Lucia Bindo Nascida a 12 de junho de 1901 (quarta-feira) - Curitiba, Paraná, Brasil Falecida a 4 de janeiro de 1981 (domingo) - Curitiba, Paraná, Brasil, com a idade de 79 anos
Lúcia Bindo: A Força Silenciosa de uma Mulher Paranaense no Coração do Século XX
Nascida sob o sol de inverno do sul do Brasil, em 12 de junho de 1901, numa Curitiba ainda marcada pelos ecos da monarquia recém-encerrada e pelos primeiros passos da República, Lúcia Bindo veio ao mundo em meio a uma família de raízes firmes e tradições profundas. Seu berço foi a capital paranaense — então uma cidade em transformação, entre o rural e o urbano, entre o antigo e o moderno — mas sua alma carregaria, desde cedo, os valores da família, do trabalho, da fé e da resistência.
Filha de Moysés Bindo, homem nascido em 1867 e provavelmente descendente de imigrantes italianos que chegaram ao Paraná em busca de nova vida, e de Catharina Girardello, cujo nome evoca as sonoridades das colônias europeias que floresceram nas encostas serranas, Lúcia foi a quarta entre sete irmãos. Cresceu ao lado de Inocêncio (1892–1971), José (1894–?), Pedro (1895–1939), Maria Filomena (1904–?), Inocente (1908–?) e Moysés (1915–?), numa casa certamente movimentada, onde cada criança representava não apenas um novo par de mãos para ajudar, mas também um novo motivo para amar.
A infância de Lúcia foi moldada pelos ritmos da vida doméstica do início do século XX: o cheiro do pão caseiro, o som da máquina de costura, as histórias contadas à luz do lampião, e as idas à igreja no domingo, onde a comunidade se reunia como uma grande família espiritual. Em 1904, com apenas três anos, recebeu a irmã Maria Filomena, batizada no dia seguinte ao nascimento — sinal de uma época em que a mortalidade infantil ainda pairava como uma sombra, e o batismo urgente era ato de proteção espiritual. Cinco anos depois, em 1908, nasceu Inocente, e em 1915, o caçula Moysés, batizado em novembro daquele ano.
Mas a vida de Lúcia tomaria um rumo surpreendente para os padrões contemporâneos: aos apenas 15 anos, em 24 de fevereiro de 1917 — um sábado ensolarado de verão —, casou-se com Alfredo Bassani, um homem cujo nome está gravado nos registros civis de Curitiba, mas cuja história pessoal permanece envolta em silêncio. Não há registros de filhos desse matrimônio, nem de sua duração exata, mas sabe-se que Alfredo faleceu em data não registrada, deixando Lúcia viúva ainda jovem, ou talvez separada — uma condição rara e muitas vezes estigmatizada na época.
Antes desse casamento, porém, há indícios — ainda que tênues — de que Lúcia tenha sido casada anteriormente com Francisco Morilha, cujo nome aparece em registros fragmentados. Se esse matrimônio existiu, foi breve ou não gerou descendência documentada; o que se sabe com certeza é que Lúcia viveu grande parte de sua vida como mulher independente, num tempo em que poucas tinham essa possibilidade.
Ao longo das décadas, Lúcia testemunhou as transformações radicais do Brasil: as duas guerras mundiais, a Era Vargas, a industrialização, o crescimento acelerado de Curitiba, o surgimento da televisão, o avanço dos direitos das mulheres. Enquanto o mundo girava em velocidade crescente, ela permaneceu em sua cidade natal, talvez trabalhando como costureira, doceira, ou cuidando de parentes — papéis invisíveis para a História oficial, mas essenciais para a sobrevivência das famílias.
Em 1939, aos 38 anos, foi tocada pela dor da perda com a morte do irmão Pedro, aos 44 anos — um luto que certamente ecoou na casa dos Bindo, já então espalhada, mas ainda unida por laços de sangue e memória. Trinta e dois anos depois, em 1971, despediu-se de Inocêncio, o irmão mais velho, com quem compartilhara a infância e as primeiras brincadeiras nas ruas de madeira de Curitiba.
Lúcia viveu até os 79 anos, falecendo em 4 de janeiro de 1981, num domingo tranquilo do verão paranaense. Seu corpo foi sepultado em solo curitibano — o mesmo onde nascera, amara, sofrera e perseverara. Não deixou uma fortuna, nem um nome em praças ou ruas, mas deixou algo mais valioso: a memória de uma mulher que, mesmo diante das limitações de seu tempo, manteve sua dignidade, sua identidade e sua presença no seio da família.
Hoje, ao folhear os registros paroquiais e cartoriais que preservam seu nome, somos lembrados de que a História não é feita apenas por grandes figuras, mas por gente comum que, com coragem silenciosa, sustenta gerações. Lúcia Bindo foi uma dessas mulheres — discreta, forte, profundamente paranaense.
Que sua vida inspire todos que buscam entender de onde vieram... e quem os antepassados foram.
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- Nascida a 12 de junho de 1901 (quarta-feira) - Curitiba, Paraná, Brasil
- Falecida a 4 de janeiro de 1981 (domingo) - Curitiba, Paraná, Brasil, com a idade de 79 anos
Pais
- Moyses Bindo 1867-
- Catharina Girardello †
Casamento(s)
- Casada com Francisco Morilha †
- Casada a 24 de fevereiro de 1917 (sábado), Curitiba, Paraná, Brasil, com Alfredo Bassani †
Irmãos
Inocencio Bindo 1892-1971
José Bindo 1894-
Pedro Bindo 1895-1939
Lucia Bindo 1901-1981
Maria Filomena Bindo 1904-
Inocente Bindo 1908-
Moyses Bindo 1915-
Notas
Notas individuais
Fontes
- Pessoa: FamilySearch Family Tree
Ver árvore
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Nascimento
Nascimento de uma irmã
Nascimento de um irmão
Nascimento de um irmão
Casamento
Morte de um irmão
Morte de um irmão
Morte
Antepassados de Lucia Bindo
| Amancio Bindo † | Luiza Bindo † | Pietro Girardello † | Lucia Mazzocco † | |||
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| Moyses Bindo 1867- | Catharina Girardello † | |||||
| | | - 1890 - | | | ||||
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| Lucia Bindo 1901-1981 | ||||||
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