segunda-feira, 26 de dezembro de 2022

AS FOTOS DE JOSÉ SCHLOTMANN - RIO NEGRO - CURITYBA - PARANAGUÁ (PR)

 AS FOTOS DE JOSÉ SCHLOTMANN - RIO NEGRO - CURITYBA - PARANAGUÁ (PR)

https://paulodafigaro.blogspot.com/2016/03/as-fotos-de-jose-schlotmann-rio-negro-pr.html

copyright 2016 Paulo José da Costa
condição para reprodução é a citação expressa da fonte.    











Curitiba, av. Candido de Abreu, em frente à Fundição Marumby (Mueller e Irmãos)






outra tomada em frente à Mueller e Irmãos (Curitiba)






Rio Negro, Pr. 






Paranaguá, Igreja da ordem terceira de São Francisco


















                                                     esta imagem, uma das mais belas do conjunto, é da mais pura poesia


São Bento do Sul (SC)






São Bento do Sul (SC)






São Bento do Sul (SC)





São Bento do Sul (SC)






São Francisco do Sul (SC)






São Bento do Sul (SC)
















São Bento do Sul(SC)






São Bento do Sul(SC)






rua da Praia, em Paranaguá





São Bento do Sul (SC)
















Sociedade Ginástica de alemães - local desconhecido






Sociedade Ginástica de alemães em local a ser verificado






Mafra (SC)


Rio Negro (Pr)






O Seminário Seráfico de Rio Negro











copyright 2016 Paulo José da Costa
para uso, cite a fonte.

domingo, 25 de dezembro de 2022

"Fraus" alemãs em Curitiba tomam Krentz. Cafe, cha e biscoitos. No grupo, a esquerda aparece a Frau Wolf, proprietaria do sobrado n, 7 da praca Garibaldi, atual[1980] sede da Fundacao Cultural de Curitiba, com as Fraus Schaffer e Hauer

 "Fraus" alemãs em Curitiba tomam Krentz. Cafe, cha e biscoitos. No grupo, a esquerda aparece a Frau Wolf, proprietaria do sobrado n, 7 da praca Garibaldi, atual[1980] sede da Fundacao Cultural de Curitiba, com as Fraus Schaffer e Hauer


1936 Alameda Augusto Stellfeld

 1936 Alameda Augusto Stellfeld



Alagamento provocado por fortes chuvas na atual rua Cândido de Abreu, nas imediações da Metalúrgica Muller e Irmãos onde hoje funciona um shopping. À direita, o Armazém Progresso. Início da década de 1950

 Alagamento provocado por fortes chuvas na atual rua Cândido de Abreu, nas imediações da Metalúrgica Muller e Irmãos onde hoje funciona um shopping. À direita, o Armazém Progresso. Início da década de 1950


Avenida do Batel, 1713. Dec. de 40 [40-45]. Em pé da esquerda para a direita: Adyr Ticoulat Guimarães, José Rocha do Amaral, Alo Ticoulat Guimarães, Acyr Ticoulat Guimarães, João de Macedo Souza, Enice Ticoulat Freire, Regina Santos Ticoulat, Eny Guimarães, Ilza Maria Guimarães, Carlos Freire Pinto, Dirceu Ticoulat Guimarães, Mario Marcondes Loureiro, Carlos Luiz Luck e Renato Ticoulat. Sentadas: Beatriz Leal Guimarães [Adyr], Arah Guimarães Amaral [Jose], Nazira Surugi Guimarães [Alo], Mario Santos Ticoulat [renato], Zilah Ticoulat Freire [Carlos], Cyra Zilah Ticoulat, Stella Ticoulat Guimarães, Adriana G. de Macedo Souza [João] Dirce Guimarães Loureiro [Mario], Alcina de Macedo Guimarães [Acir] no colo Roberto Macedo Guimarães, Clarice Cardoso Guimarães [Dirceu], Dagmar G. Luck [Carlos] e no colo Antonio Sergio G. Luck "Tonico Luck'. No chão: Acir Macedo Guimarães, Luiz Claudio Surugi Guimarães, Floriano Macedo Guimarães, Fernando Macedo Guimarães, Renato Ticoulat Filho, Vera Helena Santos Ticoulat e Ilca Maria Surugi Guimarães

