quinta-feira, 16 de dezembro de 2021

ANTHERO REGIS PEREIRA DA COSTA

 

ANTHERO REGIS PEREIRA DA COSTA


Anthero Regis Pereira da Costa, nascido em Paranaguá a 25 de maio de 1912. Era filho de João Francisco Régis Pereira da Costa  e de Dona Joaquina Morais Pereira da Costa. Politico, jornalista poeta de fina sensibilidade. Foi casado com a Senhora Lola da Costa e teve dois filhos João Régis e Maria Helena. Sendo de Familia tradicional de Paranaguá, que tantos nomes ilustre nos deu e que ocuparam, inclusive, altos cargos na Administração Publicas.  Anthero Regis foi eleito vereador à Camara Municipal nas eleições de 3 de outubro de 1955, pelo PDC, em cujas funções  teve oportunidade de se revelar um grande batalhador das causas publicas, apresentando proposições de grande interesse social, inclusive tendo sido eleito vice presidente daquela Casa de Leis em sessão preparatoria de 4/11/1955. Foi diretor Bibliotecário do Centro de Letras Leoncio Correia, Diretor de Turismo e Divulgação da Prefeitura. Lider inconteste do Partido Republicano, redator do Diário do Comércio, membro do Instituto Historico e Geografico de Paranaguá. Publicou poemas esparsos na revista "O Itiberê" e jornais local. Possuia fulgurante inteligência e capacidade de articular com rapidez as melhores saídas para as piores situações. Orador inflamado, vibrante, sempre fez valer essa sua força nata em seus pronunciamentos no Poder Legislativo e pelo quarto poder: A Imprensa. Como funcionário da Administração do Porto, prestou relevantes serviços à autarquia. Jornalista de mérito e de inteligência priviligiada, seus escritos eram muito apreciados pela população da cidade, não somente pelas mensagens que continham, mas também, porque via de regra, os mesmos traduziam um apelo e um anseios dos residentes desta tradicional cidade.  Por ocasião de sua morte, era Diretor Presidente da Revista "O Itiberê", orgulho da imprensa parnanguara e com grande penetração em todos os setores das cidades circunvizinhas, inclusive Curitiba. Pelo seu trato afável, era muito querido e respeitado em todas as camadas  sociais, onde deixou grandes amigos e admiradores, dada a sinceridade em que se havia na contracenação com o seu proximo. Foi, sem duvida, um estilista inconfundivel e um verdadeiro humanista. Anthero Régis nos deixou no dia 4 de maio de 1978.

Anos 70 - O trem avançava até Rua Faria Sobrinho.

 Anos 70 - O trem avançava até Rua Faria Sobrinho.


Nenhuma descrição de foto disponível.Nesta época a Rua Rodrigues Alves ainda não era interligada com a Rua Dr. Leocádio, e o trem avançava até a Rua Faria Sobrinho. Somente em 1990, as ruas foram interligadas. O "ponto zero" da ferrovia, esta demarcado na Rua Rodrigues Alves, local este próximo de onde D. Pedro II lançou a pedra fundamental da construção da Ferrovia e foi construída a primeira estação do centro.
Créditos na própria foto.

1960 - Churrascaria Cacique

 1960 - Churrascaria Cacique


Nenhuma descrição de foto disponível.Muitas familias devem recordar dos seus almoços lá, da boa conversa, das comemorações.
O Avenida Hotel, segundo o sr. Zenobio Silva, pertencia dono da banquinha de revista, na sequência, a casa de Nélis (Nenê) Rovedo, três casas depois, a loja do Silvio Drumond e a panificadora do Zeca Trigo e, do outro lado da esquina, a mercearia do Makoto, acho que era esse o nome disse ele.
Texto: Almir SSi
Foto: Com os devidos créditos.
Informações: Revista "O Itiberê" - 1960
E comentários dos seguidores da página..

