terça-feira, 11 de abril de 2023

A FARRA DA AVESTRUZ NO PARANÁ

 A FARRA DA AVESTRUZ NO PARANÁ


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A FARRA DA AVESTRUZ NO PARANÁ
No começo dos anos 2000, corria de norte a sul do Brasil a notícia que um novo nicho de investimentos havia sido descoberto, com lucros inigualáveis; era a criação de avestruzes.
Uma empresa de goiás, oferecia contratos de compra e venda de avestruzes com compromisso de recompra dos animais. Assim, quem investisse em uma ave com 18 meses de vida, ganharia um retorno mensal de 10% sobre a aplicação até o mês em que a avestruz fosse readquirida pela empresa. O lucro seria assegurado pela suposta exportação da carne. Mas o negócio propriamente dito jamais chegou a ir para frente: em sete anos de operação, nenhuma ave foi abatida. Na teoria, a empresa comercializou mais de 600 mil aves. Na prática, possuía só 38 mil.
Apostando antes na propaganda do que nas aves em si, o grupo conquistou 40.000 investidores no Brasil, 30.000 deles só no estado de Goiás. Para engordar a base da pirâmide, foram gastos R$ 4.000.000 em publicidade no lancamento da idéia e meses seguintes, e apenas R$ 100.000 reais em ração para as avestruzes. Quando a pirâmide ruiu em 2005, a empresa fechou as portas e seus sócios fugiram para o Paraguai.
No Paraná, rapidamente foi criada uma empresa, por um conhecidíssimo empresário paranaense, que aproveitando o trem da alegria que desfilava em outros estados com felizes investidores sonhando com altos lucros, também implantou uma pirâmide semelhante aqui, seguindo a mesma linha de raciocínio dos outros caloteiros.
Para exemplo, um certo investidor paranaense fechou contrato, em 2005, comprando uma avestruz por R$ 1.925,80. A empresa prometia recomprar a ave 22 meses depois por R$ 4.044,18. Ela ficava com a guarda e criação do filhote, durante este período, e se encarregaria de sua comercialização futura.
Não se sabe ao certo o número de vítimas paranaenses que caíram na arapuca. Processos correm na justiça, interpostos por muitos lesados, porém, com pouca chance de sucesso. O mesmo empresário deve alguns milhões de impostos ao governo e, recentemente foi preso por atividade ilícita de cassino, em Ponta Grossa.
Uma avestruz fornece, entre os 12 a 14 meses, sua idade de abate, de 35 a 40 quilos de carne. Além da carne, o couro é muito procurado pelas grandes grifes. Cada animal tem de 1,20 a 1,50 metro quadrado de couro e 1,200 kg de plumas, usadas para adornos e espanadores. O bico serve para fabricação de botões, os ossos para farinha, os cílios para pincéis ou cílios postiços. O óleo da gordura vem sendo indicado também para fins cosméticos e medicinais, como cicatrizante eficaz, nas queimaduras, artrites e artroses.
A carne dessa ave é vermelha e muito saborosa, semelhante à do boi, embora mais saudável. Como a criação ainda é pouco praticada no Brasil, a carne de avestruz é difícil de se encontrar e, por isso, muito cara, em torno de R$ 40 o quilo.
O produtor João Nilceu Ribeiro de Mello, de Apucarana (PR), foi um dos pioneiros na criação de avestruz no Paraná e hoje é um dos poucos que ainda resistem na atividade. Chegou a ter 800 animais e mantém apenas 120, que são criados por terceiros. O objetivo atual do produtor é a utilização do couro para a produção de botas e acessórios.
" 'Alguma coisa de carne ainda vendo para umas três ou quatro pessoas da região. Não passa de 25 a 30 quilos por mês. Mas já estou pensando em parar e trabalhar apenas com o couro", conta ele, que mantém produção e show-room de botas femininas naquele município. Uma bota de couro de avestruz custa entre R$ 350 e R$ 600, enquanto o quilo do filé é vendido por R$ 25.
Assim como muitos outros, Mello começou a criar avestruz em meados da década de 90, motivado pela divulgação de que era um bom negócio. "No final das contas, não cobre o custo", resume. "Teve época em que até ganhei dinheiro, mas depois perdi tudo. Teve mês em que cheguei a ter prejuízo de R$ 25 mil a R$ 30 mil ', lembra.".
(Fontes/Fotos: aviculturaindustrial.com.br, tribunapr.com, pinterest)
Paulo Grani

Este artigo apresenta o mapa de baia de Paranaguá, de 1653, assim como recupera a carta que o descreve.