 Avenida do Batel, 1713. Dec. de 40 [40-45]. Em pé da esquerda para a direita: Adyr Ticoulat Guimarães, José Rocha do Amaral, Alo Ticoulat Guimarães, Acyr Ticoulat Guimarães, João de Macedo Souza, Enice Ticoulat Freire, Regina Santos Ticoulat, Eny Guimarães, Ilza Maria Guimarães, Carlos Freire Pinto, Dirceu Ticoulat Guimarães, Mario Marcondes Loureiro, Carlos Luiz Luck e Renato Ticoulat. Sentadas: Beatriz Leal Guimarães [Adyr], Arah Guimarães Amaral [Jose], Nazira Surugi Guimarães [Alo], Mario Santos Ticoulat [renato], Zilah Ticoulat Freire [Carlos], Cyra Zilah Ticoulat, Stella Ticoulat Guimarães, Adriana G. de Macedo Souza [João] Dirce Guimarães Loureiro [Mario], Alcina de Macedo Guimarães [Acir] no colo Roberto Macedo Guimarães, Clarice Cardoso Guimarães [Dirceu], Dagmar G. Luck [Carlos] e no colo Antonio Sergio G. Luck "Tonico Luck'. No chão: Acir Macedo Guimarães, Luiz Claudio Surugi Guimarães, Floriano Macedo Guimarães, Fernando Macedo Guimarães, Renato Ticoulat Filho, Vera Helena Santos Ticoulat e Ilca Maria Surugi Guimarães


Equipe "Sputnik" Em pé da esquerda para direita: -----, Silvio Woicik, Rui, Nilton Biasi, Jorge, Bonifácio Geronazzo, "Mingo" Woicik". Agachados: Odemar Marchesini, "Ico" Woicik", "Tonico" Dalcuque, Naldo e João.

 


Equipe "Sputnik" Em pé da esquerda para direita: -----, Silvio Woicik, Rui, Nilton Biasi, Jorge, Bonifácio Geronazzo, "Mingo" Woicik". Agachados: Odemar Marchesini, "Ico" Woicik", "Tonico" Dalcuque, Naldo e João.


Histórias de Curitiba - 0 Tanque de guerra

 

Histórias de Curitiba - 0 Tanque de guerra

O Tanque de guerra
José La Pastina Filho

A notícia da vista do Presidente Costa e Silva a Curitiba, naquele 1o de maio de 1969, gerou nervosa excitação no meio estudantil da cidade. A repressão da ditadura militar havia entrado em sua fase mais dura, mas alguma forma de protesto fazia-se necessária.
Após horas de conversa e muitos maços de cigarro chegou-se a um consenso: seria lançado um "Manifesto ao Trabalhador". Sua produção, dada a experiência do grupo, foi rápida. O texto, uma colagem de chavões em voga. A datilografia do stencil ficaria a cargo das meninas da CEUC. Papel não era problema, pois havia um bom estoque no aparelho de imprensa, onde ficava o obsoleto mimeógrafo, com seu insuportável ruído. O DCE possuía ótimos equipamentos, inclusive um sofisticado gravador eletrônico, importado da Alemanha, mas lá, nem pensar, pois era o local mais visado pelo DOPS e outras siglas.
O maior problema era a distribuição.
Entrega de mão em mão seria pedir para ser preso, pois nunca antes Curitiba estivera tão policiada.
Optou-se, então, pela distribuição indireta que era, evidentemente, menos eficaz, embora aparentemente mais segura: durante a madrugada locais públicos da cidade seria "inundados"com o manifesto.
Para apanhar o material no "aparelho", a entrada e saída do edifício era feita em conta gotas, uma pessoa a cada cinco minutos.
Para avaliar a tensão e fazer hora até as 2 da manhã, um dos voluntários, estudante de arquitetura, ficara com seus amigos de Itararé num boteco da Rodoviária Velha.
Aproximando-se o momento da missão, inventou uma desculpa e lá se foi, resoluto, quase a marchar, André de Barros acima.
Barbudo, vestindo surrado casacão de gabartine da Marinha italiana da década de 20, antes usado pelo pai em suas caçadas nos Campos Gerais.
Nos pés, coturno de couro de cor natural, comprado na "Alfaiataria Militar"da rua Riachuelo.
Regra de segurança: antes de entrar verifique se não está sendo seguido...Não! A pesada porta de ferro com maçaneta de metal resistiu um pouco e , logo depois, abriu-se rangendo escandalosamente com o atrito no piso de granitina.
Longo e escuro corredor com uma escada no final, a esquerda.
Toque previamente con-venscionado na porta.
Efusivos (e sussurrados) cumprimentos.
- Puta frio, companheiro.
Tem pinga aí?
- Acho que sobrou um pouco da "Trivisan" pega lá na cozinha.
Olha, voce é na Praça Osório, tá?
Com dois pacotes de manifestos acomodados junto ao corpo, casacão abotoado até o pescoço, saiu, agora mais cuidadoso. Não se sabe bem porque, talvez por cautela, resolveu fazer um caminho alternativo, subindo a VVestphalen, ao invés de descê-la.
Um pouco trêmulo, garganta ardendo (frio, medo, pinga?) andava devagar, tentando aparentar uma calma impossível.
Alguns passos depois começou a ouvir um
barulhinho estranho, que se aproximava cada vez mais.
Sons metálicos abafados que se misturavam com o de um potente motor.
Fortemente iluminado pelas costas, viu sua sombra projetada à frente.
Onde a coragem de olhar para trás? Desfazer-se dos panfletos, agora era impossível, que fazer? Num último lampejo de coragem arriscou uma olhada e ficou petrificado: aquele tanque de guerra era de um modelo absolutamente novo! Alto, com dois estranhos discos horizontais dotados de inúmeras hastes metálicas que roçavam o asfalto junto à sarjeta, formas angulosas e dois pequenos mas fortíssimos faróis que lhe ofuscavam a visão.
Que morte inglória, atropelado por um tanque!
O barulho, agora, tornara-se insuportável e uma nuvem de poeira e vapor d'água o envolveu.
Momentos depois, paralisado e supreso por ainda continuar vivo, conseguiu ler na traseira da mortífera máquina: "TERPA LI-PATER a serviço da Prefeitura Municipal de Curitiba".

