segunda-feira, 5 de junho de 2023

—A Rua Barão do Rio Branco, na esquina com a Rua XV de Novembro da década de 1940—

 A Rua Barão do Rio Branco, na esquina com a Rua XV de Novembro da década de 1940


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Imagem da Praça Osório lado sul, gravada do primeiro andar do Edifício Garcez, e mostra como era o movimento do centro da Cidade em uma tarde de domingo em 1930.

 Imagem da Praça Osório lado sul, gravada do primeiro andar do Edifício Garcez, e mostra como era o movimento do centro da Cidade em uma tarde de domingo em 1930.


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Curitiba, em 1929. Obras de pavimentação da Av. República Argentina, esquina com Sete de Setembro. Vista do local onde hoje é a Praça do Japão. (Foto: Curitiba.pr.gov.br) Paulo Grani.

 Curitiba, em 1929. Obras de pavimentação da Av. República Argentina, esquina com Sete de Setembro. Vista do local onde hoje é a Praça do Japão.
(Foto: Curitiba.pr.gov.br)
Paulo Grani.


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TROPEIROS E O LARGO DA ORDEM

 TROPEIROS E O LARGO DA ORDEM


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Nenhuma descrição de foto disponível. Estava lendo sobre o antigo "Páteo de Nossa Senhora do Terço", hoje conhecido como Largo da Ordem (Largo Cel. Éneas), o qual foi palco do intenso comércio havido entre os imigrantes e os tropeiros vindos do Sul, até começo do século 20. O pátio abrigou, além dos carroções e carroças dos colonos, também as caravanas de tropeiros que paravam em Curitiba para descansar, comercializar e reabastecer-se para seguir seu caminho.
A saga da empreitada diária dos Tropeiros foi de tal importância para o crescimento daquela incipiente Curitiba, que merece ser contada em amiúde:
" ... vinham por intermináveis caminhos, abrindo matas, atravessando rios, montanhas e seguindo trilhas de outros que ali antes passaram, participando da mesma aventura. Eram homens, animais e suas cargas. Muitos eram os que viviam deste árduo e venturoso trabalho. Eram os corajosos e destemidos Tropeiros.
Cruzando os sertões sob as mais adversas condições, o tropeiro transportava para as localidades mais remotas, tanto mercadorias de primeira necessidade, como artigos importados. Intermediava negócios, comprava e vendia animais, levava e trazia noticias e correspondências. O vai-e-vem tropeiro misturou tradições, usos e costumes da época, algo que viria, através do tempo, influenciar fortemente as práticas culturais e religiosas das regiões por eles visitadas.
As tropas eram formadas por um triângulo de união entre o tropeiro, o animal e a mercadoria a ser transportada por caminhos sem fim. A tropa podia ser de um único fazendeiro, ou então da reunião de vários lotes, de diferentes proprietários, que se reuniam para a realização deste fim em comum. O tropeiro era o principal responsável pela tropa, e a ele cabia toda a responsabilidade de entregar a encomenda inteira e saudável no seu destino.
Haviam casos em que a tropa tinha como tropeiro o próprio fazendeiro, dono dos animais ou mercadorias, ou situações em que eram contratados tropeiros experientes para a condução da comitiva. Poderiam ser também, tropas arreadas ou chucras e rebeldes. Na tropa arreada, as mulas portavam cangalhas, ou seja, armações de madeira colocadas sobre o seu lombo e que servia para sustentar a carga, distribuída dos dois lados do animal. As mulas carregavam as mais diversas mercadorias. Desde mantimentos, louças, roupas, ferramentas e utensílios, quase tudo previamente encomendado. Já a tropa chucra ou braba era composta por animais selvagens, rústicos e de grande resistência, aptos a caminhar pelos caminhos mais difíceis e eram domados ao longo do trajeto. [...]
Mesmo não sendo considerado um ciclo econômico, o tropeirismo produziu um sistema econômico e social que, no Sul do Brasil, constituiu-se no mais importante fator de estruturação das fronteiras paranaenses. Atribuir aos tropeiros, apenas a condição de transportador de gado/mercadoria é muito pouco para o que ele realmente representou. ...".
Extraído/adaptado de: mobile.radionajua.com.br.
(Fotos: mobile.radionajua.com.br, Pinterest, gazetadopovo.com.br)
Paulo Grani.

