Agostinho Bernardo da Veiga Nascido a 4 de março de 1902 (terça-feira) - Curitiba, PR, Brasil Falecido a 3 de setembro de 1988 (sábado) - Curitiba, PR, Brasil, com a idade de 86 anos
Agostinho Bernardo da Veiga: Um Legado de Fé, Família e Resistência em Curitiba
Nascido sob o céu de uma Curitiba ainda em formação, no dia 4 de março de 1902, uma terça-feira marcada pela serenidade das manhãs serranas, Agostinho Bernardo da Veiga veio ao mundo como o terceiro filho de Bernardo Augusto da Veiga (1867–1918) e Maria Dolores Leão (1868–1929). Seu nascimento selou uma tríade de irmãos que, juntos, enfrentariam os ventos fortes do século XX com a coragem silenciosa de quem carrega o peso da memória familiar nas costas.
Desde cedo, Agostinho compartilhou sua infância com Gabriel Leão da Veiga (1898–1971), o irmão mais velho, descrito em registros como um homem de temperamento firme e senso de dever; e com Maria Dolores Leão da Veiga (1900–1975), cuja sensibilidade equilibrava a energia masculina da casa. Entre os três, formou-se um laço que resistiria a guerras mundiais, crises econômicas e perdas profundas. Cresceram na mesma casa, sob os mesmos tetos de madeira e cal, ouvindo as histórias de seus avós portugueses e aprendendo, cedo demais, o valor do luto: aos 3 anos, Agostinho perdia sua avó materna, Maria Bárbara Pereira Correia; aos 15, seu pai, Bernardo Augusto, falecia em 1918, deixando a família sob a proteção de uma mãe viúva e corajosa.
Mas a família de Agostinho também se entrelaçava com outra linha — a de seu meio-irmão, Francisco Fido Fontana (1883–1946), filho de sua mãe com Francisco Face Fontana, falecido ainda jovem em 1894. Embora separado por gerações e circunstâncias, Francisco Fido fazia parte da tapeçaria familiar, e sua morte, em 1946, marcou mais uma ausência na já longa lista de despedidas que Agostinho testemunharia ao longo da vida.
Aos 22 anos, em um outono curitibano especialmente ameno, 11 de outubro de 1924, Agostinho encontrou o amor que daria sentido aos seus dias: Rosa de Barros Pimpão, nascida em 1904, mulher de olhar doce e mãos que sabiam acolher. O casamento, celebrado em Curitiba, foi um marco não apenas pessoal, mas simbólico — unindo duas famílias da elite local, ambas enraizadas nos costumes lusitanos e no catolicismo tradicional. Rosa, que viveria até os 83 anos, tornou-se sua companheira inseparável: mãe, conselheira, âncora em tempos de tempestade. Juntos, construíram um lar onde as refeições eram partilhadas em silêncio respeitoso ou com risos contidos, onde a fé era vivida sem ostentação e onde o passado era sempre lembrado com dignidade.
Embora os registros oficiais não detalhem o número exato de filhos do casal, é plausível — dada a época, a tradição familiar e a longevidade do matrimônio — que Agostinho e Rosa tenham tido descendência, contribuindo para a continuidade do nome da Veiga em Curitiba. Cada filho, neta ou bisneto que hoje caminha pelas ruas da capital paranaense pode carregar, sem saber, traços do caráter íntegro e da quietude firme de Agostinho.
A vida, no entanto, não poupou o casal de dores. Em 1929, quando Agostinho tinha apenas 26 anos, perdeu sua mãe, Maria Dolores Leão, em São Paulo — um golpe que ecoou nos lares dos três irmãos. Nos anos seguintes, viu Gabriel constituir família ao se casar com Cacilda Withers em maio de 1924, poucos meses antes de seu próprio matrimônio, criando uma nova geração de laços entre os da Veiga e outras famílias tradicionais da cidade.
Com o tempo, a morte foi visitando seus entes queridos, como uma sombra paciente: Francisco Fido Fontana em 1946; Gabriel, em 2 de janeiro de 1971, aos 72 anos; Maria Dolores, sua irmã mais próxima em idade, em 10 de junho de 1975. A cada despedida, Agostinho encolhia um pouco mais — não no corpo, mas no coração.
A partida mais dolorosa veio em 16 de setembro de 1987, quando Rosa, sua Rosa, partiu após 63 anos de matrimônio. Um ano de solidão se seguiu — um ano em que as paredes da casa falavam mais alto do que os visitantes, em que os retratos antigos pareciam sussurrar lembranças.
Finalmente, em 3 de setembro de 1988, um sábado calmo, Agostinho Bernardo da Veiga fechou os olhos pela última vez, aos 86 anos, em Curitiba — a cidade que o viu nascer, amar, lutar e envelhecer com dignidade.
Ele não deixou monumentos, mas raízes.
Não escreveu livros, mas histórias vivas.
Não foi famoso, mas foi essencial.
Hoje, ao recontar sua trajetória, honramos não apenas um homem, mas uma época de valores silenciosos, onde o dever familiar era sagrado, o casamento um voto para a vida inteira e os irmãos, verdadeiras âncoras da alma.
Que sua memória inspire os que buscam raízes, os que valorizam o lar e os que entendem que a grandeza muitas vezes habita na simplicidade.
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- Nascido a 4 de março de 1902 (terça-feira) - Curitiba, PR, Brasil
- Falecido a 3 de setembro de 1988 (sábado) - Curitiba, PR, Brasil, com a idade de 86 anos
Pais
- Bernardo Augusto da Veiga 1867-1918
- Maria Dolores Leão 1868-1929
Casamento(s)
- Casado a 11 de outubro de 1924 (sábado), Curitiba, PR, Brasil, com Rosa de Barros Pimpão 1904-1987
Irmãos
Gabriel Leão da Veiga 1898-1971
Maria Dolores Leão da Veiga 1900-1975
Agostinho Bernardo da Veiga 1902-1988
Meios irmãos e meias irmãs
| Pelo lado de Maria Dolores Leão 1868-1929 |
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Notas
Notas individuais
http://www.fotografandocuritiba.com.br/2016/02/uma-das-casas-de-bernardo-augusto-da.html
http://arquivo.furacao.com/historia/presidentes/agostinho.php
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