CURITIBA EM 1913: UM OLHAR PELAS PÁGINAS DE UM JORNAL DA ÉPOCA — CARICATURAS, MEDICINAS E A VIDA COTIDIANA
📌 CURITIBA EM 1913: UM OLHAR PELAS PÁGINAS DE UM JORNAL DA ÉPOCA — CARICATURAS, MEDICINAS E A VIDA COTIDIANA
Curitiba, 1913. Uma cidade de cerca de 50 mil habitantes, ainda pequena, mas já pulsante de vida. O Brasil vivia os últimos anos da República Velha, a Primeira Guerra Mundial estava prestes a começar, e o mundo se preparava para uma revolução tecnológica — o automóvel, o telefone e o cinema estavam chegando. Enquanto isso, aqui em Curitiba, a vida seguia seu ritmo tranquilo, mas cheio de novidades: lojas de medicamentos, caricaturas satíricas, anúncios de remédios milagrosos e charges que retratavam a sociedade da época.
Neste jornal — publicado em Curitiba em 1913 — encontramos muito mais do que notícias e propagandas: encontramos a essência de uma sociedade em formação, entre a tradição e a modernidade, entre o rural e o urbano, entre o passado e o futuro.
Vamos mergulhar fundo, página por página, como se estivéssemos folheando um álbum de memórias — e descobrindo, com cada linha, como Curitiba se tornou o que é hoje.
💊 PÁGINA 1: CASA HUBER — REMÉDIOS, INJEÇÕES E A SAÚDE NA ÉPOCA
Esta página é dedicada à Casa Huber, uma farmácia localizada no Rio de Janeiro — mas cujos produtos eram vendidos em Curitiba e em todo o Brasil.
🔹 Rodolpho Hess & C., Sucessores:
A farmácia oferecia “importados em grande escala de drogas, produtos químicos e especialidades farmacêuticas”. Isso indica que a medicina já era um setor globalizado — e que os produtos eram importados da Europa.
🔹 Sabonetes médicos Alpha:
Os sabonetes eram usados para higiene pessoal e para tratamento de doenças de pele. O anúncio destaca que eles eram “únicos depositários das seguintes especialidades”, mostrando que a farmácia tinha exclusividade em certos produtos.
🔹 Injeção Renol de Aug. S. Lima:
O anúncio promove uma injeção para “todas as afecções nervosas” — um tipo de propaganda que hoje seria considerada enganosa, mas na época era comum. As pessoas confiavam nos remédios milagrosos — e as farmácias aproveitavam essa confiança.
🔹 Contexto histórico:
Em 1913, não havia regulamentação rigorosa sobre medicamentos. As farmácias vendiam produtos sem prescrição médica — e muitos deles eram baseados em substâncias naturais ou químicas desconhecidas. A saúde pública ainda estava em construção.
🎭 PÁGINA 2: CHARGES SATÍRICAS — O HUMOR QUE CRITICAVA A SOCIEDADE
Esta página é dedicada às charges satíricas — desenhos que retratavam a sociedade da época com humor e ironia.
🔹 Charge 1: O homem que não queria ser visto:
Dois homens estão sentados em um banco, conversando. Um deles diz: “Agora sim, o bicho está impenetrável; tem o seu retrato no Cinema de Campos Gerais. Mas que se lhe dê o nome perfeito? — Tocará apóstolo... E ainda acha pouco?” Isso mostra como o cinema já era um meio de comunicação popular — e como as pessoas se divertiam com as caricaturas dos atores.
🔹 Charge 2: O homem que andava com pressa:
Um homem caminha com um cajado, enquanto outro o observa. O primeiro diz: “— Como vais? — Com muita pressa.” Isso reflete o ritmo acelerado da vida urbana — e como as pessoas já começavam a sentir o peso da correria.
🔹 Comparação com hoje:
Hoje, o humor satírico é feito em redes sociais, memes e vídeos. Em 1913, as charges eram o principal meio de crítica social — e os artistas usavam o desenho para denunciar vícios, costumes e políticas.
🚗 PÁGINA 3: O AUTOMÓVEL E O DESASTRE — UMA CHARGE SOBRE A MODERNIDADE
Esta página é dedicada a uma charge sobre o automóvel — um símbolo da modernidade que já causava polêmica na sociedade.