CONHECENDO A VILA ODETTE

 CONHECENDO A VILA ODETTE


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A "Vila Odette", localizada na Av. João Gualberto, ao lado do Palacete Leão Junior, começou a ser construída em 1923 para abrigar Agostinho Ermelino de Leão e sua esposa, recém casados. Construída em estilo normando, tinha muitas salas, cada uma decorada em estilo diferente, com as mais finas madeiras, panos, vitrais, mármores, entalhes, marchetaria...
A beleza dos jardins é impressionante. É a síntese perfeita do que a riqueza da erva-mate proporcionou a algumas famílias curitibanas, o retrato perfeito de uma época, de um ciclo.
Foi projetada pelo engenheiro Eduardo Fernando Chaves (1892-1944) para Agostinho Ermelino de Leão (filho do proprietário do Palacete Leão Junior), que ganhou o terreno de sua mãe quando casou.
Com 20 ambientes, a casa tem 825 m². No interior tinha salões em estilo inglês e art noveau e uma biblioteca em estilo manuelino. Forros, portas, escadas e parquets em madeiras de diversas espécies, com diversos trabalhos de entalhe. As janelas também são muito bonitas, com diversos vitrais decorados com motivos florais. Enfim, a casa tem tudo o que a riqueza gerada pelo ciclo da erva-mate podia comprar. Com o tempo ela perdeu parte do terreno.
Ela tinha, tanto na frente como nos fundos do terreno (que iam até onde hoje é o Hospital das Clínicas) jardins lindíssimos, em estilo francês. Nos fundos tinha também, pés de frutas (jaboticaba, goiaba, uva), uma estufa, galinheiro, depósito de lenha, quadra de tênis e uma bela casa de bonecas (de causar inveja a muitas casas de hoje). Tinha também instalações para a residência do motorista, jardineiro, das empregadas e lavadeira.
(Fotos: Acervo Paulo José Costa)
Paulo Grani