Largo Cônego Alcidino, final da década de 1940

 Largo Cônego Alcidino, final da
década de 1940


Nenhuma descrição de foto disponível.no prédio da esquerda, a Agência de Veículos "Nesh", muito provavelmente um nome aportuguesado alusivo à Nash Motors, uma indústria automobilística independente norte-americana fundada em 29 de julho de 1916 e extinta em 1954 por fusão. Os primeiros automóveis desta marca somente saíram da produção para o mercado no ano de 1917 e ela chegou a ser a quarta empresa automobilística do mundo. Neste Local, depois funcionou um mercado, e atualmente, é uma loja de móveis.
No outro lado da rua, A Pensão Commercial, depois neste local, funcionou a Padaria Luzo-Brasileira, Farmácia Minerva, e atualmente Farmácia Nissei.
Um detalhe curioso na foto, uma bomba de combustível instalada no meio da rua.
Texto elaborado por AlmirSS
Crédito na própria foto.

1855. Anúncios no jornal DEZENOVE DE DEZEMBRO.

 1855. Anúncios no jornal DEZENOVE DE DEZEMBRO.


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ANITA RIBEIRO FONTES

 

ANITA RIBEIRO FONTES


Biografia de Anita Fontes. Anna Ribeiro nasceu em 6 de Abril de 1910 , na Rua Pecego Junior, 40, em frente a atual Maçonaria. Filha de Anibal e Albertina. Era irmã de Anibal Ribeiro Filho, Alberto Ribeiro, Candinho “Baitaca” Ribeiro, Joaquim e Fernando. Foi batizada na Ilha do Mel, na inauguração da Capela de Nossa Senhora dos Prazeres, próxima a Fortaleza da Barra, no mês de Julho de 1910. Fêz curso de letras no Colégio São José, foi aluna do curso prático do professor Eugenio Cordeiro, completando seus estudos no Colégio Nossa Senhora de Lourdes (Cajurú). Estudou música e pintura, mas se destacava ao piano, tendo como mestre José Itibere de Lima, o “Cazuza” e a Professora Elisabete Pate. Foi secretária datilógrafa do Inspetor da Alfândega de Paranaguá, o Sr. Arthur Ferreira de Abreu em 1927. Nessa época de cinema mudo, as alunas mais adiantadas executavam músicas ao piano, na sala de espera do Cine Elite, hoje atual Danúbio Azul, onde se apresentava em números solo ou acompanhada dos músicos Anibal Ribeiro (seu pai), Antonio Olímpio de Oliveira, Jacob Weiss, Glasir Lima, Julio Mazei, Luiz Pinho,Helena Fayad e outros. Acreditava que de seus genitores tinha herdado o “dom “ da música. Sua mãe, Albertina foi aluna da ilustre professora Ludovica Bório destacando-se como pianista. Seu pai, Annibal Ribeiro, tocava flauta nas festividades religiosas, fazia parte do Centro Musical e da Banda de Música do Comércio, Estudantina e segundo consta, chegou a participar de saraus com Heitor Villa Lobos quando este residiu em Paranaguá. Noivou em 1930 e recebeu de presente do Cazuza, a “valsa Anita” cuja execução deu-se na festa de noivado, pelo autor. Casou com o médico Dr. Antônio Fontes no ano de 1931, na Igreja Nossa Senhora do Rosario do Rocio. Em seguida foi morar no Estado do Rio, onde seu marido tinha a Fazenda São Sebastião em Vargem Alegre, próxima a Região de Barra Mansa, Barra do Piraí e Volta Redonda. Foi um período de idas e vinda à Paranaguá, onde nasceram os filhos biológicos Roberto, o primeiro filho, depois Sônia, e por criação Celina Pacini, que sempre foi considerada como filha, regressando definitivamente a nossa cidade em 1935, onde o seu marido passou a clinicar. Em sua bagagem músicas de diversos estilos, valsas, boleros, marcha-rancho, e algumas ainda inéditas. Com pendores para