terça-feira, 3 de janeiro de 2023

Rua Presidente Carlos Cavalcanti

 

Rua Presidente Carlos Cavalcanti

A via leva hoje o nome do ex-presidente do Paraná

No ano de 1857, Curitiba tinha 12 vias importantes, pelas quais a população passava diariamente. Eram elas a Rua do FogoRua DireitaRua da EntradaRua da CariocaEstrada da MarinhaRua FechadaRua do RosárioRua do NogueiraRua das FloresRua do Comércio, Rua do Saldanha e Rua da Assembleia.

As primeiras ruas de Curitiba - Rua Presidente Carlos Cavalcanti - Curitiba Space

Rua do Saldanha é a atual  Rua Presidente Carlos Cavalcanti. O nome atual é em homenagem ao ex-presidente do Paraná, Carlos Cavalcanti de Albuquerque – na época, o cargo de governador era chamado de “Presidente do Estado”. O carioca ficou no no cargo de 25 de fevereiro de 1912 a 25 de fevereiro de 1916. O município de Carlópolis, que antigamente se chamava Jaboticabal, trocou seu nome para também homenageá-lo. Além desse cargo, Cavalcanti foi militar da arma de engenharia, fundador do Corpo de Bombeiros do Paraná, intelectual, orador, poeta, professor, deputado estadual, federal e senador.

Aproximadamente a partir de 1870, a via passou a se chamar Rua do Serrito. Ainda sem infraestrutura alguma, o local recebeu comércios como oficinas, depósitos de lenha e selarias após 1880. Os estabelecimentos se localizavam no trecho que compreende o Largo Bittencourt (Círculo Militar) e a Rua da Graciosa, sendo que na direção oeste que a região fez jus ao nome em função de um aclive que passava a impressão de serra. Com o passar do tempo, a atual Rua Presidente Carlos Cavalcanti foi ganhando importância e recebendo serviços e construções como a residência do Barão do Serro Azul e a chácara do Dr. Augusto Teixeira Freitas (atual Palácio das Telecomunicações).

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Antes de homenagear Carlos Cavalcanti, a via se chamava Conselheiro Barradas em referência ao importante personagem histórico no contexto da Guerra do Contestado.

Referências Bibliográficas:
HOERNER Jr, Valério. Ruas e Histórias de Curitiba, 2° edição. Curitiba: Artes & Textos, 2002. 183p.
FENIANOS, Eduardo Emílio. Manual de Curitiba: A cidade em suas mãos. Curitiba. UniverCidade. 2003. 160p.

Avenida João Gualberto A via era a principal saída para que deixava Curitiba no século XVIII

 

Avenida João Gualberto

A via era a principal saída para que deixava Curitiba no século XVIII

No ano de 1857, Curitiba tinha 12 vias importantes, pelas quais a população passava diariamente. Eram elas a Rua do FogoRua DireitaRua da EntradaRua da Carioca, Estrada da Marinha, Rua FechadaRua do RosárioRua do NogueiraRua das FloresRua do ComércioRua do Saldanha e Rua da Assembleia.

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Estrada da Marinha ou mesmo da ”Graciosa” – que também fez parte das denominações da região – se tornou o principal caminho para “sair” de Curitiba. Ligava a pequena vila até a Serra da Graciosa. Com a estruturação da via, se tornou a Estrada da Graciosa, dando continuidade a Rua da Graciosa.

Inicialmente conhecida como Boulevard Dois de Julho em função da sua beleza, aspectos arborizados e com predominância de requintadas residências, a via passou a homenagear João Gualberto Gomes de Sá Filho na segunda década do século XX após o desfecho da Batalha do Irani.

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Na época, o local tinha seu trecho compreendido entre a Praça 19 de Dezembro e a atual Rua Comendador Fontana. Destaque para construções imponentes de tradicionais famílias que se destacavam como grandes produtores de erva-mate, políticos importantes e outras personalidades da cidade. Com o crescimento natural do cenário urbano de Curitiba, a Av. João Gualberto ganhou trechos maiores e assenhorou-se no percurso da Estrada da Graciosa até o bairro Cabral. Da região da Igreja Bom Jesus do Cabral para a frente, a denominação continuava Graciosa.

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João Gualberto Gomes de Sá Filho nasceu no Recife e com 20 anos se tornou Alferes. Pouco tempo depois, se mudou para o Paraná, servindo o 13º Regimento de Cavalaria do Exército Nacional. Em 1912, foi escolhido para Prefeito de Curitiba, mas não assumiu o posto, pois preferiu comandar o Regimento de Segurança do Estado do Paraná (PMPR).