HISTÓRIA DO ENGARRAFAMENTO DA COCA-COLA

 HISTÓRIA DO ENGARRAFAMENTO DA COCA-COLA


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"A Coca-Cola surgiu como uma bebida de refrigerante em 1886, sendo vendida por cinco centavos o copo. O crescimento inicial foi impressionante, mas foi somente quando um forte sistema de engarrafamento se desenvolveu que a Coca-Cola se tornou a marca mundialmente famosa que é hoje.
1894 - Um começo modesto para uma ideia ousada Em uma loja de doces em Vicksburg, Mississippi, as vendas rápidas da nova bebida de fonte chamada Coca-Cola impressionaram o proprietário da loja, Joseph A. Biedenharn. Ele começou a engarrafar a Coca-Colato para vender, usando uma garrafa de vidro comum chamada Hutchinson. Biedenharn enviou um caso para Asa Griggs Candler, dono da empresa. Candler agradeceu, mas não fez nada. Um de seus sobrinhos já havia pedido que a Coca-Cola fosse engarrafada, mas Candler se concentrou nas vendas de bebedouros.
1899 - O primeiro acordo de engarrafamento Dois jovens advogados de Chattanooga, Tennessee, acreditavam que poderiam construir um negócio em torno do engarrafamento da Coca-Cola. Em uma reunião com Candler, Benjamin F. Thomas e Joseph B. Whitehead obtiveram direitos exclusivos para engarrafar Coca-Cola na maior parte dos Estados Unidos (exceto Vicksburg especificamente) - pela soma de um dólar. Um terceiro advogado de Chattanooga, John T. Lupton, logo se juntou ao empreendimento.
1900 a 1909 - Crescimento rápido Os três engarrafadores pioneiros dividiram o país em territórios e venderam os direitos de engarrafamento a empresários locais. Seus esforços foram impulsionados pelo grande progresso na tecnologia de engarrafamento, que melhorou a eficiência e a qualidade do produto. Em 1909, cerca de 400 fábricas de engarrafamento da Coca-Cola estavam operando, a maioria delas empresas familiares. Alguns estavam abertos apenas durante os meses de clima quente, quando a demanda era alta.
1916 - Nascimento da garrafa de contorno Os engarrafadores temiam que a garrafa de lado reto para a Coca-Cola fosse facilmente confundida com imitadores. Um grupo representando a Companhia e engarrafadores pediu aos fabricantes de vidro que apresentassem ideias para uma garrafa diferenciada. Um design da Root Glass Company de Terre Haute, Indiana obteve aprovação entusiástica em 1915 e foi introduzido em 1916. A garrafa de contorno tornou-se uma das poucas embalagens já concedidas com status de marca registrada pelo Escritório de Patentes dos EUA. Hoje, é um dos ícones mais reconhecidos do mundo - mesmo no escuro!
Década de 1920 - O engarrafamento supera as vendas nas fontes No início da década de 1920, mais de 1.000 engarrafadores de Coca-Cola estavam operando nos EUA. Suas ideias e zelo impulsionaram um crescimento constante. As caixas de seis garrafas foram um grande sucesso após sua introdução em 1923. Alguns anos depois, os refrigeradores de metal de topo aberto tornaram-se os precursores das máquinas automáticas de venda. No final da década de 1920, as vendas de garrafas de Coca-Cola excederam as vendas de fontes.