poesia, participou ativamente das promoções culturais da cidade, tendo integrado a “Caravana da Amizade” do Instituto Histórico e Geográfico de Paranaguá, que foi à cidade de Palmeira para fundar o Instituto Histórico em 1955. Na ocasião apresentou um trabalho sobre História e Geografia que entrou para os anais, pois foram apresentados em painéis que foram ilustrados por Rafael Silva e João Lagos. Participou de encontros de grupos de serestas, realizados em Paranaguá, Curitiba, Palmeira, Ponta Grossa, integrando a representação de Paranaguá através da Sociedade Amigos da Música. Foi homenageada pela Orquestra Sinfônica de Ponta Grossa em 1971, que executou a musica de sua autoria “Meus filhos Meus Amores”, pelo Maestro João Ramalho. Dizia que a maior homenagem que recebeu foi no ano de 1972, no dia 7 de Setembro, em evento organizado pelas professoras de música de nossa cidade, quando teve sua música “Minha Velha Paranaguá” cantada por um coral de 1.200 crianças. Por delegação do Centro Paranaense Feminino de Cultura de Curitiba, instalou em Paranaguá a “sala dos poetas”, no ano de 1973. Participou e foi presidente da Sociedade Amigos da Música, União Feminina Assistencial de Paranaguá, Rede Feminina de Combate ao Câncer, participou do Centro de Letras Paranaguá, do Instituto Histórico e Geográfico de Paranaguá, Instituto Histórico de Palmeira e de Ponta Grossa como sócia honorária. Participou ativamente do programa de radio “Coisas Nossas” do médico Ginés Gebram “que marcou época em nossa cidade. Autora da Letra e Música da “ Minha Velha Paranaguá “, revela de forma clara e precisa o amor e carinho que tinha pôr Paranaguá. A paisagem de Paranaguá era fonte de inspiração, pois a cada verso, a cada estrofe deixava escapar o profundo amor pela cidade e pelo seu futuro, como se pode notar na musica “ Minha Velha Paranaguá”. “As margens Calmas deste rio encantador; Neste recanto de tantas recordações Quanta história, quanto vulto, quanta glória! Pedaços d’alma num bouquet de emoções.” Diversas composições foram reconhecidas fora de Paranaguá. Compositora da música “Meus Filhos, Meus Amores” orquestrada e executada pela Orquestra Sinfônica de Ponta Grossa e como seu maior sucesso a valsa “Recordando“ trilha sonora da novela “Senhora“ da Rede Globo em arranjo especial da Orquestra Romaneza. Autora também, da valsa “Barra Mansa, Uma Saudade” que foi considerado segundo Hino daquela cidade, cuja Rodoviária tem o nome do seu sogro José Fontes. Teve também, na novela “A Moreninha“ da Rede Globo, uma de suas composições para piano, tocada pela personagem Carolina (a atriz Nívea Maria). Transitou por um período de talentos de Paranaguá e se destacou. Nos anos 70/80, manifestava que tinha predileção de participar de saraus com Araci e João Staniscia, Adriano Vidal, Nego Staniscia, Malvina Barleta, Manoel Viana, Alceu Zanardini, Glazir Lima, Carvalhinho, Rachel Costa, Paulino 7 Cordas, Maria Ernestina Araujo. Na poesia se destacava, e entre seus poemas: “No florescer da vida tão risonha, Desabrochando o coração feliz. No teu vulto,no enlevo de quem sonha, Há promessas de Deus Que assim quis” Viveu intensamente Paranaguá. Tinha como todos daquela geração, especial predileção pela beleza e arquitetura de nossa cidade. Sempre foi uma mulher muito à frente de seu tempo. Faleceu em 23 de Agosto de 1988 em Paranaguá, e como era seu desejo foi velada na Igreja de São Benedito.

