quinta-feira, 16 de dezembro de 2021

AGUINALDO, O PROFETA DE ANTONINA - HISTORIAS E ESTÓRIAS XVIII

 AGUINALDO, O PROFETA DE ANTONINA - HISTORIAS E ESTÓRIAS XVIII


Pode ser uma imagem de texto que diz "ROFETA AGINA"

Desde o Monge da Lapa, que muita gente acredita ainda estar vivo, o Paraná é terra fértil para monges, profetas,
benzedores e curadores.
Em Antonina, o túmulo do Profeta da Costeira até hoje é motivo de romaria.
Basta deixar uma garrafa d’água em cima do túmulo, a água começa a ferver e, dizem, passa a ser um santo remédio
para qualquer mal.
Aguinaldo Vieira da Silva nasceu em Penedo, Alagoas, em 1914. De família pobre, era paralítico.
Quando estava com uns doze anos de idade, o menino Aguinaldo embarca de carona num navio e é deixado em Paranaguá.
Pede esmola e engraxa sapatos com muita dificuldade, pois só pode movimentar uma das mãos.
Aos dezessete anos, Aguinaldo mora de favor junto com uma velha senhora, também entrevada.
Moço bonito, longos cabelos sedosos, rosto de moça, Aguinaldo é mais um dos tantos miseravinhos que vegetam em Paranaguá.
Uma noite, voltando sonado para o casebre onde mora, vê, ou sente, a presença de um velho de longas barbas brancas.
Apesar das roupas esfarrapadas do velho, Aguinaldo lhe pede uma esmola:
Eu posso dar uma esmola sim, mas posso curar e dar a você o poder da cura.
O que você prefere? Aguinaldo não aceita a esmola.
Aquele velho seria, dizem, um milagreiro que desde tempos imemoriais aparece em Paranaguá.
Transtornado, Aguinaldo cai num sono profundo.
Acorda pela manhã, em seu barraco, completamente curado.
Ali mesmo realiza seu primeiro milagre: cura a velhinha entrevada que lhe dava guarida.
Os médicos parnanguaras não ficam muito satisfeitos com o novo concorrente.
Contam que moleques eram pagos para jogar pedras no barraco de Aguinaldo e ele acaba sendo preso por exercício ilegal
da medicina. A mulher do delegado sofria de enxaqueca, dessas que não saram nunca.
Com um simples copo d’água benzido, Aguinaldo cura-a para sempre e é liberado da prisão.
Apesar da fama, as coisas nunca vão muito bem para Aguinaldo em Paranaguá, muita perseguição.
Trazido a Antonina para curar um alcoólatra da família Cabral, acaba se radicando na Costeira, como um membro da família.
Fica muito amigo de Reginaldo Cabral, de sua idade, que será seu companheiro até o fim da vida.
Vem gente de todos os lugares procurar a cura e os conselhos do Monge da Faisqueira:
"eu era menininha, estava afogada com um osso de galinha na garganta, não conseguia respirar.
Minha mãe me levou ao Monge Aguinaldo, ele me deu farinha misturada com água e o osso pulou fora.
Devo minha vida a ele", diz Dona Rosinha, dona da tradicional restaurante que leva seu nome em Antonina.
Em junho de 1933, Aguinaldo morre.
Com tanta gente que veio de fora, foi o maior enterro visto em Antonina.
Na porta do cemitério, tiram uma foto que mostra o morto com os olhos entreabertos.
Afirmam que os abriu, na hora da foto, para abençoar quem tinha vindo ao enterro.
A foto vai gerar a crença que ele não morrera de fato.
Anos mais tarde corre o rumor que estava "corpo santo", crendice brasileira de que o corpo das pessoas santas conserva-se integro depois da morte: corpo seco.
Pedem a exumação, centenas de pessoas vieram ver o milagre.
Abre-se o caixão, o corpo está decomposto, mas a fé de Aguinaldo não morre.
Ainda hoje, pode-se ver gente rezando no seu túmulo azul cor do mar, pedindo ajuda.

Valêncio Xavier, escritor e historiador
Acredite se quiser! Mas nossa comunidade já teve o seu profeta. Aguinaldo Vieira da Silva, alagoano da cidade de Penedos, nasceu em 28 de abril de 1914. Vítima de paralisia infantil desde os doze anos de idade viveu em Paranaguá, quando – assim conta a lenda – recebeu uma visão de Nossa Senhora que o curou e lhe incumbiu essa missão. A fama de curandeiro ultrapassou os limites da cidade chegando a perturbar a classe médica que o acusou de charlatanismo, sendo perseguido pela polícia. Foi aí que fugiu de lancha para Antonina, fixando residência no bairro da Graciosa de Baixo, aonde mais tarde, também veio sofrer perseguições. Por solicitação das autoridades foi morar em um bairro mais distante do centro da cidade, onde residiu no Matarazzo por apenas 26 dias.
Aguinaldo faleceu na tarde de 21 de maio de 1933. Contam ainda, que o seu funeral foi acompanhado por mais de quatro mil pessoas, que se amontoavam pelas estreitas ruas da cidade como último gesto de agradecimento.

