quarta-feira, 29 de março de 2023

As imagens dizem respeito a escavação arqueológica do Sambaqui de Matinhos - PR, que teve duas etapas de estudos relevantes. A primeira foi realizada por José Loureiro Fernandes, entre os anos de 1942 e 1947,

 As imagens dizem respeito a escavação arqueológica do Sambaqui de Matinhos - PR, que teve duas etapas de estudos relevantes. A primeira foi realizada por José Loureiro Fernandes, entre os anos de 1942 e 1947,

As imagens dizem respeito a escavação arqueológica do Sambaqui de Matinhos - PR, que teve duas etapas de estudos relevantes. A primeira foi realizada por José Loureiro Fernandes, entre os anos de 1942 e 1947, o qual acompanhou a sua exploração comercial, realizou seus estudos e coletas no momento em que o sambaqui estava sendo desmontado pela Diretoria de Obras e Viação do Estado do Paraná. Entre as décadas de 1930 e 1950 dezenas de Sambaquis foram transformados em cal e utilizados na pavimentação de vias por aquele órgão. Loureiro Fernandes que também foi o fundador do Departamento de Antropologia e do Centro de Estudos e Pesquisas Arqueológicas da Universidade Federal do Paraná, constatou que o Sambaqui possuía aproximadamente dez metros de altura, dividido em três camadas (superficial, central e profunda), de onde exumou e estudou vinte esqueletos humanos, além de outros artefatos líticos e ósseos.
No segundo momento, o Sambaqui já em um estado de degradação avançado, foi escavado por Igor Chmyz e João Carlos Gomes Chmyz, no ano de 1977, quando foram acionados pelo proprietário do terreno, Sr. Jorge Antonio Heil, que ao realizar o trabalho de modelagem e abertura de valas para alicerces, constatou que ossadas humanas haviam aflorado juntamente com conchas e ossos de peixes. Estes estudiosos constataram "fogões" de pedras com alguns ossos de peixes carbonizados, carvões e mais um conjunto funerário constituído por um esqueleto adulto e o esqueleto de uma criança, estando este depositado sobre o braço esquerdo e ao lado do tronco do adulto. Na parte frontal do crânio infantil foi constatada uma anomalia, tal evidência levou os pesquisadores a concluírem que este individuo foi golpeado em vida, com objeto de ponta rombuda.
Dentre os materiais líticos (pedra) e osseos encontrados destacam-se talhadores, percutores (bigorna, abrasador e alisador), quebradores de coquinhos, dentes de tubarão e vértebras de peixes perfuradas, ossos de animais terrestres e pontas de flechas, tudo isto "submerso" nas conchas de Anomalocardia brasiliensis, Ostrea e Lucina. As pontas de flechas foram encontradas somente nos estratos superiores, isto indica que no Sambaqui houve superposição de povos, ou seja, os que detinham as flechas não foram os mesmos grupos que iniciaram sua construção. Chmyz ressalta que amostras de rochas foram coletadas para datação através do método da termoluminescência (TL), processadas pelo Instituto de Física da Universidade de São Paulo, fornecendo a data da base do Sambaqui aproximada de 2.750 A.P (Antes do Presente) ou aproximadamente 800 a.C.
REFERÊNCIA:
CHMYZ, Igor; CHMYZ, João Carlos Gomes; SGANZERLA, Eliane Maria. Novas Contribuições para o Estudo do Sambaqui de matinhos no Estado do Paraná. UFPR, Curitiba, 2003.

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Sambaqui de Matinhos, Coleção do Museu Paranaense.

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Crânios exumados no Sambaqui de Matinhos. No alto adulto, norma frontal e norma lateral; embaixo, infantil, norma frontal e lateral. Neste, a seta indica anomalia.

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Pontas de flechas escavadas por Loureiro Fernandes nos estratos superiores do Sambaqui.

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