quinta-feira, 19 de abril de 2018

CINE ÓPERA E CINE ODEON


Cine Odeon
O Ópera foi inaugurado no Edifício Eloísa, no trecho da rua Luiz Xavier, em frente ao hoje calçadão da XV, em julho de 1941. O andar térreo era dividido entre o cinema e a luxuosa confeitaria, Sra. Elsa. O Ópera foi um dos mais frequentados e luxuosos cinemas da capital, abrigou diversos concertos, recitais e eventos, como o I Festival de Cinema de Curitiba, em 1957. A construção de seis andares abrigava nos superiores apartamentos residenciais, inclusive o duplex – primeiro duplex de Curitiba – do responsável pelo projeto, David Carneiro. Em janeiro de 1979 exibiu seu último filme, “Dio, come ti amo!, e o prédio foi adquirido por uma loja de departamentos. Hoje, pequenas lojas ocupam o primeiro andar ao longo da rua XV.
Ao lado do Ópera, existia o Odeon, antes Cine Glória. Foi inaugurado na década de 1920 e funcionou por 30 anos.

Cine Ritz


Foto do Cine Ritz, em Curitiba, na década de 1940O Cine Ritz surgiu no lugar do primeiro Cine Vitória, que surgira no lugar do Cine Imperial, ocupando a quadra da Rua XV de Novembro entre a Dr. Murici e a Marechal Floriano. A inauguração, em 6 de novembro de 1948, do 1º Cine Ritz teve a presença de Bibi Ferreira, intérprete da produção inglesa "O Fim do Rio". Não se tratava, propriamente, de uma nova sala de exibição, mas, sim, da terceira fase de uma antiga sala de projeção que já vinha funcionando há alguns anos, mas de forma precária. Batizado anteriormente de "Imperial" e "Vitória", teve diferentes arrendatários, entre os quais Antônio Mattos Azeredo (1880-1940), que durante mais de 20 anos liderou o ramo da cinematografia em Curitiba. A reforma daquela sala, e sua incorporação a uma poderosa empresa de exibição de São Paulo que poucos meses antes havia estendido suas atividades a capital curitibana, foi marcada com um lançamento capaz de justificar grande movimentação na cidade, numa época em que o cinema era de fato a grande, elegante e disputada forma de lazer cultural.

O 1º Cine Ritz encerrou suas atividades em 1962, quando houve o alargamento da Rua XV de Novembro na gestão Ivo Arzua, e os velhos prédios do trecho foram demolidos. Anos depois a multinacional C&A adquiriu o grande terreno e construiu a sua loja de departamentos. Quando o projeto foi apresentado ao IPPUC, o prefeito Jaime Lerner, cinéfilo fiel e preocupado com o fechamento dos cinemas, propôs que, ao invés do miolo-de-quadra, que por lei deveria existir, fosse executado pela C&A um confortável cinema, com 280 lugares. Apesar de ter deixado a Prefeitura, e a sua proposta sofrer alguma oposição pela administração que o sucedeu, venceu o bom senso e a Fundação Cultural de Curitiba ganhou a sua melhor sala, o 2º Cine Ritz, inaugurado em março de 1985, com o filme "Cabra Marcado para Morrer", de Eduardo Coutinho.

Cinema mantido pela Fundação Cultural de Curitiba fechou num domingo, em abril de 2005, sem espectadores para o último filme. Nenhum espectador assistiu ao fim de um dos mais tradicionais cinemas de Curitiba, e a Fundação Cultural anunciou na tarde do mesmo dia, o fechamento oficial do espaço e marcou para as 20h30 a última sessão do pequeno cinema que sobrevivia há 20 anos, já em condições precárias.
“A sessão de A casa dos bebês, uma co-produção americana e mexicana, não teve nenhum espectador e o cinema partiu silenciosamente. A penúltima exibição, às 17 horas do domingo, registrou oito espectadores”. (Katia Michele Pires, "Cine Ritz teve última sessão sem espectadores". Bonde, 26/04/05)
O motivo do fechamento não foi a deficiência das projeções, o som quase inaudível nem as cadeiras pouco confortáveis do espaço, localizado bem no coração da Rua XV de Novembro. O que influenciou no fechamento das portas do cinema, segundo divulgou a Fundação Cultural de Curitiba, foi a impossibilidade de acordo com o novo proprietário do prédio, que pedia R$ 15 mil pelo aluguel da sala. O contrato que garantia o funcionamento do Cine Ritz foi fechado em 1985, em regime de comodato. O cinema foi cedido para uso da Fundação Cultural por uma das empresas do Grupo Cofra, proprietário das lojas C&A, em 1985. O contrato acabou em fevereiro de 2005. A gestão solicitou renovação do documento nos mesmos termos, mas o prédio havia sido vendido. O novo proprietário recusou a renovação e disse ter a intenção de alugar o espaço.