Seu corpo foi enterrado na rua central do Cemitério São Manoel, no Batel. Mas até os dias de hoje, um túmulo com o seu epitáfio recebe centenas de devotos que acreditam nos milagres do profeta. Deixam garrafas com água e levam para suas casas como remédio para as suas enfermidades. É a fé do povo fazendo a nossa cultura.
Ao comentar esse acontecimento não tenho intenção em promover o credo à figura eminente do “profeta”, mas resgatar um pouco das nossas coisas, dos valores culturais da nossa comunidade.

(As datas e dados foram colhidos de um folheto que foi impresso por pessoa agraciada com uma graça, não tendo nenhum valor científico). Extraído do livro “Crônicas da Capela” 2006.Publicado no blog Palavradobo em 28 de junho de 2002

1821 - A Conjura Separatista em Paranaguá

 1821 - A Conjura Separatista em Paranaguá


Nenhuma descrição de foto disponível.A Conjura Separatista foi o nome dado a manifestação de caráter emancipacionista encabeçado pelo Capitão Floriano Bento Vianna, Comandante da Guarda do Regimento de Milícias, no dia 15 de julho de 1821, na praça de Paranaguá, perante o Juiz de fora António de Azevedo Melo e Carvalho, onde estavam presentes o povo e as demais autoridades da cidade por ocasião do juramento das bases da Constituição do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves.

Na véspera do dia 15 de julho de 1821, o Capitão Floriano Bento Vianna foi procurado pelo Sargento-mor de Ordenanças Francisco Gonçalves Rocha e pelo Capitão Inácio Lustosa de Andrade a participar de reuniões secretas junto as demais autoridades de Paranaguá que manifestavam o desejo de separar a Comarca de Curitiba e Paranaguá, conhecida como Quinta Comarca, da Capitania de São Paulo. [1]
Dentre os motivos para a conjuração, segundo o historiador Ruy Wachowicz estava:
I- A ignorância e o despotismo dos comandantes militares da comarca, que não procuravam o bem do povo;
II- A falta de justiça, devido à dificuldade que havia em impetrar recursos perante as autoridades de São Paulo;
III- O fornecimento, pela comarca, de grande número de praças de guerra às milícias portuguesas, sobretudo para as entradas que desbravavam nossos sertões, ficando muitas famílias na miséria;
IV- A falta de moeda na comarca, devido às grandes somas que eram remetidas, como impostos, para São Paulo;
V- O abandono em que se encontrava a comarca pela administração de São Paulo, surda que era aos apelos e queixas populares. [2]

Em segredo ficou combinado de iniciarem uma revolta tendente a esse fim, aproveitando-se da formatura dos milicianos, no momento em que o magistrado proferisse a formula do juramento. Neste ato os conjurados dariam o brado separatista, e os demais o acompanhariam das janelas do Paço da Câmara Municipal de Paranaguá, bem como os demais membros da Câmara e o povo.
Isso, porém, não se concretizara. Floriano Bento Vianna, que no momento comandava a guarda de honra dos milicianos, se viu só, devido o receio daqueles que tanto estimularam o feito, receosos das responsabilidades que naturalmente o ato traria. Somente o Capitão cumpriu com o combinado, e após prestar o juramento bradou:
"Ilustríssimo Senhor. Temos concluído com nosso juramento de fidelidade. Agora queremos que se nomeie um governo provisório que no governo em separado da Capitania de São Paulo".
O Juiz de fora Doutor António de Azevedo Melo e Carvalho, lhe respondeu "que ainda não era tempo e com vagar se havia de representar Sua Majestade."
O Capitão não se fez de rogado e retrucou dizendo que "o remédio logo se aplica quando o mal aparece. Portanto não há ocasião melhor nem mais oportuna".

Diante de tal atitude foi-se relatado o ocorrido e outros o denunciaram como rebelde e ao desembargador José de Azevedo Cabral a abertura de um inquérito. Com o passar do tempo o Capitão teve seu ato tido como plenamente justificado e o inquérito posteriormente arquivado. [3]
Referências:
1 - Zatti, Carlos. O Paraná e o Paranismo, p. 42-44, 2ª Edição, 2014 (em português).
2 - Secretaria de Estado da Cultura. Sonhos, utopias e armas. As lutas e revoltas que ajudaram a construir o Paraná (em português).
3 - Zatti, Carlos. O Paraná e o Paranismo, p. 42-44, 2ª Edição, 2014 (em português).
Obra do Pintor Valdemar Curt Freyesleben

ferrovia paranagua curitiba

 

ferrovia paranagua curitiba

Nenhuma descrição de foto disponível.

ferrovia paranagua curitiba

 ferrovia paranagua curitiba


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1900. Esquina das atuais COMENDADOR ARAÚJO E VISCONDE DO RIO BRANCO.

