sábado, 18 de março de 2023

A Praça do Mercado de Paranaguá. (Mantida a grafia da Época)

 A Praça do Mercado de Paranaguá.
(Mantida a grafia da Época)


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A Praça do Mercado de Paranaguá.
(Mantida a grafia da Época)
A 15 de Julho de 1857 a câmara municipal presidida pelo Commendador Manoel Antonio Guimarães (Visconde de Nacar) e composta dos vereadores Joaquim Felix da Silva, Manoel Ricardo Carneiro, Manoel da Cunha Pacheco, João Antonio de Miranda, Manoel Miró, Manoel Cordeiro Gomes, Cypriano Custodio de Araujo e Antonio Pereida da Costa, resolveu mandar construir a praça do Mercado, acceitando a proposta apresentada por Ursolino José da .Silva por ll:000$00ü, sendo o pagamento auxiliado por um emprestimo de 10i:000$000, autorisado pela Lei n. 9 de de 28 de Abril de 1856 A 25 de Dezembro de 1857 foi lançada a pedra fundamental do mercado com toda a solenidade e com assistência das autoridades locaes, sendo bentas pelo Padre Mestre Albino José da Cruz, vigário da vara e vigário da parochia Conego Gregorio José Lopes Nunes.
A primeira pedra foi lançada pelo Commendador M. A. Guimarães (Visconde de Nacar), Dr. Raymundo Ferreira de Araujo Lima, juiz de direito, vereadores Joaquim Felix da Silva e Manoel Ricardo Carneiro; a segunda pedra por Francisco Delrio Cardinas, delegado de policia, Capitão Joaquim Gaetano de Souza, sub-delegado de policia; e a terceira, da porta da face norte do prédio pelo Cap. Antonio José de Carvalho, juiz municipal interino, Major Ricardo Gonçalves Cordeiro e Tenente Coronel José Francisco Correia, juizes de paz. Orou na occasião o Snr. João Caetano de Souza, lendo um discurso assignado pelo emprezario, o portuguez' Ursolino.
A 1º de Outubro de 1859. teve lugar a abertura da praça, sendo a cerimônia presidida pelo Commendador. Guimarães, que proferiu as seguintes palavras: "Está a aberta a Praça do Mercado e os locatários na posse dos quartos que arremataram". Em seguida o fiscal da camara fez entrega das chaves, Ornadas com fitas verdes e amarellas. aos respectivos arrematantes. Pelo contractante foi offerecida uma mesa de doces, convidando os assistentes a tomarem um copo d'agua do poço do Mercado, sendo erguidos vários brindes. e queimadas varias gyrandolas de foguetes. Finda a cerimonia dirigiram-se todos para a Matriz, onde se celebrava a festa da padroeira N. S. do Rosario.
Rodrigo Sartori Jabur sobre a foto: "A Praça do Mercado, em 1870 (inaugurada em 1859)- Em meio aos populares, observa-se do lado direito da fotografia, o mercado com suas janelas em arco e no lado esquerdo está o chalé de pescados em pleno funcionamento."
Em 1896, o mercado foi reconstruído e reinaugurado, pelo Prefeito Dr. Caetano Munhoz da Rocha.

Fonte: LEÃO, Ermelino A. – Dicionário do Paraná – Empreza Graphica Paranaense, volume IV ,1929
Foto colorizada, acervo Cincinatus
Pesquisa: Almir S Silva – IHGP - 2021