 Este artigo apresenta o mapa de baia de Paranaguá, de 1653, assim como recupera a carta que o descreve.


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O mapa de 1653, de Pedro Pereira de Souza, detalhando a baía de Paranaguá, suas adjacências e a existência do povoado de Quereytiba no planalto acho ma.


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Nos Campos de Quereytiba as casas significam a existência da vila, a cruz significa a igreja e o pelourinho o princípio de justiça.


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Indicação das minas existentes em 1653, em cada lugar do litoral e do planalto.


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Detalhe dos topônimos de cada lugar, rios, baía, ilhas, caminhos, etc, descritos no mapa em legenda.


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Tabela discriminando cada toponimo usado em 1653, registrado no mapa, e seu nome atual.


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Detalhe dos canais de entrada da baía, suas profundidades e a ilha do mel na entrada.

UM DOCUMENTO MAIS QUE HISTÓRICO
Este artigo apresenta o mapa de baia de Paranaguá, de 1653, assim como recupera a carta que o descreve. Amplamente conhecido, foi anteriormente atribuído a Eleodoro Ébano Pereira por vários estudiosos. Demonstra-se que o mapa foi executado por Pedro de Souza Pereira, parente do Governador Geral Salvador Correa de Sá e Benevides, e é o mais antigo mapa de recursos minerais da colônia. Nele estão descritos a baía, suas barras, as principais ilhas e 21 localizações de minas de ouro. Com este mapa, Pedro de Souza Pereira procura localizar as lavras e organizar a produção das catas de ouro aluvionar no período 1651-59. Esta organização seria importante para que Salvador Correa pudesse reivindicar privilégios reais como governador das minas. No entanto, o fraco rendimento destas minas e a oposição dos paulistas inviabilizam as lavras. Com a revolta do Rio de Janeiro, em 1660, Salvador Correa perde seu poder na região, e as lavras voltam a ser exploradas sem controle real. As lavras paulistas, entre elas Paranaguá e Curitiba, tiveram uma capital importância na geração de recursos humanos que vieram a descobrir as lavras do século 18.
1 – Descoberta do mapa e os "Campos de Queretiba"
Em 1920, o historiador paranaense Moises Marcondes encontra, na sala do diretor da seção do Archivo da Marinha e Ultramar, da Biblioteca Nacional de Lisboa, um mapa da baia de Paranaguá ( figura 1). Este mapa tem a data de 20/05/1653, e mostra a baía de Paranaguá, suas principais ilhas, alguns dos rios que nela deságuam, bem como a vila de Paranaguá e os campos de “Queretiba”, estes simbolizados por duas casas, uma cruz e um pelourinho na parte superior do mapa.
Neste mapa constam ainda 21 indicações de minas, o que o torna o mais antigo mapa de ocorrências minerais até hoje conhecido no Brasil. Moises Marcondes, intrigado, publica o mapa e uma nota1, onde tenta descobrir o autor do mapa, a importância deste documento para a história da mineração de ouro e para a história do atual estado do Paraná.
Este mapa foi executado em 1653 por Pedro de Souza Pereira. Nomeado provedor-mor das minas, este tinha consigo uma carta régia, com instruções sobre como providenciar o reconhecimento das minas de ouro recém descobertas nestas capitanias do sul do Brasil. Em carta de 20/05/1653, Pedro de Souza Pereira informa ao Rei das diligências realizadas durante esta sua viagem, bem como da carta que havia feito. Este artigo tem como objetivos, dentro de suas limitações, amarrar as duas pontas desta historia3, e estabelecer de nitivamente Pedro de Souza Pereira como o autor da carta e seu contexto histórico em que ela foi feita.
2 – As Minas de Paranaguá