(Foto: http://redcomfilms.blogspot.com.br/2012/03/primeiros-cinemas-curitibanos.html Acesso em 14 ago 2012).

quinta-feira, 12 de abril de 2018

A Velha Base Aérea do Bacacheri


O velho prédio do comando da base aérea do Bacacheri, em Curitiba. Na foto ao alto, vista da alameda frontal, em fins da década de 1940, quando a torre de controle parecia com uma cidadela de fortaleza medieval. Em pé, está meu tio Luiz Antonio Peralta, em frente à pérgola que ainda existe por lá. A outra, vista do pátio de aeronaves, com a torre de controle já reformada, com grandes janelões de vidro e exibindo o número do 12º Grupo de Aviação. Em primeiro plano aparece um bravo Vultee BT-15 Valiant (o Vultizinho), aeronave de treinamento básico da FAB, que possuía 122 destes aparelhos, entre 1942 e 1956.

A unidade aérea do bairro do Bacacheri iniciou suas atividades como 5º Regimento de Aviação do Exército, estabelecido pelo decreto 22.591 de 29/03/1933, quando a aviação era uma das Armas do Exército, instituída em janeiro de 1927 e, mais tarde, incorporada ao ministério da Aeronáutica, criado em 1941. A Arma de Aeronáutica do Exército e o Corpo de Aviação da Marinha  tornaram-se a Força Aérea Brasileira, em maio de 1941.

Durante a segunda guerra mundial, o 5º Regimento de Aviação passou a ser constituído pelo 1º Grupo de Caça e pelo 3º Grupo de Bombardeio Picado, conforme decreto-lei 6.926 de 05/10/1944, que contou com a participação de meu avô, na elaboração do plano, o qual transformava a unidade em base de interesse estratégico para a FAB. Contudo, o Grupo de Caça sequer foi organizado e os aviões que foram destinados ao Grupo de Bombardeio Picado, os Vultee A-35 Vengeance, adquiridos dos EUA sob o regime do lend-lease, foram condenados pelas autoridades aeronáuticas e proibidos de voar, tendo sido desmontados e inutilizados. Assim, de fato, estes grupamentos bélicos jamais funcionaram em Curitiba.

Em 1947, foi extinto o 5º Regimento de Aviação e na base aérea do Bacacheri, sob comando do meu avô, desde junho de 1946, foi criado o 12º Grupo de Aviação. No início da década de 1950, passou a sediar a Escola de Oficiais Especialistas e de Infantaria de Guarda (EOEIG), que funcionou até seu fechamento, nos primeiros anos da década de 1980.

Em várias ocasiões, a unidade aeronáutica do Bacacheri esteve ameaçada de extinção e meu avô, que a comandou por diversas vezes, foi sempre o principal responsável pela sua continuidade. Na década de 1980, após o fim da EOEIG, a base esteve muito próxima do fechamento definitivo e foi outro de seus ex-comandantes que a salvou: o brigadeiro Délio Jardim de Mattos, quando ministro da Aeronáutica do governo João Figueiredo, determinou que lá fosse instalado o CINDACTA II, inaugurando uma nova fase para o antigo campo de aviação.

Nesse lugar, consolidei meu amor pela aviação, passando horas a fio na torre de controle ou nos hangares, aprendendo tudo sobre  o assunto, com os controladores e mecânicos, ou mesmo, à bordo de um veterano Douglas C-47 (C-53-DO), um belíssimo Dakota, prefixo PP-EDL (dos poucos aviões militares com matrícula civil e que pertencia ao governo do Paraná, transferido para a FAB em agosto de 1965), na companhia do coronel-aviador João Batista de Souza Maceno, um dos que me ensinaram a voar e foi comandante interino da base. Lembro-me, ainda, de outros comandantes saudosos: o brigadeiro Mário Calmon Eppinghaus; o brigadeiro Paulo Costa, quem mandou colocar lombadas na vila dos oficiais; e o brigadeiro Saulo de Mattos Macedo.

