terça-feira, 11 de abril de 2023

Avenida Água Verde, 1960

 

Avenida Água Verde, 1960


 



1960 Obras de pavimentação no cruzamento na Avenida Desembargador Hugo Simas com as Ruas Tapajos e Henrique Itibere da Cunha, no centro da foto, vê-se um abrigo para ônibus. Bairro Bom Retiro

 

1960 Obras de pavimentação no cruzamento na Avenida Desembargador Hugo Simas com as Ruas Tapajos e Henrique Itibere da Cunha, no centro da foto, vê-se um abrigo para ônibus. Bairro Bom Retiro

 


1960 Corrida ciclistica no centro de Curitiba. Veem-se da esquerda para a direita a Foto Parana, Ko Ko Kande e uma confeitaria

 

1960 Corrida ciclistica no centro de Curitiba. Veem-se da esquerda para a direita a Foto Parana, Ko Ko Kande e uma confeitaria

 


Rua da Praia (Rua General Carneiro), Paranaguá, em 1880,

 Rua da Praia (Rua General Carneiro), Paranaguá, em 1880,


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Vista de um Evento Cívico na Praça Santos Andrade, em frente a então Universidade do Paraná, a esquerda aparece parte do muro da então Chácara da Família Torres, na década de 1920

 Vista de um Evento Cívico na Praça Santos Andrade, em frente a então Universidade do Paraná, a esquerda aparece parte do muro da então Chácara da Família Torres, na década de 1920


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CONHECENDO O "TROVOADA"

 CONHECENDO O "TROVOADA"


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CONHECENDO O "TROVOADA"
" Como se guarda uma lembrança ? Na memória, sempre. Mas, às vezes, é preciso que essa lembrança também se materialize em forma de um objeto, dando a impressão de ser mais viva e até mais presente.
Para o vendedor aposentado, Eronides Cruz, 70 anos, ex-expedicionário e nordestino de Aracaju que se adaptou ao frio de Curitiba, a lembrança mais cara de sua vida está no "Thunderbolt Republic P-47 D", um monomotor da esquadrilha de caça da Fab na Itália. Ou mais simplesmente, naquele avião de guerra que está na Praça do Expedicionário, na rua Ubaldino do Amaral.
Na verdade, a história de Eronides Cruz se confunde com a do próprio P-47. O avião está há 23 anos estacionado ali na Praça, depois de ter cumprido sua cota de bravura e glória na Segunda Grande Guerra. Eronides está há 23 anos em Curitiba, onde se estabeleceu como vendedor depois de ter lutado um ano na Itália. - "O P-47 é tudo o que me resta das lembranças", costuma dizer o ex-pracinha.
E o P-47 ficou na Praça do Expedicionário justamente por representar tanto. Há 23 anos, quando o avião estava na então Escola de Oficiais Especialista de Aeronáutica (hoje Cindacta, no Bacacheri), ele moveu mundos e fundos e junto com a Legião dos Expedicionários conseguiu colocá-lo na praça, onde fora construída, em tempo recorde, a primeira Casa do Expedicionário do Brasil.
Exatamente no dia 23 de outubro de 1969, dia do Aviador, o P-47, com todos os instrumentos e equipamentos de vôo, foi colocado ali. E desde então, é como mecânico especialista de armamentos - função que ocupou na Guerra - que Eronides toma conta do avião. Mantém limpa a fachada, verifica instrumentos e, quando as cores desbotam, percorre um verdadeiro calvário em instituições públicas em busca de verbas para a pintura nova.
O "Thunderbolt Republic P-47", ou "Trovoada", conforme sua tradução, de número de série 226756, fabricação americana, fez parte do primeiro Grupo de Caça da Feb, na Itália, que realizou o maior número de missões na Guerra, entre os brasileiros: Noventa e nove, ao todo. Seu comandante era o paulista Alberto Martins Torres, que hoje mora em São Paulo.
Leve e ágil, mas com um motor suficiente para fazer voar mais de sete toneladas levando bombas e armamentos, esse avião foi uma grande surpresa para os aliados, já que permitia acompanhar, com facilidade, os aviões inimigos, bem mais pesados. Sua atuação no dia 22/04/1945, em operações arriscadas e decisivas nas batalhas contra os alemães, consagrou essa data como o dia de Aviação de Caça no Brasil.
Com o fim da Guerra, os aviões que restaram - eram seis para cada uma das quatro esquadrilhas do grupo de Caça - foram distribuídos em várias regiões do País. O "Trovoada" P-47 aterrissou em Curitiba, onde ficou para sempre. E parte do Museu do Expedicionário, habita, de maneira muito mais definitiva, o coração do ex-pracinha Eronides. "
(Autora: Ruth Bolognese, é jornalista. [Texto escrito em 1992] / Extraído de: Trezentas Histórias de Curitiba)
(Foto: Tribuna do Paraná)
Paulo Grani

