terça-feira, 27 de dezembro de 2022

As Galerias de Curitiba

 As Galerias de Curitiba

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É praticamente impossível circular pelo centro da cidade sem passar, parar e adquirir algum produto ou serviço que é oferecido pelas muitas galerias que essa região dispõe. Elas podem ser consideradas sem sombra de dúvidas, as precursoras dos shopping centers de Curitiba. A diversidade de produtos e serviços é mais abrangente do que num shopping, o espaço é democrático, os preços são competitivos e em comparação com os outros comércios de rua, trata-se de um espaço mais seguro.

Existem dezenas de galerias em Curitiba, mas irei aqui abordar apenas aquelas que fizeram ou fazem parte da minha vida e de minha história, espaços pelos quais circulei à caminho de casa, da faculdade, do meu curso de inglês ou por qualquer outro motivo.

O jornalista José Carlos Fernandes, colunista da Gazeta do Povo, produziu o seguinte texto dentro da proposta dos “50 Motivos para amar Curitiba”:

As vovós dos shoppings
Há três anos pus o pé no petit-pavê e saí contando quantas galerias têm o Centro de Curitiba e vizinhanças. Naquela época, a conta deu 24. Achei que era o número exato. Mas, a cada circulada, parece que uma nova galeria corta a quadra ao meio e desmente a contabilidade. Vá lá – devem ser cerca de 30 “avós dos shoppings” espalhadas pelo principal bairro da cidade. E elas valem o show.
O arquiteto Rafael Dely, morto em 2008, dizia que “toda cidade procura uma identidade. A de Curitiba está nas galerias.” E outro arquiteto, Salvador Gnoato, lamenta que esses espaços acolhedores tenham sido substituídos, no urbanismo contemporâneo, por áreas mais funcionais.
Cá pra nós, não é de todo impossível que galerias como a Tijucas e a Lustosa saiam da obscuridade e se tornem novamente lugares para zanzar numa tarde vadia. A cada vez que um grupo de comerciantes se dispõe a salvar o Centro da decadência, a luzinha acende: é a hora e a vez de lugares como a Pinheiro Lima ou a Suíssa. Aliás, tem galerias para todos os gostos, das “pré-históricas”, abertas para a rua – como o trecho da XV com a Monsenhor Celso –, às “populares”, como a Andrade. Refaça esse mapa você mesmo.

GALERIA DO EDIFÍCIO ASA

Se a Galeria Ritz é a única com entradas em desnível, a Galeria do Asa (Rua Voluntários da Pátria, 475) é a única com 3 pontos de acesso: pela Praça Osório, pela Voluntários da Pátria e pela Al. Dr. Carlos de Carvalho. Por ter morado no Asa por 12 anos, a Galeria do Asa é para mim a mais familiar. A movimentação diária na galeria é intensa pois além dos estabelecimentos tais como cabeleireiros, bares, agência de turismo, lojas variadas e portaria dos três blocos, a galeria dá acesso à dois blocos residenciais e um bloco comercial, todos com 22 andares. Um de seus síndicos mais folclóricos foi o Dr. Zarur (já falecido), responsável pelo visual peculiar que até hoje permanece na galeria. A galeria foi inaugurada em 1954.

GALERIA OSÓRIO

Galeria General Osório (Praça General Osório, 333) oferece 33 lojas como salão de beleza, antiquário, produtos naturais, informática, ótica, confecções, jóias, cópias xerográficas, além de uma praça de alimentação bem movimentada, pelo menos antes da pandemia. Dessa galeria lembro-me de uma enorme pista de autorama que ficava montada onde hoje está a praça de alimentação. Não tenho certeza, mas acho que essa pista pertencia a Lima Hobbies, que se mudou para o Shopping Estação. Nessa galeria funcionava a barbearia (que já não existe) que meu pai freqüentou por décadas até falecer o seu barbeiro. O mais antigo comerciante da galeria era (ou é) o Sr. Nelson Lehmkhul, que por mais de 35 anos concertou relógios no local.

GALERIA MINERVA
Fica na Rua XV de Novembro, 384. Não tenho certeza, mas acredito que essa galeria tenha esse nome em função de uma antiga farmácia Minerva que ficava na sua entrada. Galeria pequena, mais larga do que as outras e por isso mesmo, bastante iluminada.

GALERIA RITZ
Fica na Av. Marechal Deodoro, 51 ao lado da loja C&A. Única galeria com dois níveis no centro de Curitiba. O desnível existente entre as Rua XV de Novembro e a Av. Marechal Deodoro é vencido por uma escadaria. Além dos serviços da própria galeria (Cartório, Agências de turismo, lojas de roupas e banco), ela dá acesso ao edifício comercial, onde uma infinidade de serviços são oferecidos. Houve um tempo que até uma academia de Karatê existia no local (o Sensei era meu professor de Educação Física na UFPR).