ANTONINA - 225 ANOS DE SUA EMANCIPAÇÃO POLÍTICA

  ANTONINA - 225 ANOS DE SUA EMANCIPAÇÃO POLÍTICA


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(Publicado em 1908)
Foi elevada à cidade a 21 de janeiro de 1857. Está situada no extremo Ocidental da Baía de Paranaguá, á 6m acima do nível do mar.
Segundo porto comercial do Paraná.
Comunica-se com Curitiba por um ramal da Estrada de Ferro com 17 km de extensão até Morretes, que serve de entroncamento da linha principal.
Em 1711, o bairro de Guapirocaba apresentava uma importante fazenda, onde prosperava uma população avultada de carijós.
Morava ali no sitio da Graciosa o Sargento-Mór de Paranaguá, Manoel do Valle Porto, dono de vastas extensões territoriais no Paraná e em Minas.
Duas irmãs, conta a tradição, que habitavam nas dependências da fazenda, tinham uma devoção especial por Nossa Senhora do Pilar, e promoviam contínuos terços, assaz concorridos, em homenagem à Virgem.
A festa, que realizavam todos os anos, a 15 de agosto, atraía para a fazenda da Graciosa de Guapirocaba, grande número de mineiros que exploravam as lavras vizinhas.
O Sargento-Mór, devoto também, resolveu com o auxílio dos moradores da vizinhança erguer uma Capela, com a invocação de Nossa Senhora do Pilar, doando meia-légua de terra para o seu patrimônio.
Requerida ao Bispo do Rio, D. Francisco de São Jeronymo, foi a 11 de setembro de 1714 concedida a provisão para erguer o oratório.
Em 1719 a Capela é elevada à categoria de “curado”.
Em 1797 o governador de São Paulo, Manoel de Mello e Castro, atendendo a representação dos moradores do Pilar da Graciosa, ordenou ao ouvidor de Paranaguá, Dr. Manoel Lopes Branco e Silva, que a erigisse em Vila com o nome de Antonina, em honra ao príncipe D. Antônio.
À 6 de novembro de 1797 foi publicada a provisão do governador de São Paulo criando a Vila de Antonina, com pelourinho, havendo muito entusiasmo entre a nobreza e povo do lugar.
No dia seguinte procedeu-se a primeira eleição para a Câmara e juízes ordinários.
É iluminada a luz elétrica. (Grafia atualizada)

PLAISANT, Alcebiades César, Descripção Geographica, Política e Histórica do Estado do Paraná, Typografia da Republica, Curitiba, Paraná, 1908
Pesquisa: AlmirSS - IHGP - 2021 

O TEATRO GUAÍRA na RUA DR. MURICY, já parcialmente demolido. Ao fundo, o BRAZ HOTEL, o Edifício Heloísa e MAGESTOSO HOTEL.

 O TEATRO GUAÍRA na RUA DR. MURICY, já parcialmente demolido. Ao fundo, o BRAZ HOTEL, o Edifício Heloísa e MAGESTOSO HOTEL.


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A CHEGADA DO 1º BISPO DE JACAREZINHO EM 1927

 A CHEGADA DO 1º BISPO DE JACAREZINHO EM 1927


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A CHEGADA DO 1º BISPO DE JACAREZINHO EM 1927

Esta foto mostra uma autêntica raridade: a chegada a Jacarezinho do primeiro bispo da Diocese, D. Fernando Tadei que aqui chegou no dia 14 de agosto de 1927, com uma grande recepção. A foto mostra o cortejo que se formou quando de sua chegada , com um grande número de veículos festejando não só a sua vinda como também a implantação da sede de uma diocese em Jacarezinho. O trecho da rua Paraná que se vê é o da quadra em que, à esquerda, hoje se encontra a Panificadora Molini's. A 2ª casa também à esquerda (a que aparece por inteiro) era a residência do Dr. Antônio de Almeida, que veio a ser prefeito desta cidade e que era genro do Cel. João Carlos de Aguiar. Na seqüência, a casa onde hoje se localiza o Foto Sakura.. Atravessando a rua, sempre à esquerda, o prédio onde hoje é a casa comercial conhecida como "Miguelzinho", em seguida o sobrado que se vê é o da antiga Farmácia de Anésio de Almeida Leite onde funcionou durante muito tempo a Farmácia Menino Deus. Interessante observar a rua Paraná com os veículos levantando poeira e à direita uma carrocinha carregando sacas de café. A foto, conforme pode ser vista pela gravação nela feita, foi uma homenagem ao Bispo. 

Esta foto é de rara beleza. Datada de 1935, nos primeiros dias após a inauguração do Ginásio Cristo Rei.

 Esta foto é de rara beleza. Datada de 1935, nos primeiros dias após a inauguração do Ginásio Cristo Rei.


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Compartilhado relato e Acervo de Celso Antônio Rossi

UMA DAS CENAS MAIS BUCÓLICAS DE JACAREZINHO.

