Gliwice (em alemãoGleiwitz) é uma cidade da Polônia, na voivodia da Silésia. Estende-se por uma área de 133,88 km², com 181 309 habitantes, segundo os censos de 2017, com uma densidade de 1354,2 hab/km².[1][2]
Situada na voivodia da Silésia desde 1999, pertencia anteriormente à voivodia de Katowice. Pertencendo à área metropolitana de Katowice, Gliwice é uma das cidades que aglomeram 2,7 milhões de habitantes, num total de cerca de 5 294 000 em toda a região da Silésia.
Fundada no século XII, Gliwice é um dos assentamentos mais antigos na Alta Silésia. Embora tenha tido um rápido desenvolvimento durante a Revolução Industrial e durante os tempos comunistas, o centro histórico manteve a sua identidade medieval, mantendo-se o castelo e partes das muralhas de estilo medieval do séc. XV. A longa história da cidade tem um grande impacto na arquitetura dos seus edifícios no centro histórico. O mais emblemático edifício é a Torre de Rádio, com 110 metros de altura, sendo considerada a mais alta construção em madeira.
As primeiras menções a Gliwice encontram-se no período da Idade Média, em 1276, pelos duques de Piast. Durante o reinado de Mieszko I, a cidade fazia parte do ducado de Opole-Racibórz, mais tarde sendo capital do ducado de Gliwice, entre 1322–1342, governado pelo Princípe Ziemowit. Após a morte do último dos Piast de Bytom, em 1354, o ducado dividiu-se entre os príncipes de Cieszyn e Olesnica. Desde 1526, Gliwice e toda a Silésia, formaram um estado sobre a influência dos Habsburgo. Durante a Guerra dos Trinta Anos, Gleiwitz foi conquistada diversas vezes pelas diversas partes do conflito. Em 1683, o Rei João III Sobieski parou em Gleiwitz, a caminho de Viena.
Durante o século XVII e XVIII, Gliwice passou de uma cidade de comércio e artesanato baseado na manufatura de cerveja, para a produção de vestuário. Atividade que esmoreceu após a guerra entre Prússia e Áustria, tendo Gliwice ficado a fazer parte da Prússia.
No final do século XVIII, a industrialização chegava a Gliwice através da indústria de transformação de ferro, Königliche Eisengießerei (Companhia Real de Fundição de Ferro), em cooperação com a mina Rainha Luise, em Zabrze.
Com a chegada dos caminhos-de-ferro, em 1845, a atividade da indústria aumentava gradualmente com a chegada de mais fábricas e exploração de químicos. Em 1848, a família Caro, começou a construção da siderurgia "Hermina", em Łabędy. Nos anos seguintes, mais investimento chegaria a cidade com a fábrica de Fio e Pregos de Wilhelm Hagenscheidt; a fábrica de caldeiras “Leinveber und Co.” e “Oberschlesische Kesselwerke B. Meyer”, a fábrica de máquinas de Adolf Henning; uma vidraria em Nowa Wieś; a planta química “Gleiwitzer Chemische Fabrik Dr. Hiller”; a fábrica de argila “Stettiner Chamotte Fabrik AG”, assim como numerosas fábricas de tijolos, serrarias, moínhos e fábricas da indústria alimentar. Em 1901, a mina "Gleiwitz" estabeleceu-se na zona e mais tarde em 1917 abriu a mina "Sośnica” para a extração de carvão.
Com o desenvolvimento industrial, chegava também o desenvolvimento social e civilizacional. Novos bairros e estradas foram inauguradas a Norte e a Oeste do centro histórico. Em 1816, abriram várias escolas primárias e a primeira escola de gramática. O primeiro banco abriu em 1851 e a primeira estação de gás em 1854. Em 1894, juntamente com Bytom, Gliwice recebeu os primeiros eléctricos citadinos, sendo as duas primeiras cidades na região. Em 1897, a energia eléctrica foi estabelecida através da empresa Oberschlesische Elektrizitäts Werke. Em 1901, a cidade recebeu o fornecimento de águas públicas "Zawada". Em 1906, foram instalados os esgotos sanitários. No final do século XIX, a cidade experimentava uma boa vida social e cultural, com cooperativas alemãs e polacas a coexistirem. Em 1899, abriu o primeiro teatro, "Viktoria" e, em 1905, o primeiro museu.
Após a divisão da Alta Silésia, em 1922, Gleiwitz ficou na parte alemã. Durante os anos 30, mesmo com a grave crise mundial, a cidade sofreu grande desenvolvimento, sendo criado um aeroporto, expandida a linha férrea, o início da construção do porto e a construção da autoestrada.
No escalamento das tensões que levaram à Segunda Guerra Mundial, Gliwice teve um papel crucial para o escalamento do conflito. Um grupo de soldados das SS, disfarçados de insurgentes silesianos, invadiram a rádio local. Este ato foi apresentado por Adolf Hitler como pretexto para a declaração de guerra, sendo o processo conhecido como "A provocação de Gleiwitz".
Durante o conflito, toda a economia da cidade se virou para as necessidades militares. Nas principais fábricas da cidade, foram criados campos de trabalhos forçados, com quatro campos ligados a Auschwitz III Monowice. A cidade foi tomada pelo Exército Vermelho a 24 de Janeiro de 1945. Após a Conferência de Potsdam, a cidade ficou dentro do território Polaco.[3]
Paços do concelho
Esporte
O clube de futebol mais famoso da cidade é Piast Gliwice, campeão polonês na temporada 2018-19,[4] vice-campeão polonês de futebol em 2016 e finalista da Copa da Polônia em 1978 e 1983.
Filhos célebres
Richard Fritz Behrendt - sociólogo alemão
Horst Bienek - autor de romances de Silesian de cima
Wolfgang Bittner - autor alemão
William Blandowski - zoólogo
Lothar Bolz - ex-ministro dos negócios do Partido Comunista alemão
Jerzy Buzek - professor de química - Primeiro ministro da Polónia 1997-2001 -