 1900. Esquina das atuais COMENDADOR ARAÚJO E VISCONDE DO RIO BRANCO.


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1929. Esquina da RUA XV com BARÃO DO RIO BRANCO. Edificação de 1926 ainda existente.

 1929. Esquina da RUA XV com BARÃO DO RIO BRANCO. Edificação de 1926 ainda existente.


Pode ser uma imagem de texto que diz "1929 METROPOL HOTEL CURITYBA ರಯ್ತರ LuLட Situado no me- lhor ponto da Capital. 60 quartos luxuosam ente mobiliados para solteiro e casal. Optimo salão de refeições. maior conforto encontra V. Exa. no Metropol Hotel de A. SKIBINSKI & CIA. Rua 15 do Novembro, 452 Telephone, 657 End. Telg.: METROPOL ×××××” ΠΠΟΣΣ 1929"

1952. Atual Av. Batel.

 1952. Atual Av. Batel.


Pode ser uma imagem em preto e branco de ferrovia

1901. O CLUBE DE CICLISTAS DE CURITIBA ( RADFAHRER CLUB).

 1901. O CLUBE DE CICLISTAS DE CURITIBA ( RADFAHRER CLUB).


Pode ser uma imagem de bicicleta e ao ar livre

ALUÍZIO FERREIRA DE ABREU

 

ALUÍZIO FERREIRA DE ABREU


Aluizio Ferreira de Abreu, nascido em Paranaguá a 7 de dezembro de 1894, filho de Artur Ferreira de Abreu e D. Maria da Luz Santos Abreu. Fez primeiras letras no Grupo Escolar "Faria Sobrinho" de Paranaguá.  Frequentou o "Instituto Comercial de Paranaguá " que era dirigido pelo Dr. Laurentino de Azambuja, tendo sido aluno do Dr. Francisco Acioly Rodrigues da Costa e Dr. Roberto Regnier. transferiu-se para Curitiba onde cursou o Grupo Escolar "Oliveira Bello"e  no do Ginásio Paranaense.  Em1912, como escriturário do Ministério da Agricultura, dirigiu a fundação do Núcleo de Colonização "Cruz Machado".  Em 1914, igualmente trabalhou como escriturário na fundação da Colônia Iapo, de Castro.  Em1916 foi Cobrador da Devida Publica Federal da Colônia Emancipada "Itapará", de Prudentopolis e da Col. Jesuino Marcondes.  Em 1913 fez concurso de Iª entrância na Delegacia Fiscal do Paraná,  para o Ministério da Fazenda. Em janeiro de 1918 foi admitido na Alfandega de Paranaguá como Continuo, sendo nesse mesmo ano designado Guarda-Mor interino. Em janeiro de 1920 foi nomeado 2° 0ficial  Aduaneiro, em outubro do mesmo ano foi nomeado 2º Escriturario.  Em 1921, prestou concurso  na Delegacia Fiscal do Paraná.  Em outubro de 1927 foi  nomeado Iº Escriturario da Alfandega.  Foi Administrador da Mesa de Rendas de Antonina, onde serviu de 1928 a 1930. Em Março de 1931 foi nomeado Escrivão da Caixa Economica Federal anexa à Alfandega local. Serviu em 1935 como Guarda-Mor interino. Em 30 de dezembro de 1939 foi nomeado Guarda-Mor da Alfandega de Paranaguá. Desempenhou inúmeras comissões de importancia em sua longa carreira de funcionario da Fazenda, sendo Inspetor da Alfandega substituto em varias oportunidades. Em1939 tomou parte num concurso do DASP e entre mais de mil concorrentes  classificou-se em 10 º lugar no Brasil e Iº no Paraná,  Em dezembro de 1961 aposentou-se de suas funções.  Integrado na vida da cidade, a ela prestou seviços como Delegado de Polícia, em 1932. sócio Efetivo do Instituto Histórico e Geográfico de Paranaguá, sócio Fundador do Centro de Letras de Paranaguá.  Foi Secretário e Vice Presidente do Club Litterario, sócio acionista do Clube Republicano, sócio Correspondente da "Confraternida da Universal Balzaciana" de Montevidéu, sócio Correspondente.  Da Associação de Intercambio Cultural, de Guiratinga,Mato Grosso.  Socio Efetivo do Instituto Histórico e Geográfico Paranaense.  Socio Efetivo do Centro de Letras do Paraná, do qual recebeu o premio "Romário Martins" pelo seu livros de contos praieiros do litoral do Paraná, "Velas Pandas".  Cultor apaixonado das letras, desde cedo atirou-se à slides da imprensa.  Em Paranaguá, fundou e dirigiu o jornal "OPharol", Com Severo Cavalcanti Rocha, fundou o semanário "A Epocha". Na Cidade de Castro, com  Tiburel da Silva Brasil e Trajano  Toledo, fundou e  dirigiu o jornal "O Echo". Em Paranaguá, fundou a importante Revista "A Marinha".  Foi colaborador da revista "Cruzeiro" e do "Para Todos " Rio de Janeiro.  Colaborador de "A Notícia", "Diário do Comercio", "imparcial",revista" OItibere",todos de Paranaguá. Colaborador de " O  Dia", "Gazeta do Povo",  Revista do "Club Curitibano," "Prata de Casa" da imprensa de Curitiba. Figura na"Antologia Paranaense", no dicionário Bibliográfico do Paraná, e na Coletánea "Historias e Paisagens do Brasil", Volume intitulado: Marinhas digo"Pinheirais e Marinhas".Casou em primeiras núpcias em 27 de março de 1915, com D. Evangelina Marques, de cuja união tem os seguintes filhos: Anacir, Arlete, Ady, Azaléia,e Adail. Em 23 de julho de 1925, casou-se em 2ª núpcias com D. Noemia Verges Marques, de cuja união são os seguintes filhos:Evangelina e Maria da Luz - Faleceu em Paranaguá no dia 13 de fevereiro de 1979