Referências:
HOERNER Jr, Valério. Ruas e Histórias de Curitiba, 2° edição. Curitiba: Artes & Textos, 2002. 183p.
FENIANOS, Eduardo Emílio. Manual de Curitiba: A cidade em suas mãos. Curitiba. UniverCidade. 2003. 160p.

Rua Riachuelo A rua liga a antiga prefeitura - atual Paço da Liberdade - até a Praça 19 de Dezembro

 

Rua Riachuelo

A rua liga a antiga prefeitura - atual Paço da Liberdade - até a Praça 19 de Dezembro

No ano de 1857, Curitiba tinha 12 vias importantes, pelas quais a população passava diariamente. Eram elas a Rua do FogoRua DireitaRua da Entrada, Rua da Carioca, Estrada da MarinhaRua FechadaRua do RosárioRua do NogueiraRua das FloresRua do ComércioRua do Saldanha e Rua da Assembleia.

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A antiga “Rua Carioca do Campo” é hoje a Riachuelo, que fica no centro da cidade e liga a antiga prefeitura – atual  Paço da Liberdade – até a Praça 19 de Dezembro.  Servia de ligação para o litoral do estado – na época “Província”. Além disso, ligava o Caminho da Marinha, como era conhecida a atual Av. João Gualberto, ao centro da cidade.

Ao longo da história, a via teve ainda mais denominações, como Rua LisboaRua dos Veados e Rua do Campo. O “dom” para o comércio nasceu cedo na região, aproximadamente em 1850. Os principais comerciantes eram portugueses, que vendiam propriedades, ferragens e secos e molhados. Foi essa vocação que fez surgir um maior interesse da Prefeitura pela região. Com o fluxo de pedestres aumentando cada vez mais, a via foi pavimentada.

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Em 1871, a via passou a se chamar Riachuelo, entre a Rua Direita e o Largo da Carioca. O nome é referente a uma lembrança da Batalha do Riachuelo, na Guerra do Paraguai. Nos anos seguintes, a proximidade com o Mercado Municipal da época; a inauguração da Estrada de Ferro, em 1885; e do Passeio Público, em 1886, deixaram a região ainda mais movimentada, definindo a Riachuelo como uma importante região comercial da cidade.

Com a inauguração dos bondes, em 1887, a rua começou a ter traços mais modernos. Posteriormente, a influência de imigrantes europeus também mudaria a cara da região, tornando-a “cosmopolita”. Na metade do século XX, uma nova mudança étnica aconteceu na região. Os sírios-libaneses começaram a comprar os estabelecimentos de italianos, alemães e portugueses, que começaram a se agrupar em regiões periféricas da cidade – como no caso do bairro italiano de Santa Felicidade.

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Nos últimos 40 anos, a Riachuelo foi perdendo seu brilho. O descuido das autoridades, somadas a desvalorização dos imóveis, deixou a região abandonada. Uma revitalização se fazia cada vez mais necessária, e há poucos anos isso começou. As vias da região foram consertadas, as calçadas reconstruídas, a iluminação ampliada e a polícia voltou a frequentar mais a região. As ações ainda não trouxeram o glamour de tempos anteriores, mas já deram uma nova cara a região.

Relógio da Rua Riachuelo - Curitiba Space

Alguns destaques da Rua: Palácio Riachuelo e o Relógio Centenário.

Referências:
BOLETIM INFORMATIVO DA CASA ROMÁRIO MARTINS. Cores da Cidade: Riachuelo e Generoso Marques. Curitiba: FCC. 1996. 90p.
HOERNER Jr, Valério. Ruas e Histórias de Curitiba, 2° edição. Curitiba: Artes & Textos, 2002. 183p.
FENIANOS, Eduardo Emílio. Manual de Curitiba: A cidade em suas mãos. Curitiba. UniverCidade. 2003. 160p.

Rua São Francisco A via era chamada de "Rua do Fogo" e em 2013 foi restaurada

 

Rua São Francisco

A via era chamada de "Rua do Fogo" e em 2013 foi restaurada

No ano de 1857, Curitiba tinha 12 vias importantes, pelas quais a população passava diariamente. Eram elas a Rua do Fogo, Rua DireitaRua da EntradaRua da CariocaEstrada da MarinhaRua FechadaRua do RosárioRua do NogueiraRua das FloresRua do ComércioRua do Saldanha e Rua da Assembleia.

As primeiras ruas de Curitiba - Rua São Francisco - Curitiba Space

A longo da sua história a Rua São Francisco já se chamou Rua do Hospício; do  Riachuelo; do Terço; e a mais antiga denominação – datada de 1786 – Rua do Fogo. O nome atual é de 1867.

