta — símbolo da distinção masculina da época.

Entre os convidados, destacaram-se nomes como Dr. Antônio Moreira, Dr. José Maria Pinto, Sr. e Sra. Luiz Paulo Botelho, além dos irmãos Gravina e toda a família Schtrappe, que compareceu em peso para celebrar a união.

Após a missa, os recém-casados seguiram para o Country Club, onde foi servido um coquetel refinado, com música ao vivo e danças de salão. A festa prolongou-se até altas horas, com sorrisos, abraços e toques de violino que ecoavam pelas salas decoradas com rosas vermelhas e velas douradas.

Este casamento não foi apenas um enlace entre duas pessoas — foi um gesto de continuidade, uma afirmação de valores familiares em pleno ano de 1960.


Página 2: O Enlace Canazari-Lepien — Uma União de Famílias Ilustres

Em cerimônia igualmente majestosa, celebrada na igreja de Santa Teresinha em 15 de dezembro de 1960, ocorreu o casamento de Vilmarino Canazari com Maria Lepien. O evento reuniu cerca de 400 convidados, entre autoridades civis, militares e representantes da alta sociedade paranaense.

A noiva, filha de Sr. e Sra. João Miguel Lepien, surpreendeu com seu vestido de renda belga e véu de tule, enquanto o noivo exibia traje de gala com medalhas de honra militar — sinal de sua atuação no Exército Brasileiro.

A celebração religiosa foi presidida pelo Padre Jerônimo Mazzarotto, cuja homilia destacou a importância do matrimônio como fundamento da sociedade moderna. Após a bênção, os noivos receberam os cumprimentos na sacristia, antes de partirem para a recepção no Country Club.

Entre os presentes, destacaram-se Dr. Alcides Costa, Dr. Celso Petri, Dr. Tadeu Leprevost, e a distinta família Canazari, que compareceu em peso para celebrar o novo capítulo da história familiar.

O casal, que já havia sido noivado por seis meses, decidiu iniciar sua vida conjunta em um apartamento no bairro Batel — símbolo do crescimento urbano de Curitiba em 1960.


Página 3: O Enlace do Rei dos Belgas — Festejado em Curitiba

Em uma cerimônia de rara pompa, realizada na Catedral Metropolitana em 15 de dezembro de 1960, foi comemorado o casamento de Sua Majestade Rainha Fabiola da Bélgica com Rei Baudouin I. Embora o evento tenha ocorrido em Bruxelas, Curitiba prestou homenagem ao casal real com uma missa solene e um coquetel no Grande Hotel.

A missa, celebrada às 10h30 pela manhã, contou com a presença de personalidades políticas, diplomatas e membros da comunidade belga residente em Curitiba. Entre os presentes, destacaram-se o Cônsul Alfred Charvet, o Cônsul Honorário da Bélgica, e o Cônsul da Áustria, Sr. Francisco Albini.

Após a cerimônia, os convidados foram recebidos no salão nobre do Grande Hotel, onde foi servido um coquetel refinado, com champanhe francês, canapés e música ao vivo da orquestra “Harmonia da Capital”.

A presença de tantas autoridades e o requinte da decoração — com bandeiras belgas, arranjos de lírios e velas douradas — demonstraram o respeito e a admiração que Curitiba nutre pelos laços internacionais.


Página 4: Sra. Pedro Lapalu Dellés — Uma Mulher de Distinção

Enquanto os casamentos ocupavam as crônicas sociais, outra figura conquistou o coração da sociedade curitibana em 1960: Sra. Pedro Lapalu Dellés — mulher de rara beleza, cultura e sensibilidade.

Nascida em Paris, mas radicada em Curitiba desde a infância, a Sra. Dellés é conhecida por sua elegância impecável, seu gosto refinado e sua dedicação às causas culturais e filantrópicas. É membro ativa do Clube da Mulher, participa de eventos literários e promove jantares beneficentes em prol de instituições como a Santa Casa de Misericórdia.

Sua casa, situada no Alto da Glória, é frequentemente palco de tertúlias intelectuais, onde se reúnem escritores, artistas e empresários para debater arte, política e literatura. Seu gosto pela música clássica é notório — possui uma coleção rara de discos de vinil e recebe regularmente músicos de renome nacional.

A Sra. Dellés também é mãe dedicada. Sua filha, Patrícia, de 4 anos, é descrita como “uma menina encantadora, cheia de graça e inteligência”. Juntas, mãe e filha são vistas frequentemente em passeios pelo Parque Barigui ou em visitas ao Museu Paranaense.

Em 1960, a Sra. Pedro Lapalu Dellés representa o ideal da mulher moderna: culta, elegante, generosa e comprometida com a sociedade.


Página 5: Venha Admirar de Perto o Dauphine — O Carro do Futuro

Para fechar esta edição com visão de futuro, destacamos uma oferta exclusiva para o homem moderno de 1960: o Dauphine, o novo automóvel francês que conquista o Brasil.

Produzido pela Willys-Overland do Brasil S.A., o Dauphine é apresentado como “elegante, confortável e econômico” — tudo o que se espera de um bom automóvel. Com motor de 31 H.P., suspensão “Aerostable” e design aerodinâmico, este carro promete velocidade, agilidade e economia de combustível.

O Dauphine está disponível nos salões da Luiz G. A. Valente S.A., localizada na Avenida Vicente Machado, 288, em Curitiba. Os interessados podem testar o veículo em exposição permanente, com atendimento personalizado e condições especiais de pagamento.

“Em tempos de progresso, o automóvel deixou de ser um luxo — tornou-se uma necessidade”, afirma o gerente comercial, Sr. Valente. E o Dauphine, com seu design arrojado e tecnologia francesa, é a escolha perfeita para quem deseja andar com estilo e segurança em 1960.


Conclusão: Curitiba em 1960 — Entre Tradição e Modernidade

Esta edição reflete o espírito de Curitiba em 1960: respeitosa com suas tradições familiares, entusiasmada com a moda e a tecnologia, e comprometida com a solidariedade. Seja nas cerimônias religiosas, nos salões sociais ou nos showrooms de automóveis, nossa cidade demonstra que é possível crescer sem perder a alma.

Que 1960 seja lembrado como o ano em que o passado acolheu o futuro — com elegância, fé e coragem.


Publicado em Curitiba, Paraná — Novembro de 1960
(Edição Especial das Crônicas Sociais)


















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