sábado, 18 de março de 2023

DR. NILO CAIRO – MÉDICO E INTELECTUAL - 12/11/1874.

 DR. NILO CAIRO – MÉDICO E INTELECTUAL - 12/11/1874.


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DR. NILO CAIRO – MÉDICO E INTELECTUAL - 12/11/1874.
Por Carlos Eduardo M. Lobo
Dr. Nilo Cairo da Silva nasceu em Paranaguá a 12 de novembro de 1874. Era filho de Simplício Manuel da Silva e da Dona Alzira de Paulo Costa e Silva. Da sua biografia consta que cursou a escola primária em Paranaguá e que seguiu depois para o Rio de Janeiro onde assentou praça na Escola Militar, em 1891. Em 1911 era capitão, tendo cursado o Estado Superior de Engenharia. Pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, ele recebeu o grau de doutor em 1903 e dedicou-se ao tratamento pela homeopatia, tendo fundado a Revista Homeopática, em sociedade com Domingos Veloso. O ponto alto da vida do Dr. Nilo Cairo foi a época em que, junto com o Dr. Vítor do Amaral e outros espíritos lúcidos, fundou a Universidade do Paraná, em Curitiba, da qual foi Secretário Geral, lecionando várias disciplinas. Colaborou em jornais e revistas do Rio de Janeiro e de Curitiba com belos artigos versando principalmente sobre a medicina. Em frente ao prédio da Universidade, o seu busto de bronze é hoje um marco para incentivar a mocidade estudiosa não só de Paranaguá, mas de todo o Paraná. Existem ruas (em Curitiba e em nossa cidade) como homenagem à atuação deste culto e prestativo médico.
Conheceu no Rio a senhorita Dagmar de Oliveira Coelho com quem se casou ainda antes de formar-se em Medicina. De seu primeiro casamento nasceu um filho, Maury, que faleceu com pouco mais de 40 anos. Dagmar faleceu de parto após apenas poucos anos de casamento. Em 1906 Dr. Nilo casou pela segunda vez, desposando Leonor Lopes da Silva, neta do fundador do Jornal “19 de Dezembro”, Cândido Martins Lopes. Dona Leonor possuía lesão nos pulmões e ao nascer a primeira filha Sara, em 1910, os sintomas da tuberculose se fizeram mais acentuados. O casal foi a Palmeira visando conseguir melhoras na saúde de Dona Leonor, lá ficando cerca de um ano. Dr. Nilo estudando e clinicando. De volta a Curitiba, Dona Leonor viu com desespero que a vida conjugal do casal desmoronava culminando a sua separação.
Em 8 de outubro de 1924, faleceu Dona Leonor e Dr. Nilo tratou de levar para junto de si a única filha que possuía desse infeliz segundo matrimônio.
Filha, aliás, que só o conhecera aos 10 anos de idade. A senhora com quem Dr. Nilo vivia e que em 1925 passou a ser sua terceira esposa, - Dona Ermelina Schimidt, deu-lhe uma filha que não vingou. Mas devido a atritos entre a madastra e Sara, o pobre homem não teve muita paz ou felicidade em sua vida doméstica. Nesta época Dr. Nilo, sentindo os efeitos perturbadores de uma úlcera de estômago que lhe causava muitas dores, e assaltado pelos desgostos devido sobretudo ao ciúme que sua atuação na Universidade despertava, resolveu voltar para sua cidade natal, Paranaguá. Agravados seus males, embarcou para o Rio de Janeiro em 9 de março de 1928, para tentar intervenção cirúrgica, como última esperança ante à morte, que presentia. Faleceu o Dr. Nilo Cairo no Rio de Janeiro, em consequência de uma cirurgia realizada em 6 de junho de 1928. Deixou sua família desolada e pobre pois nunca soube juntar bens materiais, uma vez que, durante sua vida, foi extremamente generoso com quem precisasse.
Em 1974, centenário do nascimento do Dr. Nilo Cairo da Silva, foi realizada uma conferência sobre sua vida e obra, no Conselho Municipal de Cultura de Paranaguá, na Casa Monsenhor Celso. O acontecimento foi muito concorrido e a conferência muito interessante e isso não deve causar surpresa considerando que Nilo Cairo teve uma vida brilhante e fascinante, e ao mesmo tempo marcada pela infelicidade nos seus três casamentos. Seu nome é de primeira grandeza entre os ilustres homens dos que nasceram em Paranaguá.
Foto: Acervo digital IHGP
Pesquisa: AlmirSS - IHGP 2021

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