As primeiras entradas conhecidas em busca de ouro na região vicentina, que abrange os atuais estados de São Paulo e Paraná, datam do inicio da colonização. A descoberta de minas de ouro na região de São Paulo é realizada durante o período da União Ibérica (1580-1640), no governo de Dom Francisco de Sousa (1599-1610). Entre 1590 a 1630, são exploradas as jazidas de ouro de aluvião ao redor de São Paulo, na serra do Jaraguá, em Guarulhos e em Itapecerica5. Dom Francisco implanta um modelo “castelhano” de organização econômica, que fo- menta a agricultura para subsidiar a mineração. Quando se dá o trancamento do tra co negreiro e o fechamento do comercio português no Atlântico Sul6, entre 1620 e 1650, São Paulo emerge como um centro produtor de alimentos para a colônia. Aumenta neste período a busca por cativos guarani para trabalhar nestas lavouras, e não é por acaso que este é o período de maior intensidade dos ataques bandeirantes às missões jesuíticas do Guairá, Tape e Itatins.
As jazidas de ouro em toda a região vicentina são muito pequenas e pouco viáveis. No entanto, a partir de meados do século xvii a mineração aurífera se expande para o sul, com a descoberta das minas de Iguape (fundada em 1637) e Paranaguá (1648). No planalto, Curitiba é fundada em 1668.
As jazidas de Paranaguá foram provavelmente descobertas por volta de 1620, mas tiveram seu período mais importante de exploração e lavra entre 1640/1660. Para alguns historiadores, sobretudo paranaenses, numa linha histórica que inclui Vieira dos Santos, Ermelino de Leão, David Carneiro e Reinhardt Maack, afirmam que as descobertas auríferas no atual estado do Paraná são as primeiras deste tipo realizadas no Brasil, por volta de 1570-78, bastante discutível em vista das fontes primarias disponíveis.
O primeiro registro oficial da existência de ouro na região data de 1646, quando o capitão Gabriel de Lara, apresentou à Casa de Fundição de São Paulo rochas que descobriu no “Pernagoa”, as quais, uma vez fundidas, resultaram em 20 oitavas de ouro (70 g). A partir desta notícia aumenta o interesse por esta região, até então secundária, na expansão da Capitania de São Vicente. A vila de N. S. do Rosário de Paranaguá é fundada em 1648, desmembrada e elevada à capitania a partir de 1656.
Já em 1648, logo após o manifesto de Gabriel de Lara, o governador geral Duarte Corrêa Vasqueannes envia a Paranaguá o General Eleodoro Ébano Pereira, com o título de “capitão das canoas de guerra dos mares do sul”, para registrar as minas e organizar a fiscalização e a arrecadação. Numa série de autos que manda fazer, Eleodoro toma o depoimento dos homens bons da vila, a respeito de pesquisas e catas que ele mesmo mandara abrir. Provavelmente, Eleodoro entrou em conflito direto com Gabriel de Lara, o homem forte da vila. Talvez por este motivo, Dom João IV nomeia Pedro de Souza Pereira em lugar de Eleodoro. Uma carta régia, datada de 28/11/1651, instrui Souza Pereira ir a Paranaguá entabolar, isto é, registrar as minas e também a coletar mais e melhores amostras de pedra, visto que as enviadas por Ébano foram de pequena monta e insuficientes para os testes metalúrgicos.
3 – Pedro De Souza Pereira
Pedro de Souza Pereira era fortemente ligado à família Sá, que controlava o Rio de Janeiro no século 17. Em diversos documentos, Salvador Correa de Sá e Benevides refere-se a Pedro de Souza Pereira como primo, o que não necessariamente sugere consangüinidade, mas, principalmente, afinidade. Casou-se, em 1651, com Ana Corrêa de Sá, parente de Salvador Correa. Pedro de Souza Pereira ocupou o cargo de provedor-mor da fazenda, no Rio de Janeiro de 1639 até a sua morte, por volta de 1670. Neste período, foi um dos membros mais importantes da família Correa de Sá, particularmente ligado à Salvador Correa de Sá e Benevides. De fato, na documentação levantada, Pedro de Souza Pereira quase sempre aparece como o preposto ou como o representante de Salvador Correa de Sá e Benevides. [...]