O ANTIGO LARGO DO MERCADO, ATUAL PAÇO DA LIBERDADE

 O ANTIGO LARGO DO MERCADO, ATUAL PAÇO DA LIBERDADE


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O ANTIGO LARGO DO MERCADO, ATUAL PAÇO DA LIBERDADE
Vista parcial do antigo Mercado Municipal de Curitiba, em 1904, sendo demolido para abrigar o futuro Paço Municipal, que abrigaria a nova Prefeitura de Curitiba.
O transito de carroças nas imediações era normal pois os imigrantes traziam sua produção para ser comercializada na região central da cidade. Os trilhos ao centro da viela traziam os bondinhos puxados por mulas, única forma de transporte público à época. Ao fundo, à direita, o prédio do sr. José Hauer.
O local, até então chamado de Largo do Mercado, abrigava desde 1874 o Mercado Municipal da cidade que, na ocasião da foto, havia sido transferido para o Mercado Provisório construído nas imediações da Praça Dezenove de Dezembro, à epoca chamado Largo do Nogueira.
Entre 1914 e 1916, neste local foi edificada o prédio do Paço Municipal, segundo projeto do engenheiro e prefeito Candido de Abreu, sendo sede da Prefeitura de Curitiba até 1969 e sede do Museu Paranaense, de 1973 a 2002.
Em 1948, o entorno recebeu o nome de Paço da Liberdade. Em 2009, foi reformado.
Paulo Grani

Olhando para esta foto de 1946, poucos Curitibanos conseguem identificar o local, num primeiro olhar.

 Olhando para esta foto de 1946, poucos Curitibanos conseguem identificar o local, num primeiro olhar.


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Olhando para esta foto de 1946, poucos Curitibanos conseguem identificar o local, num primeiro olhar.
Pois bem, esta feira funcionou por alguns anos no terreno onde, hoje, é a sede do Banco do Brasil, na Praça Tiradentes.
A antiga sede do banco, ali existente, foi demolida em 1942. No espaço vazio a municipalidade autorizou o funcionamento dessa feira livre por algum tempo, até que o novo prédio fosse edificado.
Foto: Acervo Gazeta do Povo).
Paulo Grani.

SAUDADES DA ANTIGA CHURRASCARIA CRUZEIRO

 SAUDADES DA ANTIGA CHURRASCARIA CRUZEIRO

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Predinho da antiga Cervejaria e Churrascaria Cruzeiro, na antiga Av. Siqueira Campos, hoje Av. batel.
Foto: Arquivo Gazeta do Povo.


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Público da Churrascaria Cruzeiro sentado em mesas ao meio das árvores do bosque.
Foto: Arquivo Gazeta do Povo


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Público frequentador da Churrascaria Cruzeiro, em dia comemorativo.
Foto: Gazeta do Povo


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Apresentação da banda da PMEPR em dia comemorativo.
Foto: Arquivo Gazeta do Povo


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Bondinho da Cervejaria e Churrascaria Cruzeiro, saía pelas imediações passeando com a clientela.
Foto: Arquivo Gazeta do Povo


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Atrás do balcão o sr. Luiz kundy, neto do sr Germano e, ao lado, o sr. Boleslau Mareck, o Boles, um dos garçons mais velhos da casa.