A FONTINHA (Foto – decáda de 60)

 A FONTINHA (Foto – decáda de 60)


Nenhuma descrição de foto disponível.“Fonte Velha. A primitiva distribuição das matas e campos no estado do Paraná era a expressão de um equilíbrio natural, no que concerne a fatores climáticos e qualidade dos solos. A relação entre temperatura e umidade constituía uma fonte de riqueza para a obtenção de produtos naturais e de cultivo. A retenção das chuvas pela cobertura vegetal elevada e a sua repetida distribuição pelos arbustos e pela camada folhosa próxima ao solo fazia com que a água se infiltrasse lentamente na superfície do mesmo e fosse absorvida pelo húmus, o que resultava em acúmulo de umidade na rede de raízes. A partir de então, lenta, mas persistente, dava-se sua passagem para as camadas mais profundas até que fosse atingido o lençol de água subterrâneo, o qual por saturação, era devolvido à superfície na forma de olhos d água. (Contrariamente, a desnudação do solo, por efeito de desmatamento, faz com que ele fique sob a ação direta das precipitações; a reserva de húmus diminui e, por fim, deixa de existir e o solo fica sob efeito direto de forte lavagem, o que tem como conseqüência imediata a diminuição do depósito de água no subsolo, acelerando-se sua redução, no círculo biológico. Por essas razões fontes centenárias secam ou é sua vazão reduzida). Paranaguá, situada no sopé da Serra do Mar, degrau entre o litoral e o primeiro planalto do interior, vê desaguar em sua magnífica baía a captação de rios do planalto pelos rios das encostas da serra, fruto daquele ciclo já referido. Natural, pois, que, aqui e ali, aflorem fontes ou olhos d água, principalmente em baixadas úmidas. É o caso da chamada Fonte Velha, que já era utilizada desde tempos imemoriais pelo aborígine que habitava a região. No último quartel do século XVI, entre 1575 e 1600, os poucos brancos de origem européia, egressos de Cananéia e de São Vicente, que se haviam estabelecido na Ilha da Cotinga resolveram abandoná-la e fundar no continente fronteiro a nova póvoa, que dispunha de espaço maior para as atividades agrícolas e pecuárias. A escolha recaiu no chapadão localizado no alto das ribanceiras do então chamado Rio Taquaré (ltiberê), entre outras coisas por possuir uma fonte de água nativa que brotava em meio a formosa planície e que, por falta de represamento, se escoava na direção do mar. A primeira providência no sentido de torná-la de utilidade pública - após haver dessedentado, talvez por séculos e séculos, o aborígine - foi tomada em 10 de abril de 1655, quando a Câmara resolveu limpar o caminho da fonte de beber. Na época o local da fonte era chamado Fonte de Gamboa, corruptela de camboa, designação dada pelos Carijós, que dali foram expulsos, a curral ou esteiro de apanha de peixes, sistema por eles utilizado de procedimento técnico pesqueiro que foi herdado pelos praieiros da região. Feita a limpeza do caminho - ao longo do que é hoje a rua Conselheiro Sinimbú -, os vereadores, na sessão do dia 4 de