Souza Pereira ocupa o cargo de administrador das minas entre 1652 e 1659. Nos primeiros dois anos no cargo, Pedro de Souza Pereira empreende uma série de viagens as capitanias do sul: nomeado Administrador das Minas Do Sul em dezembro de 1652, trabalha em Paranaguá, Iguape e Itanhaém entre março e maio de 1653; em julho de 1653 está em São Paulo. Em janeiro de 1654 está de volta ao Rio.
Souza Pereira conseguiu fazer as lavras de Paranaguá produzir, e controlou ao menos parcialmente a sonegação, apesar das resistências de Gabriel de Lara e dos outros mineradores. Em 1654, Souza Pereira envia os quintos do ouro a Portugal, na frota de Francisco Brito Freire. Torna a fazer o mesmo em 1657, na frota de Pedro Jacques de Magalhães. Neste período, Pedro de Souza Pereira foi acusado de fazer estancos de aguardentes, vinhos e outras fazendas, para comprar ouro para enviar os quintos. [...]
Com a revolta do Rio de Janeiro, feita contra o poderio da família Sá, Tomé de Souza Alvarenga, Martim Correa Vasques, Pedro de Souza Pereira e respectivas famílias, pessoas da confiança de Salvador Correa, são presos e remetidos a Lisboa. Segundo Boxer, Pedro de Souza Pereira seria reconduzido ao cargo com o fim da revolta. Sua morte pode ter ocorrido por volta de 1670. Existe a documentação informando que seu filho, Tomé de Souza Pereira estava servindo no cargo de provedor em 1674, em razão da morte de Pedro de Souza Pereira.
4 – Caminhos da Baía de Paranaguá
A baía de Paranaguá, de início, despertou pouca atenção nos exploradores, pois não possui grandes rios que possam estabelecer uma comunicação imediata com o interior. Outro fator importante é que a baia de Paranaguá ficava numa região limítrofe entre os estabelecimentos portugueses e castelhanos nesta parte da América. A dubiedade das disposições do tratado de Tordesilhas gerou uma incerteza sobre tais limites. Para os castelhanos, o limite de suas terras estava em Cananéia, que foi ocupada por espanhóis no inicio da colonização. O Adelantado Cabeza de Vaca, ao entrar por terra para o Paraguai, em dezembro de 1541 toma posse daquelas terras para o rei de Espanha.
Para os portugueses, o limite com as terras castelhanas ficava na ilha de Santa Catarina, ou no porto dos Patos (a atual Laguna) ou, mais longe ainda, no estuário do rio da Prata. Após o achamento de Cabral, são remetidas diversas expedições para descobrir e reconhecer as costas da nova terra. Em 1531-32 Martim Afonso de Sousa, em viagem de reconhecimento e tomada de posse da nova terra, envia Pero Lopes de Souza a reconhecer e navegar pelo estuário do Prata. Martim Afonso, em 1531, envia Pero Lobo e 80 arcabuzeiros, rumo ao interior do continente, em busca de tesouros.
Observa-se que o topônimo Superagui é mais freqüente que o topônimo Paranaguá nos relatos de viagens e nos mapas produzidos no inicio da ocupação portuguesa até o começo do século 17. Os caminhos para o litoral paranaense eram primitivamente feitos entre Cananéia e a ilha de Superagui pelo canal do Ararapira. Hans Staden, marinheiro alemão, é o primeiro europeu a citar a ilha de Suprawai (Superagui), onde naufraga em 1549. Onde, aliás, já encontra portugueses, vindos de Cananéia.
O topônimo Paranaguá é encontrado nos mapa-múndi pela primeira vez somente a partir de 1610.. O acesso primitivo à baia era feito por Superagui, pelo canal do Ararapira e pelo Varadouro. A barra de Paranaguá deve ter sido mais usada a partir da fundação da vila, em meados do século 17. E mesmo este acesso não era feito até recentemente pelo pela barra sul, pelo Canal da Galheta, cujo nome primitivo era Vupubetuba. Os acessos à baía de Paranaguá eram o canal norte e, principalmente, o canal de sueste, onde no século 18 foi construída a fortaleza da Ilha do Mel e, no século 19, o Farol das Conchas.
