quinta-feira, 2 de fevereiro de 2023

O Bosque do Alemão e sua história

 O Bosque do Alemão e sua história

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O Bosque do Alemão é um dos destinos turísticos mais populares e também um dos mais bonitos e atrativos de Curitiba. Além do contato com a natureza e com o imaginário das lendas, no bosque é possível aprender muito sobre a história da capital paranaense, o que o torna um local ideal para crianças, jovens e adultos. 


Inaugurado em 1996, o Bosque era uma parte da chácara da família Schaffer, que ocupava quase todo o bairro Vista Alegre — popularmente chamado de Jardim Schaffer. Os Schaffer se dedicavam à produção de leite e ao ramo do comércio, pois tinham uma confeitaria na Rua XV de Novembro. Com o tempo, os herdeiros foram loteando o terreno da família, até que restou somente o bosque, que então foi transformado em parque municipal. 


Localizado numa nascente de água que desemboca no Rio Belém e numa região de mata preservada, o Bosque do Alemão dispõe de importantes elementos da cultura alemã, em homenagem aos imigrantes alemães que começaram a chegar a Curitiba na década de 1830. Entre esses elementos, estão: o Oratório Bach, a Torre dos Filósofos, a trilha João e Maria, a Casa da Bruxa e a Casa Mila, todos eles construídos para a inauguração. 

Oratório Bach


O trajeto do Bosque do Alemão começa no Oratório Bach, localizado na esquina da R. Schubert com a R. Nicolo Paganini. Ele é uma réplica da Igreja Presbiteriana construída na Av. Silva Jardim em 1933, mas que décadas depois foi demolida para a construção de uma nova, no mesmo local, pois estava infestada de cupins. Como forma de homenagear a arquitetura alemã, para a inauguração do Bosque foi erguida uma réplica dessa igreja, que leva o nome do compositor alemão Johann Sebastian Bach. Encontra-se na entrada superior do parque e tem capacidade para 100 pessoas. 

 

Torre dos Filósofos e mirante


Do jardim de entrada, projeta-se a passarela que se estende até o mirante, onde é possível ter uma vista panorâmica do centro de Curitiba. Esse mirante é em madeira e em forma de torre, chamada Torre dos Filósofos, construída para homenagear os filósofos alemães, dentre eles Immanuel Kant (1724-1804) e Friedrich Nietzsche (1884-1900). 

Caminho dos Contos


Na Torre, há escadas de mais de 10 metros que descem até o Caminho dos Contos, que fica em meio à mata e ao lado de uma nascente de água. Esse Caminho conduz o visitante até o final do Bosque, e nele há diversas estruturas de madeira e metal que contam a história de "João e Maria" dos irmãos Grimm, em painéis de azulejo com trechos da fábula e ilustrações.

 

Casa da Bruxa


No meio do caminho, o visitante se depara com uma pequena casa quase que escondida na mata, que fica ao lado de um açude de água esverdeada. As características da construção e o seu nome, Casa da Bruxa, podem assustar os desavisados, mas não há o que temer: o local é uma biblioteca municipal e também um espaço de contação de histórias por “Bruxinhas”: são  19 professoras enfeitadas de bruxa que estimulam o hábito de leitura e a imaginação em crianças e adultos. Nos finais de semana e feriados, as contações de histórias são abertas e acontecem às 11h, 14h30 e 15h; para as escolas, os agendamentos são durante a semana.


Depois da Casa da Bruxa, segue-se o Caminho dos Contos até o final do Bosque, pelo qual o visitante continua e finaliza a leitura do conto João e Maria. 

Casa Mila


Ao final do Bosque do Alemão, chega-se à bela construção em amarelo erguida junto a árvores e canteiros de flores. Trata-se da réplica da fachada de uma casa que já existiu, mas que foi demolida. Originalmente ela foi construída na rua Barão do Serro Azul, perto da Catedral de Curitiba, e foi morada da família Mylla, sendo por isso popularmente chamada de “Casa Mila” ou “Casa Mylla”. Foi uma das primeiras casas em estilo arquitetônico neoclássico alemão, e por isso se cogitou a sua reforma e preservação.


O frontão da Casa Mila foi reconstruído em versão ampliada da original, mas foram mantidas as mesmas características arquitetônicas. Ela é o símbolo do trabalho de mestres-de-obra alemães que muito contribuíram para a difusão da arquitetura de estilo alemão em Curitiba durante o final do século XIX (a Casa Mila é de 1870, obra do alemão Gotlieb Wielland). Nela moraram o general Plínio Tourinho, um dos fundadores da UFPR, o major Hélio Fernandes Lima, que participou da Guerra do Contestado, a filha do major João Gualberto, morto na Guerra do Contestado, e outras tradicionais famílias da cidade. Ao final, foi propriedade do imigrante Jacomo Mylla e seus herdeiros. Em estado precário, a casa foi demolida em 1985, mesmo com o interesse do IPPUC em reformá-la. 


Por isso, para reparar esse erro da demolição e também para homenagear a imigração e cultura alemãs, foi decidido pela reconstrução da fachada da Casa Mylla no Bosque do Alemão. 