Esta foto é de rara beleza. Datada de 1935, nos primeiros dias após a inauguração do Ginásio Cristo Rei. Dois alunos Ennio Marques Ferreira e seu irmão João Cândido), devidamente agasalhados, ladeiam sua pequena irmã (Nina) à saída do prédio. A maleta escolar era a utilizada na época. Foram fotografados pelo seu pai que registrou uma das imagens mais bonitas da história de Jacarezinho. À esquerda, uma carrocinha se aproxima lentamente.conduzindo um enorme baú. A Avenida Getúlio Vargas, sem nenhum calçamento ou asfalto, não tinha ainda delimitados seus canteiros centrais.
O então Ginasio Cristo Rei mais tarde tornou-se colégio e hoje desativado o prédio abriga outro estabelecimento educacional. 

O LADO OBSCURO DA USINA HIDRELÉTRICA GOVERNADOR PARIGOT DE SOUZA, NA VILA DA COPEL

 O LADO OBSCURO DA USINA HIDRELÉTRICA GOVERNADOR PARIGOT DE SOUZA, NA VILA DA COPEL


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O LADO OBSCURO DA USINA HIDRELÉTRICA GOVERNADOR PARIGOT DE SOUZA, NA VILA DA COPEL

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Vila da Copel, Bairro Alto, Antonina, 7 de setembro de 1967, pouco mais de quatro anos antes da inauguração da Parigot de Souza, a maior central hidrelétrica subterrânea do sul do país. Era dia de comemoração da Independência, mas a obra não podia parar e centenas de homens trabalhavam na gigantesca construção. Infelizmente, no decorrer das obras, alguns trabalhadores perderam a vida, muito devido à falta de equipamentos de segurança naquela época.

Um caso intrigante, é o caso de Eduard Smithsonian, que se apresentava como engenheiro inglês, mas verdade é que ninguém sabia muita coisa sobre ele. Smith, como era chamado, caiu de uma altura de aproximadamente 20 metros e perdeu a vida já no local. Naquele dia, toda a vila estava enlutada diante daquela tragédia. Pessoas que conviviam com Smith diziam que ele era muito estranho e, às vezes, falava sozinho em uma língua desconhecida, e certa vez ele incendiou a própria casa, onde morava com um cachorro que tinha um chifre, parecendo muito com aquilo que denominamos unicórnio.

Sete dias após a fatalidade, luzes intensas foram visualizadas nos arredores da Vila da Copel. No dia seguinte, dezenas de pessoas foram diagnosticadas com melanoma ocular, um tipo de câncer nos olhos.

Vagner Flores Cordeiro, já falecido, morava na região do Cachoeira e também trabalhava na usina e, à época do fato da morte e dos aparecimentos das luzes, relatou à rádio da cidade, a antiga rádio Guarapirocaba. A repercussão foi tamanha que, dez dias depois da divulgação do caso, no final do mês de setembro de 1967, Artur da Costa e Silva, presidente da República na época da Ditadura Militar, esteve na usina para acompanhar a história.

Costa e Silva também foi vítima das luzes e foi diagnosticado com a mesma doença. Ele acabou falecendo dois anos depois em decorrência de um acidente vascular cerebral.

O mistério até hoje ainda paira nos ares da Vila da Copel, mais precisamente na usina.

Algumas pessoas são categóricas ao afirmarem que Smith era um ET e que ele foi o causador desse ato, que é tido como uma vingança. O motivo dessa vingança é desconhecido.

Não são raras as vezes em que pessoas da região ainda vizualizam as assombrosas luzes.

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– Por Jhonny Arconi

A história do triste fim de Abelardo aconteceu no ano 1735, alguns anos após a fundação da cidade de Guarapirocaba, atual Antonina, litoral do Paraná.

 A história do triste fim de Abelardo aconteceu no ano 1735, alguns anos após a fundação da cidade de Guarapirocaba, atual Antonina, litoral do Paraná.


Nenhuma descrição de foto disponível.A CRUZ SANGRENTA DE ABELARDO, O FALSO MONGE


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Pendurado na cruz, peito ofegante, marcas das chibatas e dos cravos no corpo nu e uma coroa de espinhos que perfurava sua cabeça e avançava até ao cérebro, interrompendo os seus últimos pensamentos. O sangue carmesim escorria por seu rosto sofredor e respingava no chão lamoso no alto de Guarapirocaba. Suas últimas palavras foram: "Receba-me, ó paaai".