abril de 1657, resolveram se providenciasse o represamento da água para consumo da população. Convém assinalar que, na época, à exceção da Fonte de Gamboa, não havia outro manancial de água potável. Extraía-se água de poços, mas era muito salobra. Para a execução da obra se candidataram João Gonçalves Peneda, filho presumível de Domingos Peneda (ou Ceneda) - tido como um dos fundadores da vila e seu primeiro juiz ordinário -, e Roque Dias, que prometeram executá-la em 30 dias, o que foi feito. Mas, não tendo sido trabalho perfeito e, muito menos, definitivo, passado um ano foram traçados novos planos, consistindo na construção de uma caixa fechada com abóbada, tendo em huma das faces huma janelinha para se proceder à limpeza do interior da dita fonte. A nova obra custou ao erário municipal 16$000 (dezesseis mil-réis), um absurdo para a época. Constou da edificação de caixa subterrânea, tendo descoberta, apenas, a face que se voltava para o mar, e nesta se implantaram a janela de visitação e limpeza, torneiras de bronze (hoje inexistentes) e ladrões para o escoamento do excesso de líquido. A caixa se alonga em forma de galeria, protegendo o manancial, cujo volume de água vem diminuindo com o passar do tempo, embora tenha resistido a prolongadas estiagens. Entenderam, mais tarde, os vereadores que tamanha preciosidade exigia moldura mais artística, e em 26 de dezembro de 1714 foi contratado o mestre pedreiro Agostinho da Silva Gomes para a construção de paredes, lateralmente à galeria, estrutura que até hoje ostenta. A fonte localiza-se junto às margens do Rio Itiberê, e através da Ladeira de Santa Rita, pavimentada com lajes irregulares de pedra, as quais, segundo as crônicas, vieram de ultramar, como lastro nas naus, liga-se à Rua Conselheiro Sinimbu, antiga Rua da Fonte, nas proximidades da Igreja de São Benedito. Compõe-se de duas plataformas - a superior de forma aparentemente elíptica -, construídas em alvenaria de pedra, e com escada em cantaria ligando-as. No eixo da plataforma superior ergue-se espécie de frontão, também em alvenaria de pedra e, à sua frente, interrompe-se a mureta que circunscreve a plataforma. Através de arco sob a mureta atinge-se a plataforma inferior, constituída por tanques rasos, também murados, para os quais corre a água da fonte. Essa segunda plataforma é igualmente arrematada por mureta, cujo término é uma figura esculpida em pedra, que lança a água para o Rio Itiberê. Após o tombamento, a Prefeitura de Paranaguá deu partida ao trabalho de restauração de seu mais antigo monumento, de características nitidamente coloniais, implantando a seu redor um parque em cuja extremidade há um espelho d água simbolizando o Rio Itiberê, que antes dos aterros levados a termo chegava até lá. A fonte integra o Centro Histórico e é carinhosamente apelidada de Fontinha pela população. Localização: Rua Pêcego Júnior, junto ao Rio Itiberê. Data da construção: a partir de Autor do projeto: Agostinho da Silva Gomes (mestre pedreiro da obra de 1714).”