A primeira referência a Paranaguá em documentos escritos é de 1614, com a concessão da sesmaria a Diogo de Unhate. Não obstante, Unhate era morador em Santos em 1636, passando por ser fundador de São Sebastião conjuntamente com João de Abreu. É bastante duvidoso que houvesse tomado posse de sua sesmaria.
A primeira representação cartográfica exclusiva da baia de Paranaguá é o mapa da Capitania de Santo Amaro, no Atlas de Albernás (1631), e representa tão somente as três entradas de sua barra. Feito com base nas observações de Dom Jerônimo Ataíde, e desenhados pelo cartógrafo português João Albernás, o Atlas conta com 36 mapas abrangendo as mais importantes feições habitadas da costa brasílica e suas capitanias. Esta carta representa tão somente as três entradas da barra de Paranaguá, sem qualquer outro detalhe digno de nota. Comparado com os outros mapas deste Atlas (como, por exemplo, a carta da ilha de São Vicente), a completa falta de detalhes desta planta mostra que praticamente nada se conhecia do interior da baia de Paranaguá nesta época, a não ser as barras de sua entrada.
5 – O Mapa da Baía de Paranaguá
Em carta de 20/05/1653, da Vila da Conceição (Itanhaém), Pedro de Souza Pereira informa ao Rei da sua viagem às capitanias do sul. Nesta carta, informa do resultado dos rendimentos dos quintos, de notícias de minas de prata que lhe são fornecidas por Antonio Nunes Pinto, bem como descreve uma vistoria que fez com o Capitão-mor Gabriel de Lara na mina de pedras que este fora descobridor. Critica os que vão às catas “explorar como querião”, bem como indica ser de pouca utilidade a casa de fundição de São Paulo, e indica a casa de fundição de Paranaguá como mais apta a receber e quintar o ouro que vinha daqueles distritos.
Apenso a esta carta está uma descrição das capitanias do sul e um mapa da baia de Paranaguá, feito por Pedro de Souza Pereira ou seus auxiliares. De acordo com a carta, o mapa provavelmente foi executado entre os meses de março e maio de 1653, mostrando a baia, as principais ilhas, alguns dos rios que nela deságuam, bem como a vila de Paranaguá e os campos de Curitiba, estes simbolizados por duas casas, uma cruz e um pelourinho na parte superior do mapa. Para uma discriminação da toponímia do mapa, veja-se a figura 2 e a tabela 1.
Neste mapa, constam ainda 21 indicações de minas, o que o torna o mais antigo mapa de ocorrências minerais até hoje conhecido no Brasil. Os rios auríferos indicados neste mapa são principalmente o Cubatão (atual rio Nhundiaquara), o Cacatu, o Curitibaíva, o Cachoeira e o Faisqueira. Já pelo mapa se depreende que o grosso das faisqueiras ficava no vale do Cubatão, inclusive as “minas de pedra”, manifestadas por Gabriel de Lara em 1646.
O outro rio largo paralelo ao rio Cubatão parece ser o Cacatu. A indicação “caminho de queretiba” pode indicar o rio Curitibaiva, ou “caminho de Curitiba” na língua geral e que foi, efetivamente, o primeiro caminho utilizado para alcançar o planalto. Um dos rios a seguir parece ser o rio Cachoeira, com poucas indicações de minas e um traçado muito impreciso. Outro rio com poucas indicações de minas é o rio Faisqueira, que deságua na ilha dos Guarás (atual ilha das Rosas).
A Baia dos Pinheiros praticamente não aparece no mapa. Provavelmente não foi levantada por Pedro de Souza Pereira, assim como não o deve ter sido o interior da baía de Antonina, com o traçado dos rios que nela deságuam, são muito imprecisos
A ilha dos Guarás, Ibirarema e Guarapirocaba tiveram seus nomes alte- rados no decorrer do tempo, respectivamente, para Ilha do Rosa, do Teixeira e da Ponta Grossa. Por outro lado, as grandes ilhas da porção oriental da baía (ilha do Mel, das Peças, das Cobras, das Gamelas, Rasa), mantiveram seus nomes coloniais. O mesmo acontece com Superagüi e os seus acessos, como o canal do Varadouro, e a barra do Ararapira.