Não, não estou falando do Cristo, filho de Deus e salvador do mundo. Falo, sim, de Abelardo, o falso monge.

A história do triste fim de Abelardo aconteceu no ano 1735, alguns anos após a fundação da cidade de Guarapirocaba, atual Antonina, litoral do Paraná. O jovem Abelardo, que na época estava na terceira década de vida, dizia ser o Messias que viera para juntar as ovelhas em seu aprisco. Apenas dizer ser o Messias não lhe renderia uma condenação de morte à base de talião. Algo horrendo Abelardo havia praticado. O que seria? O que lhe rendeu a morte na cruz?

Abelardo nunca foi consagrado sacerdote, mas se dizia monge da ordem beneditina. Usava camisa de lã e escapulário sobre os ombros. Homem aparentemente pobre, vivia numa casa aos pés de um dos morros de Três Morretes. Lá era seu monastério e o futuro aprisco das ovelhas, segundo ele.

Com 30 anos de idade, o jovem começava a se apresentar como o Cristo, filho do Deus vivo. A partir de então, todos os dias Abelardo saia de sua casa e se deslocava a caminho de Guarapirocaba para arrebanhar ovelhas para levá-las ao aprisco em Três Morretes. E assim, o suposto Messias formava a congregação Abelardina.

A falsidade de Abelardo perdurou por 3 anos, quando aos 33 anos ele foi denunciado ao Sargento-Mor de Guarapirocaba por cometer 1 homicídio e dezenas de crimes sexuais contra mulheres e crianças. Após as investigações, o Sargento Manoel não conseguiu provas suficientes para sentenciá-lo. Resolveu, então, entregar o falso monge nas mãos do povo, que odioso, em uníssono gritava: "Crucificado seja o falso filho de Maria". Pressionado pelo povo, o Sargento-Mor levou o caso ao diácono da Capela, que relatou ter recebido a revelação divina de que Abelardo era culpado e deveria ser condenado. O sacerdote também disse que a culpa do falso monge seria comprovada em todas as sextas-feiras santas da posteridade.

Sem mais alternativas, o Sargento expediu a condenação de Abelardo, primeira e única execução de morte de cruz no Brasil.

A COMPROVAÇÃO DA CULPA DE ABELARDO
Era sexta-feira, oitavo dia de abril de 1935 e as jovens irmãs Dolores e Doralice ficam assombradas ao enxergarem a cruz da capela sangrando. Desde então, todas as sextas-feiras da paixão, o mesmo evento acontece para comprovar a culpa do criminoso Abelardo.

– Por Johnny Arconi

Em meados do século XX funcionava no Matarazzo um posto de puericultura (uma subespecialidade da pediatria, que preocupa-se com o acompanhamento integral do processo de desenvolvimento da criança). O nome da instituição era "Posto de Puericultura Condessa Mariângela Matarazzo".

 Em meados do século XX funcionava no Matarazzo um posto de puericultura (uma subespecialidade da pediatria, que preocupa-se com o acompanhamento integral do processo de desenvolvimento da criança). O nome da instituição era "Posto de Puericultura Condessa Mariângela Matarazzo".


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A MENINA DO POSTO DE PUERICULTURA

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Em meados do século XX funcionava no Matarazzo um posto de puericultura (uma subespecialidade da pediatria, que preocupa-se com o acompanhamento integral do processo de desenvolvimento da criança). O nome da instituição era "Posto de Puericultura Condessa Mariângela Matarazzo".

O prédio, que ainda está de pé, fica defronte ao antigo Porto Barão de Teffé – o primeiro porto privado do país, fundado em 1910 pelo legendário magnata Conde Francisco Matarazzo.

Após a desativação do posto de puericultura, uma senhora cega passou a morar na casa.

1985, quase 20 anos após a desativação do posto, Zenilda, a moradora da casa, estava dormindo. Lá fora, a chuva e o vento estavam a todo vapor. As luzes da casa estavam todas apagadas. O clima estava propício para a noite revelar as suas peripécias.