José La Pastina Filho é arquiteto e professor da UFPR.

Histórias de Curitiba - Habeas Corpus ao Jacaré

 

Histórias de Curitiba - Habeas Corpus ao Jacaré

Habeas Corpus ao Jacaré
Luiz Geraldo Mazza

Um dos bares mais populares de Curitiba nos anos 50 e 60 era o "Cinelândia"que operava na Rua Ermelino de Leão e tinha como prato de resistência duas coisas: um ralado de limão, ver-díssimo, com pinga, e os pratos na base da culinária exótica (carne de jacaré, tartaruga, codorna e perdiz, tatu, paca). Ja, à essa época, existia a Divisão de Defesa da Flora e Fauna a quem cabia fiscalizar os abusos da área porque infelizmente ainda não tínhamos eco-chatos em número suficiente para a defesa conservacionista. O bar era um sarro, porque bebuns clássicos volta e meia se espantavam, acreditando que viam a realidade transfigurada, quando notavam um jacaré com um enorme anzol à boca saindo do banheiro em direção ao refeitório.
Na verdade isso não deveria espantar, pois um dos macetes da casa era colocar suas iguarias, vivas, lá na porta como propaganda: tartarugas i-mensas, por exemplo, e nas quais, para testar-lhes a resistência, algumas pessoas pisavam na sua carapaça e posavam para fotografias.
Por um dia, a Defesa da Fauna foi até o bar que era atendido pelo Vítor, sócio do "Ligei-rinho"que iria mais tarde assumir a Confeitaria Stuart, e lá chegando a fiscalização exibiu a inflação praticada: era uma falta de enquadramento adequado em alíneas de animais de pesca ou captura, pois apesar do anzol enorme no focinho o jacaré não tinha uma definição precisa se decorrente de uma situação ou de outra. E para certar essa situação indefinida, a fiscalização pintou no recinto e exigiu a apreensão do réptil.
Para os freqüentadores, alguns deles bem além de Bagdá e às vezes enxergando coisas bem mais fantásticas a escorrer pelas paredes, a atuação dos fiscais uniformizados era um cenário de sonambulismo, e tudo ficou muito mais estranho ainda quando o jacaré passou a dar rabanadas, a três por dois, colocando em fuga os servidores públicos e obrigando boa parte dos freqüentadores a subir nas mesas para evitar riscos maiores.
Na seqüência desse filme chapliniano, da fase muda, o a-nimal, é lógico, acabou dominado, a casa foi devidamente multada, mas em compensação, dos que se achavam no recinto a maioria se imaginou envolvida numa saga inesquecível em que os mais ágeis e acrobatas foram aqueles que a despeito de alcoolizados conseguiram subir nas mesas e manter o equilíbrio com receio das terríveis rabanadas do jacaré. Mais tarde, isso já na Stuart, vulgarizou-se o prato à base de testículos de boi.
Imagina-se que se como no caso da antiga "Cinelândia"se sacrificasse no local os touros para produzir aquele requinte culinário!