GALERIA TIJUCAS

Junto com a Suissa, a Galeria do Edifício Tijucas (Avenida Luiz Xavier, 68) é das mais conhecidas e frequentadas de Curitiba, não só pelo Tabelionato Marques (aberto na década de 60) em uma das pontas, ou por dar acesso ao gigante prédio comercial e residencial que dá seu nome, mas também, por ser a galeria da Boca Maldita e por oferecer a essa, o seu cafezinho oficial no Café da Boca, inaugurado em 1965.

Quem mora em Curitiba há tempos, deve lembrar-se que todos os dias ao entardecer, um advogado saia à janela de seu escritório no Edifício Tijucas e oferecia à cidade, uma apresentação de música, tocando com maestria o seu trompete. Quem morava por perto (como eu), acostumou-se com esse som todos dias e era muito comum, pessoas paradas debaixo do Tijucas, procurando o músico. O trompete calou-se e não achei referências sobre seu destino.

A galeria dispõe de vários estabelecimentos comerciais, como escritório de advocacia, clínica médica, odontológica, farmácia, imobiliária, lanchonete, casa lotérica, loja de perfumes, estética, costureira e alfaiate, aliás, o único alfaiate que visitei em Curitiba trabalhava nesse prédio. Lá meu pai mandava ajustar seus ternos.

GALERIA SUISSA

A Galeria Suissa, cujo endereço é Rua Marechal Deodoro, 262 (ligando a Marechal Deodora à José Loureiro), possui loja de materiais elétricos, restaurante, casa de câmbio e turismo, informática, modeladores, produtos de higiene e beleza, moda feminina e masculina, equipamentos eletrônicos, jóias, casa e jardim, material escolar e escritório, alimentos, games e cópias xerográficas e heliográficas.

Ponto de referência para qualquer morador de Curitiba, a Galeria Suissa foi inaugurada em 12 de outubro de 1962, nessa época conhecida por Galeria Alberto Bolliger, servindo apenas uma loja: a Casa Suissa, que vendia eletrodomésticos, móveis, brinquedos e material elétrico. A Casa Suissa ainda hoje mantém-se na galeria, comercializando material elétrico, sob a administração de outra família. Aos Bolliger cabe hoje a administração da galeria como um todo. Desde 1977 a galeria foi aberta para outras lojas.

GALERIA LUSTOZA

A galeria cujo nome homenageia o deputado provincial e restaurador Antônio Ricardo Lustoza de Andrade, fica sob o Edifício Visconde de Taunay, de uso comercial e residencial construído no centenário da emancipação política do Paraná. A galeria liga a Rua XV de Novembro e a Rua Marechal Deodoro.

Fotografias:
Washington Takeuchi ( @wctakeuchi )

Fonte de Jerusalém ou Memorial das Américas?

 

Fonte de Jerusalém ou Memorial das Américas?

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Há prédios, praças e monumentos da cidade com os quais convivemos e que nos ajudam a definir o espaço urbano como nosso. Acho muito interessante no caso desses marcos urbanos entrar em contato com pessoas que participaram do projeto ou neles viveram, revelando informações que só essas pessoas possuem.

Há algum tempo eu tive a oportunidade de conhecer uma pessoa que teve um papel essencial na criação de um desses monumentos, a Fonte de Jerusalém. Essa pessoa é a artista Lys Aurea Buzzi, que criou e executou os lindos anjos de bronze que estão no topo do pilar.

A história que ela me contou em 2019 num dos encontros do Croquis Urbanos de Curitiba é bem curiosa e mostra como uma conveniência política mudou por completo a concepção da fonte, quando os anjos já estavam praticamente prontos e criados para o projeto original.

No final de 1994 na gestão do Prefeito Rafael Greca, a artista foi convidada para executar três esculturas de anjos (exigência do prefeito) que seriam o destaque de um monumento a ser instalado na rotatória. O monumento seria chamado “Memorial às Américas”, uma celebração da paz entre os povos, no qual cada anjo representaria uma das três Américas.

A proposta foi apresentada em janeiro de 1995 e previa que cada anjo de pouco mais de 3 metros seria instalado em pilares individuais, de alturas diferentes (8 à 15m), sobre um espelho d’água no formato dos mapas das Américas, tendo a água como ponto de união.

O anjo que representa a América do Norte ficaria no pedestal mais alto e tem os braços para o alto, saudando o que está por vir. O que representa a América Central ficaria no pedestal intermediário e tem os braços abertos para frente saudando a terra e os mares. E o que representa a América do Sul ficaria no pedestal mais baixo e tem os braços abertos para baixo numa referência à sua proximidade com as pessoas.

O projeto previa ainda o aproveitamento da maior parte da vegetação da rotatória, retirando apenas o que fosse necessário para dar visibilidade ao monumento.

