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domingo, 30 de janeiro de 2022

RUA BARÃO DO SERRO AZUL - sua origem, sua história, o seu patrono

 RUA BARÃO DO SERRO AZUL - sua origem, sua história, o seu patrono


Pode ser uma imagem de ao ar livre e monumento

Pode ser arte de uma ou mais pessoas Os primórdios da atual rua Barão do Serro Azul remontam a 1840, aproximadamente. Nessa época, Curitiba não possuía mais de seis mil habitantes, distribuídos em torno do largo da Matriz (hoje praça Tiradentes). A rua Fechada (atual José Bonifácio), estendia-se desde os fundos da igreja até a Capela da Ordem Terceira de São Francisco de Chagas (hoje largo Coronel Enéas), que substituiu as denominações pátio da Capela e largo da Ordem.
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Quem desejasse ir mais além da rua Fechada, que com certeza nada teria a fazer por lá, afora as narcejas que ali posavam com regularidade se a intenção dos aventureiros fosse caçá-las, teria de esgueirar-se pelas laterais da capela através de uma picada feita a foice, não permitindo sequer passagem a animais de carga, de tão estreita. Mas se dobrasse à direita em frente à capela, iria dar numa estreita rua que começava ao lado da matriz e que começava a ser conhecida por rua do Louro.
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Esta denominação prevaleceu até o dia 31 de março de 1863, quando o presidente provincial Antônio Barbosa Nogueira, não se sabe porque cargas d’água, resolveu transferir a sede do governo para uma casa de sua propriedade, localizada na esquina da rua Louro com a rua do Saldanha, a qual depois veio a tomar nomes de Serrito e conselheiro Barradas, sucessivamente, até fixar o nome Carlos Cavalcanti que perdura até hoje. Ficou ali pouco tempo a sede do governo, já em seguida instalada na rua da Entrada, depois Aquidabã e hoje Emiliano Perneta. Mas serviu, essa efêmera hospedagem, para mudar o nome da rua, passando a ser conhecida como do Nogueira.
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A implantação, porém, da Estrada da Graciosa, por questão de circunstância urbanística, fez que se lhe mudasse mais uma vez o nome. E, naturalmente, sem o concurso da respeitável edilidade da época, que por certo ainda não havia descoberto o filão de ouro que representa a bajulação, para mudar o nome da rua com a finalidade de agradar o beneficiário, tomou o nome de rua da Graciosa, desde a Matriz até a atual praça Dezenove de Dezembro, por encontrar-se justamente em perímetro urbano.
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Dali em diante ficaria conhecida por estrada da Graciosa, dado que cortava a serra de mesmo nome. A rua alargou-se e sofreu as perturbações do processo. Travessas se abriam em sua extensão. No final dela, mais propriamente no comecinho da estrada, instalou-se a fundição Gottlieb Mueller, que somente deixaria o local na década de 80, para dar lugar ao Shopping Mueller.
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Na altura da Paula Gomes, instalou-se o moderno restaurante de Carlos Remmers, que não se descuidava da divulgação de seus acepipes dignos de nota, mui especialmente se em conta fosse levada a modicidade dos preços. Na esquina da praça Dezenove de Dezembro, há algum tempo instalara-se a Escola Alemã e em seguida a Escola Tiradentes, mas esta na esquina da atual Carlos Cavalcanti. Funilarias, marcenarias, cocheiras e uma bem montada selaria, faziam da rua um pequeno centro comercial.
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Mas como o progresso é implacável e Curitiba ainda se ressentia da necessidade de homenagear o grande paranaense vitimado de forma brutal na guerra dos pica-paus e maragatos, não foi preciso muito esforço para atribuir à Graciosa, em caráter de substituição, o nome do Barão do Serro Azul*, que ao assumir as funções manteve a dignidade da antiga denominação, assistindo o vertiginoso crescimento de seu refúgio no decorrer dos anos seguintes. "
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Nota:
*ILDEFONSO PEREIRA CORREIA - O Barão de Serro Azul - um ilustre paranaense, nascido aos 06 de agosto de 1845, em Paranaguá, no Paraná, e falecido, tragicamente, com apenas 49 anos, aos 20 de maio de 1894, na serra, em Morretes, também no Paraná.
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Ildefonso foi um visionário. Desde criança se dedicava à sua comunidade em atividades sociais. Tornou-se um grande industrial da erva mate, em nível internacional, levando o bom nome do Brasil a muitos e muitos países, onde recebeu vários títulos em razão de suas ideias industriais, sociais e caritativas.
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Fundou várias entidades, como a Associação Comercial do Paraná, o Clube Curitibano, das quais foi seu presidente, assim como, tantas outras sociais e caritativas.
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Exerceu altos cargos políticos, sempre com elevado amor pela sua pátria, chegando a vice-governador do Paraná. Para melhor conhece-lo, sugiro a leitura de duas postagens – dia 20 e 22 de maio próximo passado - neste mesmo Grupo “Antigamente em Curitiba”.
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Fonte do texto que encima a “Nota”: Livro “Ruas e histórias de Curitiba”, 2ª Edição, de Valério Hoerner Júnior, da editora “Artes & Textos” (2002), páginas 30 e 31.
Valério Hoerner Junior (*29.06.1943 +27.04.2015), curitibano, era advogado e jornalista, contista, cronista, ensaísta e historiador.
Fotos:
1 – Inicio da rua Barão do Serro Azul, em 1930), (“br.pinterest.com”)
2 – Lado oposto do mesmo local (“circulandoporcuritiba.com.br/2009/08)
3 – Ildefonso Pereira Correia, o Barão do Serro Azul, o patrono. ("amantesdaferrovia.br")