No mapa consta inclusive a profundidade das barras da baia de Parana- guá, sondada por Pedro de Souza Pereira. A barra de Vubupetuba apresenta uma profundidade medida de 2 braças a duas braças e meia em todo o canal. A barra norte apresenta profundidades de 6 a 7 braças no interior da baia, 8 braças na barra e 10 braças defronte a ilha do Mel.
Os campos de Curitiba são representados por uma árvore, dois casebres, um cruzeiro e um pelourinho. Esse fato provocou inúmeras controvérsias sobre a real data de ocupação do planalto, afinal a vila de Curitiba só seria inicialmente fundada em 1668. No entanto, para Sergio Buarque de Holanda, esta representação não teve um caráter de exatidão, mas sim marcava os indícios de povoamento recolhidos pelo elaborador da carta. No entanto, a denominação “povoação nova” pode marcar a indicação dos antigos arranchamentos na região do Atuba (Vila Dos Cortes?).
A vila do Pernagoa aparece representada com riqueza de detalhes: casario, igreja, pelourinho. As pessoas ali figuradas, segundo Marcondes poderiam ser uma representação simbólica das autoridades da terra. Também a representação da Cruz seria um marco divisor do rocio, que seria demarcado logo a seguir, em 1654. De todo o modo, a representação de um navio indica claramente o antigo porto da vila. O barco representado com a proa embicando na foz do Cubatão é uma clara manifestação da mais óbvia das vias de penetração. Os barcos representados na barra norte e no canal do Varadouro também pode ser uma indicação da maior navegabilidade destes canais.
Afora a vila de Paranaguá, existe uma concentração de casas representa- das na ilha da Cotinga, indicando serem a “Primeira Povoação”. Conforme a tradição, a primeira povoação situava-se nesta vila, tendo se mudado por ocasião da fundação da vila, para as margens do rio Taguaré (atual Itiberê). Existe uma pequena concentração de casas a oeste da vila, sem denominação, mas situadas próximas à ilha de Ibirarema (do Teixeira). Por analogia, pode representar um primeiro núcleo de povoação próximo do que hoje é a colônia Alexandra. No outro lado da baia uma casa pode indicar, da mesma forma, um núcleo de povoamento próximo a atual colônia de pescadores de Eufrosina.
Depois da ilha de Ibirarema/Teixeira, há a indicação de uma casa, com a denominação, na legenda, de “casa de onde começam as minas” ( figura 2). No mapa está igualmente indicado: “daqui começam as minas” ( figura 3). Por se situar a oeste desta ilha, pode ser uma antiga povoação já na foz do rio Cubatão/Nhundiaquara. Esta casa poderia se tratar de um posto fiscal ou equivalente, embora seja somente uma suposição. Nada existe nos documentos que possa sugerir esta hipótese. De todo modo, essa denominação, duplamente reforçada, parece re etir alguma importância alem da mera localização geográfica.
Há três representações de animais na carta: a primeira é a de um cavalo, no interior da ilha do Mel. A segunda e a terceira ocorrem na “tromba da Serra da Guararabi” (Marumbi), e são uma cabra e uma garça. À primeira vista, podem ser somente elementos decorativos.
Característica destas cartas todas é a tentativa de representação tridimensional das baias e portos representados. A perspectiva quase sempre é a de quem entra na baia, o que mostra o seu caráter prático, visando auxiliar a abordagem a partir do mar. Já o mapa de Pedro de Souza Pereira não guarda escalas, nem proporções.
Para Moisés Marcondes33, esta característica da carta indica que “não foi elaborado por cartógrafo profissional, mas com capricho e amor ao detalhe”. Por outro lado, a legenda do mapa de Pedro de Souza Pereira, embora completa, denuncia uma tarefa feita às pressas, com os itens mais novos se acumulando à esquerda, devido à falta de previsão de espaço, se tornando quase ilegíveis.