🔹 Charge 1: O casal que não se entende:
Um casal está conversando. A mulher diz: “— Este moço ainda hostiliza meus comprimentos... Porque hoje me viu a cara? — E que ela veio com o novo...” Isso mostra como as mulheres já usavam maquiagem e roupas modernas — e como os homens reagiam a essas mudanças.
🔹 Charge 2: Depois do desastre:
Um automóvel está destruído, com pneus furados e capô amassado. Dois homens observam o estrago. Um deles diz: “— O auto do Marcelo não vale agora nem 500 mil réis. — E o pinto dos touros tem 800 réis.” Isso mostra como os automóveis eram caros e frágeis — e como as pessoas já começavam a questionar sua utilidade.
🔹 Contexto histórico:
Em 1913, o automóvel era um luxo — poucas pessoas podiam comprar. Os carros eram raros, caros e difíceis de manter. As estradas eram ruins, e os motoristas tinham que lidar com problemas mecânicos constantes.
🐂 PÁGINA 4: A BULLA E O POLÍTICO — UMA CHARGE SOBRE O PODER
Esta página é dedicada a uma charge sobre a política — um tema sempre presente nas caricaturas da época.
🔹 Charge 1: O político em viagem:
Um político está montado em um touro, segurando uma vara e um escudo. Ele diz: “— S. Ex... em viagem.” Isso mostra como os políticos eram vistos como figuras poderosas — mas também como pessoas que se aventuravam em territórios perigosos.
🔹 Charge 2: O político e o eleitor:
Dois homens estão conversando. Um deles diz: “— Sabes em que ponto se deu o desastre do auto do Marcelo? — Nem do freio ao palácio... Até então o cavalo é caipora. — Já é assim...” Isso mostra como as pessoas já começavam a questionar a eficiência dos políticos — e como o humor satírico era usado para criticar o poder.
🔹 Comparação com hoje:
Hoje, as charges políticas são feitas em redes sociais, com memes e vídeos. Em 1913, as caricaturas eram o principal meio de crítica social — e os artistas usavam o desenho para denunciar vícios, costumes e políticas.
🧑🦳 PÁGINA 5: O HOMEM E A MORTE — UMA CHARGE SOBRE A VIDA E A MORTE
Esta página é dedicada a uma charge sobre a morte — um tema sempre presente nas caricaturas da época.
🔹 Charge 1: O homem que não queria morrer:
Um homem está sentado embaixo de uma árvore, segurando um machado. Ele diz: “— Ray — As ruínas são recentes, mas o tronco há de tombar...” Isso mostra como as pessoas já começavam a pensar sobre a mortalidade — e como o humor satírico era usado para lidar com temas difíceis.
🔹 Charge 2: O homem que queria ser diplomata:
Dois homens estão conversando. Um deles diz: “— Sabes de uma coisa? A polícia vai dar cabo... — De esqueletos... — Não. Um dos cabos no bicho... — E que tem a polícia com o bicho do cabo? — Que boiada...” Isso mostra como as pessoas já começavam a questionar a eficiência da polícia — e como o humor satírico era usado para criticar o poder.
🔹 Contexto histórico:
Em 1913, a morte era um tema presente na vida cotidiana — as pessoas morriam jovens, de doenças contagiosas, e a medicina ainda não tinha curas para muitas enfermidades. As charges eram uma forma de lidar com esse medo — e de transformar a dor em riso.
✨ CONCLUSÃO: CURITIBA EM 1913 — UMA CIDADE QUE SONHAVA GRANDE
Este jornal de 1913 não é apenas um documento histórico — é um testemunho vivo da formação de Curitiba como cidade moderna. Ele mostra uma sociedade que:
- Valorizava a moda, a beleza e o conforto;
- Investia em saúde, segurança e educação;
- Consumia produtos de luxo e importados;
- Vivia em um mundo em transformação — entre a tradição e a modernidade.
Em 1913, Curitiba era uma cidade pequena, mas já tinha ambição. Ela estava se preparando para o boom dos anos 20 e 30 — quando se tornaria referência em cultura, educação e qualidade de vida.
Preservar esses documentos é preservar a memória coletiva. Cada página, cada anúncio, cada foto, conta uma história que merece ser lembrada — não só pelos historiadores, mas por todos nós, que vivemos hoje os frutos dessas transformações.
📌 E você? Tem algum jornal, foto ou objeto de 1913 em casa? Conte pra gente nos comentários!
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