Era 1 hora da madrugada e Zenilda acordou com o estrondo de um trovão e logo aproveitou e se levantou para ir ao banheiro, sempre com a ajuda da bengala, pois não enxergava; todavia, tinha uma audição infalível.

A mulher era devota de Nossa Senhora do Pilar. Era uma pessoa de fé e muito alegre.

Ao sair do banheiro, entrou num extenso corredor que a levaria até o seu quarto. De repente, ouviu um choro de criança. Então pensou: "Não é possível! Uma criança dentro da minha casa!?".

A mulher era sozinha... sem marido, sem filhos, sem pets.

Logo perguntou:
– Quem está aí e por que está chorando?

Ficou sem resposta.

Novamente, então, ela perguntou:
– Vamos, me responda: Quem está aí e por que chora?

Não tivera nenhuma resposta.

Um pouco assustada, Zenilda prosseguiu para o quarto.

Da porta do quarto, a mulher escutou alguém falando "tia". Era a voz de uma criança, uma menina de mais ou menos 7 anos, que deu um grito e em seguida falou alto:

– Onde está a tia de jaleco branco?

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– Por Jhonny Arconi

DR. NILO CAIRO – MÉDICO E INTELECTUAL - 12/11/1874.

 DR. NILO CAIRO – MÉDICO E INTELECTUAL - 12/11/1874.


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DR. NILO CAIRO – MÉDICO E INTELECTUAL - 12/11/1874.
Por Carlos Eduardo M. Lobo
Dr. Nilo Cairo da Silva nasceu em Paranaguá a 12 de novembro de 1874. Era filho de Simplício Manuel da Silva e da Dona Alzira de Paulo Costa e Silva. Da sua biografia consta que cursou a escola primária em Paranaguá e que seguiu depois para o Rio de Janeiro onde assentou praça na Escola Militar, em 1891. Em 1911 era capitão, tendo cursado o Estado Superior de Engenharia. Pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, ele recebeu o grau de doutor em 1903 e dedicou-se ao tratamento pela homeopatia, tendo fundado a Revista Homeopática, em sociedade com Domingos Veloso. O ponto alto da vida do Dr. Nilo Cairo foi a época em que, junto com o Dr. Vítor do Amaral e outros espíritos lúcidos, fundou a Universidade do Paraná, em Curitiba, da qual foi Secretário Geral, lecionando várias disciplinas. Colaborou em jornais e revistas do Rio de Janeiro e de Curitiba com belos artigos versando principalmente sobre a medicina. Em frente ao prédio da Universidade, o seu busto de bronze é hoje um marco para incentivar a mocidade estudiosa não só de Paranaguá, mas de todo o Paraná. Existem ruas (em Curitiba e em nossa cidade) como homenagem à atuação deste culto e prestativo médico.
Conheceu no Rio a senhorita Dagmar de Oliveira Coelho com quem se casou ainda antes de formar-se em Medicina. De seu primeiro casamento nasceu um filho, Maury, que faleceu com pouco mais de 40 anos. Dagmar faleceu de parto após apenas poucos anos de casamento. Em 1906 Dr. Nilo casou pela segunda vez, desposando Leonor Lopes da Silva, neta do fundador do Jornal “19 de Dezembro”, Cândido Martins Lopes. Dona Leonor possuía lesão nos pulmões e ao nascer a primeira filha Sara, em 1910, os sintomas da tuberculose se fizeram mais acentuados. O casal foi a Palmeira visando conseguir melhoras na saúde de Dona Leonor, lá ficando cerca de um ano. Dr. Nilo estudando e clinicando. De volta a Curitiba, Dona Leonor viu com desespero que a vida conjugal do casal desmoronava culminando a sua separação.
Em 8 de outubro de 1924, faleceu Dona Leonor e Dr. Nilo tratou de levar para junto de si a única filha que possuía desse infeliz segundo matrimônio.
Filha, aliás, que só o conhecera aos 10 anos de idade. A senhora com quem Dr. Nilo vivia e que em 1925 passou a ser sua terceira esposa, - Dona Ermelina Schimidt, deu-lhe uma filha que não vingou. Mas devido a atritos entre a madastra e Sara, o pobre homem não teve muita paz ou felicidade em sua vida doméstica. Nesta época Dr. Nilo, sentindo os efeitos perturbadores de uma úlcera de estômago que lhe causava muitas dores, e assaltado pelos desgostos devido sobretudo ao ciúme que sua atuação na Universidade despertava, resolveu voltar para sua cidade natal, Paranaguá. Agravados seus males, embarcou para o Rio de Janeiro em 9 de março de 1928, para tentar intervenção cirúrgica, como última esperança ante à morte, que presentia. Faleceu o Dr. Nilo Cairo no Rio de Janeiro, em consequência de uma cirurgia realizada em 6 de junho de 1928. Deixou sua família desolada e pobre pois nunca soube juntar bens materiais, uma vez que, durante sua vida, foi extremamente generoso com quem precisasse.
Em 1974, centenário do nascimento do Dr. Nilo Cairo da Silva, foi realizada uma conferência sobre sua vida e obra, no Conselho Municipal de Cultura de Paranaguá, na Casa Monsenhor Celso. O acontecimento foi muito concorrido e a conferência muito interessante e isso não deve causar surpresa considerando que Nilo Cairo teve uma vida brilhante e fascinante, e ao mesmo tempo marcada pela infelicidade nos seus três casamentos. Seu nome é de primeira grandeza entre os ilustres homens dos que nasceram em Paranaguá.
Foto: Acervo digital IHGP
Pesquisa: AlmirSS - IHGP 2021

