CURITIBA EM 1920: A RUA XV DE NOVEMBRO E O CORAÇÃO DO COMÉRCIO DA CIDADE
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📸 CURITIBA EM 1920: A RUA XV DE NOVEMBRO E O CORAÇÃO DO COMÉRCIO DA CIDADE
Uma viagem no tempo com o testemunho do Dr.
"As ruas não são só pedra. São histórias caminhantes."
Na manhã de um dia qualquer do ano de 1920 , alguém apontou sua câmera para a Rua XV de Novembro , em Curitiba , e capturou mais do que uma paisagem urbana: registrou o pulsar de uma cidade em transformação . Com seu bonde elétrico , suas lojas elegantes , seus prédios de ladrilhos e cantaria , e seus moradores de chapéus e saias longas , a imagem é um retrato vivo de Curitiba que cresceu, modernizou-se e mantinha, com orgulho, suas raízes familiares.
Mas o que torna esta fotografia verdadeiramente único é o testemunho precioso do Dr. Atila Rocha , registrado em 1981 na Casa da Memória de Curitiba , que identifica, com riqueza de detalhes, os estabelecimentos que compunham essa paisagem — e que hoje só existem na memória afetiva da cidade.
🏙️ O QUE ESTÁ NA FOTO — SEGUNDO O DR. ÁTILA ROCHA
🧵 1. CASA BICHELS
📍 Lado esquerdo da imagem
- Comércio de armarinhos, brinquedos e chapéus de senhoras .
- Um dos primeiros estabelecimentos especializados em artigos femininos e infantis da cidade.
- Reflete o refinamento do consumo urbano e a crescente valorização dos produtos de moda e lazer.
🧵 2. CASA ABREU
📍Prédio central, com comércio no térreo e residência no andar superior
- Térreo : loja de tecidos finos , ponto de encontro das costureiras e damas da sociedade.
- Andar superior : residência da família de Manoel Abreu .
- Exemplo clássico da arquitetura comercial da época: o trabalho embaixo, a vida em cima — onde o comércio e a família compartilhavam o mesmo teto.
🧵 3. CASA DE NOVIDADES DE JOÃO CARDOSO ROCHA
📍 Sobrado de ladrilhos e cantaria, esquina com a Rua Monsenhor Celso
- Loja de artigos variados, presentes, acessórios e novidades de moda .
- Fundada por João Cardoso Rocha , pai do próprio Dr. Atila Rocha — o que torna esta foto também um retrato familiar .
- Mais tarde, administrado por Leopoldina Cardoso Rocha , sua esposa, mantendo uma tradição de comércio familiar.
- O prédio, com sua fachada ornamentada, era um marco de elegância e sofisticação na esquina mais movimentada da cidade.
“Esta foto não é só história da cidade. É história de família. É memória viva.”
🚋 O BONDE ELÉTRICO — A VEIA PULSANTE DA MODERNIDADE
Cruzando a imagem com moda, o bonde elétrico simboliza o salto tecnológico de Curitiba no início do século XX.
- Introduzido em 1913 , pela Companhia de Tramways de Curitiba .
- Movido a eletricidade, com fios suspensos — substituir os antigos títulos puxados por animais.
- Era o transporte coletivo mais moderno da cidade , ligando bairros, facilitando as negociações e transformando o ritmo urbano.
- Na foto, ele não é apenas um veículo: é o símbolo do , da cidade que queria ser progresso grande, conectada e futurista.
🏛️ ARQUITETURA E ESTÉTICA URBANA
Os prédios exibem o estilo neoclássico-eclético , com detalhes que revelam cuidado, status e influência europeia:
- Fachadas de ladrilhos hidráulicos coloridos
- Cantarias de pedra nas esquinas e janelas
- Varandas com balaustradas de ferro fundido
- Toldos de tecido e estrutura metálica — protegendo os clientes do sol e da chuva
- Letreiros elegantes emoldurados — como “Casa Bichels” e “Casa Abreu”
Tudo isso mostra que Curitiba já tinha uma identidade visual própria , onde o comércio não era só funcional — era arte, status e orgulho .
👠 AS PESSOAS — O COTIDIANO EM MOVIMENTO
Na calçada, vemos figuras que parecem saídas de um filme nulo:
- Homens de terno, gravata e chapéu-coco , caminham com passos firmes.
- Mulheres de vestidos longos, luvas e chapéus adornados , carregando bolsas de mão.
- Um grupo esperando o bonde , como se fosse um ritual diário.
- Ninguém sorriu para a câmera — era assim na época: as fotos eram sérias, formais, quase solenes.
Mas por trás desses rostos sérios, havia vidas inteiras : amores, brigas, sonhos, dívidas, vitórias. Eles não sabiam que estavam fazendo história. Estávamos apenas vivendo — e por isso, são tão reais para nós hoje.
🌍 CONTEXTO HISTÓRICO — CURITIBA EM 1920
- População : cerca de 50 mil habitantes.
- Economia : baseada no café , mas com forte crescimento do comércio e da indústria leve .
- Urbanização : ruas pavimentadas, iluminação elétrica, energia elétrica, água encanada.
- Cultura : surgiam teatros, jornais, escolas e associações — a cidade respira modernidade.
- Imigração : famílias de origem italiana, alemã, polonesa e portuguesa construíram seus negócios — como os Rocha, os Abreu, os Bichels.
A Rua XV de Novembro era o coração comercial e social da cidade — onde se fechavam negócios, se encontravam amigos, se comprava o vestido novo, se tomava o café da tarde.
💬 PALAVRAS FINAIS — UMA PONTE ENTRE TEMPOS
Essa foto não é apenas um documento histórico. É uma ponte entre gerações .
“O bonde já não corre mais por essa rua. A Casa Bichels, a Casa Abreu e a Casa de Novidades já não existem. Mas a Rua XV de Novembro ainda respira — cheia de lojas, pessoas, filhos e histórias novas. E agora, nós estamos aqui, olhando para trás… Pra lembrar. Pra honrar. Pra seguir em frente — com gratidão.”
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📌 DADOS DA FOTO 📍 Local: Curitiba, PR 📅 Data: 1920 📸 Fonte: Acervo histórico — identificação feita por Dr. Atila Rocha (Casa da Memória, 1981) 🏢 Estabelecimentos identificados:
- Casa Bichels (armarinhos, brinquedos, chapéus)
- Casa Abreu (tecidos no térreo, residência no andar superior)
- Casa de Novidades de João Cardoso Rocha (esquina com Rua Monsenhor Celso) 🚋 Transporte: Bonde elétrico em operação 📷 Formato: Fotografia em preto e branco — valor histórico e afetivo
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