Catedral de Curitiba ainda em construção, por volta de 1890. Finalizada em 1893.
Acervo do IHGPR.

fotos fatos e curiosidades antigamente O passado, o legado de um homem pode até ser momentaneamente esquecido, nunca apagado

Theófilo Soares Gomes, mais conhecido por TSG, nasceu em Antonina, no Largo do Bom Jesus do Saivá, no dia 16 de fevereiro de 1854.
Dramaturgo, suas peças, famosas no Brasil, eram: “Os Milagres de N. Sra. do Pilar”, “O Quiromante”, “O Gererê”, “Xisto em uma República de Estudantes”, “O Lobishomem” e “Oh Ferro!”. Pertencia à Sociedade Brasileira de Autores Teatrais e foi membro honorário do “Ateneu” de Valparaíso.
Foi prefeito de Antonina e conseguiu contribuir grandemente para o desenvolvimento da cidade. O Teatro Municipal, o ajardinamento da Praça da República, a construção de vários chafarizes, luz elétrica, foram alguns dos melhoramentos urbanos. Também foi industrial, tendo um empreendimento de arroz no Cachoeira.
Político influente, foi preso na Cadeia de Paranaguá em 1893, durante os dias prévios ao ataque federalista à cidade litorânea.
Após o ataque federalista e obtendo êxito no fronte, TSG foi condecorado coronel e aclamado governador do Paraná e a sede do governo estadual passou a ser em Paranaguá. Entretanto, seu governo durou 7 dias, de 15 de janeiro a 21 de janeiro de 1894, quando tinha 39 anos de idade. Logo após João Menezes Dória se tornou governador e a sede do governo voltou a ser Curitiba.
TSG ainda foi comandante superior da Guarda Nacional de Antonina, Delegado do Ministério da Guerra para a organização do exército de segunda linha.
O antoninense faleceu no dia 26 de abril de 1935, com 81 anos, na cidade de Curitiba.
Em sua homenagem, a rua que passa defronte à Praça da Carioca e vai até o escritório da Copel, em Antonina, é denominada Teófilo Soares Gomes.

Nestor de Castro nasceu em Antonina, no ano de 1867. Aos 9 anos de idade já era órfão de pai e mãe. Em Antonina estudou com o professor Manuel Libânio de Souza, com quem aprendeu as primeiras letras. Com dez anos, foi enviado ao seminário em São Paulo, onde foi protegido pelo influente cônego Manoel Vicente, capelista como ele.
Em 1887, de volta a Antonina, casou-se com Arminda Pinheiro da Costa. Mudou-se para Curitiba e iniciou-se no jornalismo. Trabalhou no jornal Dezenove de Dezembro, ligado ao Partido Liberal, logo se destacando como um ardente polemista. Foi muito amigo de Teófilo Soares Gomes, pai de Heitor Soares Gomes. Chegou a escrever peças de teatro, em parceria com Jaime Balão, musicadas por Augusto Stresser.
Nos campos do sul, ouviu muitas trovas de um cantador chamado Bento Cego, capelista como ele, e se interessou pela vida do poeta popular.
Em Curitiba passou, com sua mulher e seus 12 filhos, por grandes necessidades. Somente em 1902, por iniciativa de seu amigo Teófilo Soares Gomes, foi que Nestor de Castro foi convidado pelo governador Vicente Machado para trabalhar no jornal "A República".
Nestor de Castro faleceu subitamente aos 39 anos de idade, em 14 de agosto de 1906. Hoje, reconhecido por sua obra literária e jornalística, Nestor de Castro é nome de rua em Curitiba e é o patrono da cadeira de número 33 da Academia Paranaense de Letras. Em Antonina, como de praxe, pouco se sabe de um ardoroso e combativo jornalista, que um dia foi reconhecido, juntamente com Romário Martins, como um dos maiores jornalistas do Paraná.


03/03/1907 – Morte de Vicente Machado da Silva Lima (1860-1907)
Nasceu em Castro, em 9 de agosto de 1860, filho do capitão José Machado da Silva Lima. Completou seus estudos fundamentais em Curitiba, formando-se mais tarde pela Faculdade de Direito de São Paulo. Estudante, não deixou de ser líder de ruidosas agitações boêmias. Destacou-se, nesse sentido, na campanha abolicionista, deixando entrever seu republicanismo em floração. Ao voltar ao Paraná iniciou a vida profissional como promotor público da Capital, em 1881. No ano seguinte serviu como secretário do governo de Brasílio Machado, presidente da Província. Casou-se, em seguida, com Antônia Moreira Lima, de tradicional família curitibana. Enveredou pelo magistério, ensinando filosofia. Atuou no jornalismo também. Teve breve passagem por Ponta Grossa, como juiz municipal. Em 1886, elegeu-se deputado pelo Partido Liberal. Era já uma revelação tribunícia. Dois anos após, manifestava suas ideias republicanas, reunindo adeptos em torno do semanário A República. Com o advento da República foi, inicialmente, nomeado chefe de Polícia. Em seguida presidente da Câmara Municipal de Curitiba. Não demorou a ser superintendente da Instrução Pública. Eleito deputado à Constituinte Estadual de 1892, foi relator e líder inconteste no Congresso Legislativo. Nas primeiras eleições diretas para governador, figurou como vice na chapa de Francisco Xavier de Silva. Adoentado este, assumiu interinamente o governo, notadamente durante o período em que os revolucionários de Gumercindo Saraiva exerceram predomínio em território paranaense. Foi obrigado a retirar-se para São Paulo e Rio, após transferir a capital para Castro. Voltou depois à frente da contraofensiva florianista, recuperando o cargo. Eleito senador em 1895, tornou-se líder do governo Campos Salles, que lhe reconheceu o valor parlamentar. Discursou várias vezes para defender-se das acusações de responsabilidade pelos fuzilamentos na Serra do Mar, cuja paternidade nunca admitiu. Jamais se provou a sua conivência.
Elegeu-se governador do Estado em 1904, sucedendo a Xavier da Silva. Doente, licenciou-se diversas vezes do governo para tratamento de saúde, até sua morte em 3 de março de 1907, sendo sucedido por João Cândido Ferreira.
Deixou enorme acervo de realizações e exemplos de liderança, notadamente como expressão da fé republicana.
Texto: Academia Paranaense de Letras.
Foto: Acervo Casa Civil/PR
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