SAUDADES DA ANTIGA CHURRASCARIA CRUZEIRO
No conhecido Parque Cruzeiro, que ficava na avenida Batel, num casarão construído em 1880 e rodeado de centenárias árvores, o imigrante alemão Germano Kundy dirigiu uma das mais tradicionais churrascarias de Curitiba, a Churrascaria Cruzeiro.
Era o ano de 1937, quando o sr. Kundy começou as suas atividades nesse local, explorando um pequeno bar para aperitivos, cujos móveis bastante originais foram destaque, principalmente o guarda-louça, com madeira entalhada entre balcões de mármore. Nos fundos, construiu um barracão de madeira, rústico, a princípio, e que foi sendo aprimorado com o passar do tempo. Nesse barracão é que funcionava a churrascaria, considerada a primeira churrascaria do Paraná. Nos dias ensolarados, as pessoas que sentavam nas mesas colocadas embaixo das árvores, também podiam degustar dos grelhados feitos na Cruzeiro.
As carnes servidas eram basicamente o filé simples, que tem o contra-filé e o mignon juntos, a alcatra, a costela, assada inteira e depois retalhada. Usava-se tempero feito de sal. vinagre, água, pimenta do reino e, com um chumaço de palha de milho, molhavam-se as carnes com esse tempero enquanto a carne estava sendo assada. Maionese, salada de cebola, tomate, farinha e pão acompanhavam a carne.
No período de 50-60, a Churrascaria Cruzeiro passou a oferecer feijoada aos sábados, servida nas cumbucas de barro e acompanhada de couve, arroz e laranja. E para os clientes mais próximos, a esposa do sr. Germano, a sra. Hulda, elaborava pratos da cozinha alemã, como eisbein e salsicha especial, com os devidos acompanhamentos.
Também nessa época, passou a ser tradição na Churrascaria, os jornalistas se reunirem para saborear um prato típico do litoral paranaense, o barreado. A sra. Hulda é quem fazia, sempre no dia Io de maio.
As comidas eram cozidas no fogão à lenha e nas panelas de ferro, e os grelhados na enorme churrasqueira ativada com carvão, que funcionava nos fundos do barracão.
A Churrascaria Cruzeiro funcionou na avenida Batel até 1986, quando, por problemas com o proprietário do imóvel - que se recusou a vendê-lo à família Kundy, locatária, exigiu na Justiça que ele fosse desocupado. Assim, a Churrascaria Cruzeiro foi transferida para a rua Vital Brasil, no bairro Portão, onde permanece até hoje, mantendo a sua tradicional qualidade de atendimento.
Até que se concretizasse essa transferência, houve um apelo muito grande por parte de inúmeras pessoas para que a Churrascaria Cruzeiro não fechasse suas portas e principalmente não saísse do Batel. A vereadora Marlene Zanin iniciou o movimento pró-Cruzeiro, em julho de 1985, com um almoço que reuniu freqüentadores da churrascaria e do qual resultou um abaixo-assinado à disposição de todos aqueles interessados em preservar a Churrascaria como local obrigatório na agenda curitibana. Nesse almoço que reuniu vários políticos, o então vereador Rafael Greca de Macedo manifestou a sua indignação:
"O Parque Cruzeiro já foi pousada, cervejaria e um marco na inauguração da primeira linha de bonde da cidade - foi lá que as autoridades engravatadas, da primeira viagem João Gualberto-Batel aliviaram sua sede. [...] O Cruzeiro merece a mesma mobilização que em nosso tempo dedicamos a Leiteria Schaffer. A atual administração municipal não pode permitir que desapareça um referencial da cidade."
Ainda no mesmo almoço, um outro político, Jaime Lerner, também manifestou a sua opinião: "Ela [Churrascaria Cruzeiro] faz parte de um retrato de família que não deve ser rasgado. Sempre esteve em um caminho histórico tradicional e não pode desaparecer. O curitibano não precisa olhar pro céu para se orientar, olha para este Cruzeiro, que até tem mais estrelas."
Cícero Bley, na época, diretor da Surhema, foi um dos que aderiram ao abaixo-assinado, e o jornal Correio de Notícias publicou a sua opinião: "Para o diretor da Surhema, brigar pela herança do Cruzeiro é muitas coisas, nenhuma delas elitista, é principalmente, brigar pelo direito de continuar curitibano, dono da história afetiva de seu pedaço. Ele quer a preservação do espaço físico, pelo qual passaram e se formaram várias gerações, local onde as famílias deixaram rolar muitas conversas e os meninos ensaiavam traquinagens. Pelo valor arquitetônico do prédio; pela preservação do bosque, e pela churrascaria em si, que já se tornou fundamental para seus freqüentadores tão antigos na casa quanto os garçons, que disputam o título de maior permanência. Se não se preservar as raízes, estas que nascem da vontade da população que determina seus usos e costumes no dia-a-dia, não se tem identidade enquanto cidade, e o que se vê é o cidadão sozinho, assistindo a deterioração do seu tecido social."
(Extraído de: Teses.ufpr.gov.br / Bares e Restaurantes de Curitiba, Anos 50-60, de Maria do Carmo MarcondesBrandão Rolim)
Paulo Grani