Segundo uma carta citada por Charles Boxer, em junho de 1653 o mapa de Pedro de Souza Pereira – ou uma de suas cópias – foram apreendidas por piratas holandeses, que então faziam uma intensa guerra de corso contra os na- vios portugueses – estamos aqui passando pelos episódios nais da insurreição pernambucana. Esse era um dos principais preocupações das autoridades por- tuguesas, citada inclusive pelo rei, que em carta de 28/11/1651 sugere a Pedro de Souza Pereira precauções em caso das cartas e das amostras serem capturadas por piratas. Em 1722, o governador D. Rodrigo Cezar de Menezes manda suspender as atividades de mineração na região de Paranaguá, em não só pelo seu pouco resultado, mas pelo perigo da região sofrer “pela invasão do inimigo e estrangeiros, pois se acha aquella villa na costa do mar, sem fortaleza, nem defesa alguma".
6 – Conclusões
O mapa da baia de Paranaguá, publicado por Moises Marcondes e também na coleção Mapas Históricos Brasileiros foi executado por Pedro de Souza Pereira, conforme provam as cartas citadas.
O referido mapa não é um documento cartográfico de fino acabamento. No entanto, tem riqueza de detalhes cartográficos e é bastante preciso nos nomes topográficos. O mapa foi utilizado para informar Lisboa sobre as minas descobertas, sobre a localização e o acesso e das minas de Paranaguá. Juntamente com a carta, informam também detalhes sobre o tipo das lavras, as formas de ocorrência do ouro e os trabalhos em execução. Com base neste documento, poderiam ter sido tomadas decisões importantes, como a organização das defesas da costa contra invasões, o ordenamento do território, e muitas outras.
Durante todo o período da mineração em terras vicentinas, áreas de mineração igualmente importantes, como as lavras ao redor de São Paulo e de Iguape, não tiveram executados, ao que se saiba, mapas similares. Os paulistas, a todo o tempo, procuravam evitar fazer publicidade de suas descobertas, com medo que tinham de perder sua liberdade, conforme os depoimentos da época.
Pedro de Souza Pereira, vinculado a Salvador Correa de Sá, estava interessado no direito às lavras. É com base neste interesse que Eleodoro Ébano Pereira veio a Paranaguá em 1648/49, uma vez que Salvador Correa estava neste tempo reconquistando Angola aos holandeses. Salvador havia sido nomeado governador das minas de São Paulo já no tempo do rei espanhol Felipe iv, nomeação esta confirmada pelo novo rei português, Dom João IV em 1643. Apesar da viva oposição dos paulistas, Salvador tenta assenhorar-se da minas e obter, assim, privilégios reais.
Durante o período de Pedro de Souza Correa como administrador das minas, como preposto de Salvador Correa, observa-se um movimento visando organizar a produção e institucionalizá-la, com a cobrança dos impostos e a organização das catas. Depois da visita de Salvador Correa as minas em 1660, ocorre um desestimulo geral. Parte porque Salvador não viu grande vantagem nas lavras parnanguaras. E, principalmente, porque a revolta do Rio de Janeiro, neste mesmo ano, acaba com o poderio de salvador Correa no sul do Brasil.
O mapa da baia de Paranaguá de Pedro de Souza Pereira representa, portanto, um importante documento deste período. Por meio deste mapa temos que a maior parte da baía achava-se já conhecida e devassada, mantendo desde então a mesma toponímia. Representou uma etapa importante da mineração vicentina, a qual foi muito importante em conhecimento e desenvolvimento de técnicas exploratórias que propiciaram os gold rushes do século 18 em Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso."
(Extraído de: periodicos-des.cecom.ufmg.br)
Paulo Grani