Na frente da fachada, que sempre rende bonitas fotos ao amanhecer e entardecer, o visitante termina sua jornada no Bosque do Alemão na “Praça da Cultura Germânica”, onde ficam canteiros de flores coloridos. 

 
 

A história diante dos olhos


Todos esses espaços do Bosque do Alemão remetem à cultura germânica e também à imigração alemã em Curitiba, que muito contribuíram para a formação da cidade. A própria família Schaffer, antiga dona do terreno do Bosque, é de origem germânica, algo que estimulou a transformação de sua propriedade num memorial alemão — antes de ser Bosque do Alemão, o parque era chamado de Memorial da Imigração Alemã. 


Com destaque para aspectos não só arquitetônicos, mas também religiosos, literários, filosóficos e históricos, o Bosque do Alemão é uma um prato cheio para quem quer ar fresco, entretenimento e, principalmente, conhecimento. 

 
 
 

Texto e pesquisa: Gustavo Pitz


Fontes de pesquisa:


MACEDO, Rafael Valdomiro Greca de. Curitiba Luz dos Pinhais. 2º ed. Curitiba: Solar do Rosário, 2018. 592 p.


https://www.curitiba.pr.gov.br/conteudo/bosque-municipal-alemao-memorial-alemao/268


https://www.fotografandocuritiba.com.br/2019/08/trilha-joao-e-maria.html


https://www.fotografandocuritiba.com.br/2019/05/a-antiga-chacara-schaffer.html


https://mid.curitiba.pr.gov.br/2021/00325959.pdf


Post de Cassiana Lacerda no grupo Antigamente em Curitiba, 20/02/19.

A Praça do Seu Francisco

 A Praça do Seu Francisco

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Na maioria dos casos, praças, parques, bosques e jardins são criados por prefeituras. A escolha desses locais geralmente homenageia políticos, militares, personalidades conhecidas ou um grupo de pessoas, como é o caso do Memorial Ucraniano. São poucas ocasiões nas quais o homenageado é um personagem menos conhecido e que não frequentou espaços de poder. 


Um desses poucos casos é a Praça do Seu Francisco. Localizada no bairro Juvevê, em Curitiba, ela é um exemplo de como a comunidade pode se apoderar do espaço público e realizar atividades para o bem-comum, e também de como se pode homenagear os sujeitos comuns da história, nesse caso, o Seu Francisco. 


Quando tudo começou


O terreno da esquina entre as ruas Marechal Mallet e Manoel Eufrásio foi ocupado pela União Paranaense dos Estudantes Secundaristas (UPES) desde a década de 1950. Em 1977, o governo estadual enfim doou o lote à UPES, que ali mantinha sua sede. 


No ano de 1995, até hoje de forma inexplicada e irregular, a gestão da UPES vendeu o seu terreno a uma pessoa pelo valor de 7 mil reais. Doze anos mais tarde, em 2007, essa pessoa revendeu o lote a uma construtora, que o mantém registrado. Devido às irregularidades da venda, as gestões posteriores e a atual gestão da UPES entraram com ação judicial que contesta o negócio.


Em meio a esse litígio, a UPES continuou ocupando o lote de terra. A casa que a entidade ali mantinha foi derrubada pela construtora em 2009, e uma outra casa, reconstruída no local pela UPES, pegou fogo em 2014. Dali em diante, o terreno ficou praticamente abandonado. 


Vendo esse abandono, Francisco Toda, que morava num prédio ao lado do terreno, decidiu agir. Ele já tomava conta da propriedade mas, depois do último ocorrido, passou a dedicar 3 horas do seu dia para limpar o lote e ali cultivar um lindo jardim com horta, que era aberto à população. 


Essa preocupação com o bairro, com a natureza e com o bem-viver em comunidade fez o Seu Francisco ser ainda mais querido pelos moradores. Para eles, o jardim se tornou uma atividade semanal de lazer e de encontro com o outro. Nos finais de semana, a roda de conversa no chamado “jardim do Seu Francisco” ou “jardim do vovô” era certa.

Seu Francisco


Francisco Toda chegou em Curitiba no início dos anos 2000. Era casado com Fumiê Toda e tinha um filho, Marcos Toda. Natural de Tupã, São Paulo, viveu no Japão por muitos anos antes de chegar na capital paranaense, onde trabalhou em diversos ramos da área comercial. De estatura pequena e disposição sem igual para o trabalho, seu Francisco tinha um lema de vida: “Eu tenho um lema, sabe? Viver, amar, ser amado, ser reconhecido e ser útil”, disse em entrevista ao jornalista Rafael Moro Martins, em 2017. 


De segunda a segunda, seu Francisco, sempre com o rastelo em mãos, cultivava flores, verduras e temperos nos canteiros de seu jardim; também podava árvores, mantinha o caminho e a calçada limpos e até construía banquinhos que ficavam no meio da praça. 