Algumas alterações no projeto foram acontecendo sem que a autora tivesse participação nelas. A primeira foi a questão dos pedestais, pois houve quem reclamasse que haveria uma espécie de hierarquia entre os anjos devido à diferença das alturas, por isso os pedestais deveriam ter a mesma altura e por fim, de três pedestais o monumento passou a ter um pedestal único. A vegetação que em grande parte deveria ser aproveitada, foi completamente retirada.

Mas a mais drástica mudança de todas foi a guinada no conceito do monumento que de “Memorial às Américas” passou a chamar-se “Fonte de Jerusalém”, numa homenagem aos quase 5 mil anos da cidade sagrada.

Pelo que eu soube, naquele ano o então Prefeito de Jerusalém, Ehud Olmert, enviou comunicados ao mundo informando o importante marco dos 5000 anos da cidade sagrada e pedia que o fato fosse celebrado.

Alterado a razão da fonte, cada anjo então passou a representar nesse novo monumento as três grandes crenças monoteístas que acreditam na existência de anjos e para as quais Jerusalém é sagrada: cristianismo, islamismo e judaísmo.

A fonte foi inaugurada no dia 22/12/1995, com a presença dos então Governador do Paraná Jaime Lerner, Prefeito de Curitiba Rafael Greca e o então Prefeito de Jerusalém Ehud Olmert.

Obviamente os anjos não foram pensados, desenhados e executados para esse fim. Certamente se a proposta desde o início fosse uma homenagem à Jerusalém, talvez o monumento fosse outro, talvez os anjos seriam outros e talvez, dentro da concepção que cada religião tem deles.

Enfim, coisas que só a política (talvez) explica e histórias que só temos condições de conhecer ao falar com as pessoas diretamente envolvidas com elas.

Mais uma curiosidade sobre a Fonte de Jerusalém. Nela estão fixados alguns painéis de azulejos e num deles está grafado o seguinte Salmo da bíblia:

“Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a constroem. Se o Senhor não guardar a cidade, em vão vigiam as sentinelas.”

No painel esse Salmo está identificado como sendo o de número 137, ocorre que o Salmo de número 137:1-3 diz o seguinte:

“Junto aos rios da Babilônia nós nos sentamos e choramos com saudade de Sião.
Ali, nos salgueiros penduramos as nossas harpas; ali os nossos captores pediam-nos canções, os nossos opressores exigiam canções alegres, dizendo: “Cantem para nós uma das canções de Sião!”

O Salmo 137 inclusive é bem conhecido, pois serviu de inspiração para uma música muito conhecida da época da discoteca, gravada em 1978 pelo grupo Boney M chamada “Rivers of Babylon”.

O Salmo grafado no painel é na verdade o de número 127:1 e eu mesmo já havia informado à prefeitura do fato e soube que outras pessoas também, mas o erro jamais foi corrigido.

A última imagem, que faz parte do estudo de como o monumento foi imaginado, foi gentilmente cedida pela arquiteta Lys Aurea Buzzi.


Os Cinemas de rua de Curitiba eram um complexo de cinemas que tiveram início nos anos de 1920, se iniciando com o Cine Avenida em 1929, localizado no Palácio Avenida na Rua XV de Novembro. O complexo chegou a abranger dezenas de espaços de tamanhos e públicos variados, hoje vamos falar da história de alguns desses espaços e as transformações que ocorreram.

 Os Cinemas de rua de Curitiba eram um complexo de cinemas que tiveram início nos anos de 1920, se iniciando com o Cine Avenida em 1929, localizado no Palácio Avenida na Rua XV de Novembro. O complexo chegou a abranger dezenas de espaços de tamanhos e públicos variados, hoje vamos falar da história de alguns desses espaços e as transformações que ocorreram.

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  Ainda nas décadas de 20 e 30 a Rua XV de Novembro era muito diferente de como conhecemos hoje, com seu calçadão generoso reservado para o passeio de pedestres, na época ainda estreita, a via era um dos principais eixos das linhas de ônibus da capital, se tornando um importante ponto de encontro cultural e social da época.

Eram três os cinemas na pequena Av. Luiz Xavier, o Cine Palácio, inaugurado em meados dos anos 50, que se localizava no Ed. Moreira Garcez,  logo mais adiante o já mencionado Cine Avenida, de 1929, que ocupou o Palácio Avenida e em sua frente o Cine Ópera no Edifício Heloisa Carneiro, que teve suas atividades de 1941 até 1979.  Já na Rua XV de Novembro, tínhamos o Cine Ritz inaugurado pela primeira vez em 1948, contudo com o alargamento da Rua XV de Novembro o edifício onde se localizava o cinema foi demolido em 1962, posteriormente nos anos 80, o terreno foi adquirido pela C&A e, por proposta do então prefeito Jaime Lerner, o cinema foi reconstruído ao lado da loja. Dessa forma, o cinema retomou suas exibições em 1985 sob administração da Fundação Cultural de Curitiba, até finalmente cessar suas atividades em 2005, hoje a entrada que levava ao cinema dá acesso à loja Magazine Luiza.