AGUINALDO, O PROFETA DE ANTONINA - HISTORIAS E ESTÓRIAS XVIII

 AGUINALDO, O PROFETA DE ANTONINA - HISTORIAS E ESTÓRIAS XVIII


Pode ser uma imagem de texto que diz "ROFETA AGINA"

Desde o Monge da Lapa, que muita gente acredita ainda estar vivo, o Paraná é terra fértil para monges, profetas,
benzedores e curadores.
Em Antonina, o túmulo do Profeta da Costeira até hoje é motivo de romaria.
Basta deixar uma garrafa d’água em cima do túmulo, a água começa a ferver e, dizem, passa a ser um santo remédio
para qualquer mal.
Aguinaldo Vieira da Silva nasceu em Penedo, Alagoas, em 1914. De família pobre, era paralítico.
Quando estava com uns doze anos de idade, o menino Aguinaldo embarca de carona num navio e é deixado em Paranaguá.
Pede esmola e engraxa sapatos com muita dificuldade, pois só pode movimentar uma das mãos.
Aos dezessete anos, Aguinaldo mora de favor junto com uma velha senhora, também entrevada.
Moço bonito, longos cabelos sedosos, rosto de moça, Aguinaldo é mais um dos tantos miseravinhos que vegetam em Paranaguá.
Uma noite, voltando sonado para o casebre onde mora, vê, ou sente, a presença de um velho de longas barbas brancas.
Apesar das roupas esfarrapadas do velho, Aguinaldo lhe pede uma esmola:
Eu posso dar uma esmola sim, mas posso curar e dar a você o poder da cura.
O que você prefere? Aguinaldo não aceita a esmola.
Aquele velho seria, dizem, um milagreiro que desde tempos imemoriais aparece em Paranaguá.
Transtornado, Aguinaldo cai num sono profundo.
Acorda pela manhã, em seu barraco, completamente curado.
Ali mesmo realiza seu primeiro milagre: cura a velhinha entrevada que lhe dava guarida.
Os médicos parnanguaras não ficam muito satisfeitos com o novo concorrente.
Contam que moleques eram pagos para jogar pedras no barraco de Aguinaldo e ele acaba sendo preso por exercício ilegal
da medicina. A mulher do delegado sofria de enxaqueca, dessas que não saram nunca.
Com um simples copo d’água benzido, Aguinaldo cura-a para sempre e é liberado da prisão.
Apesar da fama, as coisas nunca vão muito bem para Aguinaldo em Paranaguá, muita perseguição.
Trazido a Antonina para curar um alcoólatra da família Cabral, acaba se radicando na Costeira, como um membro da família.
Fica muito amigo de Reginaldo Cabral, de sua idade, que será seu companheiro até o fim da vida.
Vem gente de todos os lugares procurar a cura e os conselhos do Monge da Faisqueira:
"eu era menininha, estava afogada com um osso de galinha na garganta, não conseguia respirar.
Minha mãe me levou ao Monge Aguinaldo, ele me deu farinha misturada com água e o osso pulou fora.
Devo minha vida a ele", diz Dona Rosinha, dona da tradicional restaurante que leva seu nome em Antonina.
Em junho de 1933, Aguinaldo morre.
Com tanta gente que veio de fora, foi o maior enterro visto em Antonina.
Na porta do cemitério, tiram uma foto que mostra o morto com os olhos entreabertos.
Afirmam que os abriu, na hora da foto, para abençoar quem tinha vindo ao enterro.
A foto vai gerar a crença que ele não morrera de fato.
Anos mais tarde corre o rumor que estava "corpo santo", crendice brasileira de que o corpo das pessoas santas conserva-se integro depois da morte: corpo seco.
Pedem a exumação, centenas de pessoas vieram ver o milagre.
Abre-se o caixão, o corpo está decomposto, mas a fé de Aguinaldo não morre.
Ainda hoje, pode-se ver gente rezando no seu túmulo azul cor do mar, pedindo ajuda.

Valêncio Xavier, escritor e historiador
Acredite se quiser! Mas nossa comunidade já teve o seu profeta. Aguinaldo Vieira da Silva, alagoano da cidade de Penedos, nasceu em 28 de abril de 1914. Vítima de paralisia infantil desde os doze anos de idade viveu em Paranaguá, quando – assim conta a lenda – recebeu uma visão de Nossa Senhora que o curou e lhe incumbiu essa missão. A fama de curandeiro ultrapassou os limites da cidade chegando a perturbar a classe médica que o acusou de charlatanismo, sendo perseguido pela polícia. Foi aí que fugiu de lancha para Antonina, fixando residência no bairro da Graciosa de Baixo, aonde mais tarde, também veio sofrer perseguições. Por solicitação das autoridades foi morar em um bairro mais distante do centro da cidade, onde residiu no Matarazzo por apenas 26 dias.
Aguinaldo faleceu na tarde de 21 de maio de 1933. Contam ainda, que o seu funeral foi acompanhado por mais de quatro mil pessoas, que se amontoavam pelas estreitas ruas da cidade como último gesto de agradecimento.

Seu corpo foi enterrado na rua central do Cemitério São Manoel, no Batel. Mas até os dias de hoje, um túmulo com o seu epitáfio recebe centenas de devotos que acreditam nos milagres do profeta. Deixam garrafas com água e levam para suas casas como remédio para as suas enfermidades. É a fé do povo fazendo a nossa cultura.
Ao comentar esse acontecimento não tenho intenção em promover o credo à figura eminente do “profeta”, mas resgatar um pouco das nossas coisas, dos valores culturais da nossa comunidade.