Luiz Geraldo Mazza é jornalista.

Histórias de Curitiba - Antes tarde do que...

 

Histórias de Curitiba - Antes tarde do que...

Antes tarde do que...
Joseph Galiano

Como corretor de imóveis, profissão que exerço desde 1969, já intermediei centenas de transações imobiliárias e muitas vezes presenciei ou participei de fatos pitorescos e até inusitados, como o que vou narrar a seguir.
A história é absolutamente verdadeira, mas não poderei citar os nomes dos personagens, preservando assim um sigilo de muitos anos. E uma razão que os leitores facilmente entenderão.
Em 1972 intermediei a venda de um imóvel de nosso litoral.
Acertados todos os detalhes, o comprador entregou-me um cheque com cerca de 30% do valor da transação, o qual passei ao vendedor e providenciei os papéis para a escritura em um Tabelião de Curitiba.
Na data aprazada para ser firmada, ficou combinado que o casal vendedor assinaria às 14 horas e o comprador, com minha assistência, assinaria no fim da tarde.
Quando chegamos no Tabelião, este pesaroso, nos informou que tal escritura não poderia ser firmada pelo casal vendedor, pelo fato de que não eram casados oficialmente . Eu e o comprador sentimos arrepios.
Indagamos ao Tabelião qual seria a solução.
Ele nos informou que havia necessidade do vendedor requerer em juizo a retificação da escritura anterior, onde constava como "casado". Demora de cerca de 3 meses.
Nossa preocupação aumentou. O comprador então perguntou: E se eles casarem? Tudo resolvido, foi a resposta do Tabelião.
Lá fomos nós, o comprador e eu, para a residência do vendedor. O casal nos recebeu visivelmente constrangido.
Ele pediu desculpas e prontificou-se a devolver o cheque.
Ficamos mais tranqüilos.
Contou que vivia com a mulher há 22 anos e que ninguém, nem mesmo seus filhos já adultos, sabiam que não eram casados. O casal estava muito preocupado e até angustiado.
Então soltamos nossa sugestão:
- Por que voces não se casam?
A mulher abriu um largo sorriso, pois casar era tudo que almejara na vida. O homem, meio sem jeito, concordou, mas achava que era complicado.
Explicamos que poderia ser feito o casamento num cartório, muito discretamente.
Ele acabou concordando. A mulher transbordou de alegria.
Indicamos o Cartório do Cajurú. Quando nos retiramos, ainda no corredor aguardando o elevador, a senhora nos alcançou e em plena euforia disse:
- Estou tão feliz! Foi Deus Quem Mandou Os Senhores Aqui!!!
Alguns dias depois fomos convidados para testemunhas do enlace, que ocorreu no Cartório do Cajurú. Na despedida, após o ato, a mulher nos disse discretamente:
- Falta agora o casamento na Igreja.
O comprador lhe disse que o presente que estava nas mãos de seu marido, poderia auxiliar. A escritura foi lavrada.
Alguns meses depois, soubemos que eles haviam se casado em uma Igreja no interior.
Um final feliz.
Uma "Bíblia Sagrada" foi o presente do comprador, no casamento civil.

Joseph Galiano é corretor de imóveis.