Na esquina da Praça Zacarias, em 1939 surgia o Cine Luz em um edifício especialmente construído para as projeções, pela construtora Guttierrez, Paula & Munhoz. Após 22 anos e algumas inundações, o cinema foi encerrado por um incêndio em 1961. Após o incidente, o cinema retomou suas atividades em 1985, ocupando o térreo da nova sede do CityBank, também na Rua XV de novembro, encerrando permanentemente suas atividades em 2009.

 O Cine Rivoli, construído pela paulista Empresa Cinematográfica Sul, funcionou na Rua Emiliano Perneta de 1960 até 1982 quando encerrou suas atividades. O edifício hoje abriga uma unidade de atendimento do Procon-PR.  

Logo mais adiante, próximo a Praça Rui Barbosa, o luxuoso Cine São João inaugurado em 1960, contava com uma das maiores salas de exibição da capital, teve sua decadência iniciada nos anos 80, até encerrar suas atividades em 2006, hoje o edifício é ocupado por comércios e o que resta do legado é o letreiro original, já encoberto pelas árvores. 

Cine Curitiba, teve passagem breve pela história, surgiu das antigas instalações do Cine República, na Rua Voluntários da Pátria ao lado do Cine América, era um enorme barracão de madeira com sua fachada em alvenaria, onde funcionou até seu fechamento em 1965.

Nos anos de 1940, o até então imóvel a Sociedade Thalia foi comprado pela Associação dos Servidores Públicos do Paraná, que em 1964 inaugurou o Cine Plaza, situado na Praça Osório o cinema possuía 800 lugares e depois de quase 50 anos cessou seu funcionamento, hoje o local abriga um estacionamento.

Construído pela família Johnscher, em 1963 inaugurava o Cine Vitória na Rua Barão do Rio Branco em frente ao atual Museu da Imagem e Som (MIS), com 1800 lugares o cinema alcançou grandes bilheterias da época, até que seu prédio de 5.800m2 foi vendido em 1986 para o governo do estado, no ano seguinte encerrou suas exibições cinematográficas e o local passou a abrigar um centro de convenções que funciona até hoje.  

No período que esteve na direção da Empresa Cinematográfica, o historiador David Carneiro investiu na construção de um novo cinema para Curitiba, em um terreno em frente ao Largo Frederico Faria de Oliveira, onde inauguraria o Cine Arlequim no ano de 1955, o cinema ficava no Edifício Carlos Monteiro,  o cinema possuía uma valorosa decoração com a temática Arlequim/Colombiana/Pierrot com murais da artista carioca Nely Bezerra de Menezes, o lugar foi fechado em 1979 e teve seu fim selado com a demolição do edifício, onde atualmente funciona uma Lojas Americanas.

Cine Lido, inaugurado em 1959 na Rua Ermelino Leão, construído por Henrique Oliva, era então o mais moderno da cidade. Em 1984, o cinema passou por uma intensa reforma, onde pouco restou do projeto original: apenas as paredes e o teto que, por sua vez, foi também remodelado. Além de mais duas salas de exibição, o projeto de Oscar Mueller também reestruturou o antigo hall de modo que pudesse ser transformado em seis pequenas lojas. O cinema ainda está em funcionamento, porém com uma dinâmica diferente da original.

Fotografias:
Fotografias antigas: Acervo da Casa da Memória em Curitiba, acervo MIS e ccervo Revista Ideias.
Fotografias atuais reproduzidas pelo Google Street View.

Fontes:
https://www.gazetadopovo.com.br/haus/estilo-cultura/saiba-o-que-aconteceu-com-5-cinemas-antigos-de-rua-em-curitiba/
https://www.revistaideias.com.br/2015/07/05/cinelandia-curitibana/
https://www.aescotilha.com.br/colunas/zero-pila/palestra-arte-moderna-em-curitiba-formas-de-narrar/attachment/cine-palacio-curitiba/
https://canalremix.wordpress.com/2019/03/23/a-nova-era-dos-cinemas-de-rua-o-cine-passeio/
https://www.revistaideias.com.br/2016/06/05/poeiras/
https://www.filmes.seed.pr.gov.br/
https://www.revistaideias.com.br/2016/02/05/fora-da-cinelandia/

CRISTO, Luciana; MIYAKAMA, Nivea. 24 Quadros – Uma viagem pela Cinelândia de Curitiba. Curitiba. Travessa dos Editores. 2010. 168p