ENTRANDO NO BAR MIGNON, DE CURITIBA

 ENTRANDO NO BAR MIGNON, DE CURITIBA


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ENTRANDO NO BAR MIGNON, DE CURITIBA
O Bar Mignon, assim chamado em função de seu tamanho, começou em 1925, com o italiano Heitor Amatuzzi, que imigrou para o Brasil trazendo receitas infalíveis de como agradar seus clientes. Originário da região da Calábria (sul da Itália), ele formou um cardápio básico de sanduíches, que com o decorrer dos anos aumentou seguindo as preferências e costumes do curitibano.
As especialidades da casa sempre foram o famoso pernil de porco com cebolinha verde, o cachorro-quente (pão com vina e mostarda), além do filé de alcatra com arroz, tomate e cebola, a salada de maionese, a lingüiça calabresa no palitinho e uma invenção de um freguês: pão com vina cortada, lingüiça e muita cebolinha verde. Esse sanduíche foi batizado com o nome do inventor, "Marchand", na época, diretor do Coritiba Football Club, uma pessoa bem relacionada. Como muita gente queria um sanduíche igual ao do "seu" Marchand, o incluímos no cardápio com esse nome, diz Heitor Amatuzzi Jr.
Com seus setenta anos de existência, o Bar Mignon faz parte da história da capital paranaense, pois foi sempre um reduto da boémia, já que não fechava durante a madrugada, nem nos dias de Natal e Ano Novo. O Mignon foi sempre administrado pela família Amatuzzi, simbolizando o sucesso de um empreendimento que passou de pai para filho.
Comenta-se que os estreitos e enfumaçados corredores do Bar Mignon serviram de bastidores de uma grande parcela dos fatos políticos do Paraná, desde o interventor Manoel Ribas.
Segundo Heitor Amatuzzi Jr.: "todos os governadores, sem exceção, foram fregueses nossos. Falavam de poder e ainda hoje, sempre que podem, matam a vontade do ponto de encontro. [...] Getúlo Vargas já freqüentou o bar, após um conturbado comício, realizado na década de 50 em Curitiba."
O jornal O Estado do Paraná (23/07/1995), ao referir-se aos quatro meses em que o Mignon ficou fechado para reformas, para depois reabrir suas portas dentro de um estilo mais arrojado, também comenta sobre a clientela:
"O bar tem freqüentadores que podem até ter posições políticas divergentes, mas não esquecem do Mignon, freqüentado desde quando eram estudantes: é o caso do governador Jaime Lerner e do senador Roberto Requião. [...] Entre tantos anônimos, passaram pelos balcões e mesas do Mignon figuras ilustres, como Dalva de Oliveira, Orlando da Silva, Dercy Gonçalves e Luis Inácio Lula da Silva (Lula), entre tantas outras. Quando a Rua XV ainda não tinha calçadão e havia tráfego de carros em frente ao bar, que até 1943 funcionou no número 80, depois passou para o predinho de nº 42, o Mignon recebeu também os presidentes Juscelino Kubitscheck e Getúlio Vargas.
No início de 1995, o Bar Mignon foi totalmente reformado, sendo tudo trocado, do piso ao teto. As mesas internas agora estão em maior número, pois graças a um mezanino, foram criados dois ambientes, e a chopeira está renovada. Importada da Itália, é em porcelana e com pinturas em dourado, sendo capaz de servir o chope na temperatura ideal para consumo. Heitor Amatuzzi acredita que o Mignon é o primeiro bar da cidade com estas características."
(Extraído de: Teses UFPR, de Maria do Carmo Marcondes Brandão Rolim, Bares e Restaurantes de Curitiba 1950/60 / Fotos: Internet)
Paulo Grani