A ULTIMA CARROCEIRA DE CURITIBA " Teve pelo menos três bons cavalos: "Baiano", a égua "Negrinha" e um outro, que de tanto tempo já nem lembra mais como o chamava.

 A ULTIMA CARROCEIRA DE CURITIBA

" Teve pelo menos três bons cavalos: "Baiano", a égua "Negrinha" e um outro, que de tanto tempo já nem lembra mais como o chamava.


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Dona Hermínia entrou para a história como a última verdureira tradicional de Curitiba.
Foto: Joel Rocha.

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Dona Hermínia desafiava o trânsito, vindo de Santa Felicidade, pela Av. Manoel Ribas, até ao centro de Curitiba, tendo a companhia de seu fiel cavalo que conhecia o caminho.
Foto: Joel Rocha.

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Dona Hermínia desafiava o trânsito, vindo de Santa Felicidade, pela Av. Manoel Ribas, até ao centro de Curitiba, tendo a companhia de seu fiel cavalo que conhecia o caminho.
Foto: Joel Rocha.

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Painel de Poty no Mercado Municipal em homenagem às últimas verdureiras tradicionais da cidade.
Foto: Fernando Zequinão/Gazeta do Povo.

ARROZ DE FORNO À PARMEGIANA

 

ARROZ DE FORNO À PARMEGIANA


INGREDIENTES

  • 2 xícaras de arroz
  • 2 tabletes de caldo de galinha
  • 2 ovos
  • 3 colheres (sopa) de queijo ralado
  • 100 g de presunto picado
  • 100 g de mussarela picada
  • 1 colher de extrato de tomate
  • 3 tomates sem pele
  • MODO DE PREPARO

    1. Bata no liquidificador o extrato e os tomates, com um pouco de água e um tablete de caldo de galinha (dissolvido em um pouquinho de água quente).
    2. Cozinhe o arroz com 1 tablete de caldo e 4 xícaras de água por 15 minutos.
    3. Bata os ovos, o queijo ralado, o presunto, a mussarela e misture com o arroz.
    4. Coloque num refratário com o molho forrando a forma e cobrindo com ele.
    5. Leve ao forno quente a 180° C por 10 a 15 minutos.

CONTRA FILÉ ASSADO

 

CONTRA FILÉ ASSADO


INGREDIENTES

  • 1 1/2 kg de contra filé em uma peça inteira
  • 100 g de bacon
  • 4 cubos de caldo de picanha
  • 1 xícara (chá) de água fervente
  • 6 batatas médias descascadas e cortadas ao meio, no sentido do comprimento
  • MODO DE PREPARO

    1. Pré - aqueça o forno em temperatura média (180ºc).
    2. Disponha o contra filé sobre uma tábua e, com uma faca faça 10 cortes paralelos profundos na carne, sem separar as fatias.
    3. Em cada corte, coloque uma fatia de bacon.
    4. Coloque em uma assadeira grande.
    5. Dissolva os cubos de caldo de picanha na água fervendo e regue a carne, deixando escorrer bem dentro da carne.
    6. Distribua a batata em volta da carne e cubra com papel - alumínio.
    7. Leve ao forno por 1 hora.
    8. Retire o papel - alumínio, regue a carne com o molho da assadeira e asse por mais dez minutos ou até a carne ficar macia.
    9. Sirva quente acompanhado de arroz branco.

BOLINHO CAIPIRA DO VALE DO PARAÍBA

 

BOLINHO CAIPIRA DO VALE DO PARAÍBA


INGREDIENTES

    MASSA:

    • 1/2 kg de farinha de milho amarela
    • 1 l e 1/2 de água
    • 2 cubinhos de caldo de carne
    • 4 colheres de sopa de óleo
    • 2 colheres de sopa de farinha de mandioca

    RECHEIO:

    • 1/2 kg de carne moída
    • Cebola picada, alho amassado
    • Salsinha e cebolinha picadas
    • Sal e pimenta do reino, a gosto
    • MODO DE PREPARO

        MASSA:

        1. Em uma vasilha junte as farinhas, vá misturando-as e desmanchando todos os grumos.
        2. Adicione o óleo e reserve.
        3. Ferva a água com o cubinho de caldo de carne.
        4. Derrame sobre a farinha aos poucos e misture bem, mexendo sempre até que a massa fique homogênea.
        5. Separe uma pequena porção da massa, e achate-a na palma da mão.
        6. Coloque dentro um pouco do recheio (carne temperada crua) e feche com a própria massa dando o formato de um bolinho compridinho.
        7. Feitos todos os bolinhos, frite-os em óleo quente.
        8. Escorra-os em papel absorvente.
        9. Sirva-os quentes.

        RECHEIO:

        1. Misture todos os ingredientes e utilize a carne bem temperadinha "crua", pois se refogar antes fica seco.
        2. Feitos todos os bolinhos, frite-os em óleo quente.
        3. Escorra-os em papel absorvente.
        4. Sirva-os quentes.