ALIPIO CORNELIO DOS SANTOS

 

ALIPIO CORNELIO DOS SANTOS


- O  Cel. Alípio Cornélio dos  Santos,  que  construiu  através  de  uma  existência  gloriosa  a grandesa de Paranaguá onde edificou a sua própria grandeza individual, nasceu na vizinha cidade de Morretes, aos 15 de agosto de 1861, pois dali saiu com apenas 7 anos de idade.Brasileiro  de  fibra,  paranaense  por  excelência,  o  saudoso  Cel.  Alípio  Cornélio dos  Santos trabalhou com o denodo dos maiores patriotas, porisso que, mercê de s eus próprios méritos, ocupou cargos de alta envergadura social, tais como o de Presidente da Câmara Municipal, Prefeito, Escrivão e Chefe de Partidos Políticos, cargos que o elevaram às culminâncias do prestígio merecido.Como  particular,  na  vida  de  armador  naval,  construiu  diversas  embarcações  que hoje  dignificam  a  arte  nacional:  os  barcos  habilmente  modernos  de  nomes  “Paraná”, “Itiberê”,  “Marumby”  e  “Rio  do  Pinto”,  todos  eles  fazendo  linhas  como  os  portos  de Paranaguá, Santos, Rio e Antonina e vice-versa, além de demais portos sulinos. Morretense de coração, o Cel. Alípio morreu deixando em projeto o seu novo barco “Nhundiaquara”, aliás, prestes a concluir-se pelos seus dignos filhos.Sua família, é das mais dignificantes para o Paraná, pois consta dos seguintes filhos: Ivo Santos, que assumiu a direção da casa; Lauro, Mario, Alfredo, Alípio e Ney.   A  respeito  do  saudoso  Cel.  Alípio,  disse  o  grande  publicista  Romário  Martins: “Velho  aos  seus  80  anos,  mas,  firme  na  sua  pisada,  caráter  inabalável,  homem  honrada conhecedor da justiça e do dever”.Além desse imenso parque industrial, construído por essa inteligência dinâmica que em  vida  se  chamou  Cel.  Alípio  Cornélio dos  Santos,  o  grande  paranaense,  para  orgulho  de  seu Estado  e  para  glória  de  sua  terra  de  nascimento  –  Morretes  ,  ergueu,  em  nosso  Estado, mais  as  seguintes  indústrias  que  bem  alto  elevaram  o  seu  caráter  de  homem  enérgico  e trabalhador:  Engenho  de  beneficiar  arroz,  Construção  de  prédios  e  de  embarcações, serrarias e Carpintaria, Engenho de Serra, Oficina  Mecânica e outras.Os homens passam mas a sua vida fica. E o Cel Alípio há de eternamente residir em nossos corações.Jornal  de  Antonina,  em  nome  do  Paraná,  presta-lhe  através  destas  singelas  linhas um preito de merecida homenagem póstuma. Com o falecimento, em Paranaguá, ocorrido a 3 de agosto de 1944, perde, não só o Paraná, mas todo o Brasil, um dos seus mais legítimos e íntegros baluartes, o Cel. Alípio Cornélio dos Santos, vulto de alta projeção na vida progressista de nosso Estado