A pomba-rosada, espécie endêmica das Ilhas Maurício, retornou após quase ser extinta, mas estudos demonstram que a ave ainda tem perdido diversidade genética após reintrodução na natureza.
A pomba-rosada, assim como os dodôs e outros pássaros das Ilhas Maurício, foi alvo fácil dos gatos, ratos e outros predadores trazidos pelos seres humanos, que também chegaram perto de derrubar toda a floresta nativa local. Apesar de ter escapado da extinção por pouco, os animais não estão totalmente seguros: cientistas publicaram um estudo na revista científica Conservation Biology tratando das ameaças enfrentadas pela espécie atualmente.
Os pesquisadores sequenciaram o DNA de 175 pássaros entre 1993 e 2010, durante a recuperação populacional, e notaram uma perda contínua na variedade genética, mesmo com os números crescentes de indivíduos na natureza. As amostras foram comparadas com as de 1.112 pombos de zoológicos europeus e estadunidenses, coletadas por quatro décadas, que incluem o nível de sucesso reprodutivo e longevidade, além de endocruzamento.
A carga genética dos animais é alarmantemente grande, dizem os pesquisadores, porque há excesso de indivíduos relacionados entre si, gerando mutações recessivas perigosas em grande quantidade. Isso acaba gerando um número reduzido de ovos que chocam e de filhotes que se emplumam (ou seja, que conseguem voar). Com variedade genética suficiente, essas mutações acabam sendo eliminadas, mas populações menores são mais vulneráveis às flutuações genéticas nocivas.