Décadas de 1920 e 1930 - Expansão internacional Liderada pelo líder de longa data da empresa, Robert W. Woodruff, diretor executivo e presidente do Conselho, a empresa iniciou um grande esforço para estabelecer operações de engarrafamento fora dos EUA. Foram abertas fábricas na França, Guatemala, Honduras, México, Bélgica, Itália, Peru, Espanha, Austrália e África do Sul. Quando a Segunda Guerra Mundial começou, a Coca-Cola estava sendo engarrafada em 44 países.
Década de 1940 - Crescimento pós-guerra Durante a guerra, 64 fábricas de engarrafamento foram instaladas em todo o mundo para abastecer as tropas. Isso ocorreu após um pedido urgente de equipamentos e materiais de engarrafamento da base do general Eisenhower no norte da África. Muitas dessas plantas de guerra foram posteriormente convertidas para uso civil, ampliando permanentemente o sistema de engarrafamento e acelerando o crescimento dos negócios mundiais da Companhia. Década de
Década de 1950 - Inovações em embalagens Pela primeira vez, os consumidores tinham opções de tamanho e tipo de embalagem da Coca-Cola – a tradicional garrafa de 6,5 onças ou porções maiores, incluindo versões de 10, 12 e 26 onças. As latas também foram introduzidas, tornando-se geralmente disponíveis em 1960.
Década de 1960 - Novas marcas introduzidas Seguindo Fanta na década de 1950, Sprite, Minute Maid, Fresca e TaB se juntaram à marca Coca-Cola na década de 1960. Mr. Pibb e Mello Yellow foram adicionados na década de 1970. A década de 1980 trouxe diet Coke e Cherry Cok, seguidas por Powerade e Dasani na década de 1990. Hoje, centenas de outras marcas são oferecidas para atender às preferências dos consumidores em mercados locais ao redor do mundo.
Décadas de 1970 e 1980 - Consolidação para servir os clientes À medida que a tecnologia conduzia a uma economia global, os varejistas que vendiam a Coca-Cola se fundiram e evoluíram para mega cadeias internacionais. Esses clientes exigiam uma nova abordagem. Em resposta, muitos engarrafadores de pequeno e médio porte se consolidaram para atender melhor a clientes internacionais gigantes. A Companhia incentivou e investiu em uma série de consolidações de engarrafadores para garantir que seus maiores parceiros de engarrafamento tivessem capacidade para liderar o sistema no trabalho com varejistas globais.
Década de 1990 - Mercados novos e em crescimento Mudanças políticas e econômicas abriram vastos mercados que estiveram fechados ou subdesenvolvidos por décadas. Após a queda do Muro de Berlim, a Companhia investiu fortemente na construção de fábricas no Leste Europeu. E com o fim do século, mais de US$ 1,5 bilhão foi investido em novas instalações de engarrafamento na África.
Século 21 - O sistema de engarrafamento da Coca-Cola cresceu com raízes profundamente plantadas nas comunidades locais. Essa herança serve bem à empresa hoje, pois as pessoas buscam marcas que honrem a identidade local e a distinção dos mercados locais. Como era verdade há um século, fortes relacionamentos locais entre engarrafadores, clientes e comunidades da Coca-Cola são a base sobre a qual todo o negócio cresce."
(Extraído de: cocacolabrasil.com.br / Fotos: livres da internet)
Paulo Grani