O nome de Rua do Fogo não veio em vão. Antes de se tornar a tradicional São Francisco, a via tinha seu cenário marcado por uma legião de senhoras que se aproveitavam das pensões ou “casas de cômodo” próximas com o intuito de ganhar a vida através do que viria a ser chamado de lenocínio, ou mesmo, cafetinagem.

As primeiras ruas de Curitiba - Rua São Francisco - Curitiba Space

Por muito tempo a Rua do Fogo acabou esquecida dos projetos urbanos de Curitiba, causando uma debandada de comerciantes e moradores. A primeira grande preocupação aconteceu com a proibição de concessões para novas instalações na região, o que gerou a mudança das “profissionais” para a Rua Ratcliff, atual Westphalen.

As perturbações da Rua do Fogo não tiveram fim. Após pressão da Câmara e de políticos, a via passaria a se chamar Rua São Francisco, em homenagem ao das Chagas, e que no imaginário da época traria um conceito mais moral e de respeito ao local. Localizada no coração de Curitiba, a Rua São Francisco é uma das mais tradicionais e antigas da cidade. Atualmente, mesmo após uma revitalização recente, ainda é possível contemplar aspectos históricos como a antiga calçada e a argola usada para prender animais. Segundo Rafael Greca de Macedo, ex-prefeito de Curitiba, esta argola se localiza em frente à antiga Ferraria dos Tod, estabelecimento que daria outra hipótese para o nome de Rua do Fogo em função do forno no local.

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A revitalização recente da Rua São Francisco, além de preservar a história, trouxe importantes melhorias para a região. As calçadas foram alargadas, passando em um dos lados de 2 metros para cerca de 3,5 metros com implantação de placas de concreto de alta resistência na cor vermelha, e a iluminação pública ganhou o reforço de mais de 30 postes e arandelas com o intuito de destacar a fachada dos imóveis da região.

Referências:
HOERNER Jr, Valério. Ruas e Histórias de Curitiba, 2° edição. Curitiba: Artes & Textos, 2002. 183p.
FENIANOS, Eduardo Emílio. Manual de Curitiba: A cidade em suas mãos. Curitiba. UniverCidade. 2003. 160p.

Rua do Rosário A via leva o nome da famosa Igreja do Rosário, uma das mais antigas da cidade

 

Rua do Rosário

A via leva o nome da famosa Igreja do Rosário, uma das mais antigas da cidade

No ano de 1857, Curitiba tinha 12 vias importantes, pelas quais a população passava diariamente. Eram elas a Rua do FogoRua DireitaRua da EntradaRua da CariocaEstrada da MarinhaRua Fechada, Rua do Rosário, Rua do NogueiraRua das FloresRua do ComércioRua do Saldanha e Rua da Assembleia.

As primeiras ruas de Curitiba - Rua do Rosário - Curitiba Space

Rua do Rosário teve ao longo de sua história a presença de ilustres moradores. Destaque para José Hauer Sênior – proprietário da primeira usina elétrica de  Curitiba e que construiu na via a mansão conhecida como Castelo Hauer. Outro notório residente foi Waldemar Curt Freyesleben, artista renomado e um dos fundadores da Escola de Música e Belas Artes do Paraná. O curitibano teve Alfredo Andersen como mestre de sua trajetória na arte.

Durante a década de 1940, a Rua do Rosário também abrigou importantes estabelecimentos como a Padaria do Max Rosenmann; Funerária Falce; Marmoria Vardanega; e a Pensão Paranaense. O clima pacato da época só era substituído pelo sino da Igreja do Rosário que avisava a chegada de um novo funeral. No início dos anos de 1970, a Rua do Rosário teve parte da sua extensão fechada para veículos. A liberação – em função do comércio e de uma alternativa viária na região – aconteceu no final da década de 1990.

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O nome é uma referência a Igreja do Rosário – construção localizada no fim da via. O local já se chamou Rua Nova do Rosário (1773) e Rua Nova de Nossa Senhora do Rosário. Torna-se um caso atípico ao manter o nome sem grandes alterações ao longo do tempo.

Referências:
FENIANOS, Eduardo Emílio. Manual de Curitiba: A cidade em suas mãos. Curitiba. UniverCidade. 2003. 160p.
TREVISAN, Edilberto. Curitiba na Província – Ruas, Moradores Antigos, Explosão de Cidadania. Curitiba. 2000.
Texto de Cid Destefani.
GAZETA DO POVO. Carros voltam à Rua do Rosário. 1997.