Passava tardes inteiras, clandestinamente, naquela velha e querida base, observando tudo, até ser descoberto e convocado à presença do comandante, o brigadeiro Nelson Dias de Souza Mendes que, após um pito, autorizou minhas visitas, desde que me apresentasse ao chegar e ao sair, ao subcomandante, o bonachão coronel-aviador Haroldo Luiz da Costa. Quando dos meus exames médicos iniciais, no Bacacheri, após ter sido aprovado no vestibular da EPCAR de Barbacena, todos os oficiais, controladores e mecânicos da base, com quem muito aprendi, estavam lá, torcendo por mim.

Apesar de todas as glórias, o velho e bom Bacacheri não foi o campo de aviação mais antigo da cidade. Por coincidência do destino, foi a chácara da família Biscaia, situada nos arrabaldes do bairro do Portão.                     
Já pensou em Curitiba sem o Palácio Avenida? Difícil, né?!
O prédio teve o início da construção no final dos anos 20 e foi finalizado ainda na mesma década, em 1929! Já abrigou escritórios, cafés, lojas diversas e até um cinema! Hoje é a sede regional de um banco e possui em seu interior um teatro 
Mas é claro, fica mais charmoso ainda na época do Natal!
Essa foto mostra o momento da sua construção e do alargamento da rua XV!
E você já olhou pra essa belezinha curitibana hoje?
Foto: Ana Lucia Ciffoni.
Ano: 1926
Identificação: Acervo Casa da Memória | FCC NG, 10731
#PraCegoVer: Foto antiga da rua XV com obras no asfalto, vários trabalhadores espalhados por toda a rua em trajes antigos, característicos dos anos 20. Do lado esquerdo vemos o prédio do Palácio Avenida com tapumes e maneiras cobrindo a fachada durante a sua construção.A imagem pode conter: uma ou mais pessoas, céu e atividades ao ar livre
Que o Shopping Curitiba era um quartel todo mundo sabe, mas que o muro da sua porta de entrada lateral servia para local de execuções por pelotões de fuzilamento, talvez nem todos saibam. Ali foi fuzilado Inácio Diniz, algoz da idolatrada Santa Maria Bueno.
Conta a história que em uma noite que Diniz estava no quartel, Maria Bueno, que adorava dançar, queria ir ao baile. Mesmo contra a vontade do namorado e de uma bela discussão, Maria foi dançar. Após o serviço, o homem foi espionar Maria Bueno no baile e enciumado matou a moça no caminho dela para casa, degolando-a. Isso foi na madrugada de 29 de janeiro de 1893. O crime abalou a cidade da época.
Diniz foi preso e julgado por um júri popular, do qual, tomaram parte figurões da Curitiba de então, e ele foi absolvido por unanimidade. Na revolução Federalista de 1894, Diniz teve seu troco. Foi fuzilado pelo Exército na tal parede do atual Shopping Curitiba. Inaugurado Shopping em 26 de setembro de 1996 e revitalizado em 2007.
Fonte: Mcities
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Vista parcial da Rua Desembargador Westphalen - 1950.

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Hospital Cruz Vermelha 1947

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Zezé Ribas (1922-2003)

Regional Santa Felicidade
Bairro: Orleans (Rua José Michna Filho)
Logradouro: jardinete

Lysette Ribas Puglielli nasceu em Jaguariaíva a 24 de janeiro de 1922. Era filha de Alfredo Puglielli e Adelaide Ribas Puglielli. Também conhecida como Zezé Ribas, foi um dos nomes mais marcantes da época de ouro do rádio brasileiro, com passagens pelas Rádio Nacional, Tupy e Mayrink Veiga. Antes disso, já era conhecida no Paraná, por suas participações como cantora e apresentadora em rádios como Marumby, Cultura e a Rádio Clube Paranaense. Por esta última, apresentou o programa Zezé Ribas, a Rainha do Samba.
Além das suas atividades artísticas, Zezé Ribas também foi funcionária pública. Trabalhou mais de trinta anos na Secretaria de Saúde, quatro anos no Tribunal de Contas do Estado, dez anos na Assembléia Legislativa e dois anos no cerimonial do Palácio Iguaçu. Também foi ativa em trabalhos assistenciais. Casada com Jacinto Cunha, o primeiro locutor de rádio do Paraná, faleceu em 3 de janeiro de 2003, em Curitiba.