A HISTÓRIA DA LOTERIA ESPORTIVA

 A HISTÓRIA DA LOTERIA ESPORTIVA


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Como explicar a Loteria Esportiva para quem não faz ideia do que ela tenha sido ?
Vou começar por minha experiência, pois, além de um simples apostador, fui também "furador de cartão".
Foi em meados de 1973, um colega de trabalho havia negociado com a CEF e abriu uma lotérica na cidade, imediatamente ele convidou-me para fazer uns "bicos" nas quintas e sextas-feiras após o horário do trabalho vespertino, exatamente quando o volume das apostas subia vertiginosamente. As filas eram grandes em cada guichê.
Minha tarefa era atender um dos guichês, furando os cartões da loteria esportiva. Tinha que ter uma boa concentração para furar o cartão com rapidez, sem errar; se errasse um furo, eu tinha que ficar com a aposta e pagá-la. O talão dos prognósticos, como era chamado, era furado em cima de uma caixinha de madeira com um plastico grosso transparente, o qual tinha treze quadradinhos vazados em cada uma das três colunas. Por baixo dele, víamos onde estavam os "X" feitos pelo apostador no prognóstico e furávamos em cima deles. Depois tínhamos que calcular cuidadosamente o número de furos totais quando as apostas eram múltiplas. Mais tarde, o sistema foi aperfeiçoado e a caixinha foi substituída por um porta-cartão da IBM.
A Loteria Esportiva era a coqueluche do momento entre os tipos de jogos autorizados no Brasil. Ela havia sido criada em 27/05/1969, pelo então presidente da República, general Artur da Costa e Silva, que havia criado ela nos moldes da loteria italiana ligada ao futebol, a então chamada Totocalcio.
Em 19/04/1970, foi realizado no então Estado da Guanabara o primeiro "teste" público do jogo. O teste experimental foi feito pela Caixa Econômica Federal, na Cinelândia, Rio de Janeiro. Uma barraca recolhia as apostas enquanto funcionários da Caixa ajudavam os apostadores a entender o processo. O candidato a milionário preenchia nome e endereço em um "volante" onde apontava vencedor ou empate - jogos escolhidos pela Sport Press - e uma perfuradora (a máquininha Port a Puch) transferia a aposta para dois cartões perfurados, um ficava com o apostador outros seria enviado para as "leitoras" dos grandes computadores IBM. O prêmio do primeiro teste foi de cento e tantos ou 200 mil cruzeiros novos, por aí. A aposta mínima custava um cruzeiro novo.
Em seguida, as vendas foram estendidas a 48 revendedores fixos da Guanabara credenciados para receber as apostas. No 10° teste iniciaram-se as vendas também em São Paulo; em 1972 a Loteria Esportiva estava implantada em todo país. Até os campeões mundiais de 1970 foram credenciados como revendedores – foi uma forma de homenageá-los pela conquista.
Um funcionário da CAIXA na época conta como era a rotina de trabalho: “A gente entrava na sexta-feira à noite na CAIXA e só saia no domingo, após a realização de todos os jogos. Começávamos gravando os cartões. A rotina para se efetuar a aposta era assim: o cliente ia num revendedor credenciado, preenchia o volante, onde além das escolhas dos jogos tinha de constar o nome e o endereço do apostador. O volante ficava de posse da CAIXA e o cliente ficava com um recibo. No caso de ter sido premiado, tinha um prazo de 90 dias para ser localizado. Caso contrário o bilhete prescrevia.” (O Periquito, março de 1972).
Rapidamente virou uma verdadeira febre popular entre os brasileiros. Me lembro que os primeiros milionários apareciam na TV, nas capas de revistas e primeiras páginas de jornais.
Entre os 13 jogos da semana, haviam alguns fáceis de se prever o resultado, porém, quando um time forte perdia o jogo para um time fraco, o povo chamou resultado de "zebra". Mesmo o termo "zebra" ser fluente na boca de todos, ela só foi caricaturizada quase uma década depois no programa fantástico da globo. Quando dava, ela dizia: "Ih, olha eu aí, deu zebra !"
Nos anos 1980, descobriu-se que o resultado de alguns jogos estavam sendo manipulados por grupos de pessoas, juntos com jogadores, dirigentes e árbitros envolvidos. Ninguém foi condenado. A partir daí a Loteria Esportiva entrou em progressiva decadência. A revista Placar apurou e denunciou a manipulação que foi chamada "Máfia da Loteria Esportiva". Os repórteres levantaram provas de manipulação de resultados. Mais de 100 pessoas foram indiciadas posteriormente.
Ficou o folclore de histórias contadas por pessoas que "quase ganharam" na Loteria Esportiva, pois ficaram com a decepção de terem feito 12 pontos e tiveram de ver outra pessoa ganhar o prêmio que passou tão perto e ao mesmo tempo tão longe. Ou ver a “sorte de principiante” que chutou todos os resultados e se deu bem, passando por cima de especialistas em prognósticos e cálculos matemáticos.
O pior de todos "causos", era ouvir alguém lamentar que fez o prognóstico e acertou todos os 13 jogos, mas não ganhou porque deu a aposta para um familiar levá-la na lotérica e ele chegou em casa dizendo que não deu tempo de fazer a aposta. Igual quando vc sempre participava de um bolão junto com a turma do trabalho e, uma vez ficou de fora porque estava sem dinheiro, e a turma ganho.
Paulo Grani