Foi grande a tristeza dos moradores do bairro quando a esposa de seu Francisco, Fumiê, faleceu em 2017, em decorrência de complicações de um AVC sofrido anos antes. Ele ficou certo tempo no norte do Paraná para o funeral, e a ausência e o luto de seu Francisco reverberaram no jardim: o mato cresceu, a horta murchou e as flores não desabrocharam. Francisco acabou voltando ao bairro pouco depois e, mais do que nunca, continuou a dedicação de sempre.


Apesar do vigor físico, de forma inesperada, Francisco Toda faleceu em 24 de agosto de 2018, vítima de uma pneumonia. Foi grande o susto e a tristeza do filho, Marcos, e de todos os moradores que conheciam o seu Francisco e que frequentavam o seu jardim. 


Se a ausência dele foi e é bastante sentida, inegável é o seu legado: Francisco continuou amado e reconhecido. Desde a sua morte, o jardim ganhou uma placa em sua homenagem: “Praça do Seu Francisco”, e além disso, até hoje os moradores cuidam do espaço, com o mesmo cuidado e dedicação de seu criador. 


Esta foi a forma encontrada pelos moradores para manter a memória de seu Francisco viva, e também para conservar um espaço de lazer e sociabilidade em meio à natureza, que é tão fundamental para o convívio em comunidade. Seguindo a lição de seu Francisco, as pessoas continuaram a ocupar o espaço público e a transformá-lo. 

Destruição e reocupação da Praça Seu Francisco


Tudo ia bem até que na manhã de sábado, no dia 12 de fevereiro de 2022, há pouco mais de um mês, a construtora supostamente proprietária cercou o terreno e, com tratores, derrubou árvores e destruiu o jardim. A notícia causou revolta entre os moradores do Juvevê e também entre outras pessoas, coletivos e políticos locais.


Devido a repercussão do caso, a UPES conseguiu uma liminar na Justiça que manteve a praça sob sua posse legal. Logo na manhã seguinte, em pleno domingo, cerca de 50 pessoas participaram da retirada dos tapumes e começaram a replantar, quase do zero, o jardim comunitário; os banquinhos, a mesa, o balanço e até o escorregador foram recolocados na praça. Houve salva de palmas e muita euforia entre os envolvidos, que certamente sentiram o gosto que é agir coletivamente. Nos dias seguintes, os trabalhos de reconstrução continuaram. 


Ainda não se sabe qual será o destino da Praça do Seu Francisco, e por isso os moradores estão apreensivos. A UPES pretende finalizar a regularização do terreno, o que significará a continuidade do jardim comunitário. 


O que é certo é que, se o Seu Francisco já havia sido homenageado, agora ele foi honrado: seus aprendizes lutaram por aquilo que ele construiu e deixou de herança à comunidade, tornando-o ainda mais reconhecido, como sempre quisera. 

 

O casarão da Congregação das Irmãs Franciscanas da Sagrada Família de Maria

 

O casarão da Congregação das Irmãs Franciscanas da Sagrada Família de Maria


O casarão da Congregação das Irmãs Franciscanas da Sagrada Família de Maria
O casarão da Congregação das Irmãs Franciscanas da Sagrada Família de Maria
O casarão da Congregação das Irmãs Franciscanas da Sagrada Família de Maria
O casarão da Congregação das Irmãs Franciscanas da Sagrada Família de Maria

Localizado na Rua Theodoro Makiolka, o casarão da Congregação das Irmãs Franciscanas da Sagrada Família de Maria é uma Unidade de Interesse de Preservação.

A casa foi construída em 1922 e tinha duas salas de aula e a residência das irmãs. Até então o Colégio Santa Cândida, fundado em primeiro de julho de 1912, funcionava em uma pequena casa de madeira.
A escola foi crescendo, novos prédios foram construídos. Em 1975 o colégio foi estadualizado, mas a administração dele continua no encargo da irmãs.

O casarão foi restaurado em 1998 e é usado para atividades culturais e artísticas não só pelos alunos e professores da escola, mas também com cursos abertos a comunidade.

Publicação relacionada:
Congregação das Irmãs Franciscanas da Sagrada Família de Maria

Referência:

Avenida Maurício Fruet, paralela à Affonso Camargo, sentido Capão da Imbuia. Foto tirada em 25 de fevereiro de 1999. © SMCS/César Brustolin.

 Avenida Maurício Fruet, paralela à Affonso Camargo, sentido Capão da Imbuia.
Foto tirada em 25 de fevereiro de 1999.
© SMCS/César Brustolin.


Pode ser uma imagem de estrada e céu

Fundado em 1921 pelo professor ALFREDO PARODI.

 Fundado em 1921 pelo professor ALFREDO PARODI.


Pode ser uma imagem de texto que diz "Colégio Iguassú Fundado em 1921 pelo saudoso educador paranaense Prof. Alfredo Parodi Cursos: Primário Pré-ginasial Ginasial Científico Comercial técnico Datilografia 1952 (diurno e noturno) Praça Rui Barbosa, 401 Curitiba"

O prédio da PREFEITURA de GUARATUBA, de frente para a baía. Estava na parte que afundou em 1968.

 O prédio da PREFEITURA de GUARATUBA, de frente para a baía. Estava na parte que afundou em 1968.


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