(As datas e dados foram colhidos de um folheto que foi impresso por pessoa agraciada com uma graça, não tendo nenhum valor científico). Extraído do livro “Crônicas da Capela” 2006.Publicado no blog Palavradobo em 28 de junho de 2002

1821 - A Conjura Separatista em Paranaguá

 1821 - A Conjura Separatista em Paranaguá


Nenhuma descrição de foto disponível.A Conjura Separatista foi o nome dado a manifestação de caráter emancipacionista encabeçado pelo Capitão Floriano Bento Vianna, Comandante da Guarda do Regimento de Milícias, no dia 15 de julho de 1821, na praça de Paranaguá, perante o Juiz de fora António de Azevedo Melo e Carvalho, onde estavam presentes o povo e as demais autoridades da cidade por ocasião do juramento das bases da Constituição do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves.

Na véspera do dia 15 de julho de 1821, o Capitão Floriano Bento Vianna foi procurado pelo Sargento-mor de Ordenanças Francisco Gonçalves Rocha e pelo Capitão Inácio Lustosa de Andrade a participar de reuniões secretas junto as demais autoridades de Paranaguá que manifestavam o desejo de separar a Comarca de Curitiba e Paranaguá, conhecida como Quinta Comarca, da Capitania de São Paulo. [1]
Dentre os motivos para a conjuração, segundo o historiador Ruy Wachowicz estava:
I- A ignorância e o despotismo dos comandantes militares da comarca, que não procuravam o bem do povo;
II- A falta de justiça, devido à dificuldade que havia em impetrar recursos perante as autoridades de São Paulo;
III- O fornecimento, pela comarca, de grande número de praças de guerra às milícias portuguesas, sobretudo para as entradas que desbravavam nossos sertões, ficando muitas famílias na miséria;
IV- A falta de moeda na comarca, devido às grandes somas que eram remetidas, como impostos, para São Paulo;
V- O abandono em que se encontrava a comarca pela administração de São Paulo, surda que era aos apelos e queixas populares. [2]

Em segredo ficou combinado de iniciarem uma revolta tendente a esse fim, aproveitando-se da formatura dos milicianos, no momento em que o magistrado proferisse a formula do juramento. Neste ato os conjurados dariam o brado separatista, e os demais o acompanhariam das janelas do Paço da Câmara Municipal de Paranaguá, bem como os demais membros da Câmara e o povo.
Isso, porém, não se concretizara. Floriano Bento Vianna, que no momento comandava a guarda de honra dos milicianos, se viu só, devido o receio daqueles que tanto estimularam o feito, receosos das responsabilidades que naturalmente o ato traria. Somente o Capitão cumpriu com o combinado, e após prestar o juramento bradou:
"Ilustríssimo Senhor. Temos concluído com nosso juramento de fidelidade. Agora queremos que se nomeie um governo provisório que no governo em separado da Capitania de São Paulo".
O Juiz de fora Doutor António de Azevedo Melo e Carvalho, lhe respondeu "que ainda não era tempo e com vagar se havia de representar Sua Majestade."
O Capitão não se fez de rogado e retrucou dizendo que "o remédio logo se aplica quando o mal aparece. Portanto não há ocasião melhor nem mais oportuna".

Diante de tal atitude foi-se relatado o ocorrido e outros o denunciaram como rebelde e ao desembargador José de Azevedo Cabral a abertura de um inquérito. Com o passar do tempo o Capitão teve seu ato tido como plenamente justificado e o inquérito posteriormente arquivado. [3]
Referências:
1 - Zatti, Carlos. O Paraná e o Paranismo, p. 42-44, 2ª Edição, 2014 (em português).
2 - Secretaria de Estado da Cultura. Sonhos, utopias e armas. As lutas e revoltas que ajudaram a construir o Paraná (em português).
3 - Zatti, Carlos. O Paraná e o Paranismo, p. 42-44, 2ª Edição, 2014 (em português).
Obra do Pintor Valdemar Curt Freyesleben

ferrovia paranagua curitiba

 

ferrovia paranagua curitiba

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