HISTÓRIA DA INVENÇÃO DA MÁQUINA DE CAFÉ "MOKA"

 HISTÓRIA DA INVENÇÃO DA MÁQUINA DE CAFÉ "MOKA"


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Quando tomei contato pela primeira vez com ela, fiquei fascinado com a singeleza e eficiência daquele pequeno invento e, particularmente, chamei-a de "italianinha". Como bom brasileiro, conhecia alguns modos tradicionais de fazer café no Brasil. O primeiro que conheci, modo feito pela minha mãe, era o café passado no coador de pano. Depois, aprendi com um árabe, o café cujo pó é lançado em água fervendo em uma panela; espera-se até que a espuma formada suba até quase transbordar a panela. Outro, corriqueiro, é semelhante ao processo do coador de pano, porém, usa-se um filtro de papel, Melita.
Há os cafés feitos por processos sofisticados, os quais utilizam máquinas a vapor, máquinas de alavanca e máquinas à bomba, porém, hoje, vamos falar da minha apelidada, a "italianinha", inventada por Luigi di Ponti e Alfonso Bialetti:
O italiano Alfonso Bialetti nasceu em Montebuglio, em 1888, um povoado do município de Casale Corte Cerro, na área de Cusio. Bialetti emigrou para a França ainda muito jovem, onde se tornou um trabalhador em fundição de metais. Na sua experiência de trabalho na França, Bialetti aprendeu a técnica de fundição de alumínio.
Em 1918 Alfonso regressou à sua terra natal onde no ano seguinte, na cidade vizinha Crusinallo, abriu uma fundição, e a batizou de Alfonso Bialetti & C. – Fonderia em Conchiglia. A fábrica era especializada em produtos semi-acabados de alumínio.
Bialetti trabalhou na indústria de alumínio por 10 anos, com a fabricação de utensílios domésticos de metal. Quando o ditador fascista Benito Mussolini colocou um embargo ao aço inoxidável, a Itália, então rica em bauxita (base do minério de alumínio), começou a empregá-lo em outros objetos. Assim, o alumínio tornou-se o metal nacional da Itália.
Na preparação de café em casa existia a "napoletana" (também conhecida como napolitana flip), um pequeno dispositivo de metal com três seções: uma câmara de água, um pequeno disco de café no meio e uma câmara na outra extremidade para o café coado. A água era aquecida com a câmara de água no fundo e, em seguida, todo o dispositivo era virado de cabeça para baixo, permitindo que a água quente goteje pelos grãos e se acumule como café na câmara previamente vazia. Observea-se que na napoletana, nenhuma pressão está envolvida.
Perto de sua fundição em Piemonte, Alfonso Bialetti observou mulheres lavando suas roupas em uma caldeira lacrada com um pequeno cano central. O cano puxava a água com sabão do fundo da caldeira e espalhava sobre a roupa molhada.
O método, de fato, usava um ancestral da máquina de lavar, ou seja, uma enorme panela onde a água com sabão saía por um cano central no meio. Esse método de lavagem fez com que Alfonso imaginasse a máquina de café mais inovadora que tornaria o preparo do café muito simples.
Bialetti decidiu tentar adaptar esta ideia para fazer uma máquina de café que permitisse aos italianos ter um verdadeiro expresso em casa. Assim, já conhecendo o funcionamento da máquina de café expresso La Pavoni que havia sido inventada em 1901, Bialetti apresentou a idéia a Luigi di Ponti que desenvolveu o projeto. Por algum tempo Luigi trabalhou fazendo algumas combinações, juntando os princípios utilizados na "napoletana" e os usados na "caldeira de lavar roupa", até que, em 1933, o invento foi patenteado com o nome "Bialetti Moka Express".
Como o fascismo durou de 1922 até 1943 na Itália, nesse período o país esteve fechado a qualquer intercâmbio de ideias e produtos. Explorando o sentimento de nacionalismo exaltado e os ressentimentos entre os italianos no pós-guerra, os produtos industriais italianos ficaram somente para o consumo dos italianos. Assim, no início, o Moka Express era vendido nos mercados locais da Itália, em especial no Piemonte. A produção começou em 1933 e até o pós-guerra manteve-se artesanal, com 70 mil peças produzidas a cada ano.
O nome Moka refere-se à cidade de Moca, cidade portuária do Iêmen, situada às margens do mar Vermelho, principal produtora do café arábico.
A Moka Express funciona assim: a câmara inferior é preenchida com água até a válvula de segurança. Em seguida, o filtro de metal em forma de funil coloca-se café finamente moído é inserido acima da câmara inferior. A parte superior é firmemente aparafusada na base e a cafeteira é colocada no fogo.
Quando aquecido, a pressão do vapor empurra a água através do filtro para a câmara de coleta. Quando a câmara inferior está quase vazia, ouve-se o ruído característico de um gorgolejo, acompanhado de um delicioso cheiro, que anuncia que o café está pronto.
Com a alta do preço tanto do café quanto do alumínio durante a guerra, a produção foi interrompida e retomada com o final da Segunda Guerra Mundial.
Renato, filho de Alfonso, assumiu os negócios da família em 1946 e decidiu parar de fabricar potes e frigideiras e passou a fabricar apenas as cafeteiras Bialetti Moka Express. Apostando em branding e publicidade, Renato fez com que as vendas da Moka Express crescesse a ponto de, em 1955, 65% das cafeteiras comercializadas no mundo todo fossem "Bialetti".
Anos mais tarde, em 1958, foi desenhado o icônico logotipo da empresa, “O homenzinho de bigode” (L’omino con I baffi), com o dedo indicador erguido como se pedisse um expresso em um bar italiano. O mascote é uma caricatura do filho de Afonso, Renato Bialetti, e feita pelo ilustrador Paolo Campani.
Segundo um levantamento feito na Itália em 1990, a Bialetti Moka Express podia ser encontrada em mais de 90% dos lares italianos em todo o mundo. Grandes populações italianas como Nova York, Chicago, Filadélfia, Buenos Aires, São Paulo, Austrália e Cuba.
A Bialetti Moka Express se tornou tão icônica que está até em exibição na coleção permanente do museu MoMA em Nova York. Seu design permaneceu praticamente o mesmo desde que foi inventada e é o único permitido pela patente Moka.
Renato Bialetti faleceu em 2016 e foi sepultado em um mausoléu feito uma grande réplica da Bialetti Moka Express com o logotipo “homenzinho de bigode”.
(Adaptado de: blogdescalada.com)
Paulo Grani