Histórias de Curitiba - Campinho da Véia 2 o Tempo

 Histórias de Curitiba - Campinho da Véia 2 o Tempo

Campinho da Véia 2o Tempo
Rui Werneck de Capistrano

Jorge Eduardo Mosquera (Jorginho) armou um jogo no Campinho da Véia.
Convocou a memória e a imaginação. A segunda jogou um bolão. A primeira pisou na bola.
Fui um dos fundadores do Campinho da Véia e quero entrar no 2o tempo para desembolar o meio do campo. O Tempo é o juiz.
Que dê os acréscimos no final, ou mesmo roube, pra gente virar o jogo.
O Jorginho era, há 3 anos, o que a gente chamava de "piá de bosta". Sem ofensa.
Apenas pela diferença de idade, que na infância pesa, e por que na hora de fugir quando a gente roubava frutas, o dono sempre pegava um "piá de bosta". A média de idade, em 1960, era 11 anos.
Bem, vamos ao 2o tempo.
Por enquanto, 1x0 pra eles.
Fundamental, nessa história, são os craques.
Senão, o Campinho da Véia fica igual aos milhões de outros do Arroio ao Chul, como dizíamos.
O Campinho da Véia ficava na R. Dr. Faivre, da Turma de Baixo.
Formação: Família Pinheiro Lima (aglutinada para Pirilima pelo filhinho do Clóvis e assim incorporada ao nosso vocabulário). Escalação: Diógenes, Marcos, Clóvis, Ruizinho, Ernesto e a Clélia.
Todos jogavam bem.
Depois na mesma rua: Lelinho, Everton, Herson, Zé, Rui, Juba, Jeferson, Renato Gordo (adivinhe quem 1a pro gol?), Dalton e Antonio Carlos.
A turma de Cima (da R. General Carneiro pra cima) englobava a Turma do Meio (R. Conselheiro Araújo). Formação: Ronald, Cizo, Oda, Gamaliel, Agostinho, Dinho.
Jorginho, Morais, Mauri, Pegacha, Emerson, Luizeco, zangão, Careca (da banquinha), Napoleão, Nando, Néris, Floris, Cláudio, Nego, Chico, Luis Vermelho, Edival, Arnaldo, Gil, Cesar de Ivan Sebrão, Cid, Corujão, Luis Carlos, Gordinho, Bruel, Paulo Stori.
Nem a metade entrou jogando.
Nem todos jogaram o tempo inteiro. E ainda apareciam primos e colegas de classe.
Sem esquecer que o Tio Sanso (Sansores França) era padrinho da turma.
Injustiça dizer que fomos "craques injustiçados". Nem foi só o Gil que tentou clube de verdade. (Modéstia às favas, o Everton e eu jogamos no infantil do Coritiba, do famoso Janguinho, treinador. O Agostinho jogou no Coxa e onde quis.
Os irmãos Sebrão, nem se fala. O Jeferson, idem.
No futebol de salão de Curitiba, o nome desses quatro está consagrado.
Fora uns que a cigana enganou, a maioria tem muitos troféus nas canelas e títulos no futebol de várzea e de pelada.
Acho que deu para empatar.
Um a um.
Bola pra frente.
De virada é mais gostoso.
O nome do Campinho da yéia nada tem a ver com D. Ana. É falta grave, cartão amarelo. O nome saiu do próprio terreno.
Ali morava uma velha cujo nome só sei de escutar minha mãe: "Vá buscar lenha na casa da velha Zinng". A grafia não deve ser essa. A velha morreu, a casa caiu, o mato cresceu . A gente descobriu que, além de mamona pra dar setrada, tinha espaço prum controlinho.
Daí pra limpar e aumentar foi só questão de muita discussão, corpo mole e alguma boa vontade. O que era Casa da Véia virou Mato da Véia, depois, Campinho da Véia.
Em meia dúzia, limpamos, cortamos até uma árvore que cresceu colada à casa dos Pirilima e demarcamos.
As traves eram montes de pedras.
Muito mais tarde os Piri-limas, já mais velhos e trabalhando, compraram redes, bola de futebol de salão e ergueram traves firmes.
Mas por muitas férias, sábados, domingos e feriados nós jogamos com bolas de plástico, de capotão, de meia.
Outra bola na trave: a casa do lado esquerdo não era de nenhum militar.
Era do "Man-teigueiro", que tinha uma venda de frios e laticínios.
Depois porque ele não dava frutas do quintal, passou a ser Tio Patinhas.
Também não devolvia a bola e tinha cachorro solto. A gente pulava o muro quando um corria na frente da
casa e atraía o cachorro.
O Campinho da Véia já estava todo demarcado, com traves e tudo, e virou Estádio Tio Patinhas. A turma já mais crescida, com chute mais forte, e a dona Ana entra em campo.
Além dos berros, cada vez que a bola molhada marcava a parede da casa dela, o grande feito dela foi ter chamado o "rapa", num belo dia de férias, e mandando meio time pra delegacia.
Eu escapei por pouco porque minha mãe chamou pra partir lenha.
Os outros levaram pito do delegado. E voltaram triunfantes pela R. XV de calção.
Acho que viramos o placar.
Dois a um pra nós.
Vamos segurar o jogo. E esperar o apito final. Só acrescentado que fizemos dois grandes encontros da turma. O segundo, em outubro de 88, pelos 30 anos do Campinho da Véia.
Foi na chácara do Gil, com direito a vídeo, fotos, cerveja e choradeira. Não foi um simples encontro.
Isso é coisa de formandos de Medicina de 58. Imagine o que é juntar várias profissões, cidades, idades e mais toda aquela choradeira para saber se foi gol ou não aquele chute de 1962. Só mesmo uma paixão muito grande.
Uma paixão chamada infância.

Rui Werneck de Capistrano é artista plástico, publicitário e peladeiro.