A ADESÃO DE PARANAGUÁ À REPÚBLICA.

 A ADESÃO DE PARANAGUÁ À REPÚBLICA.


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A ADESÃO DE PARANAGUÁ À REPÚBLICA.
No dia 15 de novembro de 1889, o chefe do Partido Republicano Brasileiro, Quintino Bocaiúva, dirigiu à redação do "Pátria Livre", de Paranaguá, um telegrama no qual comunicava que, pela madrugada, Exército e povo, confraternizados, tinham proclamado a República, e se formava um governo provisório, sob a chefia do Marechal Deodoro da Fonseca.
A notícia estourou como uma bomba no meio político que combatia a monarquia, transformando a cidade que se encheu de festa, discursos nas ruas, no Clube Republicano, em sacadas residenciais. Os associados do Clube não pouparam esforços para maior brilho das comemorações. Aumentou o número de republicanos. Avolumaram-se os adesistas.
A Câmara Municipal de Paranaguá, no dia 17 de novembro, sob a Presidência do Vereador Teodorico Júlio dos Santos, realizou uma sessão extraordinária, com a presença de todos os Vereadores, autoridades locais e grande número de convidados, com a finalidade de manifestar os seus sentimentos perante o Governo Provisório da República.
Procedida a leitura dos telegramas de Quintino Bocaiúva, Manuel Correia Defreitas, o Presidente da Câmara Municipal de Curitiba, do Chefe de Polícia, da Câmara Municipal do Rio de Janeiro, o Presidente dirigiu-se aos seus colegas de Vereança, pediu para no caso de quererem manifestar sua adesão política ao novo governo constituído, fizessem o favor de levantar-se.
Aprovada por unanimidade a adesão política ao novo governo, explodiram vivas à República dos Estados Unidos do Brasil, ao Governo Provisório, ao Povo Brasileiro e à Câmara Municipal.
Usaram da palavra os senhores Artur Ferreira de Abreu, Albino José da Silva, o Padre Marcelo Anunziata e Manuel Filipe de Araújo, todos manifestando-se favoráveis ao atual governo.
Encerrou a histórica sessão, o discurso pronunciado pelo Presidente que, ao final, declarou a adesão da Câmara e do povo ao novo Governo Provisório da República e do Paraná, erguendo vivas ao Brasil, ao Governo Provisório, ao Estado do Paraná e ao Povo Brasileiro.

Fonte primária: Freitas, Waldomiro Ferreira , História de Paranagua, das Origens à Atualidade, IHGP, 1999, 570 pag.
Foto: https://mundoeducacao.uol.com.br/.../proclamacao... - http://msinstituto.blogspot.com/.../theodorico-julio-dos... acessados em 15/1102021 por AlmirSS - IHGP