Fontes:
Sistema de Proposições Legislativas (SPL-CMC)

Vicente Machado (1860-1907)

Regional Matriz
Bairro: Centro

Vicente Machado da Silva Lima nasceu no dia 09 de agosto de 1860 na cidade de Castro, Paraná. Era filho do capitão José Machado da Silva Lima. Em 1881 graduou-se em Direito pela Academia de Direito de São Paulo, tornando-se promotor público em Curitiba. Lecionou filosofia no Instituto Paranaense e, em 1883, tornou-se juiz em Ponta Grossa, atividade que exerceu por um breve período. No ano seguinte, seus artigos sobre política chamaram atenção nos jornais Dezenove de Dezembro e A Província do Paraná. Em 1885 assumiu uma cadeira na Assembléia Provincial pelo Partido Liberal. Aos poucos revelou suas simpatias republicanas, participando do pequeno grupo que elaborava o semanário A República. Tentou a reeleição naquele ano, mas não obteve respaldo popular. Apesar disso, com a proclamação da República em novembro de 1889, ocupou uma série de cargos que o projetaram politicamente: chefia de polícia do governo provisório, superintendência da instrução pública do estado e a presidência da Câmara Municipal de Curitiba. Foi também relator da conturbada assembleia constituinte do estado do Paraná, em 1892. No ano seguinte, com o afastamento de Xavier da Silva da Presidência do Estado por motivos de saúde, Vicente Machado assume o cargo, com a aprovação do Marechal Floriano Peixoto.
Ainda em 1893, eclode a Revolta Federalista no Rio Grande do Sul. Os revolucionários que se opunham ao governo do Marechal Floriano, precisavam passar pelo Paraná para atingir o Rio de Janeiro (capital federal à época). O conflito gerou episódios sangrentos como o Cerco da Lapa. A inevitável aproximação dos revoltosos fez com que Vicente Machado se refugiasse na cidade de Castro (transformada em capital do estado). Quando Curitiba foi invadida, Machado já estava em São Paulo. A duração do Cerco da Lapa permitiu que as forças governistas se organizassem e os revolucionários retornaram para o Rio Grande do Sul. 
Apesar de ser acusado de abusos no exercício do poder, Vicente Machado conseguiu se eleger senador em 1895, substituindo Generoso Marques. Foi de sua autoria a polêmica lei 409 que equiparava o imposto de exportação da erva-mate bruta e da beneficiada. Em 1903, Vicente Machado era o único candidato à presidência do estado. Neste cargo, revitalizou os serviços de colonização, implantou a rede de fornecimento de água e os esgotos da capital, entre outras iniciativas. Já doente, esteve na Europa em 1906, mas o tratamento não gerou resultados e o então governador veio a falecer em março de 1907. Era descendente de Mateus Leme e de Baltazar Carrasco dos Reis

Fontes:
Hoerner, Valério Júnior; Bóia, Wilson e Vargas, Túlio. Academia Paranaense de Letras - Biobibliografias (1936-2006). Ed Posigraf. Curitiba, 2001. Página 197.

Verônica Mikosz Kucek, a "Tekla" (1914-1997)

Regional Boa Vista
Bairro: Abranches

Verônica Mikosz Kucek - mais conhecida pelo apelido de \'Tekla\', nasceu em Curitiba, no dia dez 10 de janeiro de 1914. Era filha de Ladislau Mikosz e Cecília Stensowski Mikosz. Em maio de 1936 casou com o Sr. Estanislau Kucek na Paróquia de Santa Ana de Abranches, entretanto o casal fixou residência na região que posteriormente ficou conhecida como Novo Mundo. Em 1962, Verônica e o esposo conseguiram oficializar a proposta para a construção da paróquia da sagrada Família, no Novo Mundo. 
Sua dedicação ao lugar e sua preocupação com o bem-estar da comunidade fez com que o então arcebispo de Curitiba, Dom Pedro Fedalto, a chamasse de "vigária do Novo Mundo". Em 74 voltou para o bairro Abranches com o intuito de atender as necessidades de seus pais, já idosos. Mãe de seis filhos, em 1986 festejou Bodas de Ouro em cerimônia realizada na mesma paróquia de Santa Ana de Abranches. Permaneceu neste bairro até sua morte, em 1997.

Fontes:
Sistema de Proposições Legislativas (SPL-CMC)